Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Crise social e trabalho precário
1. COMUNICADO
O momento que vivemos marcado principalmente: pelo trabalho precário e
desemprego estruturante, geradores de muitas angústias e incertezas na vida
dos trabalhadores, dos jovens e das famílias; pela situação económica e social e
as políticas neoliberais que visam o emagrecimento do estado através dos cortes
nas despesas sociais, motivaram uma reflexão conjunta da JOC – Juventude
Operária Católica e da LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de
Trabalhadores Cristãos, a qual tornamos pública.
LOC/MTC
Movimento de Trabalhadores Cristãos
2. Constantemente é questionado o
estado social e diminuídos os
apoios, quando estes foram uma
solução imediata para muitos
homens e mulheres que, ao fim de
muitos anos de trabalho produtivo e
criador de riqueza se viram sem
trabalho. Para milhares de
trabalhadores e de outros cidadãos
mais pobres, são o subsídio de
desemprego ou o precário
rendimento de inserção social que
lhes permite continuar a sobreviver
nesta sociedade.
Vivendo num tempo de grande
evolução tecnológica e científica,
com algum progresso económico e
social, constatamos o acentuar
escandaloso das desigualdades, que
tem provocado um aumento da
pobreza e da exclusão social.
Sublinha-se ainda a baixa
produtividade, a corrupção e a
economia paralela como factores
que agravam ainda mais a situação.
Deste modo continuamos a assistir a
um desenvolvimento económico
sem regras nem ética, onde muita da
riqueza criada vem da especulação
financeira.
3. Sentimo-nos indignados porque
cresce na União Europeia da
liberdade, da democracia e da carta
social a ideia de que a imigração é
também causa dos problemas
económicos e do aumento dos
conflitos sociais, levando a um
crescente sentimento xenófobo,
quando as realidades e as
estatísticas comprovam o grande
contributo dos imigrantes no
desenvolvimento económico, no
crescimento demográfico e na
riqueza da diversidade cultural.
É inadmissível que sejam os bancos
e o poder económico a impor as
regras dos financiamentos das
dívidas públicas e privadas com as
incertezas e as especulações que
continuamos a assistir. As principais
vítimas destes usurpadores de
riqueza não produtiva e
insustentável, são os países que
enfrentam actualmente dificuldades
financeiras, com défices
orçamentais e dívida pública, mas
os mais sacrificados são os
trabalhadores e as populações mais
pobres.
4. Apesar das realidades, dos
fazedores de opinião pública e das
estruturas do poder nos fazerem
crer que não há outro caminho, nós
reafirmamos com convicção que é
possível e viável outro modelo de
desenvolvimento mais justo que
visa em primeiro lugar a dignidade
da pessoa e não o lucro. Provam-no
a história do movimento operário, o
contributo dos trabalhadores e a
nossa fé sustentada no projecto de
Deus para a humanidade.
Para alterar o actual modelo de
desenvolvimento e criar uma
nova ordem mundial, como
referiu o papa Bento XVI aquando
do despoletar da crise
económica, necessitamos:
5. • De uma União Europeia forte, que aposte no desenvolvimento
democrático, social e equitativo, como sempre foram os seus
princípios; que crie regulamentação e vigilância sobre os capitais
e as offshore; que se revejam também os altos salários e as
reformas dos cargos públicos e privados.
• De concretizar uma democracia mais participativa,
principalmente nas autarquias e nas comunidades, de forma a
serem encontradas respostas concretas e eficazes para as
dificuldades e pobreza com que nos confrontamos.
• De rever urgentemente os nossos níveis de consumo, tanto
do estado, como dos privados e principalmente das famílias.
Por isso reprovamos a medida tomada, que incentiva a
abertura dos estabelecimentos comerciais ao Domingo.
6. Como movimentos operários cristãos propomo-nos:
• Incentivar as comunidades cristãs a terem mais presente na sua
reflexão e acção pastoral aquilo que são as angústias e anseios
dos trabalhadores, dos jovens e desempregados a fim de
contribuírem, à luz do Evangelho e do Ensino Social da Igreja,
para uma sociedade mais humanizada.
• Apelar aos militantes dos movimentos operários cristãos para
participar nas estruturas sindicais, sociais e eclesiais, no sentido
de fazer destes, espaços de denúncia e busca de propostas de
acção que levem a uma transformação fazendo renascer a
esperança dos trabalhadores.
• Sensibilizar os trabalhadores, jovens, desempregados e
reformados a viverem efectivamente a sua cidadania em
todas as possíveis expressões que contribuam para a
dignificação da pessoa.
7. Lisboa, 29 de Outubro de 2010
As equipas executivas da JOC e da LOC/MTC
SECRETARIADO NACIONAL DA LOC/MTC
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