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Impressões
Termo que usamos com muita frequência após 
conhecermos uma pessoa. 
No primeiro contacto que temos com alguém que 
não conhecemos, construímos uma imagem, 
uma ideia, sobre essa pessoa a partir de 
algumas características, de alguns indícios que 
apreendemos no primeiro encontro.
Os objetos também nos causam impressões ao 
primeiro contacto, contudo, há diferenças 
quando se trata de pessoas: 
A produção de impressões é mútua, uma vez 
que o outro também produz uma impressão 
sobre nós. 
A nossa impressão afeta o nosso 
comportamento para com o outro e, portanto, o 
seu comportamento para connosco.
As impressões têm efeito na relação 
interpessoal que se estabelecerá no 
futuro, uma vez que somos condicionados 
pelo primeiro encontro e pela forma como 
avaliamos a pessoa. 
Se posteriormente algumas caraterísticas 
que atribuímos ao outro são diferentes 
das que formulámos inicialmente, 
tendemos a rejeitá-las.
A formação de impressões consiste no 
processo pelo qual se organiza a 
informação acerca de outra pessoa por 
forma a integrá-la numa categoria 
significativa.
Impressão e Categorização 
Procedemos a um processo de 
categorização que consiste em 
reagruparmos os objetos, as pessoas, as 
situações, em diferentes classes a partir do 
que consideramos serem as suas diferenças 
e semelhanças. 
“Um conjunto de processos psicológicos que tendem a 
ordenar o ambiente em categorias: grupos de pessoas, 
objetos, acontecimentos… Enquanto semelhantes, 
equivalentes uns aos outros pela ação, as intenções, as 
atitudes de um indivíduo”. 
- Henri Tajfel
A categorização permite simplificar a 
complexidade do mundo social, uma vez que 
orienta o nosso comportamento e a forma como 
atuamos de acordo com a avaliação que 
fizemos. 
Procedemos geralmente a três tipos de 
avaliação: 
- Afetiva (se gostamos ou não da pessoa) 
- Moral (se a pessoa é boa ou não) 
- Instrumental (se a pessoa é 
competente/incompetente ou capaz/incapaz)
Ao desenvolvermos expetativas sobre o 
comportamento dos outros a partir das 
impressões que formamos, isso 
possibilita-nos planear as nossas ações, o 
que facilita as interações sociais.
A formação das impressões 
Na base da formação das impressões 
está a interpretação, isto é, procedemos 
a uma avaliação que remete para os 
nossos conhecimentos, valores e 
experiências pessoais.
Alguns indícios, explicam o modo como 
formamos uma impressão sobre uma 
pessoa no primeiro encontro: 
- Indícios físicos: caraterísticas físicas das 
pessoas que associamos a um 
determinado tipo de personalidade ou 
categoria social; podem incluir-se as 
expressões faciais e os gestos.
- Indícios verbais: o modo como a pessoa fala, 
surge como um indicador do grau de 
instrução da pessoa; podem incluir o sotaque 
duma determinada região. 
- Indícios não verbais: sinais que 
interpretamos como indicadores (modo de 
vestir, gesticular enquanto fala, como se 
senta). 
- Indícios comportamentais: comportamentos 
que se observam na pessoa, variam de 
pessoa para pessoa e remetem para as 
experiências pessoas (um mesmo 
comportamento pode ter significados 
diferentes).
É comum fazer uma avaliação geral da 
pessoa a partir de algumas caraterísticas 
ou traços que observamos na interação 
com ela ou que nos foi referida por outros 
- a isto se chama teoria implícita da 
personalidade.
O efeito das primeiras 
impressões 
Uma investigação conduzida por Solomon Asch, em 
1946, revelou dados surpreendentes. 
Apresentou aos sujeitos as seguintes listas: 
Pessoa A 
Inteligente 
Trabalhadora 
Impulsiva 
Crítica 
Obstinada 
Invejosa 
Pessoa B 
Invejosa 
Obstinada 
Crítica 
Impulsiva 
Trabalhadora 
Inteligente
Na sua grande maioria, os sujeitos 
avaliaram a pessoa A mais positivamente 
que a pessoa B, apesar da única 
diferença entre as listas ser a ordem pela 
qual as características foram 
apresentadas. 
A primeira informação é a que tem maior 
influência sobre as nossas impressões, e 
portanto na apreciação global que 
fazemos.
Depois de criarmos uma ideia geral sobre 
a pessoa é difícil alterarmos a nossa 
perceção, mesmo que recebamos 
informações que contradizem a nossa 
impressão inicial. Rejeitamos integrar 
informações que contrariem as nossas 
impressões ou opiniões e temos uma 
tendência a procurar ou valorizar 
informações que confirmem as nossas 
convicções.
“Efeito de Halo”- Forma-se uma 
impressão global sobre um objeto/pessoa, 
que em seguida se aplica a todas as 
caraterísticas ou comportamentos do 
mesmo. 
Exemplo: Considera-se que o professor 
tem qualidades pedagógicas e 
competências de ensino porque se gosta 
dele.
Expectativas
As expectativas são modos de 
categorizar as pessoas através dos 
indícios e das informações, prevendo o 
seu comportamento e as suas atitudes. 
As expectativas são mútuas. 
No processo de categorização estão 
envolvidas a indução e a dedução.
É pela indução que ao observarmos 
um indivíduo o incluímos numa categoria. 
Ex.: Associamos uma bata branca a um 
profissional de saúde. 
É pela dedução que depois de o 
incluímos numa categoria passamos a 
atribuir-lhe determinadas características.
Expectativas, estatuto e papel 
Um exemplo claro da importância das 
expectativas na vida social é-nos dado 
pelas relações duradouras: 
marido/mulher; pais/filhos; 
empregados/patrões, etc. 
Ao exercerem as suas funções, há um 
conjunto de expectativas mútuas. 
A cada estatuto corresponde um papel, 
ou seja, comportamentos esperados de 
um individuo.
Os papeis sociais possuem 
comportamentos próprios institucionalizados, 
pelo que os seus membros sabem quais as 
reações que um seu comportamento pode 
provocar - expectativa de conduta. 
As expectativas afetam o modo como os 
outros interagem connosco. As positivas 
geram comportamentos positivos, e as 
negativas comportamentos negativos.
O efeito das expectativas 
Rosenthal desenvolveu a seguinte 
experiência: 
Fizeram convencer alguns professores 
do primeiro ciclo que certos estudantes 
selecionados mostrariam uma aceleração 
no desenvolvimento intelectual nos meses 
seguintes, o que era mentira, pois os 
alunos foram aleatoriamente 
selecionados.
Contudo, quando testados uns meses 
mais tarde, os alunos selecionados 
apresentaram um rendimento académico 
superior ao dos outros colegas. 
A verdade é que os professores com 
expectativas de bons resultados de alguns 
alunos trataram-nos de uma maneira 
diferente, de modo a reconhecer e a reforçar 
as suas iniciativas independentes. Foi assim 
que as crianças selecionadas desenvolveram 
melhores capacidades escolares. – “efeito de 
Pigmaleão”
Rosenthal concluiu que as expectativas 
interferem com os resultados apesar de 
não ser um ato consciente. 
Os alunos também desenvolvem 
expectativas sobre os professores. 
Podemos concluir que sem termos 
consciência, as nossas atitudes influenciam 
os comportamentos dos outros que por sua 
vez também influenciam os nossos.

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  • 2. Termo que usamos com muita frequência após conhecermos uma pessoa. No primeiro contacto que temos com alguém que não conhecemos, construímos uma imagem, uma ideia, sobre essa pessoa a partir de algumas características, de alguns indícios que apreendemos no primeiro encontro.
  • 3. Os objetos também nos causam impressões ao primeiro contacto, contudo, há diferenças quando se trata de pessoas: A produção de impressões é mútua, uma vez que o outro também produz uma impressão sobre nós. A nossa impressão afeta o nosso comportamento para com o outro e, portanto, o seu comportamento para connosco.
  • 4. As impressões têm efeito na relação interpessoal que se estabelecerá no futuro, uma vez que somos condicionados pelo primeiro encontro e pela forma como avaliamos a pessoa. Se posteriormente algumas caraterísticas que atribuímos ao outro são diferentes das que formulámos inicialmente, tendemos a rejeitá-las.
  • 5. A formação de impressões consiste no processo pelo qual se organiza a informação acerca de outra pessoa por forma a integrá-la numa categoria significativa.
  • 6. Impressão e Categorização Procedemos a um processo de categorização que consiste em reagruparmos os objetos, as pessoas, as situações, em diferentes classes a partir do que consideramos serem as suas diferenças e semelhanças. “Um conjunto de processos psicológicos que tendem a ordenar o ambiente em categorias: grupos de pessoas, objetos, acontecimentos… Enquanto semelhantes, equivalentes uns aos outros pela ação, as intenções, as atitudes de um indivíduo”. - Henri Tajfel
  • 7. A categorização permite simplificar a complexidade do mundo social, uma vez que orienta o nosso comportamento e a forma como atuamos de acordo com a avaliação que fizemos. Procedemos geralmente a três tipos de avaliação: - Afetiva (se gostamos ou não da pessoa) - Moral (se a pessoa é boa ou não) - Instrumental (se a pessoa é competente/incompetente ou capaz/incapaz)
  • 8. Ao desenvolvermos expetativas sobre o comportamento dos outros a partir das impressões que formamos, isso possibilita-nos planear as nossas ações, o que facilita as interações sociais.
  • 9. A formação das impressões Na base da formação das impressões está a interpretação, isto é, procedemos a uma avaliação que remete para os nossos conhecimentos, valores e experiências pessoais.
  • 10. Alguns indícios, explicam o modo como formamos uma impressão sobre uma pessoa no primeiro encontro: - Indícios físicos: caraterísticas físicas das pessoas que associamos a um determinado tipo de personalidade ou categoria social; podem incluir-se as expressões faciais e os gestos.
  • 11. - Indícios verbais: o modo como a pessoa fala, surge como um indicador do grau de instrução da pessoa; podem incluir o sotaque duma determinada região. - Indícios não verbais: sinais que interpretamos como indicadores (modo de vestir, gesticular enquanto fala, como se senta). - Indícios comportamentais: comportamentos que se observam na pessoa, variam de pessoa para pessoa e remetem para as experiências pessoas (um mesmo comportamento pode ter significados diferentes).
  • 12. É comum fazer uma avaliação geral da pessoa a partir de algumas caraterísticas ou traços que observamos na interação com ela ou que nos foi referida por outros - a isto se chama teoria implícita da personalidade.
  • 13. O efeito das primeiras impressões Uma investigação conduzida por Solomon Asch, em 1946, revelou dados surpreendentes. Apresentou aos sujeitos as seguintes listas: Pessoa A Inteligente Trabalhadora Impulsiva Crítica Obstinada Invejosa Pessoa B Invejosa Obstinada Crítica Impulsiva Trabalhadora Inteligente
  • 14. Na sua grande maioria, os sujeitos avaliaram a pessoa A mais positivamente que a pessoa B, apesar da única diferença entre as listas ser a ordem pela qual as características foram apresentadas. A primeira informação é a que tem maior influência sobre as nossas impressões, e portanto na apreciação global que fazemos.
  • 15. Depois de criarmos uma ideia geral sobre a pessoa é difícil alterarmos a nossa perceção, mesmo que recebamos informações que contradizem a nossa impressão inicial. Rejeitamos integrar informações que contrariem as nossas impressões ou opiniões e temos uma tendência a procurar ou valorizar informações que confirmem as nossas convicções.
  • 16. “Efeito de Halo”- Forma-se uma impressão global sobre um objeto/pessoa, que em seguida se aplica a todas as caraterísticas ou comportamentos do mesmo. Exemplo: Considera-se que o professor tem qualidades pedagógicas e competências de ensino porque se gosta dele.
  • 18. As expectativas são modos de categorizar as pessoas através dos indícios e das informações, prevendo o seu comportamento e as suas atitudes. As expectativas são mútuas. No processo de categorização estão envolvidas a indução e a dedução.
  • 19. É pela indução que ao observarmos um indivíduo o incluímos numa categoria. Ex.: Associamos uma bata branca a um profissional de saúde. É pela dedução que depois de o incluímos numa categoria passamos a atribuir-lhe determinadas características.
  • 20. Expectativas, estatuto e papel Um exemplo claro da importância das expectativas na vida social é-nos dado pelas relações duradouras: marido/mulher; pais/filhos; empregados/patrões, etc. Ao exercerem as suas funções, há um conjunto de expectativas mútuas. A cada estatuto corresponde um papel, ou seja, comportamentos esperados de um individuo.
  • 21. Os papeis sociais possuem comportamentos próprios institucionalizados, pelo que os seus membros sabem quais as reações que um seu comportamento pode provocar - expectativa de conduta. As expectativas afetam o modo como os outros interagem connosco. As positivas geram comportamentos positivos, e as negativas comportamentos negativos.
  • 22. O efeito das expectativas Rosenthal desenvolveu a seguinte experiência: Fizeram convencer alguns professores do primeiro ciclo que certos estudantes selecionados mostrariam uma aceleração no desenvolvimento intelectual nos meses seguintes, o que era mentira, pois os alunos foram aleatoriamente selecionados.
  • 23. Contudo, quando testados uns meses mais tarde, os alunos selecionados apresentaram um rendimento académico superior ao dos outros colegas. A verdade é que os professores com expectativas de bons resultados de alguns alunos trataram-nos de uma maneira diferente, de modo a reconhecer e a reforçar as suas iniciativas independentes. Foi assim que as crianças selecionadas desenvolveram melhores capacidades escolares. – “efeito de Pigmaleão”
  • 24. Rosenthal concluiu que as expectativas interferem com os resultados apesar de não ser um ato consciente. Os alunos também desenvolvem expectativas sobre os professores. Podemos concluir que sem termos consciência, as nossas atitudes influenciam os comportamentos dos outros que por sua vez também influenciam os nossos.