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"Economia verde" integrada na natureza:
 grande perspetiva de "sustentabilidade" para o futuro
se abandonamos a cultura e consumo "insustentáveis",
           dizem utopistas ambientalistas.
        Foto: aborigem da Papua-Nova Guiné
O telão desceu. A Rio+20 terminou. Nos diversos pontos que serviram para o encontro, um
exército de funcionários está desmontando os gigantescos cenários feitos para o lançamento
do “desenvolvimento sustentável” e da “economia verde” como modelo para a humanidade.

Representantes governamentais e ativistas de ONGs apressaram-se rumo ao aeroporto
levando a seus países a “mensagem” haurida. Viajaram, preparados para implementar as
estratégias do “desenvolvimento” sustentável” e da “economia verde”.

Entretanto, poucos, muito poucos cidadãos, ficaram sabendo aonde podem nos conduzir essas
estratégias que condenam o mundo que conhecemos como réu do crime de
“insustentabilidade”.

E é assim que as temáticas levantadas na Rio+20 farão sua entrada nas políticas na¬cionais.


O Brasil parece ter sido escolhido como laboratório de ensaio privilegiado da “economia verde”
e “sustentável”. O Código Florestal será o primeiro campo de batalha para atingir o
“insustentável” agronegócio e reduzir os níveis de consumo “insustentáveis” dos brasileiros.

Os “grandes inimigos do planeta”, desmatadores, emissores de CO2, a indústria, o progresso,
o consumo, etc. estarão no centro das denúncias. As atividades extrativas, as indústrias
produtivas, o uso de carros, eletrodomésticos, etc., serão outros alvos da demolição.

Poderá haver também “surpresas”, tal vez pré-fabricadas, relacionadas com a crise do sistema
financeiro mundial, que– habilmente manipuladas pela grande mídia – predisporão à ideia de
que o sistema atual é deveras “insustentável”.
Consumo humano é "insustentável", acham ambientalistas
          Foto Mercado Municipal Sao Paulo.jpg
O Brasil, e o Ocidente em geral, não querem saber de nada disso. Concordam, sim, com
algumas mitigações e melhoras da qualidade de vida, para elevar o nível da cultura, da
civilização e do consumo. Mas não querem saber de mais agitação ou revolução.

O ambientalismo saiu da Rio+20 em acentuada depressão por causa dessa falta de interesse
no Brasil e no mundo. Esse desinteresse, aliás, se transforma em hostilidade popular nos EUA
contra as políticas ambientalistas do presidente candidato à reeleição Barak Obama.
A falta de adesão do público aos sonhos ambientalistas cria na militância verde insegurança e
um fundo de agressividade. É o que revelou o episódio constitucional no Paraguai.

Foi como se os governos populistas sul-americanos, afinando com o cubano, tivessem sentido
o chão tremer embaixo dos pés ouvindo falar da destituição constitucional do agora ex-
presidente Lugo do Paraguai..

Um povo destituir democraticamente um dos “nossos”? E se amanhã somos nós?

Os líderes autoconvocados a pôr em prática o “desenvolvimento sustentável” e a “economia
verde” deixaram claro pelo sua conduta que nas novas estratégias não há muita democracia
nem interesse pela vontade dos povos.




Verdes mostram conteúdo vermelho: protesto contra impeachment de Lugo
  em frente à embaixada do Paraguai, Brasília. Foto Antonio Cruz-ABR
Com por arte de magia, a “Cúpula dos Povos” da Rio+20 aprovou moção de apoio ao
presidente destituído e convocou a uma vigília em frente ao consulado paraguaio no Rio.

Representantes de sindicatos brasileiros enunciaram a vontade de viajar ao país vizinho para
tentar garantir a permanência de Lugo no poder.




A ativista social Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul, como muitas outras presentes na
Rio+20 se insurgiu contra a vontade das autoridades legítimas do Paraguai qualificada, em
coro, de “golpe”.

Carlos Henrique Painel, um dos coordenadores da Cúpula dos Povos e membro do Fórum
Brasileiro de ONGs, repetiu a voz de ordem: “é uma tentativa de golpe branco”.

O que tem a ver isto todo com o ambientalismo? Por que é que o citamos neste blog?

É, porque por trás de tudo o que aconteceu na Rio+20 pintado de cor verde, na realidade
agiam militantes do socialismo vermelho. E bem mais sensíveis ao vermelho do que ao verde.

E o Paraguai foi o teste dos noves. Bastou um camarada de luta esquerdista e de Teologia da
Libertação passar dificuldades que esses arautos do “desenvolvimento sustentável” e da
“economia verde” esqueceram a razão aduzida para estar na reunião mundial ambientalista e
saíram afobados a auxiliar o companheiro em apuros.

E a ciência em tudo isto?

Como virou costume no ambientalismo, a ciência só é aceita se serve à utopia. Senão que vá
às favas.

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  • 1. "Economia verde" integrada na natureza: grande perspetiva de "sustentabilidade" para o futuro se abandonamos a cultura e consumo "insustentáveis", dizem utopistas ambientalistas. Foto: aborigem da Papua-Nova Guiné O telão desceu. A Rio+20 terminou. Nos diversos pontos que serviram para o encontro, um exército de funcionários está desmontando os gigantescos cenários feitos para o lançamento do “desenvolvimento sustentável” e da “economia verde” como modelo para a humanidade. Representantes governamentais e ativistas de ONGs apressaram-se rumo ao aeroporto levando a seus países a “mensagem” haurida. Viajaram, preparados para implementar as estratégias do “desenvolvimento” sustentável” e da “economia verde”. Entretanto, poucos, muito poucos cidadãos, ficaram sabendo aonde podem nos conduzir essas estratégias que condenam o mundo que conhecemos como réu do crime de “insustentabilidade”. E é assim que as temáticas levantadas na Rio+20 farão sua entrada nas políticas na¬cionais. O Brasil parece ter sido escolhido como laboratório de ensaio privilegiado da “economia verde” e “sustentável”. O Código Florestal será o primeiro campo de batalha para atingir o “insustentável” agronegócio e reduzir os níveis de consumo “insustentáveis” dos brasileiros. Os “grandes inimigos do planeta”, desmatadores, emissores de CO2, a indústria, o progresso, o consumo, etc. estarão no centro das denúncias. As atividades extrativas, as indústrias produtivas, o uso de carros, eletrodomésticos, etc., serão outros alvos da demolição. Poderá haver também “surpresas”, tal vez pré-fabricadas, relacionadas com a crise do sistema financeiro mundial, que– habilmente manipuladas pela grande mídia – predisporão à ideia de que o sistema atual é deveras “insustentável”.
  • 2. Consumo humano é "insustentável", acham ambientalistas Foto Mercado Municipal Sao Paulo.jpg O Brasil, e o Ocidente em geral, não querem saber de nada disso. Concordam, sim, com algumas mitigações e melhoras da qualidade de vida, para elevar o nível da cultura, da civilização e do consumo. Mas não querem saber de mais agitação ou revolução. O ambientalismo saiu da Rio+20 em acentuada depressão por causa dessa falta de interesse no Brasil e no mundo. Esse desinteresse, aliás, se transforma em hostilidade popular nos EUA contra as políticas ambientalistas do presidente candidato à reeleição Barak Obama. A falta de adesão do público aos sonhos ambientalistas cria na militância verde insegurança e um fundo de agressividade. É o que revelou o episódio constitucional no Paraguai. Foi como se os governos populistas sul-americanos, afinando com o cubano, tivessem sentido o chão tremer embaixo dos pés ouvindo falar da destituição constitucional do agora ex- presidente Lugo do Paraguai.. Um povo destituir democraticamente um dos “nossos”? E se amanhã somos nós? Os líderes autoconvocados a pôr em prática o “desenvolvimento sustentável” e a “economia verde” deixaram claro pelo sua conduta que nas novas estratégias não há muita democracia nem interesse pela vontade dos povos. Verdes mostram conteúdo vermelho: protesto contra impeachment de Lugo em frente à embaixada do Paraguai, Brasília. Foto Antonio Cruz-ABR
  • 3. Com por arte de magia, a “Cúpula dos Povos” da Rio+20 aprovou moção de apoio ao presidente destituído e convocou a uma vigília em frente ao consulado paraguaio no Rio. Representantes de sindicatos brasileiros enunciaram a vontade de viajar ao país vizinho para tentar garantir a permanência de Lugo no poder. A ativista social Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul, como muitas outras presentes na Rio+20 se insurgiu contra a vontade das autoridades legítimas do Paraguai qualificada, em coro, de “golpe”. Carlos Henrique Painel, um dos coordenadores da Cúpula dos Povos e membro do Fórum Brasileiro de ONGs, repetiu a voz de ordem: “é uma tentativa de golpe branco”. O que tem a ver isto todo com o ambientalismo? Por que é que o citamos neste blog? É, porque por trás de tudo o que aconteceu na Rio+20 pintado de cor verde, na realidade agiam militantes do socialismo vermelho. E bem mais sensíveis ao vermelho do que ao verde. E o Paraguai foi o teste dos noves. Bastou um camarada de luta esquerdista e de Teologia da Libertação passar dificuldades que esses arautos do “desenvolvimento sustentável” e da “economia verde” esqueceram a razão aduzida para estar na reunião mundial ambientalista e saíram afobados a auxiliar o companheiro em apuros. E a ciência em tudo isto? Como virou costume no ambientalismo, a ciência só é aceita se serve à utopia. Senão que vá às favas.