Lev Vigotski foi um psicólogo soviético que desenvolveu a abordagem histórico-cultural. Ele estudou psicologia e educação em Moscou e Leningrado e fundou o Instituto de Estudos das Deficiências. Vigotski defendeu que as funções psicológicas humanas são mediadas cultural e historicamente através da internalização da experiência social. Ele também desenvolveu os conceitos de zona de desenvolvimento proximal e a distinção entre aprendizagem e desenvolvimento.
2. Vida e Obra
Lev Seminovich Vigotski (1896-1934)
Nasceu em Orsha, cidade provinciana
da Bielo-Rússia;
Graduou-se em Direito e Filologia pela
Universidade de Moscou;
Entre 1917 e 1923 atuou como
professor e pesquisador no campo
das Artes, Literatura e Psicologia;
3. Publicou artigos sobre problemas da
prática educacional, tratando sobre a
educação de pessoas com deficiência;
Em 1924 aprofundou seus estudos sobre
Psicologia, questionando a educação de
pessoas com deficiência;
Fundou em Moscou o Instituto de Estudos
das Deficiências;
Entre os anos de 1925 a 1935 lecionou
Psicologia e Pedagogia em Moscou e
Leningrado;
4. Desenvolveu com outros cientistas,
estudos nas áreas de Psicologia e
anormalidades físicas e mentais;
Ao concluir o curso de Medicina é
convidado a dirigir o Departamento de
Psicologia do
Instituto Soviético de Medicina
Experimental;
Vigotski liderou um grupo de
pesquisadores soviéticos que fundaram a
base da Escola de Psicologia da União
Soviética. Entre eles estavam Aleksei
Leontiev (1904-1979) e Aleksander Luria
5.
6.
7. Concepção de Homem
Diferentemente do animal, cujo comportamento tem
apenas duas fontes - 1) os programas hereditários de
comportamento, subjacente no genótipo e 2) os
resultados da experiência individual - a atividade
consciente do homem possui ainda uma terceira
fonte: a grande maioria dos conhecimentos e
habilidades do homem se forma por meio da
asssimilação da experiência de toda a humanidade,
acumulada no processo da história social e
transmissível no processo de aprendizagem. (...) A
grande maioria de conhecimentos, habilidades e
procedimentos do comportamento de que dispõe o
homem não são o resultado de sua experiência
própria mas adquiridos pela assimilação da
experiência histórica-social de gerações. Este traço
diferencia radicalmente a atividade consciente do
homem do comportamento animal. (Luria, 1979, p. 73)
9. Mediação
A aranha realiza operações que lembram o tecelão, e
as caixas suspensas que as abelhas constroem
envergonham o trabalho de muitos arquitetos. Mas
até mesmo o pior dos arquitetos difere, de início, da
mais hábil das abelhas, pelo fato de que, antes de
fazer uma caixa de madeira, ele já a construiu
mentalmente. No final do processo do trabalho, ele
obtém um resultado que já existia em sua mente
antes de ele começar a construção. O arquiteto não
só modifica a forma que lhe foi dada pela natureza,
dentro das restrições impostas pela natureza, como
também realiza um plano que lhe é próprio, definindo
os meios e o caráter da atividade aos quais ele deve
subordinar sua vontade.
Marx
10. • A invenção e o uso de signos como meios auxiliares
para solucionar um dado problema psicológico
(lembrar, comparar coisas, relatar, escolher, etc.), é
análoga à invenção e uso de instrumentos, só que
agora no campo psicológico. O signo age como um
instrumento da atividade psicológica de maneira
análoga ao papel do instrumento no trabalho.
(Vigotski, 1991, p. 59-60).
• Os signos têm a função de controlar não só o
comportamento de outras pessoas, mas o
comportamento do próprio indivíduo.
Mediação
11. • As funções psicológicas humanas aparecem duas vezes na
vida das pessoas: primeiro intermental – intersubjetivamente
- e, em seguida, intramental - subjetivamente. Primeiro entre
as pessoas e depois no interior da própria pessoa.
• Este movimento é caracterizado por Vigotski como
internalização: reconstrução interna de uma atividade
externa. Isto implica numa reorganização das atividades
sobre a base das operações com signos, o que pressupõe a
incorporação da cultura pelo sujeito e, ao mesmo tempo, a
configuração do próprio sujeito e a reestruturação das
atividades reflexas do organismo.
LINGUAGEM - comunicativa
comunicativa x egocêntrica
fala interiorizada
Internalização
12. • A ZDP define aquelas funções que ainda não
amadureceram, mas que estão em processo de maturação,
funções que amadurecerão, mas que estão presentemente
em estado embrionário.
• Perspectiva histórica do aprendizado x desenvolvimento: o
NDR caracteriza o desenvolvimento mental
retrospectivamente, enquanto a ZDP caracteriza o
desenvolvimento prospectivamente.
• A ZDP permite-nos delinear o futuro imediato da criança e
seu estado dinâmico de desenvolvimento, propiciando não
somente ao que já foi atingido através do desenvolvimento,
como também àquilo que está em processo de maturação.
Zona de Desenvolvimento
Proximal
13. Aprendizado humano pressupõe uma natureza
social específica e um processo através do
qual as crianças penetram na vida intelectual
daquelas que o cercam.
Aprendizado cria ZDP, desperta vários
processos internos de desenvolvimento que
são capazes de operar somente quando a
criança interage com pessoas em seu
ambiente e quando em cooperação com seus
companheiros.
Uma vez internalizados, esses processos
tornam-se parte das aquisições do
desenvolvimento independente da criança.
Aprendizado x
Desenvolvimento
14. Os processos de aprendizagem e
desenvolvimento
Sistematizou uma nova abordagem
acerca dos processos de
desenvolvimento do pensamento e das
funções cognitivas de um Sujeito
histórico.
Explica sua teoria através de quatro
planos que em interação constituem o
psiquismo de cada indivíduo.
15. ESSES PLANOS SÃO:
Filogênese (história da espécie
humana);
Sociogênese (história cultural);
Ontogênese (percurso de vida do
indivíduo);
Microgênese (história das
aprendizagens particulares).
16. O aprendizado adequadamente
organizado resulta em desenvolvimento
mental e põe em movimento vários
processos de desenvolvimento que, de
outra forma, seriam impossíveis de
acontecer.
O “bom aprendizado” é somente aquele
que se adianta ao desenvolvimento.
Aprendizado x
Desenvolvimento
17. • Educação [formal] propicia novas ‘ferramentas
para o intelecto’ ...mas sem os contextos de uso,
estas ferramentas revelam-se `enferrujadas’ e caem
no desuso. (Cole, 1990, p. 106).
• Compreendermos o processo educacional formal
sob esta ótica implica levarmos em consideração,
no processo de avaliação, as maneiras como os
alunos/professores se apropriam (cognitiva e
socialmente) dos conteúdos escolares e como eles os
operacionalizam na interpretação da realidade
social em que estão inseridos (pois, caso isso não
venha ocorrer, eles se tornarão "enferrujados").
No contexto educacional
18. • O conceito de zona de desenvolvimento
proximal nos possibilita abordar o processo de
aprendizado e de desenvolvimento das crianças
numa perspectiva histórica
• Ao operacionalizarmos tal conceito em nossa
prática pedagógica, estaremos estabelecendo
um diagnóstico e um prognóstico das crianças,
o que nos possibilitará planejarmos estratégias
educacionais para que elas consigam superar
seu nível de desenvolvimento real.
19. • O processo de aprendizado dos conteúdos escolares não se
esgota num tempo determinado, mas ele se consolida e se
amplia à medida que é oferecido aos alunos situações para
exercitarem tais conteúdos. Ao oportunizar situações em que
isso é possível, o professor possibilita aos alunos darem novos
significados para os conceitos aprendidos.
• O aprendizado dos conteúdos escolares não se dá
exclusivamente a partir da relação professor x aluno que se
estabelece dentro da sala de aula, mas a partir do exercício
social dos mesmos, no contato com a realidade em que os
professores e alunos estão envolvido, ou seja, é o exercício
social do conhecimento que permitirá aos alunos darem um
sentido próprio para o conhecimento oferecido pela escola.