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Desenvolvimento de Mobiliário Escolar
Development of School Furniture
Bianco, Andreia; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina
biancodeia@gmail.com
Godinho, Nathanye; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina
nathanyeg@gmail.com
Santos, Leovitor Nobuyuki dos; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina
leonobo@hotmail.com
Silveira, Isadora; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina
isadoraasilveira@hotmail.com
Matias, Iraldo Alberto Alves; Professor Mestre Orientador; Universidade Federal de Santa
Catarina;
iraldom@gmail.com
Resumo
Visto a crescente carência de um mobiliário escolar para Universidades Públicas, com uma
adequação ergonômica que melhor favoreça às suas funções dentro do ambiente da sala de
aula, repensar sua configuração dentro deste ambiente tornou-se de grande importância. O
presente artigo apresenta o desenvolvimento de um mobiliário escolar evidenciando as
principais etapas utilizadas no mesmo, assim como conceitos e ferramentas abordadas para
sua concepção, e posteriormente o resultado projetual.
Palavras Chave: projeto de produto; design; ergonomia e organização espacial
Abstract
Since the growing shortage of school furniture in public universities, with and ergonomic fit
that promotes better function on the classroom environment, rethink its setting within this
environment has became of great importance. This paper presents the development of school
furniture by showing the main steps used on it, as well concepts and tools discussed for its
conception, and subsequently the projectual result.
Keywords: product design; design; ergonomic and spatial organization.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Introdução
Este documento contempla o desenvolvimento do Projeto Integrador, realizado pelos
estudantes do Módulo de Mobiliário do curso de Design de Produto do Instituto Federal de
Santa Catarina (IF-SC). Sendo característica desse, a aplicação prática de conhecimentos
adquiridos nas disciplinas do módulo sob a orientação do docente.1
O tema do projeto fundamentou-se na concepção de um mobiliário escolar, no caso
mesa e cadeira destinadas às salas de aula de Universidades Públicas. O foco do mesmo é a
organização espacial desse ambiente estudantil, aliado à utilização de princípios ergonômicos
como base para seu desenvolvimento.
De modo a auxiliar na concepção deste projeto, adotou-se um método de seguimento
linear e coerente numa ordem de levantamento de informações até a geração de conceitos e a
escolha do produto final. Utilizou-se de uma pesquisa exploratória para melhor entender o
problema de projeto através do uso de ferramentas ergonômicas como os conceitos
antropométricos e biomecânicos e o estudo da sala de aula, assim como a utilização de mock
ups.
Objetivo
O objetivo do projeto foi desenvolver um mobiliário escolar que consiste no conjunto
mesa e cadeira para universitários, que proporcione maior conforto e organização aos usuários
– com relação ao posto de trabalho e ao espaço da sala de aula – sendo economicamente
acessível às universidades públicas.
A organização da sala de aula universitária
Para Freeman e Stoner (1999), organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a
autoridade e os recursos entre membros de uma organização de modo que eles possam
alcançar eficientemente os objetivos da mesma. Dado contexto, pode-se considerar que, os
alunos em uma sala de aula, também estão trabalhando, pois estes estão ocupados com suas
atividades. E, para que os mesmos possam realizar seus estudos de maneira mais eficiente, a
organização do local de trabalho é essencial. Haja vista que esse público utiliza a mesa com
cadeira na maior parte do tempo, este local merece grande destaque como um produto que
visa facilitar o estudo do aluno na permanência em sala de aula. Para Masetto (2001), o
conceito de aula universitária faz com que ela transcenda seu espaço corriqueiro. Onde quer
que possa haver uma aprendizagem significativa buscando atingir intencionalmente objetivos
definidos aí encontramos uma "aula universitária".
A princípio, o perfil da sala de aula universitária trabalhada, trata-se daquele que
normalmente faz parte da rotina de aulas teóricas, caracterizado como convencional (Figura
1).
1
O quarto módulo, caracterizado como o de mobiliário, do curso de Design de
Produto do Instituto Federal Santa Catarina é composto pelas disciplinas de Computação
Gráfica, Ergonomia, Design de Produto, Tecnologia de Produto e Tecnologia de Materiais e
Processos, as quais foram ministradas pelos professores Guilherme Pires, Iraldo Matias,
Rodrigo Gonçalves, Bruno Manoel Neves e Aldrwin Hamad.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Figura 1: Arranjo tradicional do mobiliário da sala de aula. (BERGMILLER, 1999)
Nesse caso, mesas e cadeiras mostram-se enfileiradas umas atrás das outras, não
demonstrando, aparentemente, altos índices de desorganização no ambiente. A dificuldade em
manter o mesmo organizado concentra-se principalmente em aulas dinâmicas, em seminários
e atividades em grupo cujo arranjo da sala se altera.
Ergonomia e o mobiliário escolar
Dentro do ambiente da sala de aula, faz-se necessário uma atenção maior com
questões envolvendo postura e movimento, pois para realizá-los são acionados diversos
músculos, ligamentos e articulações do corpo. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004),
caso tais ações sejam realizadas de maneira inadequada, isso pode resultar em tensões
mecânicas, podendo ocasionar dores no pescoço, costas e ombros, por exemplo.
Princípios referentes especialmente à ergonomia física, na qual fazem parte áreas
científicas como a antropometria e a biomecânica, foram levados em consideração ao projetar
o mobiliário escolar. Outra questão, na qual a ergonomia foi contemplada encontra-se no
quesito organizacional que, no caso, trata-se tanto para objetos pessoais quanto para o
remanejamento da sala de aula em atividades diferenciadas como debates em grupo ou
dinâmicas. A partir dessas questões foi realizada uma análise da tarefa procurando pontuar os
principais problemas que o mobiliário poderia ocasionar tendo o uso da ferramenta FEB –
Fatores Ergonômicos Básicos (GOMES FILHO, 2003).
Geração de alternativas e Mock-up
Depois de feitos o estudo ergonômico e o levantamento bibliográfico partiu-se para a
conceituação do mobiliário, gerando-se assim diversas alternativas (Figura 2) na qual destas
foram selecionadas as que melhor atendiam os problemas analisados, sendo estas refinadas
para chegar-se ao produto final.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Figura 2: Sketches
Por meio da definição da alternativa final, foi necessário estabelecer as dimensões ao
produto a ser projetado. Para tal, utilizou-se como referência a norma da ABNT
(NBR14006/2003), considerando o menor percentil (5%) para cadeira na relação assento e
chão, enquanto para a mesa um percentil médio (50%), na relação tampo da mesa e chão. A
partir disso, elaborou-se um mock-up (Figura 3) em papelão com as medidas anteriormente
definidas, com o intuito de testá-las e verificar se as mesmas se adequariam ergonomicamente
ao usuário.
Figura 3: Análise do Mock up
Através da análise efetuada no mock-up foi possível definir uma série de alterações
que deveriam ser realizadas, como o ajuste da altura da cadeira, assim como o espaço de
trabalho no tampo da mesa e a sua angulação, procurando satisfazer de melhor forma as
necessidades do usuário quanto a conforto e segurança.
Produto final
A alternativa escolhida (Figura 4) como produto final possui como principal objetivo,
auxiliar na organização espacial do ambiente da sala de aula em situações de debates ou
dinâmicas. Aliado a isso, procurou-se projetar o móvel de modo a possibilitar sua adequação a
diferentes percentis, sem encarecer demasiadamente o custo de fabricação do produto, o que
tornaria a compra do mesmo inviável para universidades públicas, dessa maneira, procurou-se
utilizar de materiais e também processos fabricação não tão complexos.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Figura 4: Produto Final
Dado contexto, optou se por duas mesas de altura distintas (700mm e 730mm), ambas
com uma angulação no tampo de 10º em relação a linha do horizonte, reduzindo assim o
desconforto encontrado durante o estudo do mock up. Já na cadeira, elegeu se após a análise
do mock-up um tamanho padrão relativo ao percentil médio (NBR14006/2003). Ambos
possuem em sua estrutura um perfil de forma circular de 31,70mm de diâmetro e 1,5mm de
espessura em Metalon, aço carbono, considerado de baixo custo e com boa resistência. O
perfil será curvado através do processo de calandragem e posteriormente revestido com
pintura epóxi, para evitar possíveis corrosões, aumentando assim, sua durabilidade.
Em relação ao tampo, ao assento e ao encosto, optou-se por usar polipropileno na
fabricação da carenagem, a partir do processo de injeção mecânica. A carenagem possui
nervuras, possibilitando assim uma maior sustentação e resistência à peça. Em relação ao
formato, tanto a mesa quanto a cadeira possuem uma forma trapezoidal, apresentando se na
cadeira de forma sutil (relação entre assento encosto, e do formato do perfil), servindo de
auxilio tanto no agrupamento quanto no enfileiramento (Figura 5) das mesmas, quando em
atividades em grupo, facilitando a sua organização no ambiente sala de aula.
Figura 5: Ambiente sala de aula
Devido à inclinação do tampo da mesa, foi necessária a criação de um rebaixo na
extremidade superior, permitindo a colocação de objetos como lápis, garrafas de água para
evitar que deslizem. No caso da cadeira, o encosto e o assento possuem um angulo de 97°
entre si, sendo que o último possui uma inclinação de 90º em relação ao pé. Do mesmo modo,
o conjunto encosto e assento possuem uma leve inclinação em sua forma, o que permite
sustentar de maneira mais satisfatória a região das costas e a das tuberosidades isquiáticas. É
válido comentar ainda, a ausência de cantos vivos em toda área do mobiliário.
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA)
Para propiciar melhor acabamento em ambos os móveis, foi acrescentado em suas
extremidades, localizado abaixo do tampo da mesa e encosto da cadeira, ponteiras em PVC de
31,70mm de diâmetro. No caso dos pés foram acrescentadas quatro sapatas em cada um,
sendo que essas serão adquiridas no formato desejado. E para uma melhor fixação da
carenagem no perfil, será usado dois rebites pop 640 em cada lado, tanto na mesa quanto na
cadeira.
Considerações Finais
Por meio dos recursos e ferramentas utilizadas, foi possível chegar a um produto final,
que satisfizesse os requisitos propostos relacionados à organização espacial da sala de aula, ao
fácil transporte da mesa e cadeira, à praticidade, à vida útil e ao baixo custo. Quanto à questão
estética, difere-se principalmente por meio de sua forma e cor, transmitindo, através desses,
maior leveza aos usuários do ambiente estudantil.
Estudos como este, além de trazer à tona a reflexão sobre a atualização de mobiliários
escolares, é de grande importância por contribuir com a estrutura do ambiente escolar e até
mesmo com a educação.
Referências
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14006: Mobiliário
Escolar. Rio de Janeiro, 2003.
BERGMILLER, K. Ensino Fundamental: mobiliário escolar. Brasília: MEC/ Fundescola,
1999.
DUL, Jan; WEERDMEESTER Bernard. Ergonomia Prática. Tradução de Itiro Iida. São
Paulo: Edgard Blücher, 2004.
GOMES FILHO, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São
Paulo: Escrituras, 2003.
IIDA,Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 2003.
MASETTO, Marcos T. Atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula universitária:
reflexões e sugestões práticas. In: Castanho, Sérgio e Castanho, Maria Eugênia. Temas e
textos em metodologia do ensino superior. São Paulo: Papirus, 2001.
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro:
Prentice Hall do Brasil, 1999.

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Desenvolvimento de Mobiliário Escolar Ergonômico para Universidades

  • 1. Desenvolvimento de Mobiliário Escolar Development of School Furniture Bianco, Andreia; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina biancodeia@gmail.com Godinho, Nathanye; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina nathanyeg@gmail.com Santos, Leovitor Nobuyuki dos; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina leonobo@hotmail.com Silveira, Isadora; Graduando; Instituto Federal de Santa Catarina isadoraasilveira@hotmail.com Matias, Iraldo Alberto Alves; Professor Mestre Orientador; Universidade Federal de Santa Catarina; iraldom@gmail.com Resumo Visto a crescente carência de um mobiliário escolar para Universidades Públicas, com uma adequação ergonômica que melhor favoreça às suas funções dentro do ambiente da sala de aula, repensar sua configuração dentro deste ambiente tornou-se de grande importância. O presente artigo apresenta o desenvolvimento de um mobiliário escolar evidenciando as principais etapas utilizadas no mesmo, assim como conceitos e ferramentas abordadas para sua concepção, e posteriormente o resultado projetual. Palavras Chave: projeto de produto; design; ergonomia e organização espacial Abstract Since the growing shortage of school furniture in public universities, with and ergonomic fit that promotes better function on the classroom environment, rethink its setting within this environment has became of great importance. This paper presents the development of school furniture by showing the main steps used on it, as well concepts and tools discussed for its conception, and subsequently the projectual result. Keywords: product design; design; ergonomic and spatial organization.
  • 2. 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) Introdução Este documento contempla o desenvolvimento do Projeto Integrador, realizado pelos estudantes do Módulo de Mobiliário do curso de Design de Produto do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC). Sendo característica desse, a aplicação prática de conhecimentos adquiridos nas disciplinas do módulo sob a orientação do docente.1 O tema do projeto fundamentou-se na concepção de um mobiliário escolar, no caso mesa e cadeira destinadas às salas de aula de Universidades Públicas. O foco do mesmo é a organização espacial desse ambiente estudantil, aliado à utilização de princípios ergonômicos como base para seu desenvolvimento. De modo a auxiliar na concepção deste projeto, adotou-se um método de seguimento linear e coerente numa ordem de levantamento de informações até a geração de conceitos e a escolha do produto final. Utilizou-se de uma pesquisa exploratória para melhor entender o problema de projeto através do uso de ferramentas ergonômicas como os conceitos antropométricos e biomecânicos e o estudo da sala de aula, assim como a utilização de mock ups. Objetivo O objetivo do projeto foi desenvolver um mobiliário escolar que consiste no conjunto mesa e cadeira para universitários, que proporcione maior conforto e organização aos usuários – com relação ao posto de trabalho e ao espaço da sala de aula – sendo economicamente acessível às universidades públicas. A organização da sala de aula universitária Para Freeman e Stoner (1999), organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos entre membros de uma organização de modo que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma. Dado contexto, pode-se considerar que, os alunos em uma sala de aula, também estão trabalhando, pois estes estão ocupados com suas atividades. E, para que os mesmos possam realizar seus estudos de maneira mais eficiente, a organização do local de trabalho é essencial. Haja vista que esse público utiliza a mesa com cadeira na maior parte do tempo, este local merece grande destaque como um produto que visa facilitar o estudo do aluno na permanência em sala de aula. Para Masetto (2001), o conceito de aula universitária faz com que ela transcenda seu espaço corriqueiro. Onde quer que possa haver uma aprendizagem significativa buscando atingir intencionalmente objetivos definidos aí encontramos uma "aula universitária". A princípio, o perfil da sala de aula universitária trabalhada, trata-se daquele que normalmente faz parte da rotina de aulas teóricas, caracterizado como convencional (Figura 1). 1 O quarto módulo, caracterizado como o de mobiliário, do curso de Design de Produto do Instituto Federal Santa Catarina é composto pelas disciplinas de Computação Gráfica, Ergonomia, Design de Produto, Tecnologia de Produto e Tecnologia de Materiais e Processos, as quais foram ministradas pelos professores Guilherme Pires, Iraldo Matias, Rodrigo Gonçalves, Bruno Manoel Neves e Aldrwin Hamad.
  • 3. 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) Figura 1: Arranjo tradicional do mobiliário da sala de aula. (BERGMILLER, 1999) Nesse caso, mesas e cadeiras mostram-se enfileiradas umas atrás das outras, não demonstrando, aparentemente, altos índices de desorganização no ambiente. A dificuldade em manter o mesmo organizado concentra-se principalmente em aulas dinâmicas, em seminários e atividades em grupo cujo arranjo da sala se altera. Ergonomia e o mobiliário escolar Dentro do ambiente da sala de aula, faz-se necessário uma atenção maior com questões envolvendo postura e movimento, pois para realizá-los são acionados diversos músculos, ligamentos e articulações do corpo. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), caso tais ações sejam realizadas de maneira inadequada, isso pode resultar em tensões mecânicas, podendo ocasionar dores no pescoço, costas e ombros, por exemplo. Princípios referentes especialmente à ergonomia física, na qual fazem parte áreas científicas como a antropometria e a biomecânica, foram levados em consideração ao projetar o mobiliário escolar. Outra questão, na qual a ergonomia foi contemplada encontra-se no quesito organizacional que, no caso, trata-se tanto para objetos pessoais quanto para o remanejamento da sala de aula em atividades diferenciadas como debates em grupo ou dinâmicas. A partir dessas questões foi realizada uma análise da tarefa procurando pontuar os principais problemas que o mobiliário poderia ocasionar tendo o uso da ferramenta FEB – Fatores Ergonômicos Básicos (GOMES FILHO, 2003). Geração de alternativas e Mock-up Depois de feitos o estudo ergonômico e o levantamento bibliográfico partiu-se para a conceituação do mobiliário, gerando-se assim diversas alternativas (Figura 2) na qual destas foram selecionadas as que melhor atendiam os problemas analisados, sendo estas refinadas para chegar-se ao produto final.
  • 4. 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) Figura 2: Sketches Por meio da definição da alternativa final, foi necessário estabelecer as dimensões ao produto a ser projetado. Para tal, utilizou-se como referência a norma da ABNT (NBR14006/2003), considerando o menor percentil (5%) para cadeira na relação assento e chão, enquanto para a mesa um percentil médio (50%), na relação tampo da mesa e chão. A partir disso, elaborou-se um mock-up (Figura 3) em papelão com as medidas anteriormente definidas, com o intuito de testá-las e verificar se as mesmas se adequariam ergonomicamente ao usuário. Figura 3: Análise do Mock up Através da análise efetuada no mock-up foi possível definir uma série de alterações que deveriam ser realizadas, como o ajuste da altura da cadeira, assim como o espaço de trabalho no tampo da mesa e a sua angulação, procurando satisfazer de melhor forma as necessidades do usuário quanto a conforto e segurança. Produto final A alternativa escolhida (Figura 4) como produto final possui como principal objetivo, auxiliar na organização espacial do ambiente da sala de aula em situações de debates ou dinâmicas. Aliado a isso, procurou-se projetar o móvel de modo a possibilitar sua adequação a diferentes percentis, sem encarecer demasiadamente o custo de fabricação do produto, o que tornaria a compra do mesmo inviável para universidades públicas, dessa maneira, procurou-se utilizar de materiais e também processos fabricação não tão complexos.
  • 5. 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) Figura 4: Produto Final Dado contexto, optou se por duas mesas de altura distintas (700mm e 730mm), ambas com uma angulação no tampo de 10º em relação a linha do horizonte, reduzindo assim o desconforto encontrado durante o estudo do mock up. Já na cadeira, elegeu se após a análise do mock-up um tamanho padrão relativo ao percentil médio (NBR14006/2003). Ambos possuem em sua estrutura um perfil de forma circular de 31,70mm de diâmetro e 1,5mm de espessura em Metalon, aço carbono, considerado de baixo custo e com boa resistência. O perfil será curvado através do processo de calandragem e posteriormente revestido com pintura epóxi, para evitar possíveis corrosões, aumentando assim, sua durabilidade. Em relação ao tampo, ao assento e ao encosto, optou-se por usar polipropileno na fabricação da carenagem, a partir do processo de injeção mecânica. A carenagem possui nervuras, possibilitando assim uma maior sustentação e resistência à peça. Em relação ao formato, tanto a mesa quanto a cadeira possuem uma forma trapezoidal, apresentando se na cadeira de forma sutil (relação entre assento encosto, e do formato do perfil), servindo de auxilio tanto no agrupamento quanto no enfileiramento (Figura 5) das mesmas, quando em atividades em grupo, facilitando a sua organização no ambiente sala de aula. Figura 5: Ambiente sala de aula Devido à inclinação do tampo da mesa, foi necessária a criação de um rebaixo na extremidade superior, permitindo a colocação de objetos como lápis, garrafas de água para evitar que deslizem. No caso da cadeira, o encosto e o assento possuem um angulo de 97° entre si, sendo que o último possui uma inclinação de 90º em relação ao pé. Do mesmo modo, o conjunto encosto e assento possuem uma leve inclinação em sua forma, o que permite sustentar de maneira mais satisfatória a região das costas e a das tuberosidades isquiáticas. É válido comentar ainda, a ausência de cantos vivos em toda área do mobiliário.
  • 6. 10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) Para propiciar melhor acabamento em ambos os móveis, foi acrescentado em suas extremidades, localizado abaixo do tampo da mesa e encosto da cadeira, ponteiras em PVC de 31,70mm de diâmetro. No caso dos pés foram acrescentadas quatro sapatas em cada um, sendo que essas serão adquiridas no formato desejado. E para uma melhor fixação da carenagem no perfil, será usado dois rebites pop 640 em cada lado, tanto na mesa quanto na cadeira. Considerações Finais Por meio dos recursos e ferramentas utilizadas, foi possível chegar a um produto final, que satisfizesse os requisitos propostos relacionados à organização espacial da sala de aula, ao fácil transporte da mesa e cadeira, à praticidade, à vida útil e ao baixo custo. Quanto à questão estética, difere-se principalmente por meio de sua forma e cor, transmitindo, através desses, maior leveza aos usuários do ambiente estudantil. Estudos como este, além de trazer à tona a reflexão sobre a atualização de mobiliários escolares, é de grande importância por contribuir com a estrutura do ambiente escolar e até mesmo com a educação. Referências ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14006: Mobiliário Escolar. Rio de Janeiro, 2003. BERGMILLER, K. Ensino Fundamental: mobiliário escolar. Brasília: MEC/ Fundescola, 1999. DUL, Jan; WEERDMEESTER Bernard. Ergonomia Prática. Tradução de Itiro Iida. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. GOMES FILHO, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003. IIDA,Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 2003. MASETTO, Marcos T. Atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula universitária: reflexões e sugestões práticas. In: Castanho, Sérgio e Castanho, Maria Eugênia. Temas e textos em metodologia do ensino superior. São Paulo: Papirus, 2001. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.