O documento descreve a evolução do território e da sociedade brasileira ao longo dos séculos XIX e XX, desde a interiorização inicial até a globalização moderna. Aborda tópicos como a mecanização da produção e circulação, a urbanização, a industrialização e a modernização agrícola. Também discute as desigualdades sociais resultantes como a concentração fundiária e o crescimento das periferias urbanas.
1. Prática Curricular IV: Fontes
Escritas, visuais e sonoras-
construindo texto didático
Faculdade de Educação
Teológica -
www.facete.com.br
Prof. Valdemir Lopes
2. Por que há
Um panorama
tantas
da riqueza e da María Laura
Desigualdades
pobreza Silveira
Sociais no
brasileira
Brasil?
3. DOS TEMPOS VAGAROSOS DA NATUREZAAO BRASIL ARQUIPÉLAGO
Uma das características marcantes do território brasileiro é
sua gran-de extensão. Trata-se de um território com uma
enorme variedade de sistemas naturais sobre os quais a
história foi se fazendo de um modo também diferenciado.
A ocupação do litoral é sucedida pela dinâmica das frentes
pioneiras, que vagarosamente interiorizam a exploração
européia do território.
A interiorização do povoamento foi devida à mineração e à
criação de gado nas fazendas.
4. A MECANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E DO TERRITÓRIO
A partir da segunda metade do século XIX mecaniza-
se a produ-ção mediante a instalação de usinas
açucareiras e, mais tarde, o terri-tório com a
navegação a vapor e as estradas de ferro. Às técnicas
da máquina circunscritas à produção sucedem as
técnicas da máquina incluídas no território.
5. O crescimento das cidades foi, entretanto, desigual, em
virtude das oscilações das economias regionais ou de seu
papel político.' Domi-nando uma vasta extensão do
território, cada cidade desenhava verdadeiros circuitos
interiores
A introdução da estrada de ferro vai permitir um uso
mais dinâ-mico do território. Criam-se duas lógicas. A
exceção da área hoje nucleada por Rio de Janeiro e São
Paulo, a estrada de ferro reforça os laços privilegiados
entre as metrópoles regionais.
A expansão do sistema de circulação e das áreas de
produção agrícola para exportação reforçou o
crescimento do emprego, sobretu-do nas áreas próximas
ao litoral.
6. DA MECANIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO AO ALVORECER DA INDUSTRIALIZAÇÃO
Ao mesmo tempo, a
industrialização nascente se
fez numa fase em que os A imigração beneficiou as
progressos técnicos eram regiões para onde se
menos rápidos e as escalas dirigia, já que os grupos de
de produção menos imigrantes eram portadores
estendidas, de sorte que o de uma tecnologia
tempo de vida de uma industrial e constituíam
fábrica era maior, e a cada uma mão-de-obra
necessidade de aumentar a qualificada.
produ-ção uma outra
fábrica era agregada.
7. A população brasileira aumentou continuamente no decorrer desses anos.
Desde o início do século XX até a segunda década, a população passou de 17,4
milhões para 30,6 milhões.
Um aumento de 2,2 vezes na matrícula do ensino fundamental entre 1940 e 1960
revelou-se importante mas não suficiente, ainda que se verificasse uma expansão
nas diferentes regiões do país. Embora evidenciando uma velocidade de crescimento
análoga, o ensi-no médio mostrava um número de alunos consideravelmente mais
baixo. As instituições de ensino superior, que eram 28 em 1908, aumen-taram para
cinquenta em 1912 e para 248 em 1935.
8.
9. A INTEGRAÇÃO DO MERCADO E
DO TERRITÓRIO
Segunda
Guerra
Mundial
Carência do
Infra-
sistema de
estruturas
transporte
10. Crescimento
das
metrópoles
Matérias-
alimentos
primas
Mercado Integração do
unificado território
11. Metrópole
econômica
São Paulo
Urbanização
do território
Rio de
janeiro
Metrópole
Brasília
política
12. Urbanização • Demanda educacional
Ensino • A matricula triplicou entre 1960 e
fundamental 1980
• Cresceu sete vezes em duas décadas.
Ensino Médio
• Aumentou cerca de 3,6 vezes, em
e superior várias regiões do país.
13.
14. • Estrutura social em 1960
• 33 mil proprietários possuíam a metade
da superfície das propriedades agrícolas.
• 3,3 milhões dispunham da outra metade.
15. Os primórdios da globalização no Brasil
A revolução no transporte e das
telecomunicações nas décadas de 1950 e
1960
Revolução científico-técnica
Incorporação do satélites brasileiro
16. As transformações das bases materiais e sociais do
território bra-sileiro, graças aos acréscimos de
ciência e de técnica, significam, também, a
exigência de novas qualificações profissionais.
O aumen-to de mais de 220% na matrícula
universitária entre 1970 e 1980 é talvez a melhor
evidência da necessidade e do desejo de apropriar-
se de uma sofisticada cultura técnica e
organizacional
17. Dependência
tecnológica
Crescimento do
desamparo social
Modelo de
produção brasileiro
Modelo de
consumo norte-
americano
18. Dinamismo econômico da área do Sudeste-Sul
Esvaziamento demográfico e econômico
Diminuição da atividade econômica
Ameaça A continuidade do modelo
em todo país
mais investimentos públicos e mais injeção de recursos para promo-ver a exportação
mais proteção ao grande capital menor retribuição ao trabalho
19. Nova divisão Produção dos
territorial do derivados do
trabalho petróleo
Novos Complexos e
Conflitos no pólos
campo industriais
Modernização
da agricultura
21. A implantação do sistema básico de telecomunicações permitiu não
apenas a transmissão de dados, mas também a unificação do
sis-tema de televisão
O território ganha novos conteúdos e impõe novos
comporta-mentos, em virtude das enormes possibilidades da
produção e, sobre-tudo, da circulação de insumos, produtos e
dinheiro, de idéias e informações, das ordens e dos homens
Os dados próprios do período tanto alcançam áreas agrícolas como
industriais e de serviços, que se caracterizam pela sua inserção numa
cadeia produtiva global, pelo predomínio de relações distantes e,
fre-quentemente estrangeiras, e pela sua lógica extrovertida.
22. Aumento das
grandes cidade
Novas fontes Novas fontes
de riquezas de pobreza
23. Havia no país cerca de 332 milhões de hectares distribuídos
em 3,6 milhões de estabelecimentos, ao passo que cerca de
220 milhões de hectares estavam repartidos entre 1,3
milhão de estabelecimentos trabalhados por arrendatários,
parceiros e ocupantes, o que configurava uma estru-tura
fundiária apta a expulsar a população rural
A variedade de capi-tais existente na grande cidade
assegura a possibilidade de uma extrema variedade do
trabalho. Entretanto, nas metrópoles ou em outras cidades
a presença de pobres e a correspondente depressão dó
mercado de tra-balho e dos salários projetam-se no
empobrecimento das respectivas municipalidades.
24. Referências Bibliográficas
[1] Santos, Milton. A natureza do espaço: iécnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
[2] Andrade, Manuel C. de. A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1995.
[3] Furtado, Celso. Formação econômica do Brasil. 2a ed. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959.
[4] Prado Jr., Caio. História econômica do Brasil. 23a ed. São Paulo: Brasiliense, 1980 [1945].
[5] Santos, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de
Janeiro: Record, 2000.
[6] Fernandes, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 3a ed. Rio
de Janeiro: Zahar, 1981 [1974].
[7] Dias, Leila Christina. "Les enjeux socio-spatiaux du développement des réseaux de
télécommunications au Brésil". Document de Recherche du Credal, nº 204, 1989, pp. 28-41.
[8] Santos, Milton. Por uma outra globalização, op. cit.
[9] Mamigonian, Armen. "Teorias sobre a industrialização". São Paulo: Laboratório de Geografia Política
e Planejamento Territorial e Ambiental, Departamento de Geografia da USP, 1992. (Seleção de
Textos nº 4).
[10] Santos, Milton e Silveira, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de
Janeiro: Record, 2001.
[11] Santos, Milton. Por uma outra globalização, op. cit., p. 72.
[12] Corrêa, Roberto Lobato L. "Corporação e organização espacial: um estudo de caso". Revista
Brasileira de Geografia (IBGE), ano 53, nº 3, 1991, pp. 33-66.