1. GRALHA AZUL - No. 47 - JUNHO - 2014 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR
GRALHA AZULGRALHA AZUL
XXV CONGRESSO NACIONAL DA SOBRAMES
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INÍCIO DA COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS
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Estamos prontos para a realização do XXV Congresso Nacional em Recife. O presidente do
Congresso Luiz Gonzaga Barreto e o presidente da Regional Pernambuco José Arlindo de Sá, e todos as
nossas conferiras e confrades, estão empenhados em realizar um surpreendente evento.
O Congresso da União Mundial de Escritores e Artistas Lusófonos (UMEAL) que seria realizado
em Maputo - Moçambique, será realizado conjuntamente ao da SOBRAMES devido a problemas
político-sociais que, infelizmente, assolam o país.
Juntos, temos a missão de congregar em torno da literatura em língua portuguesa nossos ideais,
nossos pensamentos, nossas virtudes (e nossos "pecados"). Felizmente já temos um número expressivo de
inscrições com envio de trabalhos, com data limite (ver instruções).
Os últimos eventos da SOBRAMES - XXIV Congresso Curitiba -PR, com mais de 100
participantes, Jornada Nacional de Botucatú -SP, XXII Congresso Ouro Preto - MG, Jornada Nacional
em São Luiz - MA, XXI Congresso Fortaleza - CE, foram excepcionais do ponto de vista congregacional
e de altíssimo valor literário.
Os valores sobrâmicos foram sempre estimulados e valorizados, como reza o Capítulo II, Artigo
3o., em Finalidades:
I – cultivar e desenvolver todas as modalidades de arte literária;
II – promover congressos, jornadas, reuniões e outras atividades culturais;
III – manter o culto das tradições da Entidade;
IV – difundir as obras de seus membros e de grandes vultos da literatura nacional e contribuir para
estreitar os laços de amizades entre os seus membros, no Brasil e no Exterior;
V – estimular a produção literária, através de concursos, publicações periódicas e coletâneas;
VI – incentivar e colaborar na publicação de obras literárias de autoria de seus membros, bem como
divulgar os trabalhos que produzir.
Isto posto, e oportunamente relembrado, torço (em tempos de Copa do Mundo) que nossa seleção
de Médicos Escritores venham ao campo das letras e brilhem com seus contos, crônicas e poemas.
Iniciamos a celebração dos 50 anos da SOBRAMES. Que sejamos o orgulho de Eurico Branco
Ribeiro e do seu primeiro presidente Gláucio Bandeira. Que seus nobres ideais dos idos de 1965,
perpetuem nas bem escritas linhas de nossas conferiras e confrades. Que nossas amizade prospere. Que o
amor à Pátria nos envolva muito mais que apenas um grito de “GOL”!!!!
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SÉRGIO A.M. PITAKI - Presidente Nacional SOBRAMES 2013-14
2. GRALHA AZUL - No. 47 - JUNHO - 2014 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DA SOBRAMES
XV CONGRESSO INTERNACIONAL DA UMEAL
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PROGRAMAÇÃO RESUMIDA
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Dia 08/10/2014 – Quarta-feira
19 às 22 horas – Abertura do Congresso
Coquetel
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Dia 09/10/2014 – Quinta-feira
Das 8h10 às 18h30, com intervalos, apresentação de:
Temas livres
Palestras
Noite - livre
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Dia 10/10/2014 – Sexta-feira
Das 8h10 às 18h30, com intervalos, apresentação de:
Temas livres
Palestras
Assembleia da UMEAL à tarde
Sessão de lançamento de livros
Noite - livre
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Dia 11/10/2014 - Sábado
Das 8h10 às 18h30, com intervalos, apresentação de:
Temas livres
Palestras
Assembléia da SOBRAMES à tarde
Jantar de confraternização e premiações
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Dia 12/10/2014 – Livre e retorno
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Observações:
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1 - Todas as atividades serão conjuntas dos Congressos da UMEAL e da SOBRAMES.
2 – Espera-se a apresentação de cerca de 140 temas livres, cada um dispondo de 10
minutos, e de 10 conferências com o tempo de 25 minutos cada.
3 – Para a apresentação dos temas livres ficarão disponíveis duas salas simultaneamente. As
conferências serão apresentadas em um único salão.
4 – A programação social está sendo elaborada.
5 – As programações específicas da Assembleia da UMEAL e da Sobrames estão sendo
preparadas.
6 – Estão sendo providenciados os trabalhos gráficos e outros, tais como: banner, crachás,
bloco de nota, canetas, etc.
7 – Site da Sobrames e dos Congressos,: www.sobrames-pe.webnode.com onde se
encontram: notícias, ficha de inscrição, regulamento do concurso etc.
8 – Importante fazer a inscrição e enviar os trabalhos temas livres para o concurso e
publicação nos ANAIS.
3. GRALHA AZUL - No. 47 - JUNHO - 2014 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR
Writer’s block
José Arlindo Gomes de Sá
Presidente da Regional Pernambuco
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O universo imaginário tem riqueza e diversidade espantosas, mundos criados para
satisfazer um desejo urgente de perfeição, utopias imaculadas, inventados para dar uma
morada à magia; outros, ainda, como o reino dos Sonhos, construídos para satisfazer os escritores
enfastiados com a realidade. E muitos lugares sonhados são perfeitos em si mesmos e não requerem
nenhuma justificativa. Em última análise, admitimos escolher muitos lugares simplesmente porque eles
suscitam em nós aquela emoção indescritível que é a verdadeira façanha da ficção.
O mundo imaginário continua crescendo e incontáveis continentes da mente nascem entre as capas
dos livros. “Carregamos dentro de nós as maravilhas que buscamos fora de nós”, disse o sábio sir Thomas
Browne. São reflexões e experiências de sobreviventes de tempestades, alimentados pela afetividade na
infância e pelo turbilhão da vida adulta, pois que o tempo nos leva como um rio de águas mansas e curvas
traiçoeiras.
Existem escritores que depois de escrever vários livros, bons livros por sinal, não publicam mais
nada e recusam-se em falar de literatura. Autores que são lembrados porque a certa altura da vida se
afastam de instituições literárias, às vezes por algum tempo, às vezes para sempre. Artur Rimbaud, um
talento precoce, parou de escrever poesia aos dezenove anos, viajou pelo mundo e terminou num país da
África traficando escravos. Mallarmé escreveu apenas sessenta poemas num período de 36 anos. Paul
Valéry interrompeu sua atividade literária aos vinte e poucos anos e só voltou a escrever mais de duas
décadas depois. Se o tempo pudesse juntar esses escritores numa mesma época talvez refletissem com as
palavras de Victor Hugo: “A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo”.
Já se falou no bloqueio do escritor que os americanos chamam de “writer’s block”. Eles explicam
que é uma misteriosa inibição do processo criativo e que não depende da benevolência
das Musas. Trata-se de um processo de comunicação entre dois lugares da mente: o inconsciente, onde
residem as fantasias e o consciente onde elas são processadas.
Às vezes, esta comunicação se interrompe e daí resulta uma angústia difícil de ser contornada.
Samuel Taylor Coleridge, poeta inglês, passou por uma fase assim: escrever para ele era um indefinido,
indescritível terror que procurava superar usando o ópio. Outros escritores recorreram ao álcool, caso de
Heminguay como forma de estimular a imaginação. O americano Jerome David Salinger, depois de
publicar várias obras de sucesso passou a viver em reclusão. Joyce Maynard, sua namorada, afirmou que
ele tinha escrito dois romances, mas não queria publicá-los, disse que queria escrever para si mesmo, para
seu prazer pessoal. Naquela época, seria interessante recomendar que ele publicasse sob pseudônimo, pois
segundo Oliver W. Holmes, médico americano, professor, palestrante e considerado como um dos
melhores escritores do século 19, “o mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a
direção para a qual nos movemos”.
Em qualquer instituição cultural observamos a existência de bloqueios de escritores que somem
sem nenhuma explicação, muitos talentosos, que não conseguem superar as dificuldades que a vida lhes
impõe e deixam-se levar sem nenhuma reação, para tristeza dos amigos e admiradores. O XXV Congresso
da Sobrames, que será realizado de 8 a 11 de outubro de 2014, pode ser o momento exato para
retomar a atividade cultural. O ressurgimento, na efervescência do evento, será motivo de alegria e deleite
dos associados.
4. 4GRALHA AZUL - No. 47 - JUNHO - 2014 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES - SOBRAMES - PR
MAZAGÃO:
A CIDADE QUE ATRAVESSOU O
ATLÂNTICO
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Alfredo Pereira da Costa
Presidente da Regional - Pará
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A transferência da pequena cidade de Mazagão, fundada no Marrocos no século XVI, pelos
portugueses, como parte da empreitada pela reconquista de territórios não-cristãos, foi, certamente, uma
verdadeira odisséia.
Em 1769, a vila inteira de Mazagão, situada dentro de uma pequena fortaleza, com seus 2 mil
habitantes, foi sitiada por cerca de 120 mil soldados mouros. Como consequência, imediatamente a
coroa portuguesa decidiu transferi-la para Lisboa.
É também nesse período que Portugal desenvolve, do outro lado do Atlântico, seu plano de
colonização da Amazônia. Eram, então, necessários braços para o trabalho e pessoas que lá se fixassem.
A solução foi transferir Mazagão (cerca de 360 famílias), e todos os bens que podiam carregar, para o
Brasil.
A população de Mazagão ficou em Portugal apenas três meses. A viagem de Portugal para o Pará
foi muito penosa. Desde sua saída da África até chegar ao Amapá transcorreram três anos.
Do Pará, essas famílias marroquinas seguiram para o Amapá, fixando-se na região sudoeste
daquele Estado, onde fundaram a vila de Mazagão.
Mas pouco tempo depois, ainda no século XVIII, uma epidemia devasta a jovem vila. Os poucos
sobreviventes fogem e se estabelecem em outra localidade, mais próxima da Capital, Macapá, onde
fundaram a vila de Mazagão Novo.
A selva acabou por engolir a vila de Mazagão Velho, ocultando-a durante séculos.
Uma história dramática vivida em três continentes, contada todos os anos, na região, durante os
festejos de São Tiago, padroeiro de Mazagão. Um fato histórico que volta à vida com a recente
descoberta das ruinas de Mazagão Velho, no meio da floresta.