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Dra. Lília Maíse de Jorge
CRP/06-17953
Autismo – Histórico
Curiosidades
• Início interessante – pautado em coincidências
• Kanner e Asperger
• Sequência de estudos não linear
• Causa psicológica X Causa neurobiológica/genética
• Nomenclatura
• Autismo: de adjetivo (sintoma) para substantivo (síndrome)
• T. Invasivo T. Global T. Neurodesenvolvimental
• Entidade Nosológica (sintomas) Espectro (variabilidade)
• Tipologia – diversificada
• Idiopático ou sindrômico
• Alto ou baixo funcionamento cognitivo
• Comprometimento leve, moderado ou severo
Portanto, hoje...
Autismo
– Patologia complexa
– Variabilidade de arranjos dos sintomas
– Espectro de possibilidades clínicas
Diagnóstico atual
 Difícil - Exige experiência, humildade e estudo dos avaliadores.
 Espectro –Transtornos do Espectro Autístico (TEA)
 Termo abrangente
 Inclui as patologias: T. Autista, T. Asperger,TGD-SOE.
 Há ainda incorporações:
 D. Semântico Pragmático
 Transtorno de Aprendizagem Não-Verbal (TANV)
 É preciso também considerar a diferença entre:
 Autismo idiopático (sem causa definida)
 Autismo sindrômico, ou secundário (com causa conhecida).
Diagnóstico atual
 Crianças pequenas (com menos de 4
anos) devem ser observadas e
estimuladas durante um tempo antes de
se estabelecer um diagnóstico, caso ele
não seja óbvio por análise dos sintomas.
 ASCs – Condições do
Espectro do Autismo.
Avaliação psicológica
 Primeiramente: é possível
 Com crianças menores:
 Escalas para checklist (NÃO HÁ escalas com normas brasileiras)
 Observação detalhada do desenvolvimento
 Considerações acerca de Atipia ou Atraso.
 Com crianças maiores:
 Testes de inteligência – de preferência vários (perfil/discrepância)
 Testes Nps (atenção, percepção, memória, FEx)
 Testes para investigação emocional e social
 Provas psicopedagógicas
 Provas psicomotoras
 Com a família
 Com a escola
Intervenção – a que eu faço
 Interação
 Observação
 Jogos
 Por meio de brinquedos e de observação da
criança, pode-se conhecer melhor o que ela está
pensando, e como ela está compreendendo o mundo.
 Acompanhar um caminho que ela própria traça pode
fazer com que você entre no universo cognitivo da
criança e a traga para o seu, posteriormente.
Intervenção – a que eu faço
 É preciso entender o que acontece com o processamento de
informação dessa criança, para justificar seus atos e ser possível
traçar planos de intervenção.
 Minha linha de trabalho é cognitivista, por isso uso o olhar clínico
sobre as condições do processamento da informação que uma
criança está sendo capaz de fazer naquele momento.
 Investigar habilidades cognitivas é prioridade.
 Gosto de trabalhar mais sobre o que a criança faz, do que sobre o
que ela não faz.
Distúrbios regulatórios – pautados
no desenvolvimento
Distúrbios regulatórios
 A casa do desenvolvimento humano -Teresa Bolick
 Fundação da casa – S-Motor e Auto-Reg./Adap.
 Sensório Motor
• compreender a imensa quantidade de dados sensoriais.
 Auto –Regulação
 descobrir como regular suas próprias respostas.
 Dieta sensorial – controle ambiental de estímulos que
podem gerar desregulação.
 Low and Slow – estratégia do adulto para ajudar crianças
em estado de estresse a se acalmarem.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
Dificuldades com os Movimentos
• Podem ser:
• Excessivos ou Atípicos
• Isto afeta:
• Postura, ações, fala, pensamentos, percepções, emoções
e memória.
• Observados por meio de:
• Caminhar diferente
• Girar as mãos
• Fazer o flapping
• Caminhar de um lado para outro
• Andar na ponta dos pés
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 Há dificuldades no planejamento motor, na dinâmica do
movimento:
 começar, parar, executar, ser rápido, controlar.
 Compreender essas questões permite que os
professores pensem na forma mais correta de agir com
autistas em sala de aula.
 A psicomotricidade é o melhor caminho para
consciência corporal; deve constar no currículo básico.
 Um toque (prompt) para o início de uma atividade pode
ser o suficiente para que eles a executem.
 A imitação motora é uma meta a se atingir.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
Dificuldades sensoriais
• Pode ocorrer:
• hipossensitividade ou hipersensitividade
• Auditiva, visual, tátil, olfativa, proprioceptiva
e vestibular.
• Isso causa impacto na aprendizagem.
• A sobrecarga pode ocorrer com:
• Luzes intensas ou fluorescentes
• Barulhos; sons fortes e inesperados
• Texturas rugosas nas roupas
• Fala rápida ou lenta demais
• Lugares quentes ou frios demais
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 Complicação:
 As respostas sensoriais mudam ao longo do dia!
 A sobrecarga pode causar:
 Paralisação
 Agitação
 Confusão
 Cansaço
 Dor física
 Cada autista tem um perfil sensorial.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 DificuldadesTáteis
 Pode ocorrer desconforto em:
 Pegar na mão
 Ser tocado no ombro
 Mas pode ser possível aceitar um aperto de mão e
tapinhas amigáveis nas costas.
 Na escola podem manifestar:
 Evitação por determinados materiais
 Evitação nos relacionamentos: abraços...
 É preciso ter à mão materiais diversificados em
textura, volume, peso...
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 Dificuldades Auditivas
 Podem ouvir sons que os outros não ouvem.
 Incomodam-se com barulhos inesperados e podem tapar
os ouvidos (ex: moto, trem, avião).
 Podem distrair-se com sons aparentemente não
desconfortáveis, p. ex: borracha apagando papel.
 Falar em excesso com eles não é atitude funcional.
 Trabalhar a linguagem receptiva é prioridade.
 Instruções verbais deverão ser acompanhadas de
concomitantes visuais.
 Atender ao nome e responder a comandos básicos é
fundamental no currículo.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 DificuldadesVisuais
 Autistas reagem a:
 Cor, luz, padrões
 Causam desconforto:
 Muito brilho
 Movimentos faciais
 Lugares não familiares
 Escuro
 A própria sombra
 Pontes, rios, canais, mar...
 A cor da parede da sala de aula e os barulhos deste local
podem mexer com o sistema sensorial do autista.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 Dificuldades Olfativas / Gustativas
 Sabores: podem ser insuportáveis ou agradáveis.
 Reagem a: perfumes, shampoos, comidas...
 Na escola, podem reagir à mistura de odores:
 Quadras pintadas
 Animais
 Produtos de limpeza
 Comidas
 Produtos químicos
 É preciso compreender essas questões e trabalhar com
discriminação olfativa e gustativa.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
Dificuldades na Comunicação
• Há autistas não-verbais
• Os verbais podem ter qualidade incomum de voz.
• Sintomas mais comuns:
• Repetição de jargões
• Ecolalia
• Entonação diferente (prosódia)
• Ritmo e tempo de reação diferentes
• Dificuldade no uso de pronomes
• Dificuldade nas regras de comunicação (turnos)
• Dificuldade para compreender linguagem
figurativa.
Características Autísticas
(Sheila Wagner, 1999)
Dificuldades na Comunicação
• Dificuldade no uso do apontar para
expressar interesse.
• Dificuldade na imitação da linguagem.
• Dificuldade no olhar direcionado e
recíproco que a conversa propõe.
• Dificuldade na compreensão de gestos
instrumentais.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 CSA – Comunicação Suplementar
ou Alternativa
 Melhora a relação do autista
(sobretudo os pequenos) com as
pessoas.
 Permite perceber o potencial do aluno.
 Organiza as informações do ambiente
que ele não consegue compreender só
auditivamente.
 Melhora o desempenho cognitivo da
criança.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
Dificuldades Sociais
• Autistas não se relacionam, não pq não querem.
• Eles têm falhas que os conduzem à tranquilidade
e à segurança do isolamento.
• Podem estar com poucas pessoas, mas
desorganizam-se em festas e em eventos onde
os estímulos são muito intensos.
• Eles não fazem leitura de “sinais ou pistas
sociais”, por isso a falta de habilidade em
relacionamentos comuns.
• Não compreendem o pragmatismo da
linguagem em contexto social.
• Não conseguem iniciar ou conectar conversas.
Características Autísticas
(Sheila Wagner, 1999)
Dificuldades Sociais
• Têm dificuldade no contato ocular.
• Têm dificuldade no sorriso social.
• Fazem uso inapropriado da expressão facial.
• Dão respostas sociais inconsistentes.
• Observa-se falha no jogo imaginativo.
• São inábeis para brincar de jogos
sociais, fazer amigos ou julgar situações
sociais.
• Têm dificuldade no jogo social imitativo.
Características Autísticas
(Sheila Wagner, 1999)
Dificuldades Comportamentais
• Interesses e preocupações não usuais.
• Manejo repetitivo de objetos.
• Compulsões.
• Rituais.
• Movimentação excessiva de dedos e mãos.
• Comportamento auto-estimulatório.
• Auto-agressão.
• Habilidades especiais.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
Dificuldades na Aprendizagem
• Confundem-se com palavras similares.
• Confundem-se com o imaginário e o real (Isso é
verdade?Aconteceu?).
• Em sala de aula podem conseguir entender as
atividades, desde que as instruções sejam
esclarecidas.
• Quando não entendem algo, é preciso esmiuçar
a instrução, para ver onde o trajeto se
perdeu, impedindo o processamento.
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 Interesses e fascinações
 Autistas se interessam por coisas estranhas
(símbolos, certos números...) ou por coisas comuns
(eletrônicos, transportes, bichos), mas com mais
detalhamento do que pares típicos.
 Em escolas, isso é complicado, pq nem sempre essas
fascinações são compartilhadas ou toleradas pelos
colegas.
 Se pensarmos bem, pessoas típicas também têm
obsessões compartilhadas em grupo:
futebol, músicas, carros...
Características autísticas
(Paula Kluth, 2010)
 “A sociedade colabora para que o autismo seja visto
como um problema”.
 “Uma desabilidade é criada, ou salientada, quando se
tem valores rígidos acerca do caminho certo de fazer
as coisas, quando há falha na provisão de suportes
apropriados, ou quando se espera que todos os
indivíduos precisem das mesmas coisas”.
Texto interessante (Kluth, 2010, p.20)
escrito por autistas e aspergers
 “Síndrome neurotípica é uma desordem neurobiológica caracterizada pela
preocupação com questões sociais, ilusões de superioridade, e obsessão com
conformidade. Indivíduos neurotípicos frequentemente assumem que sua
experiência de mundo é única, ou a única correta. NTs têm dificuldades em
estar sós. NTs são frequentemente intolerantes com as menores diferenças
dos outros. Quando em grupos, NTs são socialmente e
comportamentalmente rígidos e frequentemente insistem em se comportar
de forma destrutiva, disfuncional e até em rituais impossíveis como um
caminho para manter a identidade do grupo. NTs têm dificuldade em se
comunicar diretamente, e apresentam maior incidência para mentir, se
comparados a pessoas do espectro do autismo. NTs acredita-se ser de origem
genética. Autópsias têm mostrado que o cérebro dos neurotípicos são
menores que o de um indivíduo autista e pode ter superdesenvolvido áreas
relacionadas ao comportamento social”.
Escola Inclusiva (Paula Kluth, 2010)
 Características
 Líderes comprometidos
 Compreendem inclusão como uma ideologia, uma filosofia que permeia
toda a escola.
 Classes democráticas
 Perguntam aos estudantes como fazer para as classes ficarem mais
inclusivas.
 Estudantes e professores trabalham como um time. O autista pode
ensinar sua professora sobre suas necessidades e forças; pode escrever
algo sobre “como ajudar-me em classe”.
 Educadores reflexivos
 Refletem sobre os problemas que enfrentam, os erros
cometidos...mas, nunca param de tentar.
 Pode ser mais produtivo se for feito entre colegas ou com profissional
supervisor.
Escola Inclusiva (Paula Kluth, 2010)
 Cultura escolar inclusiva
 Movimentos dentro da escola voltados para a compreensão e
aceitação das diferenças.
 Currículo relevante
 Unidades de estudo significativas à classe como um todo.
 Conteúdo desafiador – para qualquer idade.
 Cuidado instrucional
 Adaptar: materiais, formatos de tarefas, instruções, objetivos
curriculares, estratégias de ensino.
 Construir junto com o aluno uma lista de necessidades: ajuda
na organização, tempo, forma de aprender.
Escola Inclusiva
(Sheila Wagner, 1999)
 Esta autora completa com alguns itens
importantes:
 Suporte administrativo
 Suporte intenso da administração da escola.
 Suporte da Divisão de Educação Especial.
 Treinamento de professores
 Nas características do autismo
 Em programas de habilidades sociais
 Em manejo comportamental
 Em estratégias eficazes de ensino ao aluno autista
Escola Inclusiva
(Sheila Wagner, 1999)
 Coordenador(es) de Inclusão
 Responsável (eis) pela implementação do PEI e seu
monitoramento.
 Consultor dos professores para resolução de problemas do
dia-a-dia em sala de aula.
 Auxiliares ou tutores para cada criança, integral ou
parcialmente, dependendo da necessidade de cada uma.
 Programa Educacional Individualizado (PEI).
 Colaboração entre casa e escola.
Papel do professor
(Paula Kluth, 2010)
“Em cada classe na qual encontramos
alunos com sucesso
inesperado, encontramos um professor
que acredita que todos os alunos podem
aprender e que implementa práticas com
o objetivo de fazer essa expectativa
acontecer”.
Modificações acadêmicas para inclusão de
um autista (Sheila Wagner, 1999)
 Nas atividades e materiais (sensoriais)
 Na quantidade de itens a serem ensinados
 No ajuste de tempo para execução de tarefas
 No nível de suporte durante a atividade (maior)
 Na instrução oferecida (direta)
 Na consideração da resposta dada
 No nível de dificuldade
 No nível de participação
 Nos objetivos a serem alcançados
 No currículo
 Na forma de ensinar (prática, individual...)
 Nos agrupamentos das crianças
 Nos intervalos entre as atividades
 No ambiente ( salas, carteiras)
Salas de aula (Paula Kluth, 2010)
 Criando salas confortáveis:
 Luminosidade
 Não muito alta (acender só algumas)
 Sem luz fluorescente
 Sons
 Reduzir barulho da classe
 Usar tom baixo de voz
 Antecipar (se vai tocar o sinal)
 Usar fone de ouvido
 Colocar músicas suaves
 Colocar bolas de tênis nos pés das cadeiras
Salas de aula (Paula Kluth, 2010)
 Odores
 Restringir o uso de perfumes etc.
 Cheiros de comida podem distraí-los; organizar a
disponibilização de alimentos em um só horário.
 Alguns cheiros os acalmam.
 Se forem a algum lugar onde se come, coloque-os perto de
porta ou janela.
 Deixe-os aprender com os cheiros.
 Temperatura
 Nem muito quentes, nem muito frias.
 Evitar ventiladores (fazem barulho, giram).
Salas de aula (Paula Kluth, 2010)
 Assentos adequados
 Cadeiras
 Considerando que em cada local da escola o aluno vai
encontrar um tipo de assento (cadeira de sala, cadeira do
teatro,cadeira do refeitório, escadas da quadra de
ginástica...) verificar em qual delas o autista aceita ficar mais
tempo.
 Chão
 Muitas vezes eles gostam de fazer certas atividades no chão
e é aconselhável deixar.
 Em pé
 Alguns autistas gostam de ficar em pé para fazerem
atividades na carteira.
Salas de aula (Paula Kluth, 2010)
 Organização do espaço
 Espaço para o estudante
 Cada um tem uma necessidade:
 Lugares com pouco movimento
 Áreas silenciosas para estudo
 Áreas de aprendizagem ativa
 Espaço para os materiais
 Cada coisa no seu lugar
 Evitar sobrecarga visual
 Organizar os espaços conjuntamente
 Marcar todos os objetos (escrita ou CSA)
 Momento para conversa
Exemplos de tesouras
Quadro para atividade na vertical
Pistas Visuais
 Quadros organizadores de atividades
 Atividades gerais – na parede da sala
 Atividades específicas – na carteira
 Em sequência ou em checklist
 Nos compartimentos que a criança frequenta
 Banheiro
 Refeitório
 Quadra de Educação Física
 Bases esquemáticas para localização
 Jogos (cartas, peças)
 Alimentos
Quadro organizador - de parede
Organizadores de atividades
Organizadores de tarefas básicas
 Planejamento de tarefas:
 Coloque esses itens em sua mochila:
Sequência para uso do banheiro
Comportamento (Paula Kluth, 2010)
Como fenômeno
pessoal
• Dois indivíduos não reagem da mesma forma na mesma
experiência.
• A mesma pessoa, em dias diferentes pode reagir de
forma diferente na mesma situação.
Como fenômeno
contextual
• Todos os comportamentos ocorrem sob circunstâncias
(antecedentes / consequentes)
• É preciso considerar vários fatores quando se quer
compreender os comportamentos -problema dos
autistas.
Comportamento (Paula Kluth, 2010)
 De um modo geral:
 Focalize o positivo, as capacidades que a criança possui.
 “Ponha sua própria máscara de oxigênio antes de ajudar
os outros”.
 Evite tirar a criança da sala, a menos que a situação seja
realmente grave.
 Priorize a prevenção.
 Adapte o ambiente.
 Ensine novas habilidades.
 Reavalie o currículo e as instruções.
Estimulação Cognitiva
Os autistas precisam, além da
estimulação sensorial, trabalhar a
percepção e o raciocínio.
A melhor forma de se atingir isso é
trabalhar com jogos, sobretudo os que
têm pistas visuais claras.
Inicia-se com a relação bi-
tridimensional, mas o objetivo é
trabalhar as operações mentais.
Estratégias comportamentais –
(Buron & Curtis, 2003)
• Usada em um programa que ensina
comportamento social adequado.
• Proposta à criança por alguém que mais tem
influência sobre ela.
• Considera que as reações frente a
determinadas situações possam ser graduadas
em 5 pontos, desde o mais baixo até o mais
alto.
• Determina em qual circunstância usa-se cada
grau descrito.
• Lembra-se sempre a criança de qual número
espera-se dela.
Escala
de 5
pontos
 Escala de 5 pontos – exemplo
 Exemplo:Quando a voz da
criança é muito alta.
 5 – em emergências (gritar)
 4 – no intervalo; em jogo de
futebol (falar mais alto)
 3 – em sala de aula (conversar)
 2 – na biblioteca (sussurrar)
 1 – quando está no cinema (evitar
falar)
Outras estratégias (Sheila
Wagner, 1999)
 Rocket Ship (Foguete) ou Flower Chart (Cartão de
Flor)
 Para melhorar o comportamento
em sala de aula.
 Montar três regras. Ex:
 Terminar as tarefas
 Permanecer sentado enquanto
trabalha
 Manter tom de voz natural
 Nunca usar frase negativa
 Usar reforçador quando a criança
conseguir “decolar”.
Outras estratégias (Sheila
Wagner, 1999)
 Snake race
 Para melhorar o nível de atenção na tarefa e
a independência para fazê-la.
 Professor e aluno competem um com outro.
 Se o aluno terminar ganha um prêmio; se não, faz
atividade extra.
 O professor pode ir pintando as partes da cobra a
cada atividade terminada pelo aluno.
 É importante fazer uma lista de reforçadores.
Outras estratégias (Sheila
Wagner, 1999)
 Puzzle piece
 Para incentivar a criança a terminar a
tarefa sozinha.
 A professora deixa um QC perto
da criança.
 Quando a criança terminar uma
atividade, ou parte dela, a professora
colore uma das peças.
 Pode-se marcar tempo: para cada 2’
de trabalho 1 peça é pintada.
Outras estratégias (Sheila
Wagner, 1999)
 Calm-down time
 Serve para auto-regulação; para o aluno
identificar quando está nervoso/ansioso
e usar estratégia adequada.
 Professora explica que todos ficam
aflitos, mas é preciso saber lidar com as
emoções.
 Professora dá exemplos de comportamentos
não apropriados e de possíveis substitutos
deles.
Outras estratégias (Sheila
Wagner, 1999)
 Professora ajuda o aluno a decidir quais as melhores
estratégias para que ele obtenha sucesso.
 Escreve as estratégias adequadas.
 Determina um estímulo visual, não-verbal: bandeira
vermelha, plaquinha de PARE, ticket etc.
 Quando a professora perceber ansiedade no aluno, coloca
esse símbolo na sua carteira. Imediatamente ele poderá
parar o que está fazendo e se engajar na atividade
escolhida como substituta.
 Com o tempo, é possível o próprio aluno perceber o
momento em que começa a se descontrolar.
Sugestões práticas (Sheila
Wagner, 1999)
 Ensinando intervenções para socialização:
 Ensine habilidades sociais diariamente (livros).
 Implemente atividades com pares tutores.
 Tenha um espaço, ou local, para “acalmar” a criança
quando necessário.
 Reforce interações sociais positivas.
 Reconheça que o aluno pode querer interagir, mas não
sabe como.
 Providencie regras sociais específicas.
 Use “ensaios” de estratégias para interações sociais.
 Reúna as crianças em pequenos grupos.
Sugestões práticas (Sheila
Wagner, 1999)
 Ensinando intervenções para comunicação:
 Ensine habilidades de comunicação funcional.
 Combine sistemas de comunicação quando necessário.
 Reforce a comunicação.
 Use linguagem apropriada (pequenas frases).
 Use linguagem concreta, direta.
 Use gestos e comunicação não-verbal.
 Ensine gestos funcionais específicos.
 Considere o verbo como sendo a classe gramatical mais
complicada para o autista entender, depois dos
pronomes.
Exemplos de suportes para
comunicação
Exemplos de suportes para
comunicação
Sugestões práticas (Sheila
Wagner, 1999)
 Ensinando intervenções para comportamento em sala
de aula:
 Observe o que pode distrair a criança.
 Controle os estímulos ambientais.
 Explique a rotina (pistas).
 Ensine e reforce novas atividades.
 Ensine a criança a escolher.
 Reforce comportamentos apropriados, para construir
uma interação de sucesso.
 Use materiais apropriados para a idade.
 Use reforçadores (cada aluno tem uma lista)
Quadro para controle de
comportamento
Exemplos de materiais para
reforçamento
Sugestões práticas (Sheila
Wagner, 1999)
 Ensinando Intervenções Gerais:
 Saiba das suas expectativas, mas apresente expectativas realistas para a
criança.
 Analise forças e fraquezas individuais.
 Demonstre, seja modelo, para ensinar habilidades.
 Espere conseguir a atenção da criança.
 Trabalhe para manter o contato ocular.
 Faça pequenas paradas entre as atividades.
 Alterne atividades preferidas / não-preferidas.
 Seja coerente.
 Providencie momentos para atividades isoladas, se necessário.
 Reveja os reforçadores, periodicamente.
 Compreenda que autistas variam em características e habilidades.
 Tenha contato frequente com os pais.
OBRIGADA!
liliamaise@uol.com.br
liliamaise@gmail.com

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Histórico e características do autismo

  • 1. Dra. Lília Maíse de Jorge CRP/06-17953
  • 2. Autismo – Histórico Curiosidades • Início interessante – pautado em coincidências • Kanner e Asperger • Sequência de estudos não linear • Causa psicológica X Causa neurobiológica/genética • Nomenclatura • Autismo: de adjetivo (sintoma) para substantivo (síndrome) • T. Invasivo T. Global T. Neurodesenvolvimental • Entidade Nosológica (sintomas) Espectro (variabilidade) • Tipologia – diversificada • Idiopático ou sindrômico • Alto ou baixo funcionamento cognitivo • Comprometimento leve, moderado ou severo
  • 3. Portanto, hoje... Autismo – Patologia complexa – Variabilidade de arranjos dos sintomas – Espectro de possibilidades clínicas
  • 4. Diagnóstico atual  Difícil - Exige experiência, humildade e estudo dos avaliadores.  Espectro –Transtornos do Espectro Autístico (TEA)  Termo abrangente  Inclui as patologias: T. Autista, T. Asperger,TGD-SOE.  Há ainda incorporações:  D. Semântico Pragmático  Transtorno de Aprendizagem Não-Verbal (TANV)  É preciso também considerar a diferença entre:  Autismo idiopático (sem causa definida)  Autismo sindrômico, ou secundário (com causa conhecida).
  • 5. Diagnóstico atual  Crianças pequenas (com menos de 4 anos) devem ser observadas e estimuladas durante um tempo antes de se estabelecer um diagnóstico, caso ele não seja óbvio por análise dos sintomas.  ASCs – Condições do Espectro do Autismo.
  • 6. Avaliação psicológica  Primeiramente: é possível  Com crianças menores:  Escalas para checklist (NÃO HÁ escalas com normas brasileiras)  Observação detalhada do desenvolvimento  Considerações acerca de Atipia ou Atraso.  Com crianças maiores:  Testes de inteligência – de preferência vários (perfil/discrepância)  Testes Nps (atenção, percepção, memória, FEx)  Testes para investigação emocional e social  Provas psicopedagógicas  Provas psicomotoras  Com a família  Com a escola
  • 7. Intervenção – a que eu faço  Interação  Observação  Jogos  Por meio de brinquedos e de observação da criança, pode-se conhecer melhor o que ela está pensando, e como ela está compreendendo o mundo.  Acompanhar um caminho que ela própria traça pode fazer com que você entre no universo cognitivo da criança e a traga para o seu, posteriormente.
  • 8. Intervenção – a que eu faço  É preciso entender o que acontece com o processamento de informação dessa criança, para justificar seus atos e ser possível traçar planos de intervenção.  Minha linha de trabalho é cognitivista, por isso uso o olhar clínico sobre as condições do processamento da informação que uma criança está sendo capaz de fazer naquele momento.  Investigar habilidades cognitivas é prioridade.  Gosto de trabalhar mais sobre o que a criança faz, do que sobre o que ela não faz.
  • 9. Distúrbios regulatórios – pautados no desenvolvimento
  • 10. Distúrbios regulatórios  A casa do desenvolvimento humano -Teresa Bolick  Fundação da casa – S-Motor e Auto-Reg./Adap.  Sensório Motor • compreender a imensa quantidade de dados sensoriais.  Auto –Regulação  descobrir como regular suas próprias respostas.  Dieta sensorial – controle ambiental de estímulos que podem gerar desregulação.  Low and Slow – estratégia do adulto para ajudar crianças em estado de estresse a se acalmarem.
  • 11. Características autísticas (Paula Kluth, 2010) Dificuldades com os Movimentos • Podem ser: • Excessivos ou Atípicos • Isto afeta: • Postura, ações, fala, pensamentos, percepções, emoções e memória. • Observados por meio de: • Caminhar diferente • Girar as mãos • Fazer o flapping • Caminhar de um lado para outro • Andar na ponta dos pés
  • 12. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  Há dificuldades no planejamento motor, na dinâmica do movimento:  começar, parar, executar, ser rápido, controlar.  Compreender essas questões permite que os professores pensem na forma mais correta de agir com autistas em sala de aula.  A psicomotricidade é o melhor caminho para consciência corporal; deve constar no currículo básico.  Um toque (prompt) para o início de uma atividade pode ser o suficiente para que eles a executem.  A imitação motora é uma meta a se atingir.
  • 13. Características autísticas (Paula Kluth, 2010) Dificuldades sensoriais • Pode ocorrer: • hipossensitividade ou hipersensitividade • Auditiva, visual, tátil, olfativa, proprioceptiva e vestibular. • Isso causa impacto na aprendizagem. • A sobrecarga pode ocorrer com: • Luzes intensas ou fluorescentes • Barulhos; sons fortes e inesperados • Texturas rugosas nas roupas • Fala rápida ou lenta demais • Lugares quentes ou frios demais
  • 14. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  Complicação:  As respostas sensoriais mudam ao longo do dia!  A sobrecarga pode causar:  Paralisação  Agitação  Confusão  Cansaço  Dor física  Cada autista tem um perfil sensorial.
  • 15. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  DificuldadesTáteis  Pode ocorrer desconforto em:  Pegar na mão  Ser tocado no ombro  Mas pode ser possível aceitar um aperto de mão e tapinhas amigáveis nas costas.  Na escola podem manifestar:  Evitação por determinados materiais  Evitação nos relacionamentos: abraços...  É preciso ter à mão materiais diversificados em textura, volume, peso...
  • 16. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  Dificuldades Auditivas  Podem ouvir sons que os outros não ouvem.  Incomodam-se com barulhos inesperados e podem tapar os ouvidos (ex: moto, trem, avião).  Podem distrair-se com sons aparentemente não desconfortáveis, p. ex: borracha apagando papel.  Falar em excesso com eles não é atitude funcional.  Trabalhar a linguagem receptiva é prioridade.  Instruções verbais deverão ser acompanhadas de concomitantes visuais.  Atender ao nome e responder a comandos básicos é fundamental no currículo.
  • 17. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  DificuldadesVisuais  Autistas reagem a:  Cor, luz, padrões  Causam desconforto:  Muito brilho  Movimentos faciais  Lugares não familiares  Escuro  A própria sombra  Pontes, rios, canais, mar...  A cor da parede da sala de aula e os barulhos deste local podem mexer com o sistema sensorial do autista.
  • 18. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  Dificuldades Olfativas / Gustativas  Sabores: podem ser insuportáveis ou agradáveis.  Reagem a: perfumes, shampoos, comidas...  Na escola, podem reagir à mistura de odores:  Quadras pintadas  Animais  Produtos de limpeza  Comidas  Produtos químicos  É preciso compreender essas questões e trabalhar com discriminação olfativa e gustativa.
  • 19. Características autísticas (Paula Kluth, 2010) Dificuldades na Comunicação • Há autistas não-verbais • Os verbais podem ter qualidade incomum de voz. • Sintomas mais comuns: • Repetição de jargões • Ecolalia • Entonação diferente (prosódia) • Ritmo e tempo de reação diferentes • Dificuldade no uso de pronomes • Dificuldade nas regras de comunicação (turnos) • Dificuldade para compreender linguagem figurativa.
  • 20. Características Autísticas (Sheila Wagner, 1999) Dificuldades na Comunicação • Dificuldade no uso do apontar para expressar interesse. • Dificuldade na imitação da linguagem. • Dificuldade no olhar direcionado e recíproco que a conversa propõe. • Dificuldade na compreensão de gestos instrumentais.
  • 21. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  CSA – Comunicação Suplementar ou Alternativa  Melhora a relação do autista (sobretudo os pequenos) com as pessoas.  Permite perceber o potencial do aluno.  Organiza as informações do ambiente que ele não consegue compreender só auditivamente.  Melhora o desempenho cognitivo da criança.
  • 22. Características autísticas (Paula Kluth, 2010) Dificuldades Sociais • Autistas não se relacionam, não pq não querem. • Eles têm falhas que os conduzem à tranquilidade e à segurança do isolamento. • Podem estar com poucas pessoas, mas desorganizam-se em festas e em eventos onde os estímulos são muito intensos. • Eles não fazem leitura de “sinais ou pistas sociais”, por isso a falta de habilidade em relacionamentos comuns. • Não compreendem o pragmatismo da linguagem em contexto social. • Não conseguem iniciar ou conectar conversas.
  • 23. Características Autísticas (Sheila Wagner, 1999) Dificuldades Sociais • Têm dificuldade no contato ocular. • Têm dificuldade no sorriso social. • Fazem uso inapropriado da expressão facial. • Dão respostas sociais inconsistentes. • Observa-se falha no jogo imaginativo. • São inábeis para brincar de jogos sociais, fazer amigos ou julgar situações sociais. • Têm dificuldade no jogo social imitativo.
  • 24. Características Autísticas (Sheila Wagner, 1999) Dificuldades Comportamentais • Interesses e preocupações não usuais. • Manejo repetitivo de objetos. • Compulsões. • Rituais. • Movimentação excessiva de dedos e mãos. • Comportamento auto-estimulatório. • Auto-agressão. • Habilidades especiais.
  • 25. Características autísticas (Paula Kluth, 2010) Dificuldades na Aprendizagem • Confundem-se com palavras similares. • Confundem-se com o imaginário e o real (Isso é verdade?Aconteceu?). • Em sala de aula podem conseguir entender as atividades, desde que as instruções sejam esclarecidas. • Quando não entendem algo, é preciso esmiuçar a instrução, para ver onde o trajeto se perdeu, impedindo o processamento.
  • 26. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  Interesses e fascinações  Autistas se interessam por coisas estranhas (símbolos, certos números...) ou por coisas comuns (eletrônicos, transportes, bichos), mas com mais detalhamento do que pares típicos.  Em escolas, isso é complicado, pq nem sempre essas fascinações são compartilhadas ou toleradas pelos colegas.  Se pensarmos bem, pessoas típicas também têm obsessões compartilhadas em grupo: futebol, músicas, carros...
  • 27. Características autísticas (Paula Kluth, 2010)  “A sociedade colabora para que o autismo seja visto como um problema”.  “Uma desabilidade é criada, ou salientada, quando se tem valores rígidos acerca do caminho certo de fazer as coisas, quando há falha na provisão de suportes apropriados, ou quando se espera que todos os indivíduos precisem das mesmas coisas”.
  • 28. Texto interessante (Kluth, 2010, p.20) escrito por autistas e aspergers  “Síndrome neurotípica é uma desordem neurobiológica caracterizada pela preocupação com questões sociais, ilusões de superioridade, e obsessão com conformidade. Indivíduos neurotípicos frequentemente assumem que sua experiência de mundo é única, ou a única correta. NTs têm dificuldades em estar sós. NTs são frequentemente intolerantes com as menores diferenças dos outros. Quando em grupos, NTs são socialmente e comportamentalmente rígidos e frequentemente insistem em se comportar de forma destrutiva, disfuncional e até em rituais impossíveis como um caminho para manter a identidade do grupo. NTs têm dificuldade em se comunicar diretamente, e apresentam maior incidência para mentir, se comparados a pessoas do espectro do autismo. NTs acredita-se ser de origem genética. Autópsias têm mostrado que o cérebro dos neurotípicos são menores que o de um indivíduo autista e pode ter superdesenvolvido áreas relacionadas ao comportamento social”.
  • 29. Escola Inclusiva (Paula Kluth, 2010)  Características  Líderes comprometidos  Compreendem inclusão como uma ideologia, uma filosofia que permeia toda a escola.  Classes democráticas  Perguntam aos estudantes como fazer para as classes ficarem mais inclusivas.  Estudantes e professores trabalham como um time. O autista pode ensinar sua professora sobre suas necessidades e forças; pode escrever algo sobre “como ajudar-me em classe”.  Educadores reflexivos  Refletem sobre os problemas que enfrentam, os erros cometidos...mas, nunca param de tentar.  Pode ser mais produtivo se for feito entre colegas ou com profissional supervisor.
  • 30. Escola Inclusiva (Paula Kluth, 2010)  Cultura escolar inclusiva  Movimentos dentro da escola voltados para a compreensão e aceitação das diferenças.  Currículo relevante  Unidades de estudo significativas à classe como um todo.  Conteúdo desafiador – para qualquer idade.  Cuidado instrucional  Adaptar: materiais, formatos de tarefas, instruções, objetivos curriculares, estratégias de ensino.  Construir junto com o aluno uma lista de necessidades: ajuda na organização, tempo, forma de aprender.
  • 31. Escola Inclusiva (Sheila Wagner, 1999)  Esta autora completa com alguns itens importantes:  Suporte administrativo  Suporte intenso da administração da escola.  Suporte da Divisão de Educação Especial.  Treinamento de professores  Nas características do autismo  Em programas de habilidades sociais  Em manejo comportamental  Em estratégias eficazes de ensino ao aluno autista
  • 32. Escola Inclusiva (Sheila Wagner, 1999)  Coordenador(es) de Inclusão  Responsável (eis) pela implementação do PEI e seu monitoramento.  Consultor dos professores para resolução de problemas do dia-a-dia em sala de aula.  Auxiliares ou tutores para cada criança, integral ou parcialmente, dependendo da necessidade de cada uma.  Programa Educacional Individualizado (PEI).  Colaboração entre casa e escola.
  • 33. Papel do professor (Paula Kluth, 2010) “Em cada classe na qual encontramos alunos com sucesso inesperado, encontramos um professor que acredita que todos os alunos podem aprender e que implementa práticas com o objetivo de fazer essa expectativa acontecer”.
  • 34. Modificações acadêmicas para inclusão de um autista (Sheila Wagner, 1999)  Nas atividades e materiais (sensoriais)  Na quantidade de itens a serem ensinados  No ajuste de tempo para execução de tarefas  No nível de suporte durante a atividade (maior)  Na instrução oferecida (direta)  Na consideração da resposta dada  No nível de dificuldade  No nível de participação  Nos objetivos a serem alcançados  No currículo  Na forma de ensinar (prática, individual...)  Nos agrupamentos das crianças  Nos intervalos entre as atividades  No ambiente ( salas, carteiras)
  • 35. Salas de aula (Paula Kluth, 2010)  Criando salas confortáveis:  Luminosidade  Não muito alta (acender só algumas)  Sem luz fluorescente  Sons  Reduzir barulho da classe  Usar tom baixo de voz  Antecipar (se vai tocar o sinal)  Usar fone de ouvido  Colocar músicas suaves  Colocar bolas de tênis nos pés das cadeiras
  • 36.
  • 37. Salas de aula (Paula Kluth, 2010)  Odores  Restringir o uso de perfumes etc.  Cheiros de comida podem distraí-los; organizar a disponibilização de alimentos em um só horário.  Alguns cheiros os acalmam.  Se forem a algum lugar onde se come, coloque-os perto de porta ou janela.  Deixe-os aprender com os cheiros.  Temperatura  Nem muito quentes, nem muito frias.  Evitar ventiladores (fazem barulho, giram).
  • 38. Salas de aula (Paula Kluth, 2010)  Assentos adequados  Cadeiras  Considerando que em cada local da escola o aluno vai encontrar um tipo de assento (cadeira de sala, cadeira do teatro,cadeira do refeitório, escadas da quadra de ginástica...) verificar em qual delas o autista aceita ficar mais tempo.  Chão  Muitas vezes eles gostam de fazer certas atividades no chão e é aconselhável deixar.  Em pé  Alguns autistas gostam de ficar em pé para fazerem atividades na carteira.
  • 39. Salas de aula (Paula Kluth, 2010)  Organização do espaço  Espaço para o estudante  Cada um tem uma necessidade:  Lugares com pouco movimento  Áreas silenciosas para estudo  Áreas de aprendizagem ativa  Espaço para os materiais  Cada coisa no seu lugar  Evitar sobrecarga visual  Organizar os espaços conjuntamente  Marcar todos os objetos (escrita ou CSA)  Momento para conversa
  • 41. Quadro para atividade na vertical
  • 42. Pistas Visuais  Quadros organizadores de atividades  Atividades gerais – na parede da sala  Atividades específicas – na carteira  Em sequência ou em checklist  Nos compartimentos que a criança frequenta  Banheiro  Refeitório  Quadra de Educação Física  Bases esquemáticas para localização  Jogos (cartas, peças)  Alimentos
  • 43. Quadro organizador - de parede
  • 45. Organizadores de tarefas básicas  Planejamento de tarefas:  Coloque esses itens em sua mochila:
  • 46. Sequência para uso do banheiro
  • 47. Comportamento (Paula Kluth, 2010) Como fenômeno pessoal • Dois indivíduos não reagem da mesma forma na mesma experiência. • A mesma pessoa, em dias diferentes pode reagir de forma diferente na mesma situação. Como fenômeno contextual • Todos os comportamentos ocorrem sob circunstâncias (antecedentes / consequentes) • É preciso considerar vários fatores quando se quer compreender os comportamentos -problema dos autistas.
  • 48. Comportamento (Paula Kluth, 2010)  De um modo geral:  Focalize o positivo, as capacidades que a criança possui.  “Ponha sua própria máscara de oxigênio antes de ajudar os outros”.  Evite tirar a criança da sala, a menos que a situação seja realmente grave.  Priorize a prevenção.  Adapte o ambiente.  Ensine novas habilidades.  Reavalie o currículo e as instruções.
  • 49. Estimulação Cognitiva Os autistas precisam, além da estimulação sensorial, trabalhar a percepção e o raciocínio. A melhor forma de se atingir isso é trabalhar com jogos, sobretudo os que têm pistas visuais claras. Inicia-se com a relação bi- tridimensional, mas o objetivo é trabalhar as operações mentais.
  • 50. Estratégias comportamentais – (Buron & Curtis, 2003) • Usada em um programa que ensina comportamento social adequado. • Proposta à criança por alguém que mais tem influência sobre ela. • Considera que as reações frente a determinadas situações possam ser graduadas em 5 pontos, desde o mais baixo até o mais alto. • Determina em qual circunstância usa-se cada grau descrito. • Lembra-se sempre a criança de qual número espera-se dela. Escala de 5 pontos
  • 51.  Escala de 5 pontos – exemplo  Exemplo:Quando a voz da criança é muito alta.  5 – em emergências (gritar)  4 – no intervalo; em jogo de futebol (falar mais alto)  3 – em sala de aula (conversar)  2 – na biblioteca (sussurrar)  1 – quando está no cinema (evitar falar)
  • 52. Outras estratégias (Sheila Wagner, 1999)  Rocket Ship (Foguete) ou Flower Chart (Cartão de Flor)  Para melhorar o comportamento em sala de aula.  Montar três regras. Ex:  Terminar as tarefas  Permanecer sentado enquanto trabalha  Manter tom de voz natural  Nunca usar frase negativa  Usar reforçador quando a criança conseguir “decolar”.
  • 53. Outras estratégias (Sheila Wagner, 1999)  Snake race  Para melhorar o nível de atenção na tarefa e a independência para fazê-la.  Professor e aluno competem um com outro.  Se o aluno terminar ganha um prêmio; se não, faz atividade extra.  O professor pode ir pintando as partes da cobra a cada atividade terminada pelo aluno.  É importante fazer uma lista de reforçadores.
  • 54.
  • 55. Outras estratégias (Sheila Wagner, 1999)  Puzzle piece  Para incentivar a criança a terminar a tarefa sozinha.  A professora deixa um QC perto da criança.  Quando a criança terminar uma atividade, ou parte dela, a professora colore uma das peças.  Pode-se marcar tempo: para cada 2’ de trabalho 1 peça é pintada.
  • 56. Outras estratégias (Sheila Wagner, 1999)  Calm-down time  Serve para auto-regulação; para o aluno identificar quando está nervoso/ansioso e usar estratégia adequada.  Professora explica que todos ficam aflitos, mas é preciso saber lidar com as emoções.  Professora dá exemplos de comportamentos não apropriados e de possíveis substitutos deles.
  • 57. Outras estratégias (Sheila Wagner, 1999)  Professora ajuda o aluno a decidir quais as melhores estratégias para que ele obtenha sucesso.  Escreve as estratégias adequadas.  Determina um estímulo visual, não-verbal: bandeira vermelha, plaquinha de PARE, ticket etc.  Quando a professora perceber ansiedade no aluno, coloca esse símbolo na sua carteira. Imediatamente ele poderá parar o que está fazendo e se engajar na atividade escolhida como substituta.  Com o tempo, é possível o próprio aluno perceber o momento em que começa a se descontrolar.
  • 58. Sugestões práticas (Sheila Wagner, 1999)  Ensinando intervenções para socialização:  Ensine habilidades sociais diariamente (livros).  Implemente atividades com pares tutores.  Tenha um espaço, ou local, para “acalmar” a criança quando necessário.  Reforce interações sociais positivas.  Reconheça que o aluno pode querer interagir, mas não sabe como.  Providencie regras sociais específicas.  Use “ensaios” de estratégias para interações sociais.  Reúna as crianças em pequenos grupos.
  • 59. Sugestões práticas (Sheila Wagner, 1999)  Ensinando intervenções para comunicação:  Ensine habilidades de comunicação funcional.  Combine sistemas de comunicação quando necessário.  Reforce a comunicação.  Use linguagem apropriada (pequenas frases).  Use linguagem concreta, direta.  Use gestos e comunicação não-verbal.  Ensine gestos funcionais específicos.  Considere o verbo como sendo a classe gramatical mais complicada para o autista entender, depois dos pronomes.
  • 60. Exemplos de suportes para comunicação
  • 61. Exemplos de suportes para comunicação
  • 62. Sugestões práticas (Sheila Wagner, 1999)  Ensinando intervenções para comportamento em sala de aula:  Observe o que pode distrair a criança.  Controle os estímulos ambientais.  Explique a rotina (pistas).  Ensine e reforce novas atividades.  Ensine a criança a escolher.  Reforce comportamentos apropriados, para construir uma interação de sucesso.  Use materiais apropriados para a idade.  Use reforçadores (cada aluno tem uma lista)
  • 63. Quadro para controle de comportamento
  • 64. Exemplos de materiais para reforçamento
  • 65. Sugestões práticas (Sheila Wagner, 1999)  Ensinando Intervenções Gerais:  Saiba das suas expectativas, mas apresente expectativas realistas para a criança.  Analise forças e fraquezas individuais.  Demonstre, seja modelo, para ensinar habilidades.  Espere conseguir a atenção da criança.  Trabalhe para manter o contato ocular.  Faça pequenas paradas entre as atividades.  Alterne atividades preferidas / não-preferidas.  Seja coerente.  Providencie momentos para atividades isoladas, se necessário.  Reveja os reforçadores, periodicamente.  Compreenda que autistas variam em características e habilidades.  Tenha contato frequente com os pais.