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SEPARATA
                                                                              MERIDIONAL


      PAREDE
      E
                       INFORMA
                                  OLH AR                        A       DEMO C RAC I A
      ESTORIL
                                                                              ABRIL 2012




Constituição da Repúbli-         A COOPERAÇÃO - “BEM UNIDOS, FAÇAMOS…”
ca Portuguesa e
revisões.
                                 As Secções do Estoril e de   pomos, nesta Separata,           cesso de constante evolu-
“A Constituição que ain-         Parede olham para a De-      colectivamente reflectir         ção, após 7 revisões Cons-
da temos” Juíz José
                                 mocracia.                    sobre os caminhos da De-         titucionais, perguntamos:
Eduardo Sapateiro.
                                                              mocracia Portuguesa.
                                 Sob o símbolo dos cravos                                      É esta a República que
NESTA EDIÇÃO:                    de Abril, e com constantes   Cientes de que a constru-        Abril sonhou?
                                 remissões musicais pro-      ção Democrática é um pro-
A DEMOCRACIA               2
COMO PROCESSO
CONTÍNUO:
A IDEOLOGIA
                                 A DEMOCRACIA PORTUGUESA:
DOS SISTEMAS               3     ESTADO DE DIREITO E ESTADO SOCIAL.
DITATORIAIS À
DEMOCRACIA

ANTI-                      4
                                  Institucionalizámos a Demo-       povo verdadeiro não se trai/    de nós.
DEMOCRACIA                        cracia com o 25 de Abril em       não quer gente mais gente
                                                                                                    “Quem nos viu e quem nos
ANTIFASCISMO: A            4      1974.                             que outra gente”. E, contu-
PREPARAÇÃO                                                                                          vê”! Para alguns não viver
DEMOCRÁTICA                                                         do, neste momento, “uns
                                  A longa preparação e a silen-                                     é mais seguro; “viver com
A CONQUISTA DE                                                      vão bem e outros mal”, com
                           4      ciada vontade popular, firma-                                     conforto e anuência”; mas
ABRIL                                                               a desigualdade social a
                                  ram a voz com “e depois do                                        outros, muitos, “hei-los que
A INCANSÁVEL               4                                        aprofundar-se vertiginosa-
LUTA PELA
                                  adeus” e “Grândola, Vila Mo-                                      partem” em novo “cantar
                                                                    mente. “Vejam bem” -
LIBERDADE E                       rena”.                                                            de emigração”.
DEMOCRACIA                                                          “Apenas queremos traba-
QUALIDADE DA
                                  Enfim! O fim da ditadura polí-    lho/e casa decente/e pão        Que força é essa que pro-
                           5
DEMOCRACIA                        tica e a instauração do Esta-     para toda a gente”.             move a anomia social, com
CORRUPÇÃO UM               6      do de Direito Democrático                                         apenas 56% dos cidadãos
INIMIGO DA                                                          Sabendo que “por vezes
                                  em Portugal . Diariamente                                         a confiarem na democra-
DEMOCRACIA:                                                         num segundo se evolam
A NEBULOSA                        celebrado e vivido, geracio-                                      cia , e “sopra ventos ad-
                                                                    tantos anos,” quando acon-
                                  nalmente transmitido, e, co-                                      versos” que resultam em
VERSOS E                   7                                        teceu estarmos novamente
CANÇÕES DE                        mo “já o tempo se habitua”,                                       elevadas taxas de absten-
ABRIL                                                               “perfilados de medo”? Me-
                                  pouco observado. No entan-                                        ção?
A INFLEXÃO DO              8                                        do “de não sabermos o que
                                  to, eis que aí “vêm de pés de
PARADIGMA
                                                                    nos espera”, medo do de-        Perante a “marcha dos
CAPITALISTA                       veludo”.
                                                                    semprego, medo da troika,       implacáveis”, a formiga
DESCENTRALIZA-             8      Conquistámos Abril, símbolo                                       alerta, cantando, “muda de
ÇÃO E                                                               medo da velhice, medo da
PODER LOCAL                       da Liberdade e do anti-           desprotecção social. Sim,       rumo, muda de rumo”!
                           9
                                  totalitarismo, um Estado de       medo do que o Estado fará.
GLOCAL E                                                                                            Mas, “que outro rumo deve-
TEORIA DO CAOS                    Direito fundado na Democra-       De tão estatuído, parece-       remos seguir na nossa ro-
IMPRENSA EM            1 0        cia representativa, “mas um       mos esquecer que depende        ta”?.
REVISTA
OLHAR A DEMOCRACIA                                                                            Página 2



A DEMOCRACIA COMO PROCESSO CONTÍNUO– A IDEOLOGIA:
LUTAS VELHAS, CANTO NOVO

A celebração do 25 de Abril       e justiça social não está a   do sistema capitalista. Al-     açam que “um dia hei de ter
enche-nos de sentimentos          conseguir dar resposta.       guns dizem, “é uma demo-        poder”, e todos apontam o
contraditórios. Alegria pelo      Assistimos ao aumento do      cracia sequestrada” . Fica      dedo ao “capitalismo”, propa-
conseguido, nostalgia pelo        desemprego e à falência       a dúvida. O que quer o po-      lando que a “dita dura”.
ido, saudade pelo camara-         da classe média, originan-    vo?
                                                                                                Após António Salazar ter ga-
das perdido, angústia pelo        do novamente uma socie-
                                                                Capitalismo ou Socialismo?      nho o prémio de grande Por-
sucedido.                         dade com fossos entre
                                                                                                tuguês, o público votou nos
                                  classes.                      Não mais se poderá adiar a
                                                                                                “homens da luta” para repre-
                                                                ideologia, como quer a di-
                                  Sem uma eficaz redistribui-                                   sentar Portugal no festival
                                                                reita. Impende já a acusa-
                                  ção de riqueza, de novo se                                    Eurovisão da canção.
                                                                ção popular da existência
                                  proporciona uma luta ve-
                                                                de uma “classe política . A     “É preciso acreditar” que
                                  lha, a de classes, desta
                                                                verificar-se, nessa altura, a   venceremos a “Força da re-
                                  vez, num regime democrá-
                                                                luta do povo será também        acção”. “Minha querida pá-
                                  tico. Se antes de Abril era
                                                                contra os políticos e os par-   tria”, “Oh gente da minha
                                  claro que o sistema se con-
                                                                tidos, considerados não         terra”, “Recuso-me”. “Agora,
                                  fundia com o regime, ago-
                                                                mais como seus represen-        nunca é tarde” “porque” “o
                                  ra, não o é. O sistema é
                                                                tantes, mas sim como opo-       povo unido jamais será venci-
                                  Capitalista e o regime, De-
                                                                sitores e promotores de         do”.
                                  mocrático.
                                                                uma ditadura , agora em
                                  As críticas ao sistema não    democracia. “No país da
   Pela Liberdade. Júlio Pomar.
                                  se deverão confundir com      verborreia/Uma brilhante
                                  as críticas ao regime ;       carreira/Dá produto todo o
“Lutas velhas, canto novo”.       contudo a História sistema-   ano”.
A luta essencial que define       ticamente os enovela.
                                                                Lutas velhas, canto novo;
Abril, é pela Liberdade, pela
                                  Diferentes sistemas foram     canto velho, lutas novas.
Igualdade, pela Fraternida-
                                  propostos para atenuar as
de. A instauração da Demo-                                      É admirável a actualidade
                                  desigualdades sociais:
cracia resolveu o problema                                      das canções pré-Abril e,
                                  Capitalismo, Socialismo,
de regime, mas não esgotou                                      também notável, a reacção
                                  Comunismo, Social-
Abril. Abril dos cravos, onde                                   social aos novos cantos.
                                  democracia…
“é o povo quem mais orde-                                       Não serão eles também
na”, assenta na confiança         Se todos os sistemas se       veículos para a denúncia
da representação dos parti-       propõem estabelecer a         da insatisfação social, no-
                                                                                                       Menina dos Cravos.
dos políticos. No diálogo e       igualdade, a dita imple-      vas palavras de interven-            Amadeo Souza Cardoso.
na concertação sob o enten-       mentação de alguns, em        ção e resistência?
dimento de que uma socie-         regime, mostrou diferente.    Dizem “já não dá”, pergun-
dade deverá ser sempre            Os fins, por mais nobres,     tam “quem meteu a mão           Defendamos o Socialismo,
mais justa.                       não justificam os meios.      no meu quinhão”, anunci-        aprofundemos a Democracia.
Já não existem ditadura           É deste novelo entre siste-   am “a morte do jovem con-
                                                                                                Mas, “a luta vai ser dura”.
nem ditador, formalmente          ma e regime que se questi-    tribuinte”, apelam que “o
                                  ona a democracia, em par-     mundo muda a cada gesto
identificáveis como regime;
                                  ticular a democracia como     teu”, denunciam uma
contudo, o sistema que pro-
metia garantir as liberdades      fachada ou biombo popular     “sociedade confusa”, ame-
OLHAR A DEMOCRACIA                                                                                               Página 3



O DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS DITATORIAIS PARA A DEMOCRACIA


Em Síntese.                                     Hitler inicia invasões.                             Beveridge).
Adam Smith teoriza sobre a rique-               França, Espanha, Itália e Portugal tive-            Socialismo democrático e a Social-
za das nações; Karl Marx, na Ale-               ram governos colaboracionistas.                     democracia contribuem para a cons-
manha, denuncia as não-virtudes                                                                     trução de uma Nova Ordem Econó-
                                                 Oliveira Salazar: "O caminho para os
do sistema capitalista. Ambiciona-                                                                  mica Internacional e o progresso
                                                 países em dificuldades, e mesmo para os
se o Socialismo.                                 que não estão e dificuldades, é sempre o           das democracias.
                                                 mesmo: produzir e poupar."...


               Adam Smith: “Assim que a terra de qualquer país se tenha tornado toda privada, os proprietários, como todos os outros ho-
               mens, que adoram tirar proveito de onde nunca trabalharam, exigirão uma renda até pelos bens naturais”.


                                              Karl Marx: “De cada um de acordo com as suas possibilidades, a cada um de acordo com as suas
                                              necessidades.” “A Democracia é a via para o Socialismo”.

                                              Friedrich Engels: “Por burguesia entende-se a massa de modernos capitalistas, donos dos meios
                                              de produção sociais e empregadores de trabalho assalariado. Por proletariado, entende-se a moder-
                                              na classe de trabalhadores assalariados, que não tendo meios de produção próprios, estão reduzidos
                                              à venda da sua força de trabalho para viver.

Hitler implementa o Nacional-
socialismo discursando sobre o                  Mussolini: “ A Democracia é linda em                E, então, o contra-ataque do capita-
desemprego e o fim da classe mé-                teoria, na prática, é uma falácia”.
                                                                                                    limo, com o neoliberalismo , globali-
dia.                                                                                                zando o recuo da História.
                 Hitler: “Ao vitorioso
                                                Estalin, resiste à invasão Alemã e con-
                 nunca é perguntado se
                                                segue uma importante derrota Nazi.
                 disse a verdade”. “A
                                                Os EUA intervêm bombardeando a
                 sorte dos governantes é os
                                                Alemanha, terminando a Guerra.
                 homens não pensarem”.
                                                A sociedade condena as ditaduras.
                                                O regime Russo é também condena-
Na Russia, Estalin, implementa o                do. Inicia-se a disputa ideológica entre
chamado Socialismo real.                                                                             Hayek: (…) hoje os socialistas podem
                                                Capitalismo e Comunismo.
                                                                                                     preservar as suas posições na academia
                                                                                                     da Economia meramente pelo pretexto

                  Estalin: “As ideias são mais poderosas que as armas. Se não                        de que as diferenças são questões mo-
                                                                                                     rais, cuja ciência não pode decidir
                  deixamos os nossos inimigos ter armas, porque os haveremos de
                                                                                                     (1899-1992).
                  deixar ter ideias?”

A Alemanha propõe à Inglaterra                  Os EUA ajudam à reconstrução Euro-
fundar uma união europeia . Na                  peia. Os países erigem o Estado Soci-
iminência da 2ªGuerra, Keynes                   al, uns de matiz Alemã (Bismarck) e
negoceia uma aliança com os EUA.                outros de matiz Inglesa (Keynes-

                 Keynes: “ As ideias Mudam o curso da história”. “ O Capitalis-                       Friedman: Não há almoços grátis.
                 mo internacional decadente e individualista, nas mãos do qual nos                    (1912 - 2006)
                 encontramos após a guerra, não é um sucesso. Não é inteligente.
                 Não é bonito. Não é justo. Não é virtuoso. E não produz bens”.
SEPARATA
                                                                                                       Página 4
         MERIDIONAL

A ANTI-DEMOCRACIA: QUANDO “OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS”




Hitler              Mussolini            Franco         Salazar         Petain

                                                                                             Estalin                Mao

 O ANTI-FASCISMO: PREPARAÇÃO DEMOCRÁTICA




         Edmundo   Mário                                   Vasco       Natália                   Catarina            Álvaro
         Pedro     Soares                Tito Morais       Lourenço    Correia                   Eufémia             Cunhal




A CONQUISTA DE ABRIL DE 1974 - A VITÓRIA DO SOCIALIMO DEMOCRÁTICO




                   Mário Soares e Álvaro Cunhal                                  Presos políticos



A INCANSÁVEL LUTA PELA LIBERDADE E PELA DEMOCRACIA




                                            Mário                 José
                                            Soares                Saramago




                                Luther                                                                            Nelson
Yitzhak Rabin                   King       Olof Palme             Willy Brandt         Allende                    Mandela
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        OLHAR A DEMOCRACIA


A QUALIDADE DA DEMOCRACIA : FREIOS E CONTRAPESOS
                               soas se considera repre-      Democracia (IDEA) , que       cia de poder corresponda
                               sentada pelos partidos e já   propõe uma moldura de         uma instância de controle
                               11.9% pelos movimentos        avaliação do estado da        das concretas pessoas que
                               de cidadãos . “A percep-      democracia, inde-             ocupam aquele lugar. Entre
                               ção que os Portugueses        pendentemente do de-          outras entidades, o Estado,
                               têm é que os políticos tra-   senvolvimento económico.      através dos seus agentes e
                               tam mais para os seus         Multiplicam-se mundial-       titulares de cargos oficiais,
“Os declínios da participa-    interesses pessoais do que    mente as associações e        pode ser, e muitas vezes é-
ção eleitoral, da confiança    para o interesse comum .”     movimentos sob a égide        o, uma fonte de abuso e de
dos cidadãos nas institui-     Na era da mensuração e        da Democracia e Cidada-       violação dos direitos indivi-
ções políticas, da quali-      comparabilidade de índi-      nia. Criou-se, em 1999, o     duais dos cidadãos – sem
dade das elites políticas      ces, também a qualidade       Movimento Mundial para a      esquecer, claro, a corrup-
e dos mecanismos de            da democracia é sujeita a     Democracia . Em Portugal,     ção e o tráfico de influên-
responsabilização do po-       apreciação quantitativa.      formou-se a Plataforma        cias. (…) Nestes perigosos
der são temas recorren-        O Índice da Democracia,       Activa da Sociedade Civil     tempos em que o que pre-
tes. Existe uma noção, pelo    proposto pelo Economist       (PASC ) da qual destaca-      valece é o “infortainement”,
menos difusa, de que as        Intelligence Unit (EIU), em   mos o Instituto da Demo-      a dita informação-
bases económicas sociais e     2007 colocava Portugal no     cracia Portuguesa (IDP) .     espectáculo (“information”
culturais que proporciona-     top-vinte de países da UE     Concomitantemente, sur-       + “entertainement”), e em
ram o surgimento da Demo-      com plena democracia          giu também a Plataforma       que a Comunicação Social
cracia nos países industria-   (19º) ; contudo, em 2012,     Outra Democracia (PODe)       é cada vez mais apenas
lizados sofreram muta-         descemos para uma posi-       que, numa parceria com o      uma indústria de conteú-
ções de tal modo impor-        ção de democracia com         Movimento Internacional       dos, é absolutamente ur-
tantes que podem estar a       falhas, a par com a Grécia,   Lusófono (MIL), organiza      gente e essencial destrin-
afectar os aspectos mais       Itália, Espanha e Irlanda .   um ciclo de debates, deno-    çar a Informação de tudo o
básicos da relação entre       Outra organização Norte-      minado “Reaprender a          resto – Entretenimento,
os cidadãos e o poder          Americana, Freedom Hou-       Democracia”. Ainda vive-      Publicidade, Propaganda
político” .                    se (Casa da Liberdade)        mos em Democracia?            (de Educação e Instrução já
Um estudo realizado pela       classifica-nos com o valor    Perguntam a Manuel Villa-     nem me atrevo a escrever,
Associação para o Desen-       máximo em direitos políti-    verde Cabral e Miguel Ser-    tanto são maltratadas) –
volvimento Económico e         cos e liberdades cívicas ;    ras Pereira.                  sob pena de esse sistema
Social (SEDES) , em 2009,      no entanto, no sector de      Mas, analisemos o deno-       de controle do Poder se
aponta o descrédito na Jus-    colecção de notícias sobre    minado sistema de “freios     tornar, afinal, um instru-
tiça como um problema da       o país encontram-se refe-     e contrapesos”: a justiça e   mento de manipulação das
democracia Portuguesa. Já      rências a corrupção e ten-    a comunicação social.         consciências e de condicio-
em 2012, reporta que a         tativa de manipulação da      O Juíz Eurico Reis, perten-   namento do pensamento”.
satisfação com a democra-      imprensa . Já a Democra-      cente à Associação de         Qual é o sistema de freios e
cia atingiu um mínimo his-     tic Audit (Auditoria Demo-    Juizes pela Cidadania es-     contrapesos da UE , cujo
tórico, salientando que        crática), do Reino Unido,     creve: “Como Lord Pal-        parlamento já é apontado
apenas 56% dos Portugue-       relata um estudo sobre a      merston(…) muito clara-       como apresentando défice
ses defende a democracia       qualidade da democracia       mente afirmou, “o Poder       democrático? E cujas
e 64.6% estão insatisfeitos    em Portugal, sem data .       corrompe”, sendo, por         propostas ameaçam as
com o seu funcionamento.       Impulsionando uma meto-       isso, absolutamente indis-    soberanias nacionais?
Consolida-se um sentimen-      dologia própria, resultou     pensável, para que exista     O sinal de alarme é a Direi-
to anti-partidário, sendo      na consolidação do Institu-   um verdadeiro Estado de       ta anti-europeista e populis-
que apenas 10.3% das pes-      to Internacional para a       Direito, que a cada instân-   tá já tirar proveito.
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        OLHAR A DEMOCRACIA


CORRUPÇÃO: UM INIMIGO DA DEMOCRACIA - A NEBULOSA

                                    tipos de crimes. Além da        cargo", se soubesse que ele       acusação de crime econó-
                                    corrupção como nome pró-        estaria envolvido num caso        mico triplicaram de 2010
                                    prio de crime, vêm próximos     de corrupção, e o resultado       para 2011.
                                    na «nebulosa da corrupção»      das autárquicas      de 2005      O Eurobarómetro, em Fe-
                                    o peculato, a participação      com a reeleição      de vários    vereiro, afirma que 97%
9 de Dezembro é o dia in-
                                    económica em negócio,           candidatos a braços com a         dos inquiridos aponta a
ternacional contra a corrup-
                                    o abuso de poder, a             justiça. Portugal é um País       corrupção como um grave
ção. O Secretário Executivo
                                    concussão, o favorecimen-       propenso a um tipo de cor-        problema do país.
do Gabinete contra a Droga
                                    to pessoal ou o tráfico de           “Sem o combate da corrupção e dos fenómenos associados
e Crime da ONU (UNODC)
                                    influência, com perspecti-              não há verdadeira democracia “ Maria José Morgado
afirmou que «Em todo o
                                    vas, desvalor, teleologia,      rupção que não assenta ne-
globo, a cada dia, em cada                                                                             A descrença no sistema
                                    elementos e modos de abor-      cessariamente no suborno e
momento, a esperança e as                                                                             Judicial e a “normalidade”
                                    dagem diversos”.                na troca directa dinheiro/
aspirações dos cidadãos                                                                               de “pequenos favores” faz
                                    A exposição do estudo de        decisões, mas que é constru-
comuns estão a ser arruina-                                                                           prever que as cifras ne-
                                    João Maia relata que os por-    ída socialmente ao longo do
dos pela corrupção».                                                                                  gras nesta “nebulosa da
                                    tugueses tendem a conside-      tempo, através da troca de
As instituições internacio-                                                                           “corrupção” sejam eleva-
                                    rar "actos corruptos" aque-     favores, de simpatia, de
nais sucedem-se em acor-                                                                              das. Dos crimes participa-
                                    les que "mais se aproximam      prendas e hospitalidade".
dos visando a luta contra a                                                                           dos foi concluído que as
                                    da definição penal", deixan-    Em Portugal, o PS votou sozi-     autarquias concentram
corrupção: a OCDE em
                                    do, assim, de fora uma série    nho a criação do Conselho         quase 90% da corrupção
1997; o Conselho Europeu
                                    de outros comportamentos        de Prevenção da Corrupção         em Portugal .
em 1999, tendo-se forma-
                                    tipo "cunhas",                  (CPC) com a Lei n.º
do a GRECO (Grupo de Es-                                                                              Com a crise e a austerida-
                                    "favorecimentos", ou            54/2008, de 4 de Setembro.
tados contra a corrupção ),                                                                           de prevê-se que o fenóme-
                                    "patrocinato político". Em      O Presidente do CPC é o Pre-
e a ONU, em 2003.                                                                                     no aumente ; contudo, o
                                    relação a esses comporta-       sidente do Tribunal de Con-
 João Maia , 2008, revela                                                                             empenho colectivo no
                                    mentos revelam-se permissi-     tas, Guilherme d’Oliveira
que “os Portugueses tole-                                                                             combate à corrupção de-
                                    vos e até favoráveis, sempre    Martins, que afirma existir
ram bem o tráfico de influ-                                                                           verá manter-se. Assim, a
                                    que os mesmos tenham por        um grande entrave à acção
ências e vêem nele a única                                                                            Faculdade de Direito da
                                    objectivo uma causa justa       de todos os órgãos de pre-
forma de ultrapassar um                                                                               Universidade Nova de Lis-
                                    ou o interesse colectivo. É a   venção da corrupção(…) uma
Estado lento e desatento                                                                              boa disponibiliza um dos-
                                    corrupção ao estilo Robin       vez que a grande corrupção
aos seus direitos e necessi-                                                                          sier com informação rele-
                                    Hood", própria de "uma cul-     foge sistematicamente (…)
dades”.                                                                                               vante sobre o tema . A
                                    tura cívica ainda muito as-     aos mecanismos do Estado
                                                                                                      associação Transparência
       “Violações na transparência são corrosivas à Democracia”.    de Direito.
                                                                                                      Internacional publica rela-
                           João Cravinho                            Estudando o papel da im-          tórios anuais e um índice
                                    sente na satisfação das ne-     prensa na percepção sobre         de percepção. Interactivo
Este ano, realizou-se um            cessidades básicas".            corrupção, as principais con-     em Português . E a OCDE
seminário sobre o Ministé-          Constata-se, também, uma        clusões são que o fenómeno        um relatório sobre confli-
rio Público e o combate à           "discrepância" entre "o mun-    aumentou e parece afectar         tos de interesses .
corrupção. Na comunicação           do simbólico/ideal e o mun-     sobretudo a acção política.
de António Henriques Gas-                                                                             Marinho Pinto ao dizer
                                    do estratégico/real". Só as-    Sendo a principal incidência
par pode ler-se: “Decom-                                                                              “Quem cede um milíme-
                                    sim se explica que a esma-      noticiosa na fase de instru-
posto nos vários modos de                                                                             tro…. ” aproxima-se da
                                    gadora maioria (88,4%) te-      ção e atentando ao papel
abordagem na dimensão                                                                                 frase de Olof Palme:
                                    nha dito que não votaria        social dos intervenientes,
jurídico-penal, o complexo                                                                            “Quem cede a uma injusti-
                                    num autarca, mesmo que          geram-se sentimentos de
da corrupção acolhe vários                                                                            ça, abre a porta para a
                                    com "bom desempenho no          impunidade . Os casos de
                                                                                                      seguinte”.

TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - AJUSTES DIRECTOS:                     http://transparencia-pt.org/.
SEPARATA
                                                                                                        Página 7
     MERIDIONAL


VERSOS E CANÇÕES DE ABRIL, ATÉ ENTÃO... E DE AGORA...

José Mário                                                                         Sérgio
Branco                                                                             Godinho




                                                       Zeca Afonso




                                                                                                             Mário Viegas
                                                                                                                                    Letria

                                              Fausto                                                                        Fanha
               José Régio




                                                                                        Barata
                                                                                        Moura
                                                                             Natália
                                                                             Correia
Alegre                                                                                                        Ary dos Santos

                            José Mário
                            Branco                                          Boss AC
                                                                                        Deolinda

                                                “Antes quebrar do que torcer”


“Os direitos da democracia não são reservados a um grupo de pessoas
na sociedade, são direitos de todas as pessoas”                                                       Olof Palme


DIVISÕES IDEOLÓGICAS: SÍNTESE DE OBJECTIVOS E ARGUMENTOS

                               DIREITA                                                       ESQUERDA

 Liberdade                    Confunde liberdade indivi-             Só há Liberdade individual,      Liberdade
                              dual e colectiva. Confunde             se houver Liberdade colec-
                              Liberdade económica com                tiva
                              a social
 Igualdade                    Todos nascemos iguais.                 Todos deveremos ser iguais.      Igualdade
                                                                     Equidade porque diferentes

 Menos Estado, Melhor          Princípio económico do libe-          Princípio de redistribuição      Melhor Estado
 Estado                        ralismo.                              da riqueza

 Abandono da ideolo-          Hierarquização de valores:             Primazia da sociedade            Defesa da Ideologia
 gia                          eficácia económica acima
                              de tudo. Individualismo.

 Não há alternativa           Conservadorismo económi-               Progresso económico e            Há alternativas
                              co e social                            social

 “Cada um tem o que           Argumento moral                        Argumento político. Promo-       “A cada um o que
 merece”                                                             ção da mobilidade social         merece”


         LIBERALISMO                            SOCIAL-DEMOCRACIA                                  SOCIALISMO
Página 8
       OLHAR A DEMOCRACIA


A PERIGOSA INFLEXÃO DO PARADIGMA CAPITALISTA - A LEI DA
SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS DO DISCURSO NEOLIBERAL: LAMARCK

Se o Capitalismo se revê      berdade, Igualdadae e         ente e em que sectores; o     co como capitalismo de Es-
claramente no Darwinismo      Fraternidade são tidos        Estado apenas como regu-      tado, enquanto indicia que é
ou “a lei do mais forte”,     como universais, o libe-      lador ou também como          naturalmente corrupto .
também Lamarck, com a         ralismo aplicou-lhes a        prestador. Durante esta       Atacando desta forma o Es-
sua “teoria do uso e do       regra do “uso e do desu-      vaga de ataque ao socialis-   tado, esmaga-o perante as
desuso” poderá explicar a     so” ou da “adaptação”.        mo democrático, aprovei-      suas bases democráticas,
evolução do sistema e a                                     tando o insucesso do de-      destituindo-o de poder políti-
                              Um dos méritos do capi-
confusão conceptual que a                                   nominado socialismo real,     co. Com a promoção da de-
                              talismo liberal consistiu
teoria neoliberal promove.                                  foi encorajado o abandono     mocracia participativa cir-
                              na “democratização” da
Com uma facilidade quase                                    de conceitos precisos, ape-   cunscreve-o a um mero apa-
                              filosofia. De forma mais
intuitiva, reconhecemos o                                   nas porque, apelidados de     ziguador social; porquanto já
                              ou menos consciente,
“adapta-te, ou morre”;                                      Marxistas.                    destituído de poder político
                              discutiu-se a diferença
contudo, temos dificulda-                                                                 efectivo. Também a descen-
                              entre direito positivo e      E entrámos no difuso mun-
de em identificar a lenta e                                                               tralização cumpre o seu pa-
                              negativo, contrapondo a       do, dos conceitos utiliza-
progressiva adaptação dos                                                                 pel: órgãos de Estado de
                              Liberdade individual e a      dos em senso comum…..
discursos e modificação                                                                   menores dimensões e com
                              colectiva; a diferença
conceptual paulatina. Com                                   Nesta segunda vaga de         mais competências proporci-
                              entre Igualdade perante
espanto, podemos consta-                                    ataque, o neoliberalismo      onam o desenvolvimento de
                              a Lei e a igualdade social
tar que o neoliberalismo                                    recorreu à “adaptação” e      novos sectores de mercado,
                              ou de circunstâncias. O
de vanguarda defende o                                      introdução de novas mo-       o elogio ao empreendedoris-
                              conceito de Fraternida-
Estado, a descentralização                                  das conceptuais, mal-         mo (!) (em detrimento do
                              de, irremediavelmente
e a democracia participati-                                 precisas.                     associativismo), que pode-
                              remissivo para “irmão”,
va. Mas, não seriam estes                                   Se as sociedades europei-     rão, posteriormente, ser
                              foi sujeito ao primeiro
pilares da esquerda demo-                                   as do pós-guerra resistem     aglutinados em “clusters” ou
                              ataque: o desuso e subs-
crática?                                                    ao abandono do Estado         grandes empresas. É a Lei
                              tituição descarada por
Vários conceitos, de uso      solidariedade; um tipo de     Social, intimamente asso-     do Mercado, dizem…..
comum, têm sido ampla-        relação difusa…               ciado à democracia euro-      Simultaneamente, recomen-
mente usados sob uma                                        peia; então, não mais se      dam: abandonem-se as ideo-
                              Também na fase liberal,
semântica filosófica dife-                                  questiona. O discurso neo-    logias, é necessário pragma-
                              se discutia o papel do
rente. Se para a pessoa                                     liberal aceita-o, categori-   tismo. Pois…….é incómodo
                              Estado, se deveria ser
comum os valores da Li-                                     zando o modelo económi-       pensar…..
                              mais ou menos interveni-

DESCENTRALIZAÇÃO E PODER LOCAL: REFORÇO DEMOCRÁTICO?

“Durante o Sec XIX e pri-     bas) para justificar a au-   verno, com o Livro Verde ,
meiras décadas de nove-       tonomia administrativa e     aparentava querer discutir
centos, nas várias concep-    política das circunscri-     seriamente o assunto, nos      deira política de proximidade -
ções sobre sociedade sub-     ções intermédias, apre-      seus diversos planos; contu-   não somente competências
jacente à defesa do des-      sentadas, simultanea-        do, a Lei 44/XII revela o      administrativas, mas também
centralismo, encontra-se      mente, como reacção e        contrário. ANMP e ANAFRE       políticas.
esta atitude comum: a re-     como alternativa perante     resistem. De facto, quem       De outra forma, as autarquias
cusa das teorias contratua-   o impulso uniformizador      defende efectivamente o        e empresas municipais peri-
listas e a invocação de te-   do Estado Novo”.             poder local exige uma ampli-   gam em transformar-se em
ses jusnaturalistas e de      Hoje, novamente se dis-      ação de competências que       extensões das máquinas par-
pendor histórico (ou am-      cute o poder local. O Go-    possa consolidar uma verda-    tidárias locais.
Página 9
      OLHAR A DEMOCRACIA

“QUANDO UMA BORBOLETA BATE AS ASAS EM TÓQUIO, PROVOCA UM
FURACÃO EM NOVA IORQUE”. O GLOCAL E A TEORIA DO CAOS

                               é uma palavra de ordem;      “globalização” é um fenó-       Desta forma, a Teoria do
                               contudo, todo o empe-        meno novo, ou sequer,           Caos parece estar sociologi-
                               nho parece estar dirigido    recente? Não estaremos a        camente presente no pro-
                               para micro-sectores da       confundir o significado e o     cesso capitalista que condu-
                               vida social e dificilmente   significante?                   ziu ao neoliberalismo, ou
                               se estabelece a configu-                                     seja, o da “globalização”:
                                                            Lembremos que já no Séc
                               ração geral. Os movimen-                                     não linearidade pela existên-
                                                            XIX Marx apelou:
                               tos mundiais temáticos                                       cia de movimentos sociais
                                                            “Proletários de todo o
                               multiplicam-se reclaman-                                     cujo frenesim promove a
A Teoria do Caos e o                                        mundo, uni-vos”. Que fenó-
                               do que o seu sector é                                        sensação social de autono-
“efeito borboleta” podem                                    meno global estava a sen-
                               hierarquicamente impor-                                      mia e aleatoriedade; dinâmi-
ser aplicados, de diversas                                  tir-se, justificando um ape-
                               tante e justo.                                               co nos processos de reac-
formas à abordagem políti-                                  lo mundial?
                                                                                            ção/adaptação social/
ca actual, quer na evolu-      Para a vida autárquica
                                                            Diferentes significados         eleitoral e determinista por-
ção do sistema capitalista,    isto é particularmente
                                                            foram atribuídos à mesma        que, independentemente da
quer na análise histórica:     verdadeiro: “cidades sus-
                                                            palavra/significante:           aparente estocasticidade da
aparente aleatoriedade,        tentáveis”, “cidades edu-
                                                            “globalização” (inatacável      história, o resultado é a acu-
própria de sistemas não        cadoras” , “cidades
                                                            em si mesma, porque ape-        mulação de capital. Numa
lineares, dinâmicos, mas       saudáveis” , cidades
                                                            nas remete para global/         perspectiva de escala tem-
deterministas, com grande      amigas dos idosos” ,
                                                            mundial/hegemónico),            poral, ou fractal, estaremos
sensibilidade às variações     “cidades criativas” ,
                                                            desenvolvendo-se várias         ideologicamente muito longe
iniciais do sistema e cuja     “cidades lentas” ,
                                                            abordagens conceptuais.         do que se debatia no Séc.
escala pode ser analisada      “cidades em transi-
                                                            Contudo, a evolução do          XIX?
do ponto de vista fractal.     ção” ,…..
                                                            sistema capitalista para a
                                                                                            A “crise” da social democra-
A tão propalada globaliza-     O ruido e afã gerados        fase neoliberal mostrou a
                                                                                            cia dever-se-á à aceitação
ção, afinada pela glocaliza-   pelo impulso para a dita     verdadeira essência da
                                                                                            do capitalismo como siste-
ção: “Pensar Global, Agir      “mudança” é tão grande       filosofia económica e políti-
                                                                                            ma, conjugado com a tenta-
Local”, assume que pe-         que os motores criados       ca da dita “globalização” -
                                                                                            tiva de humanização (3ª
quenas modificações lo-        abafam o essencial, Pen-     o conceito é produto e pro-
                                                                                            Via)?
cais poderão trazer mu-        sar Global: O que é a        dutor da hegemonia do
danças de nível mundial.       Globalização, afinal? Que    sistema capitalista.            Não será de estranhar que o
Na gíria: “se queres mudar     sociedade ambiciona-                                         Relatório de Desenvolvimen-
                                                            Ao capitalismo importa
o mundo, começa por ti         mos? Que Cidade quere-                                       to Humano das Nações Uni-
                                                            acumular capital. Contudo,
mesmo”; habitualmente          mos?                                                         das (PNUD) de 2010 tenha
                                                            como meio, importará se-
aplicado a questões cívi-                                                                   como título “A verdadeira
                                                            renar a classe trabalhado-
cas, mais ou menos es-                                                                      riqueza das Nações”, clara-
                                                            ra. Fê-lo e fá-lo através do
partilhadas por sectores                                                                    mente afirmando uma crítica
                                                            Estado. A expansão do
de acção: ambiente, cul-                                                                    a Adam Smith.
                                                            sistema fez com que o
tura, saúde, direitos dos      Nos últimos anos acen-       capital se tornasse apátri-
animais, direitos das mu-      deu-se a discussão sobre     da, extravasando os Esta-
lheres…..                      globalização.                dos-Nação; contudo, não é
Grande parte do discurso       “Globalização sim, mas       difuso, existem centros
neoliberal impele-nos ao       não esta”, diz-se.           financeiros que se
frenesim, clama a                                           deslocalizam perio-
                               Será que cremos verda-
“mudança” e empreender                                      dicamente.
                               deiramente que a dita
A IMPRENSA NACIONAL E LOCAL REVISTA



09.09.2011         Portugueses perguntam a Islandeses sobre Democracia                                       GVoices
04.12.2011         Portugal continua sem estratégia de prevenção e combate à corrupção                       Público
21.12.2011         The Economist desclassifica Democracia em Portugal                                       RTP
20.11.2011         Mário Soares avisa que democracia pode vir a ser posta em causa                           Expresso
29.12.2011         Parlamento é “escritório de representações”                                              J. Notícias
11.01.2012         A corrupção vai aumentar em tempos de crise                                              TSF
11.01.2102         Eurico Figueiredo diz que Portugal já não vive em democracia                              RTP
11.01.2012         Corrupção de Estado e dos partidos é a mais difícil de investigar                        J.Notícias
19.01.2012         Satisfação com Democracia atingiu “mínimo histórico” de sempre                            J.Madeira
19.01.2012         Portugueses confiam menos no sistema democrático                                         Expresso
29.01.2012         Classe média como a conhecemos poderá desaparecer                                         Sol
31.01.2012         Marinho Pinto não poupou Governo no seu discurso                                          D. Notícias
06.02.2012         Há uma tentativa de desculpabilizar a corrupção, disse Paulo Morais                       Oeste Online
23.02.2012         Marinho Pinto: Grandes contribuintes só pagam imposto se quiserem                         Lusa
26.02.2012         Paul Krugman defende que Portugal deve baixar salários até 30%                            Expresso
27.02.2012         Acusações de corrupção triplicam                                                          C. Manhã
28.02.2012         Soares diz esperar que democracia Portuguesa não perca valores                            Sol
08.03.2012         António Costa contra visão cínica da política, pede “democracia ágil”                    i online
08.03.2012         Jorge Bateira: Questões de fundo                                                         mynetpress
13.03.2012         Corrupção: Gestores devem ter “punição social”                                           Ag. Financeira
13.03.2012         Pacheco Pereira: “cama está posta” para novo Sidónio Pais                                Ag. Financeira
15.03.2012         EDP “Há dois pesos e duas medidas”                                                        i online
18.03.2012         Medina Carreira e João Duque preocupados com dívida das autarquias                       Ag. Financeira
19.03.2012         O défice democrático do Parlamento Europeu                                                Presseurop
23.03.2012         Marinho Pinto acusa polícia de tiques de ditadura                                        Sol
23.03.2012         RAI mostra o Portugal da austeridade dos pobres e dos ricos                               Neg. online
26.03.2o12        Paul Krugman aponta exemplo negativo da economia Portuguesa                                RTP
30.03.2012         Associação dos Oficiais das Forças Armadas considerada grupo de
                  pressão pela CIA                                                                           RTP
31.03.2012         Seguro: Fosso ideológico para PSD é mais acentuado que nunca                              D. Notícias
04.04.2012         Presidente do BCE diz que modelo social Europeu “está morto”                             Público
08.04.2012         PS propõe protocolo adicional ao Tratado Orçamental                                      Ag. financeira


   As hiperligações a vídeos e texto estão assinaladas com e , respectivamente. Ao longo do texto há hiperligações musi-
   cais assinaladas com texto a azul, cor simbolicamente escolhida para comemorar a ausência de censura formal. A remis-
   são para textos que não em Português deve-se à inexistência dos mesmos. Redacção: Secretariados PS Parede e Estoril.
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
         IGUALDADE
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
                                          IGUALDADE




Taxa de emprego de mulheres                                 Mulheres         Homens

e homens (15-49) com ou                        Com    Sem              Com   Sem
sem crianças




                Taxa de emprego (20-64)




                Taxa de desemprego (15-74)
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
                                       IGUALDADE



                                                     Portugal gasta menos por criança, em termos abso-
                                                     lutos, que a média da OCDE, em cada nível de de-
                                                     senvolvimento infantil



                                                                Trabalho não remunerado representa cerca de um
                                                                terço do PIB nos países da OCDE




                                                                                                                       53%




    Os homens asiáticos são os que dispendem menor
    tempo em trabalho não remunerado, enquanto as
    mulheres Mexicanas e Turcas o maior


                                                Minutos de trabalho não
                                                pago por dia. Homens




                                                                               Minutos de trabalho não pago por dia.
                                                                                             Mulheres

Portugal é o País da UE no qual as mulheres
trabalham mais minutos por dia em trabalho
não remunerado (logo a seguir à Turquia, Méxi-
co e Índia), acima da média da OCDE, enquanto
os homens são os que menos trabalham de
forma não remunerada (logo a seguir aos países
asiáticos e Africa do Sul), abaixo da média da
OCDE. É também de salientar que o trabalho
não remunerado em Portugal representa 53%
do PIB, a percentagem mais elevada da OCDE.
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
                                                                                            LIBERDADE

                                                                                                                  Metodologia e definições:

                                                                                                                  “Os dados recolhidos focam a revelação de conflitos de
                                                                                                                  interesses para decisores políticos de topo no Governo
                                                                                                                  central. Os dados foram recolhidos no inquérito da OCDE
                                                                                                                  2010, sobre integridade. Comparado com 2009, o inqué-
                                                                                                                  rito foi ampliado de forma a recolher dados sobre juízes,
                                                                                                                  magistrados do ministério público e oficiais do Estado con-
                                                         LEGENDA
                                                                                                                  siderados em áreas de risco, nomeadamente em contra-
                                            Informação revelada e publicamente disponível                         tos púbicos, administração fiscal e aduaneira e autorida-
                                            Informação revelada, mas não disponível ao público
                                                                                                                  des financeiras. Os dados de 2010 também abrangem
                                            Informação revelada e publicamente disponível sob requisição
                                                                                                                  informação sobre declaração de rendimentos (separados
                                            Não necessário revelar a informação
                                            Proibido
                                                                                                                  por fonte e quantia) e declaração de acumulação de fun-
                                            Não aplicável                                                         ções (pagas e não pagas) (…)”.
                                            Dados em falta

                                                                                            Grau de revelação de interesses privados nos três ramos de governação por país (2010)


                                             Activos/Bens
                                             Passivos(obrigações
                                             Fonte de Rendimento
                    Presidente




                                             Valor do Rendimento
                                             Cargo externo: pago
                                             Cargo externo: não pago
                                             Prendas
                                             Emprego anterior
RAMO EXECUTIVO

                    1º Ministro




                                            Activos/Bens
                    Ministros ou Gabinete




                                            Passivos/obrigações
                                            Fonte de Rendimento
                                            Valor do Rendimento
                                            Cargo externo: pago
                                            Cargo externo: não pago
                                            Prendas
                                            Emprego anterior
 RAMO LEGISLATIVO




                                            Activos/Bens
                       Deputasos da AR




                                            Passivos/obrigações
                                            Fonte de Rendimento
                                            Valor do Rendimento
                                            Cargo externo: pago
                                            Cargo externo: não pago
                                            Prendas
                                            Emprego anterior
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
                                                                                                                   LIBERDADE


                                         Activos/bens
                                         Passivos/obrigações
                                         Fonte de Rendimento
                                         Valor do Rendimento
                  Juizes




                                         Cargo externo: pago
                                         Cargo externo: não pago
RAMO JUDICIÁRIO




                                         Prendas
                                         Emprego anterior
                  Magistrado Min Publ.




                                                                                                                                 Informação revelada e publicamente disponível
                                                                                                                                 Informação revelada, mas não disponível ao público
                                                                                                                                 Informação revelada e publicamente disponível sob requisição
                                                                                                                                 Não necessário revelar a informação
                                                                                                                                 Proibido
                                                                                                                                 Não aplicável
                                                                                                                                 Dados em falta


                                                                                                       Grau de revelação de interesses privados para funcionários em áreas de risco             (2010)
                                                                            Funcs. Finanças
                                           FUNCIONÁRIOS EM ÁREAS DE RISCO

                                                                            Ag. Procuremente
                                                                            Autorid. financeiras
Realidades
                                    FRATERNIDADE

                                                    GRÉCIA 2012                   ESPANHA 2012




  PORTUGAL 2012




             INGLATERRA 2011                                        GRÉCIA 2012
                                    PORTUGAL 2012




ESPANHA 2012
                                                                                        ALEMANHA 2012

                                                                  INTERTEXTO (Brecht)

                                                                  Primeiro levaram os negros
                                                                  Mas não me importei com isso
                                                                  Eu não era negro

                                                                  Em seguida levaram alguns operários
                                                                  Mas não me importei com isso
                                              ITÁLIA 2012
                                                                  Eu também não era operário

                                                                  Depois prenderam os miseráveis
QUEM SE DEFENDE (Brecht)                                          Mas não me importei com isso
                                                                  Porque eu não sou miserável
Quem se defende porque lhe tiram o ar
Ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo              Depois agarraram uns desempregados
Que diz: ele agiu em legitima defesa. Mas                         Mas como tenho meu emprego
O mesmo parágrafo silencia                                        Também não me importei
Quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E no entanto morre quem não come, e quem não come o suficiente    Agora estão me levando
Morre lentamente. Durante os anos todos em que morre              Mas já é tarde.
Não lhe é permitido se defender.                                  Como eu não me importei com ninguém
                                                                  Ninguém se importa comigo.
Realidades
                                   FRATERNIDADE


Esta gente                     O Futuro                                        Grândola, vila morena

Esta gente cujo rosto          Isto vai meus amigos isto vai                   Grândola, vila morena
                               um passo atrás são sempre dois em frente        Terra da fraternidade
Às vezes luminoso              e um povo verdadeiro não se trai                O povo é quem mais ordena
E outras vezes tosco           não quer gente mais gente que outra gente.      Dentro de ti, ó cidade
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis             Isto vai meus amigos isto vai                   Dentro de ti, ó cidade
                               o que é preciso é ter sempre presente           O povo é quem mais ordena
Faz renascer meu gosto         que o presente é um tempo que se vai            Terra da fraternidade
De luta e de combate           e o futuro é o tempo resistente.
                                                                               Grândola, vila morena
Contra o abutre e a cobra
                               Depois da tempestade há a bonança
O porco e o milhafre                                                           Em cada esquina, um amigo
                               que é verde como a cor que tem a esperança
Pois a gente que tem           quando a água de Abril sobre nós cai.           Em cada rosto, igualdade
O rosto desenhado                                                              Grândola, vila morena
                               O que é preciso é termos confiança              Terra da fraternidade
Por paciência e fome
                               se fizermos de Maio a nossa lança
É a gente em quem                                                              Terra da fraternidade
                               isto vai meus amigos isto vai.
Um país ocupado                                                                Grândola, vila morena
Escreve o seu nome             José Carlos Ary dos Santos In "Obra Poética",   Em cada rosto, igualdade
E em frente desta gente        Editorial Avante, Lisboa, 1994, p 389.          O povo é quem mais ordena
Ignorada e pisada
                                                                               À sombra duma azinheira
Como a pedra do chão                                                           Que já não sabia a idade
E mais do que a pedra                                                          Jurei ter por companheira
Humilhada e calcada                                                            Grândola, a tua vontade
Meu canto se renova
                               Fraternidade                                    Grândola a tua vontade
E recomeço a busca
                                                                               Jurei ter por companheira
De um país liberto             Não me dói nada meu particular.                 À sombra duma azinheira
De uma vida limpa              Peno cilícios da comunidade.                    Que já não sabia a idade
E de um tempo justo            Água dum rio doce, entrei no mar
                               E salguei-me no sal da imensidade.              Zeca Afonso
Sophia de Mello Breyner An-    Dei o sossego às ondas
dresen, 1967 in "Geografia",   Da multidão.
de 1967, incluído em "Obra     E agora tenho chagas
Poética", Ed. caminho, Lis-    No coração
boa, 2010                      E uma angústia secreta.

                               Mas não podia, lírico poeta,
                               Ficar, de avena, a exercitar o ouvido,
                               Longe do mundo e longe do ruído.

                               Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'
Realidades
                             Documentos de relevância

                                                                                    A Crise social Global
                                                                                    Relatório da Situação Social
                                                                                    Mundial em 2011 - ONU




                                         A Europa em números
                                         Anuário do Eurostat 2011




Os Governos num Olhar 2011




                       Divididos continuamos
                       Por que continua a desi-
                       gualdade a aumentar.            As Reformas num Olhar
                       Base de dados interacti-        2011
                       va:
                        Base de dados sobre           Sistemas de aposentação
                       distribuição de rendi-          e reforma, na OCDE e
                       mento e pobreza                 G20
                        PETAL– comparação
                       do país atendendo a 6           Base de cálculo interacti-
                       indicadores de iniquida-        va
                       de
                        TRAFFIC LIGHT - com-
                       paração do país com 6
                       indicadores de iniquida-
                       de e 4 de redistribuição.



                                                                                     A Sociedade num Olhar 2011
              Fazer melhor pelas
              famílias                                                                               Inquérito Económico
                                                                                                     Março 2012 - UE
              Base de dados interac-
              tiva

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  • 1. SEPARATA MERIDIONAL PAREDE E INFORMA OLH AR A DEMO C RAC I A ESTORIL ABRIL 2012 Constituição da Repúbli- A COOPERAÇÃO - “BEM UNIDOS, FAÇAMOS…” ca Portuguesa e revisões. As Secções do Estoril e de pomos, nesta Separata, cesso de constante evolu- “A Constituição que ain- Parede olham para a De- colectivamente reflectir ção, após 7 revisões Cons- da temos” Juíz José mocracia. sobre os caminhos da De- titucionais, perguntamos: Eduardo Sapateiro. mocracia Portuguesa. Sob o símbolo dos cravos É esta a República que NESTA EDIÇÃO: de Abril, e com constantes Cientes de que a constru- Abril sonhou? remissões musicais pro- ção Democrática é um pro- A DEMOCRACIA 2 COMO PROCESSO CONTÍNUO: A IDEOLOGIA A DEMOCRACIA PORTUGUESA: DOS SISTEMAS 3 ESTADO DE DIREITO E ESTADO SOCIAL. DITATORIAIS À DEMOCRACIA ANTI- 4 Institucionalizámos a Demo- povo verdadeiro não se trai/ de nós. DEMOCRACIA cracia com o 25 de Abril em não quer gente mais gente “Quem nos viu e quem nos ANTIFASCISMO: A 4 1974. que outra gente”. E, contu- PREPARAÇÃO vê”! Para alguns não viver DEMOCRÁTICA do, neste momento, “uns A longa preparação e a silen- é mais seguro; “viver com A CONQUISTA DE vão bem e outros mal”, com 4 ciada vontade popular, firma- conforto e anuência”; mas ABRIL a desigualdade social a ram a voz com “e depois do outros, muitos, “hei-los que A INCANSÁVEL 4 aprofundar-se vertiginosa- LUTA PELA adeus” e “Grândola, Vila Mo- partem” em novo “cantar mente. “Vejam bem” - LIBERDADE E rena”. de emigração”. DEMOCRACIA “Apenas queremos traba- QUALIDADE DA Enfim! O fim da ditadura polí- lho/e casa decente/e pão Que força é essa que pro- 5 DEMOCRACIA tica e a instauração do Esta- para toda a gente”. move a anomia social, com CORRUPÇÃO UM 6 do de Direito Democrático apenas 56% dos cidadãos INIMIGO DA Sabendo que “por vezes em Portugal . Diariamente a confiarem na democra- DEMOCRACIA: num segundo se evolam A NEBULOSA celebrado e vivido, geracio- cia , e “sopra ventos ad- tantos anos,” quando acon- nalmente transmitido, e, co- versos” que resultam em VERSOS E 7 teceu estarmos novamente CANÇÕES DE mo “já o tempo se habitua”, elevadas taxas de absten- ABRIL “perfilados de medo”? Me- pouco observado. No entan- ção? A INFLEXÃO DO 8 do “de não sabermos o que to, eis que aí “vêm de pés de PARADIGMA nos espera”, medo do de- Perante a “marcha dos CAPITALISTA veludo”. semprego, medo da troika, implacáveis”, a formiga DESCENTRALIZA- 8 Conquistámos Abril, símbolo alerta, cantando, “muda de ÇÃO E medo da velhice, medo da PODER LOCAL da Liberdade e do anti- desprotecção social. Sim, rumo, muda de rumo”! 9 totalitarismo, um Estado de medo do que o Estado fará. GLOCAL E Mas, “que outro rumo deve- TEORIA DO CAOS Direito fundado na Democra- De tão estatuído, parece- remos seguir na nossa ro- IMPRENSA EM 1 0 cia representativa, “mas um mos esquecer que depende ta”?. REVISTA
  • 2. OLHAR A DEMOCRACIA Página 2 A DEMOCRACIA COMO PROCESSO CONTÍNUO– A IDEOLOGIA: LUTAS VELHAS, CANTO NOVO A celebração do 25 de Abril e justiça social não está a do sistema capitalista. Al- açam que “um dia hei de ter enche-nos de sentimentos conseguir dar resposta. guns dizem, “é uma demo- poder”, e todos apontam o contraditórios. Alegria pelo Assistimos ao aumento do cracia sequestrada” . Fica dedo ao “capitalismo”, propa- conseguido, nostalgia pelo desemprego e à falência a dúvida. O que quer o po- lando que a “dita dura”. ido, saudade pelo camara- da classe média, originan- vo? Após António Salazar ter ga- das perdido, angústia pelo do novamente uma socie- Capitalismo ou Socialismo? nho o prémio de grande Por- sucedido. dade com fossos entre tuguês, o público votou nos classes. Não mais se poderá adiar a “homens da luta” para repre- ideologia, como quer a di- Sem uma eficaz redistribui- sentar Portugal no festival reita. Impende já a acusa- ção de riqueza, de novo se Eurovisão da canção. ção popular da existência proporciona uma luta ve- de uma “classe política . A “É preciso acreditar” que lha, a de classes, desta verificar-se, nessa altura, a venceremos a “Força da re- vez, num regime democrá- luta do povo será também acção”. “Minha querida pá- tico. Se antes de Abril era contra os políticos e os par- tria”, “Oh gente da minha claro que o sistema se con- tidos, considerados não terra”, “Recuso-me”. “Agora, fundia com o regime, ago- mais como seus represen- nunca é tarde” “porque” “o ra, não o é. O sistema é tantes, mas sim como opo- povo unido jamais será venci- Capitalista e o regime, De- sitores e promotores de do”. mocrático. uma ditadura , agora em As críticas ao sistema não democracia. “No país da Pela Liberdade. Júlio Pomar. se deverão confundir com verborreia/Uma brilhante as críticas ao regime ; carreira/Dá produto todo o “Lutas velhas, canto novo”. contudo a História sistema- ano”. A luta essencial que define ticamente os enovela. Lutas velhas, canto novo; Abril, é pela Liberdade, pela Diferentes sistemas foram canto velho, lutas novas. Igualdade, pela Fraternida- propostos para atenuar as de. A instauração da Demo- É admirável a actualidade desigualdades sociais: cracia resolveu o problema das canções pré-Abril e, Capitalismo, Socialismo, de regime, mas não esgotou também notável, a reacção Comunismo, Social- Abril. Abril dos cravos, onde social aos novos cantos. democracia… “é o povo quem mais orde- Não serão eles também na”, assenta na confiança Se todos os sistemas se veículos para a denúncia da representação dos parti- propõem estabelecer a da insatisfação social, no- Menina dos Cravos. dos políticos. No diálogo e igualdade, a dita imple- vas palavras de interven- Amadeo Souza Cardoso. na concertação sob o enten- mentação de alguns, em ção e resistência? dimento de que uma socie- regime, mostrou diferente. Dizem “já não dá”, pergun- dade deverá ser sempre Os fins, por mais nobres, tam “quem meteu a mão Defendamos o Socialismo, mais justa. não justificam os meios. no meu quinhão”, anunci- aprofundemos a Democracia. Já não existem ditadura É deste novelo entre siste- am “a morte do jovem con- Mas, “a luta vai ser dura”. nem ditador, formalmente ma e regime que se questi- tribuinte”, apelam que “o ona a democracia, em par- mundo muda a cada gesto identificáveis como regime; ticular a democracia como teu”, denunciam uma contudo, o sistema que pro- metia garantir as liberdades fachada ou biombo popular “sociedade confusa”, ame-
  • 3. OLHAR A DEMOCRACIA Página 3 O DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS DITATORIAIS PARA A DEMOCRACIA Em Síntese. Hitler inicia invasões. Beveridge). Adam Smith teoriza sobre a rique- França, Espanha, Itália e Portugal tive- Socialismo democrático e a Social- za das nações; Karl Marx, na Ale- ram governos colaboracionistas. democracia contribuem para a cons- manha, denuncia as não-virtudes trução de uma Nova Ordem Econó- Oliveira Salazar: "O caminho para os do sistema capitalista. Ambiciona- mica Internacional e o progresso países em dificuldades, e mesmo para os se o Socialismo. que não estão e dificuldades, é sempre o das democracias. mesmo: produzir e poupar."... Adam Smith: “Assim que a terra de qualquer país se tenha tornado toda privada, os proprietários, como todos os outros ho- mens, que adoram tirar proveito de onde nunca trabalharam, exigirão uma renda até pelos bens naturais”. Karl Marx: “De cada um de acordo com as suas possibilidades, a cada um de acordo com as suas necessidades.” “A Democracia é a via para o Socialismo”. Friedrich Engels: “Por burguesia entende-se a massa de modernos capitalistas, donos dos meios de produção sociais e empregadores de trabalho assalariado. Por proletariado, entende-se a moder- na classe de trabalhadores assalariados, que não tendo meios de produção próprios, estão reduzidos à venda da sua força de trabalho para viver. Hitler implementa o Nacional- socialismo discursando sobre o Mussolini: “ A Democracia é linda em E, então, o contra-ataque do capita- desemprego e o fim da classe mé- teoria, na prática, é uma falácia”. limo, com o neoliberalismo , globali- dia. zando o recuo da História. Hitler: “Ao vitorioso Estalin, resiste à invasão Alemã e con- nunca é perguntado se segue uma importante derrota Nazi. disse a verdade”. “A Os EUA intervêm bombardeando a sorte dos governantes é os Alemanha, terminando a Guerra. homens não pensarem”. A sociedade condena as ditaduras. O regime Russo é também condena- Na Russia, Estalin, implementa o do. Inicia-se a disputa ideológica entre chamado Socialismo real. Hayek: (…) hoje os socialistas podem Capitalismo e Comunismo. preservar as suas posições na academia da Economia meramente pelo pretexto Estalin: “As ideias são mais poderosas que as armas. Se não de que as diferenças são questões mo- rais, cuja ciência não pode decidir deixamos os nossos inimigos ter armas, porque os haveremos de (1899-1992). deixar ter ideias?” A Alemanha propõe à Inglaterra Os EUA ajudam à reconstrução Euro- fundar uma união europeia . Na peia. Os países erigem o Estado Soci- iminência da 2ªGuerra, Keynes al, uns de matiz Alemã (Bismarck) e negoceia uma aliança com os EUA. outros de matiz Inglesa (Keynes- Keynes: “ As ideias Mudam o curso da história”. “ O Capitalis- Friedman: Não há almoços grátis. mo internacional decadente e individualista, nas mãos do qual nos (1912 - 2006) encontramos após a guerra, não é um sucesso. Não é inteligente. Não é bonito. Não é justo. Não é virtuoso. E não produz bens”.
  • 4. SEPARATA Página 4 MERIDIONAL A ANTI-DEMOCRACIA: QUANDO “OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS” Hitler Mussolini Franco Salazar Petain Estalin Mao O ANTI-FASCISMO: PREPARAÇÃO DEMOCRÁTICA Edmundo Mário Vasco Natália Catarina Álvaro Pedro Soares Tito Morais Lourenço Correia Eufémia Cunhal A CONQUISTA DE ABRIL DE 1974 - A VITÓRIA DO SOCIALIMO DEMOCRÁTICO Mário Soares e Álvaro Cunhal Presos políticos A INCANSÁVEL LUTA PELA LIBERDADE E PELA DEMOCRACIA Mário José Soares Saramago Luther Nelson Yitzhak Rabin King Olof Palme Willy Brandt Allende Mandela
  • 5. Página 5 OLHAR A DEMOCRACIA A QUALIDADE DA DEMOCRACIA : FREIOS E CONTRAPESOS soas se considera repre- Democracia (IDEA) , que cia de poder corresponda sentada pelos partidos e já propõe uma moldura de uma instância de controle 11.9% pelos movimentos avaliação do estado da das concretas pessoas que de cidadãos . “A percep- democracia, inde- ocupam aquele lugar. Entre ção que os Portugueses pendentemente do de- outras entidades, o Estado, têm é que os políticos tra- senvolvimento económico. através dos seus agentes e tam mais para os seus Multiplicam-se mundial- titulares de cargos oficiais, “Os declínios da participa- interesses pessoais do que mente as associações e pode ser, e muitas vezes é- ção eleitoral, da confiança para o interesse comum .” movimentos sob a égide o, uma fonte de abuso e de dos cidadãos nas institui- Na era da mensuração e da Democracia e Cidada- violação dos direitos indivi- ções políticas, da quali- comparabilidade de índi- nia. Criou-se, em 1999, o duais dos cidadãos – sem dade das elites políticas ces, também a qualidade Movimento Mundial para a esquecer, claro, a corrup- e dos mecanismos de da democracia é sujeita a Democracia . Em Portugal, ção e o tráfico de influên- responsabilização do po- apreciação quantitativa. formou-se a Plataforma cias. (…) Nestes perigosos der são temas recorren- O Índice da Democracia, Activa da Sociedade Civil tempos em que o que pre- tes. Existe uma noção, pelo proposto pelo Economist (PASC ) da qual destaca- valece é o “infortainement”, menos difusa, de que as Intelligence Unit (EIU), em mos o Instituto da Demo- a dita informação- bases económicas sociais e 2007 colocava Portugal no cracia Portuguesa (IDP) . espectáculo (“information” culturais que proporciona- top-vinte de países da UE Concomitantemente, sur- + “entertainement”), e em ram o surgimento da Demo- com plena democracia giu também a Plataforma que a Comunicação Social cracia nos países industria- (19º) ; contudo, em 2012, Outra Democracia (PODe) é cada vez mais apenas lizados sofreram muta- descemos para uma posi- que, numa parceria com o uma indústria de conteú- ções de tal modo impor- ção de democracia com Movimento Internacional dos, é absolutamente ur- tantes que podem estar a falhas, a par com a Grécia, Lusófono (MIL), organiza gente e essencial destrin- afectar os aspectos mais Itália, Espanha e Irlanda . um ciclo de debates, deno- çar a Informação de tudo o básicos da relação entre Outra organização Norte- minado “Reaprender a resto – Entretenimento, os cidadãos e o poder Americana, Freedom Hou- Democracia”. Ainda vive- Publicidade, Propaganda político” . se (Casa da Liberdade) mos em Democracia? (de Educação e Instrução já Um estudo realizado pela classifica-nos com o valor Perguntam a Manuel Villa- nem me atrevo a escrever, Associação para o Desen- máximo em direitos políti- verde Cabral e Miguel Ser- tanto são maltratadas) – volvimento Económico e cos e liberdades cívicas ; ras Pereira. sob pena de esse sistema Social (SEDES) , em 2009, no entanto, no sector de Mas, analisemos o deno- de controle do Poder se aponta o descrédito na Jus- colecção de notícias sobre minado sistema de “freios tornar, afinal, um instru- tiça como um problema da o país encontram-se refe- e contrapesos”: a justiça e mento de manipulação das democracia Portuguesa. Já rências a corrupção e ten- a comunicação social. consciências e de condicio- em 2012, reporta que a tativa de manipulação da O Juíz Eurico Reis, perten- namento do pensamento”. satisfação com a democra- imprensa . Já a Democra- cente à Associação de Qual é o sistema de freios e cia atingiu um mínimo his- tic Audit (Auditoria Demo- Juizes pela Cidadania es- contrapesos da UE , cujo tórico, salientando que crática), do Reino Unido, creve: “Como Lord Pal- parlamento já é apontado apenas 56% dos Portugue- relata um estudo sobre a merston(…) muito clara- como apresentando défice ses defende a democracia qualidade da democracia mente afirmou, “o Poder democrático? E cujas e 64.6% estão insatisfeitos em Portugal, sem data . corrompe”, sendo, por propostas ameaçam as com o seu funcionamento. Impulsionando uma meto- isso, absolutamente indis- soberanias nacionais? Consolida-se um sentimen- dologia própria, resultou pensável, para que exista O sinal de alarme é a Direi- to anti-partidário, sendo na consolidação do Institu- um verdadeiro Estado de ta anti-europeista e populis- que apenas 10.3% das pes- to Internacional para a Direito, que a cada instân- tá já tirar proveito.
  • 6. Página 6 OLHAR A DEMOCRACIA CORRUPÇÃO: UM INIMIGO DA DEMOCRACIA - A NEBULOSA tipos de crimes. Além da cargo", se soubesse que ele acusação de crime econó- corrupção como nome pró- estaria envolvido num caso mico triplicaram de 2010 prio de crime, vêm próximos de corrupção, e o resultado para 2011. na «nebulosa da corrupção» das autárquicas de 2005 O Eurobarómetro, em Fe- o peculato, a participação com a reeleição de vários vereiro, afirma que 97% 9 de Dezembro é o dia in- económica em negócio, candidatos a braços com a dos inquiridos aponta a ternacional contra a corrup- o abuso de poder, a justiça. Portugal é um País corrupção como um grave ção. O Secretário Executivo concussão, o favorecimen- propenso a um tipo de cor- problema do país. do Gabinete contra a Droga to pessoal ou o tráfico de “Sem o combate da corrupção e dos fenómenos associados e Crime da ONU (UNODC) influência, com perspecti- não há verdadeira democracia “ Maria José Morgado afirmou que «Em todo o vas, desvalor, teleologia, rupção que não assenta ne- globo, a cada dia, em cada A descrença no sistema elementos e modos de abor- cessariamente no suborno e momento, a esperança e as Judicial e a “normalidade” dagem diversos”. na troca directa dinheiro/ aspirações dos cidadãos de “pequenos favores” faz A exposição do estudo de decisões, mas que é constru- comuns estão a ser arruina- prever que as cifras ne- João Maia relata que os por- ída socialmente ao longo do dos pela corrupção». gras nesta “nebulosa da tugueses tendem a conside- tempo, através da troca de As instituições internacio- “corrupção” sejam eleva- rar "actos corruptos" aque- favores, de simpatia, de nais sucedem-se em acor- das. Dos crimes participa- les que "mais se aproximam prendas e hospitalidade". dos visando a luta contra a dos foi concluído que as da definição penal", deixan- Em Portugal, o PS votou sozi- autarquias concentram corrupção: a OCDE em do, assim, de fora uma série nho a criação do Conselho quase 90% da corrupção 1997; o Conselho Europeu de outros comportamentos de Prevenção da Corrupção em Portugal . em 1999, tendo-se forma- tipo "cunhas", (CPC) com a Lei n.º do a GRECO (Grupo de Es- Com a crise e a austerida- "favorecimentos", ou 54/2008, de 4 de Setembro. tados contra a corrupção ), de prevê-se que o fenóme- "patrocinato político". Em O Presidente do CPC é o Pre- e a ONU, em 2003. no aumente ; contudo, o relação a esses comporta- sidente do Tribunal de Con- João Maia , 2008, revela empenho colectivo no mentos revelam-se permissi- tas, Guilherme d’Oliveira que “os Portugueses tole- combate à corrupção de- vos e até favoráveis, sempre Martins, que afirma existir ram bem o tráfico de influ- verá manter-se. Assim, a que os mesmos tenham por um grande entrave à acção ências e vêem nele a única Faculdade de Direito da objectivo uma causa justa de todos os órgãos de pre- forma de ultrapassar um Universidade Nova de Lis- ou o interesse colectivo. É a venção da corrupção(…) uma Estado lento e desatento boa disponibiliza um dos- corrupção ao estilo Robin vez que a grande corrupção aos seus direitos e necessi- sier com informação rele- Hood", própria de "uma cul- foge sistematicamente (…) dades”. vante sobre o tema . A tura cívica ainda muito as- aos mecanismos do Estado associação Transparência “Violações na transparência são corrosivas à Democracia”. de Direito. Internacional publica rela- João Cravinho Estudando o papel da im- tórios anuais e um índice sente na satisfação das ne- prensa na percepção sobre de percepção. Interactivo Este ano, realizou-se um cessidades básicas". corrupção, as principais con- em Português . E a OCDE seminário sobre o Ministé- Constata-se, também, uma clusões são que o fenómeno um relatório sobre confli- rio Público e o combate à "discrepância" entre "o mun- aumentou e parece afectar tos de interesses . corrupção. Na comunicação do simbólico/ideal e o mun- sobretudo a acção política. de António Henriques Gas- Marinho Pinto ao dizer do estratégico/real". Só as- Sendo a principal incidência par pode ler-se: “Decom- “Quem cede um milíme- sim se explica que a esma- noticiosa na fase de instru- posto nos vários modos de tro…. ” aproxima-se da gadora maioria (88,4%) te- ção e atentando ao papel abordagem na dimensão frase de Olof Palme: nha dito que não votaria social dos intervenientes, jurídico-penal, o complexo “Quem cede a uma injusti- num autarca, mesmo que geram-se sentimentos de da corrupção acolhe vários ça, abre a porta para a com "bom desempenho no impunidade . Os casos de seguinte”. TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - AJUSTES DIRECTOS: http://transparencia-pt.org/.
  • 7. SEPARATA Página 7 MERIDIONAL VERSOS E CANÇÕES DE ABRIL, ATÉ ENTÃO... E DE AGORA... José Mário Sérgio Branco Godinho Zeca Afonso Mário Viegas Letria Fausto Fanha José Régio Barata Moura Natália Correia Alegre Ary dos Santos José Mário Branco Boss AC Deolinda “Antes quebrar do que torcer” “Os direitos da democracia não são reservados a um grupo de pessoas na sociedade, são direitos de todas as pessoas” Olof Palme DIVISÕES IDEOLÓGICAS: SÍNTESE DE OBJECTIVOS E ARGUMENTOS DIREITA ESQUERDA Liberdade Confunde liberdade indivi- Só há Liberdade individual, Liberdade dual e colectiva. Confunde se houver Liberdade colec- Liberdade económica com tiva a social Igualdade Todos nascemos iguais. Todos deveremos ser iguais. Igualdade Equidade porque diferentes Menos Estado, Melhor Princípio económico do libe- Princípio de redistribuição Melhor Estado Estado ralismo. da riqueza Abandono da ideolo- Hierarquização de valores: Primazia da sociedade Defesa da Ideologia gia eficácia económica acima de tudo. Individualismo. Não há alternativa Conservadorismo económi- Progresso económico e Há alternativas co e social social “Cada um tem o que Argumento moral Argumento político. Promo- “A cada um o que merece” ção da mobilidade social merece” LIBERALISMO SOCIAL-DEMOCRACIA SOCIALISMO
  • 8. Página 8 OLHAR A DEMOCRACIA A PERIGOSA INFLEXÃO DO PARADIGMA CAPITALISTA - A LEI DA SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS DO DISCURSO NEOLIBERAL: LAMARCK Se o Capitalismo se revê berdade, Igualdadae e ente e em que sectores; o co como capitalismo de Es- claramente no Darwinismo Fraternidade são tidos Estado apenas como regu- tado, enquanto indicia que é ou “a lei do mais forte”, como universais, o libe- lador ou também como naturalmente corrupto . também Lamarck, com a ralismo aplicou-lhes a prestador. Durante esta Atacando desta forma o Es- sua “teoria do uso e do regra do “uso e do desu- vaga de ataque ao socialis- tado, esmaga-o perante as desuso” poderá explicar a so” ou da “adaptação”. mo democrático, aprovei- suas bases democráticas, evolução do sistema e a tando o insucesso do de- destituindo-o de poder políti- Um dos méritos do capi- confusão conceptual que a nominado socialismo real, co. Com a promoção da de- talismo liberal consistiu teoria neoliberal promove. foi encorajado o abandono mocracia participativa cir- na “democratização” da Com uma facilidade quase de conceitos precisos, ape- cunscreve-o a um mero apa- filosofia. De forma mais intuitiva, reconhecemos o nas porque, apelidados de ziguador social; porquanto já ou menos consciente, “adapta-te, ou morre”; Marxistas. destituído de poder político discutiu-se a diferença contudo, temos dificulda- efectivo. Também a descen- entre direito positivo e E entrámos no difuso mun- de em identificar a lenta e tralização cumpre o seu pa- negativo, contrapondo a do, dos conceitos utiliza- progressiva adaptação dos pel: órgãos de Estado de Liberdade individual e a dos em senso comum….. discursos e modificação menores dimensões e com colectiva; a diferença conceptual paulatina. Com Nesta segunda vaga de mais competências proporci- entre Igualdade perante espanto, podemos consta- ataque, o neoliberalismo onam o desenvolvimento de a Lei e a igualdade social tar que o neoliberalismo recorreu à “adaptação” e novos sectores de mercado, ou de circunstâncias. O de vanguarda defende o introdução de novas mo- o elogio ao empreendedoris- conceito de Fraternida- Estado, a descentralização das conceptuais, mal- mo (!) (em detrimento do de, irremediavelmente e a democracia participati- precisas. associativismo), que pode- remissivo para “irmão”, va. Mas, não seriam estes Se as sociedades europei- rão, posteriormente, ser foi sujeito ao primeiro pilares da esquerda demo- as do pós-guerra resistem aglutinados em “clusters” ou ataque: o desuso e subs- crática? ao abandono do Estado grandes empresas. É a Lei tituição descarada por Vários conceitos, de uso solidariedade; um tipo de Social, intimamente asso- do Mercado, dizem….. comum, têm sido ampla- relação difusa… ciado à democracia euro- Simultaneamente, recomen- mente usados sob uma peia; então, não mais se dam: abandonem-se as ideo- Também na fase liberal, semântica filosófica dife- questiona. O discurso neo- logias, é necessário pragma- se discutia o papel do rente. Se para a pessoa liberal aceita-o, categori- tismo. Pois…….é incómodo Estado, se deveria ser comum os valores da Li- zando o modelo económi- pensar….. mais ou menos interveni- DESCENTRALIZAÇÃO E PODER LOCAL: REFORÇO DEMOCRÁTICO? “Durante o Sec XIX e pri- bas) para justificar a au- verno, com o Livro Verde , meiras décadas de nove- tonomia administrativa e aparentava querer discutir centos, nas várias concep- política das circunscri- seriamente o assunto, nos deira política de proximidade - ções sobre sociedade sub- ções intermédias, apre- seus diversos planos; contu- não somente competências jacente à defesa do des- sentadas, simultanea- do, a Lei 44/XII revela o administrativas, mas também centralismo, encontra-se mente, como reacção e contrário. ANMP e ANAFRE políticas. esta atitude comum: a re- como alternativa perante resistem. De facto, quem De outra forma, as autarquias cusa das teorias contratua- o impulso uniformizador defende efectivamente o e empresas municipais peri- listas e a invocação de te- do Estado Novo”. poder local exige uma ampli- gam em transformar-se em ses jusnaturalistas e de Hoje, novamente se dis- ação de competências que extensões das máquinas par- pendor histórico (ou am- cute o poder local. O Go- possa consolidar uma verda- tidárias locais.
  • 9. Página 9 OLHAR A DEMOCRACIA “QUANDO UMA BORBOLETA BATE AS ASAS EM TÓQUIO, PROVOCA UM FURACÃO EM NOVA IORQUE”. O GLOCAL E A TEORIA DO CAOS é uma palavra de ordem; “globalização” é um fenó- Desta forma, a Teoria do contudo, todo o empe- meno novo, ou sequer, Caos parece estar sociologi- nho parece estar dirigido recente? Não estaremos a camente presente no pro- para micro-sectores da confundir o significado e o cesso capitalista que condu- vida social e dificilmente significante? ziu ao neoliberalismo, ou se estabelece a configu- seja, o da “globalização”: Lembremos que já no Séc ração geral. Os movimen- não linearidade pela existên- XIX Marx apelou: tos mundiais temáticos cia de movimentos sociais “Proletários de todo o multiplicam-se reclaman- cujo frenesim promove a A Teoria do Caos e o mundo, uni-vos”. Que fenó- do que o seu sector é sensação social de autono- “efeito borboleta” podem meno global estava a sen- hierarquicamente impor- mia e aleatoriedade; dinâmi- ser aplicados, de diversas tir-se, justificando um ape- tante e justo. co nos processos de reac- formas à abordagem políti- lo mundial? ção/adaptação social/ ca actual, quer na evolu- Para a vida autárquica Diferentes significados eleitoral e determinista por- ção do sistema capitalista, isto é particularmente foram atribuídos à mesma que, independentemente da quer na análise histórica: verdadeiro: “cidades sus- palavra/significante: aparente estocasticidade da aparente aleatoriedade, tentáveis”, “cidades edu- “globalização” (inatacável história, o resultado é a acu- própria de sistemas não cadoras” , “cidades em si mesma, porque ape- mulação de capital. Numa lineares, dinâmicos, mas saudáveis” , cidades nas remete para global/ perspectiva de escala tem- deterministas, com grande amigas dos idosos” , mundial/hegemónico), poral, ou fractal, estaremos sensibilidade às variações “cidades criativas” , desenvolvendo-se várias ideologicamente muito longe iniciais do sistema e cuja “cidades lentas” , abordagens conceptuais. do que se debatia no Séc. escala pode ser analisada “cidades em transi- Contudo, a evolução do XIX? do ponto de vista fractal. ção” ,….. sistema capitalista para a A “crise” da social democra- A tão propalada globaliza- O ruido e afã gerados fase neoliberal mostrou a cia dever-se-á à aceitação ção, afinada pela glocaliza- pelo impulso para a dita verdadeira essência da do capitalismo como siste- ção: “Pensar Global, Agir “mudança” é tão grande filosofia económica e políti- ma, conjugado com a tenta- Local”, assume que pe- que os motores criados ca da dita “globalização” - tiva de humanização (3ª quenas modificações lo- abafam o essencial, Pen- o conceito é produto e pro- Via)? cais poderão trazer mu- sar Global: O que é a dutor da hegemonia do danças de nível mundial. Globalização, afinal? Que sistema capitalista. Não será de estranhar que o Na gíria: “se queres mudar sociedade ambiciona- Relatório de Desenvolvimen- Ao capitalismo importa o mundo, começa por ti mos? Que Cidade quere- to Humano das Nações Uni- acumular capital. Contudo, mesmo”; habitualmente mos? das (PNUD) de 2010 tenha como meio, importará se- aplicado a questões cívi- como título “A verdadeira renar a classe trabalhado- cas, mais ou menos es- riqueza das Nações”, clara- ra. Fê-lo e fá-lo através do partilhadas por sectores mente afirmando uma crítica Estado. A expansão do de acção: ambiente, cul- a Adam Smith. sistema fez com que o tura, saúde, direitos dos Nos últimos anos acen- capital se tornasse apátri- animais, direitos das mu- deu-se a discussão sobre da, extravasando os Esta- lheres….. globalização. dos-Nação; contudo, não é Grande parte do discurso “Globalização sim, mas difuso, existem centros neoliberal impele-nos ao não esta”, diz-se. financeiros que se frenesim, clama a deslocalizam perio- Será que cremos verda- “mudança” e empreender dicamente. deiramente que a dita
  • 10. A IMPRENSA NACIONAL E LOCAL REVISTA 09.09.2011 Portugueses perguntam a Islandeses sobre Democracia GVoices 04.12.2011 Portugal continua sem estratégia de prevenção e combate à corrupção Público 21.12.2011 The Economist desclassifica Democracia em Portugal RTP 20.11.2011 Mário Soares avisa que democracia pode vir a ser posta em causa Expresso 29.12.2011 Parlamento é “escritório de representações” J. Notícias 11.01.2012 A corrupção vai aumentar em tempos de crise TSF 11.01.2102 Eurico Figueiredo diz que Portugal já não vive em democracia RTP 11.01.2012 Corrupção de Estado e dos partidos é a mais difícil de investigar J.Notícias 19.01.2012 Satisfação com Democracia atingiu “mínimo histórico” de sempre J.Madeira 19.01.2012 Portugueses confiam menos no sistema democrático Expresso 29.01.2012 Classe média como a conhecemos poderá desaparecer Sol 31.01.2012 Marinho Pinto não poupou Governo no seu discurso D. Notícias 06.02.2012 Há uma tentativa de desculpabilizar a corrupção, disse Paulo Morais Oeste Online 23.02.2012 Marinho Pinto: Grandes contribuintes só pagam imposto se quiserem Lusa 26.02.2012 Paul Krugman defende que Portugal deve baixar salários até 30% Expresso 27.02.2012 Acusações de corrupção triplicam C. Manhã 28.02.2012 Soares diz esperar que democracia Portuguesa não perca valores Sol 08.03.2012 António Costa contra visão cínica da política, pede “democracia ágil” i online 08.03.2012 Jorge Bateira: Questões de fundo mynetpress 13.03.2012 Corrupção: Gestores devem ter “punição social” Ag. Financeira 13.03.2012 Pacheco Pereira: “cama está posta” para novo Sidónio Pais Ag. Financeira 15.03.2012 EDP “Há dois pesos e duas medidas” i online 18.03.2012 Medina Carreira e João Duque preocupados com dívida das autarquias Ag. Financeira 19.03.2012 O défice democrático do Parlamento Europeu Presseurop 23.03.2012 Marinho Pinto acusa polícia de tiques de ditadura Sol 23.03.2012 RAI mostra o Portugal da austeridade dos pobres e dos ricos Neg. online 26.03.2o12 Paul Krugman aponta exemplo negativo da economia Portuguesa RTP 30.03.2012 Associação dos Oficiais das Forças Armadas considerada grupo de pressão pela CIA RTP 31.03.2012 Seguro: Fosso ideológico para PSD é mais acentuado que nunca D. Notícias 04.04.2012 Presidente do BCE diz que modelo social Europeu “está morto” Público 08.04.2012 PS propõe protocolo adicional ao Tratado Orçamental Ag. financeira As hiperligações a vídeos e texto estão assinaladas com e , respectivamente. Ao longo do texto há hiperligações musi- cais assinaladas com texto a azul, cor simbolicamente escolhida para comemorar a ausência de censura formal. A remis- são para textos que não em Português deve-se à inexistência dos mesmos. Redacção: Secretariados PS Parede e Estoril.
  • 11. Dados oficiais: Gráficos e Tabelas IGUALDADE
  • 12. Dados oficiais: Gráficos e Tabelas IGUALDADE Taxa de emprego de mulheres Mulheres Homens e homens (15-49) com ou Com Sem Com Sem sem crianças Taxa de emprego (20-64) Taxa de desemprego (15-74)
  • 13. Dados oficiais: Gráficos e Tabelas IGUALDADE Portugal gasta menos por criança, em termos abso- lutos, que a média da OCDE, em cada nível de de- senvolvimento infantil Trabalho não remunerado representa cerca de um terço do PIB nos países da OCDE 53% Os homens asiáticos são os que dispendem menor tempo em trabalho não remunerado, enquanto as mulheres Mexicanas e Turcas o maior Minutos de trabalho não pago por dia. Homens Minutos de trabalho não pago por dia. Mulheres Portugal é o País da UE no qual as mulheres trabalham mais minutos por dia em trabalho não remunerado (logo a seguir à Turquia, Méxi- co e Índia), acima da média da OCDE, enquanto os homens são os que menos trabalham de forma não remunerada (logo a seguir aos países asiáticos e Africa do Sul), abaixo da média da OCDE. É também de salientar que o trabalho não remunerado em Portugal representa 53% do PIB, a percentagem mais elevada da OCDE.
  • 14. Dados oficiais: Gráficos e Tabelas LIBERDADE Metodologia e definições: “Os dados recolhidos focam a revelação de conflitos de interesses para decisores políticos de topo no Governo central. Os dados foram recolhidos no inquérito da OCDE 2010, sobre integridade. Comparado com 2009, o inqué- rito foi ampliado de forma a recolher dados sobre juízes, magistrados do ministério público e oficiais do Estado con- LEGENDA siderados em áreas de risco, nomeadamente em contra- Informação revelada e publicamente disponível tos púbicos, administração fiscal e aduaneira e autorida- Informação revelada, mas não disponível ao público des financeiras. Os dados de 2010 também abrangem Informação revelada e publicamente disponível sob requisição informação sobre declaração de rendimentos (separados Não necessário revelar a informação Proibido por fonte e quantia) e declaração de acumulação de fun- Não aplicável ções (pagas e não pagas) (…)”. Dados em falta Grau de revelação de interesses privados nos três ramos de governação por país (2010) Activos/Bens Passivos(obrigações Fonte de Rendimento Presidente Valor do Rendimento Cargo externo: pago Cargo externo: não pago Prendas Emprego anterior RAMO EXECUTIVO 1º Ministro Activos/Bens Ministros ou Gabinete Passivos/obrigações Fonte de Rendimento Valor do Rendimento Cargo externo: pago Cargo externo: não pago Prendas Emprego anterior RAMO LEGISLATIVO Activos/Bens Deputasos da AR Passivos/obrigações Fonte de Rendimento Valor do Rendimento Cargo externo: pago Cargo externo: não pago Prendas Emprego anterior
  • 15. Dados oficiais: Gráficos e Tabelas LIBERDADE Activos/bens Passivos/obrigações Fonte de Rendimento Valor do Rendimento Juizes Cargo externo: pago Cargo externo: não pago RAMO JUDICIÁRIO Prendas Emprego anterior Magistrado Min Publ. Informação revelada e publicamente disponível Informação revelada, mas não disponível ao público Informação revelada e publicamente disponível sob requisição Não necessário revelar a informação Proibido Não aplicável Dados em falta Grau de revelação de interesses privados para funcionários em áreas de risco (2010) Funcs. Finanças FUNCIONÁRIOS EM ÁREAS DE RISCO Ag. Procuremente Autorid. financeiras
  • 16. Realidades FRATERNIDADE GRÉCIA 2012 ESPANHA 2012 PORTUGAL 2012 INGLATERRA 2011 GRÉCIA 2012 PORTUGAL 2012 ESPANHA 2012 ALEMANHA 2012 INTERTEXTO (Brecht) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso ITÁLIA 2012 Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis QUEM SE DEFENDE (Brecht) Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável Quem se defende porque lhe tiram o ar Ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo Depois agarraram uns desempregados Que diz: ele agiu em legitima defesa. Mas Mas como tenho meu emprego O mesmo parágrafo silencia Também não me importei Quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão. E no entanto morre quem não come, e quem não come o suficiente Agora estão me levando Morre lentamente. Durante os anos todos em que morre Mas já é tarde. Não lhe é permitido se defender. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo.
  • 17. Realidades FRATERNIDADE Esta gente O Futuro Grândola, vila morena Esta gente cujo rosto Isto vai meus amigos isto vai Grândola, vila morena um passo atrás são sempre dois em frente Terra da fraternidade Às vezes luminoso e um povo verdadeiro não se trai O povo é quem mais ordena E outras vezes tosco não quer gente mais gente que outra gente. Dentro de ti, ó cidade Ora me lembra escravos Ora me lembra reis Isto vai meus amigos isto vai Dentro de ti, ó cidade o que é preciso é ter sempre presente O povo é quem mais ordena Faz renascer meu gosto que o presente é um tempo que se vai Terra da fraternidade De luta e de combate e o futuro é o tempo resistente. Grândola, vila morena Contra o abutre e a cobra Depois da tempestade há a bonança O porco e o milhafre Em cada esquina, um amigo que é verde como a cor que tem a esperança Pois a gente que tem quando a água de Abril sobre nós cai. Em cada rosto, igualdade O rosto desenhado Grândola, vila morena O que é preciso é termos confiança Terra da fraternidade Por paciência e fome se fizermos de Maio a nossa lança É a gente em quem Terra da fraternidade isto vai meus amigos isto vai. Um país ocupado Grândola, vila morena Escreve o seu nome José Carlos Ary dos Santos In "Obra Poética", Em cada rosto, igualdade E em frente desta gente Editorial Avante, Lisboa, 1994, p 389. O povo é quem mais ordena Ignorada e pisada À sombra duma azinheira Como a pedra do chão Que já não sabia a idade E mais do que a pedra Jurei ter por companheira Humilhada e calcada Grândola, a tua vontade Meu canto se renova Fraternidade Grândola a tua vontade E recomeço a busca Jurei ter por companheira De um país liberto Não me dói nada meu particular. À sombra duma azinheira De uma vida limpa Peno cilícios da comunidade. Que já não sabia a idade E de um tempo justo Água dum rio doce, entrei no mar E salguei-me no sal da imensidade. Zeca Afonso Sophia de Mello Breyner An- Dei o sossego às ondas dresen, 1967 in "Geografia", Da multidão. de 1967, incluído em "Obra E agora tenho chagas Poética", Ed. caminho, Lis- No coração boa, 2010 E uma angústia secreta. Mas não podia, lírico poeta, Ficar, de avena, a exercitar o ouvido, Longe do mundo e longe do ruído. Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'
  • 18. Realidades Documentos de relevância A Crise social Global Relatório da Situação Social Mundial em 2011 - ONU A Europa em números Anuário do Eurostat 2011 Os Governos num Olhar 2011 Divididos continuamos Por que continua a desi- gualdade a aumentar. As Reformas num Olhar Base de dados interacti- 2011 va:  Base de dados sobre Sistemas de aposentação distribuição de rendi- e reforma, na OCDE e mento e pobreza G20  PETAL– comparação do país atendendo a 6 Base de cálculo interacti- indicadores de iniquida- va de  TRAFFIC LIGHT - com- paração do país com 6 indicadores de iniquida- de e 4 de redistribuição. A Sociedade num Olhar 2011 Fazer melhor pelas famílias Inquérito Económico Março 2012 - UE Base de dados interac- tiva