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SIMPÓSIO DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Monica Lavoyer Escudeiro
ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL

GERÊNCIA TÉCNICA DE FATORES HUMANOS

SUPERINTENDÊNCIA DE PADRÕES OPERACIONAIS

MONICA.LAVOYER@ANAC.GOV.BR
Como Incorporar os Fatores Humanos no SGSO
Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2014
S O B R E O P R O G R A M A D E T R E I N A M E N T O D E C R M
OB J ET IV O
Reconhecer a relação entre os
fatores humanos e o sistema
de gerenciamento de
segurança operacional no
contexto da aviação civil.
RO TE IRO
• A relevância dos fatores humanos para a ICAO
• A necessidade da análise de riscos para a
melhoria da segurança operacional
• O SGSO e os Fatores Humanos
• Os Fatores Humanos no SGSO
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 4
ICAO e a resolução A26-9 – Fatores Humanos
O principal objetivo da
ICAO é a segurança do
sistema de aviação civil.”
“ Três de quatro acidentes aéreos resultam de
desempenhos humanos abaixo do desejável,
indicando que qualquer avanço nesta área
impactará positivamente a segurança de voo.”
“
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 5
ICAO e a resolução A26-9 – Fatores Humanos
Em 1986 a ICAO adotou a resolução A26-9 sobre
Segurança de Voo e Fatores Humanos.

Air Navigation Commission: “aumentar a segurança na
aviação fazendo os Estados mais conscientes e atentos à
importância dos fatores humanos nas operações da aviação
civil (...)” - Circulares de Fatores Humanos da ICAO
Fonte: Doc 9683 - AN-950 - Human Factors Training Manual
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Uma abordagem coordenada e baseada
em risco para a melhoria da segurança
operacional da aviação global
6
Passageiros em operações comerciais regulares
nacionais e internacionais:
2012 2013
3,1
BILHÕES
2,9
BILHÕES
O tráfego total de 

passageiros regulares incluiu
aproximadamente 32,1 milhões
de setores voados.
Fonte: ICAO Safety Report 2014
6,4
BILHÕES
2030
PREVISÃO
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Em relação a 2012, o número de acidentes
diminuiu 10% em 2013. 

Além disso, a taxa de acidente global
envolvendo operações comerciais regulares
diminuiu 13%, passando de 3,2 acidentes por
milhão de partidas em 2012 para 2,8 acidentes
por milhão de partidas em 2013.
7
2009
2010
2011
2012
2013 2,8
3,2
4,2
4,2
4,1
Taxa de acidente global envolvendo
operações comerciais regulares
(ACIDENTES POR MILHÕES DE DECOLAGENS)
Uma abordagem coordenada e baseada
em risco para a melhoria da segurança
operacional da aviação global
Fonte: ICAO Safety Report 2014
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fase do voo
8
—
de 103 acidentes
em 2013
—
18%
10%
43%
9%
12%
8%
APROXIMAÇÃO
EM ROTA
POUSO
STANDING
DECOL AGEM
TAXI
Fonte: ICAO Safety Report 2014
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Categorias de acidentes de alto risco
9
Em 2013, estas 3 categorias
sozinhas foram responsáveis por:
80% 78% 68%
FATALIDADES ACIDENTES
FATAIS
ACIDENTES
de de de
Fonte: ICAO Safety Report 2014
Voo controlado contra
terreno (CFIT)
Perda de controle em
voo (LOC-I)
Eventos relacionados a
segurança de pista
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Categorias de acidentes de alto risco
10
62%
22%
6%
3%
33%
60%
2%
22%
13%
FATALIDADES
ACIDENTES FATAIS
ACIDENTES
Fonte: ICAO Safety Report 2014
Voo controlado contra
terreno (CFIT)
Perda de controle em
voo (LOC-I)
Eventos relacionados a
segurança de pista
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatalidades em acidentes
11
626
2010
372
2011
388
2012
173
2013
655
2009
7602014*
* Até agosto de 2014. Fonte: WikipediaFonte: ICAO Safety Report 2014
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Transporte Aéreo Brasileiro - 2013
A demanda doméstica do transporte
aéreo de passageiros mais do que
triplicou nos últimos dez anos, em
termos de passageiros-quilômetros
pagos transportados (RPK), com alta
de 203% entre os anos de 2004 e
2013 e crescimento médio de 13,1%
ao ano no período;
12
2004 2013
Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição,
Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014)
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Transporte Aéreo Brasileiro - 2013
O total de custos e despesas de voo
cresceu 6,1% em 2013 quando
comparado a 2012, tendo
alcançado a cifra de 31,8 bilhões de
reais. O combustível de aeronaves
manteve-se como principal item de
custos e despesas de voo, com
participação de 37,3% em 2013.

13
Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição,
Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014)
R$ 31,8
BILHÕES
COMBUSTÍVEL
DE AERONAVES
OUTROS
CUSTOS E 

DESPESAS DE VOO:
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Transporte Aéreo Brasileiro - 2013
O setor encerrou o exercício social de 2013
com um prejuízo líquido da ordem de R$ 2,4
bilhões (o que considera as receitas, custos
e despesas das demais atividades
operacionais da empresa, além dos
serviços aéreos), correspondente a uma
margem líquida negativa de 0,07. 

Trata-se do terceiro ano consecutivo em
que o setor apura resultado líquido
negativo, com R$ 3,464 bilhões em 2012 e
R$ 1,593 bilhões em 2011.
14
Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição,
Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014)
-R$1,6
BILHÕES
2011
-R$ 3,46
BILHÕES
2012
-R$ 2,4
BILHÕES
2013
“Nosso objetivo é aumentar a
segurança e a eficiência do
transporte aéreo por meio de
melhores padrões de
treinamento e de uma maneira
financeiramente eficiente.
”
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
SGSO – Sistema de Gerenciamento de
Segurança Operacional
Uma abordagem sistemática ao gerenciamento
de segurança, incluindo as estruturas
organizacionais necessárias, definição de
responsabilidades, políticas e procedimentos.
16
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatores Humanos
Consiste em um conjunto de ciências e
tecnologias sobre as características biológicas
e psicológicas do ser humano que pode ser
aplicado à certificação, design, avaliação,
operação e manutenção de produtos e
sistemas com o objetivo de aperfeiçoar a
segurança, a eficiência e a satisfação do uso
pelos indivíduos, grupos e organizações.
17
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatores Humanos
18
EFETIVIDADE DO
SISTEMA E BEM ESTAR
DO AERONAVEGANTE
PESQUISA E
DESENVOLVIMENTO
MULTIDISCIPLINAR
PROBLEMAS NA 

AVIAÇÃO RELACIONADOS
A PESSOAS E SEUS
AMBIENTES DE 

TRABALHO
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Estruturas do SGSO
19
Política1
Gerenciamento
do risco
2
Garantia da 

segurança operacional
3
Promoção da
segurança operacional
4
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Estruturas do SGSO
20
Política1
Gerenciamento
do risco
2
Garantia da 

segurança operacional
3
Promoção da
segurança operacional
4
• segurança operacional

• papéis, responsabilidades e interfaces

• envolvimento da alta gestão

• estrutura de procedimentos
• Análise de sistemas

• identificação de perigos

• análise dos riscos, análise causal

• mitigação dos riscos

• operação do sistema
• monitoramento da segurança operacional

• gerenciamento da mudança

• melhoria contínua
• cultura de segurança

• cultura do relato

• comunicação

• organização aprendente
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatores Humanos:
Modelo Reason – Modelo do Queijo Suíço
21
JANELAS LIMITADAS
DE OPORTUNIDADE
FALHAS
ATIVAS
ACIDENTE
CONDIÇÕES LATENTES
Versão SOAM do
Modelo Reason (2005).
Tradução e adaptação de
Monica Lavoyer Escudeiro.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatores Humanos – Estrutura do Modelo Reason
22
Atos inseguros1
Pré condições para
atos inseguros
2
Supervisão
insegura
3
Influência
organizacionais
4
Fonte: Shappell, S.A.; Wiegmann, D.A.(2000). 

The Human Factors Analysis and Classification System
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Fatores Humanos – Estrutura do Modelo Reason
23
Atos inseguros1
Pré condições para
atos inseguros
2
Supervisão
insegura
3
Influências
organizacionais
4
Fonte: Shappell, S.A.; Wiegmann, D.A.(2000). 

The Human Factors Analysis and Classification System
Erros (acionamento acidental de controle de voo, omissão de etapa de procedimento,
técnica inadequada, emergência mal diagnosticada); violações (realizar aproximação
não autorizada, exceder intencionalmente os limites da aeronave, deixar de se
preparar adequadamente para o voo, não estar qualificado para a tarefa que realiza)
Condições dos operadores abaixo dos padrões (atenção canalizada, complacência,
motivação excessiva para voltar ao lar, perda da consciência situacional, deterioração
do estado fisiológico, fadiga); Práticas dos operadores abaixo dos padrões (falha na
coordenação/ comunicação, deixar de conduzir um briefing adequado, deixar de
utilizar todos os recursos disponíveis, Má interpretação das chamadas de tráfego,
violação de requisitos de repouso da tripulação)

Supervisão inadequada (deixar de verificar qualificações e desempenho)
Planejamento impróprio das operações (deixar de proporcionar dados corretos
ou tempo adequado para o briefing, escalação inadequada de pessoa); Falha
na correção de problema conhecido (deixar de corrigir documento com erros,
não identificar um piloto em situação de risco); Violação de supervisão
(autorizar risco desnecessário, deixar de reforçar regras e regulamentos)
Gerenciamento de recursos ( recrutamento, seleção e treinamento; falta de verbas,
compra de equipamentos inadequados), Clima organizacional (delegação de
autoridade, cadeia de comando, comunicação instituicional, política de admissão e
demissão, política quanto ao uso de álcool e drogas ), Processos organizacionais
(pressão do tempo, cotas de produção, planejamento deficiente, procedimentos)
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Modelo SHELL
Os blocos (interfaces)
devem ajustar-se,
perfeitamente, ao bloco
central (L), ou seja, tudo
deve encaixar-se ao ser
humano. 

Desajustes podem gerar
mau funcionamento do
sistema, traduzidos em
falhas ou erros humanos.
24
H
S L E
L
Software
Hardware
Environment
Liveware
Liveware
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
Integrar FH no SGSO
a. Identificação de perigo e mitigação dos riscos
b.Gerenciamento de mudanças
c. Elaboração de sistemas e equipamentos
d.Treinamento da equipe operacional
e. Planejamento do trabalho e da tarefa
f. Emissão de relatórios de segurança e análise de dados
g.Investigação do incidente.
25
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
Integrar os princípios de fatores humanos pelo
menos nos seguintes elementos SGSO:
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O
a. Identificação de perigo e mitigação dos riscos
26
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Gerenciamento do perigo Uma vez identificado o perigo, aspectos de FH são considerados na avaliação
dos riscos?

Os fatores do local de trabalho que aumentam o potencial de erros e perigos, tais
como alta carga de trabalho, falta de equipamentos, ou equipamentos
inadequados, são considerados?

O processo de relato de perigo/prevenção tem uma interface amigável e ajuda o
usuário a relatar questões relacionadas aos FH?
Integrar FH no SGSO
O programa de identificação de perigos pode revelar erros
potenciais ou reais e suas causas subjacentes.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 27
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Gerenciamento de mudanças Existe uma política clara e procedimentos que consideram questões de FH? Eles
se tornam parte do processo de gerenciamento de mudança?

Estas mudanças são planejadas de forma a se evitar que muitas delas ocorram
ao mesmo tempo?

A necessidade da mudança é explicada e os funcionários são consultados ou
envolvidos no processo de mudança?
Integrar FH no SGSO
b. Gerenciamento de mudanças
Qualquer grande mudança na organização tem o potencial de introduzir ou aumentar
a incidência de questões de fatores humanos. Mudanças nas máquinas,
equipamentos, tecnologia, procedimentos, organização do trabalho ou nos processos
de trabalho predispõem alterações no desempenho e causam distrações.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 28
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Projeto de sistemas e equipamentos As diferentes formas pelas quais as pessoas podem interagir com o
sistema e com os equipamentos foram identificadas?

Os riscos destas interações foram avaliados considerando-se questões
relacionadas ao desempenho humano?

Existem estratégias de gerenciamento destes riscos?
Integrar FH no SGSO
c. Elaboração de sistemas e equipamentos
Projetos mal planejados podem gerar alto impacto no
desempenho humano e é preciso garantir que haja um bom
ajuste entre os equipamentos e aqueles que os utilizam.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 29
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Treinamento Compreender o papel do desempenho humano na prevenção de
acidentes e na ocorrência destes.

Os riscos destas interações foram avaliados considerando-se
questões relacionadas ao desempenho humano?

Treinamentos específicos ou familiarização em Gerenciamento de
Recursos de Equipe (CRM), Gerenciamento dos Erros e das
Ameaças (TEM), Gerenciamento do Risco à Fadiga
Integrar FH no SGSO
d. Treinamento da equipe operacional
Antes de treinar o pessoal operacional nas habilidades não
técnicas, deve-se fazer uma análise de necessidades de
treinamento para que este seja adequado ao público-alvo.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 30
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Planejamento do trabalho e da tarefa Identificar as atividades de segurança críticas e quem as desempenhará.

Desenvolver os objetivos das tarefas e a sequência das ações a serem
desempenhadas

Avaliar os riscos potenciais associados com o não cumprimento, e com
as capacidades e limitações humanas.
Integrar FH no SGSO
e. Planejamento do trabalho e da tarefa
O delineamento do trabalho e da tarefa pode afetar significativamente o desempenho
humano. Tarefas que envolvam pressão excessiva e/ou uma complexa sequência de
operações, que dependem excessivamente de memória, ou que são física ou mentalmente
fatigantes, são suscetíveis de afetar negativamente o desempenho. O delineamento da
tarefa é uma atividade de harmonização – certificar-se de que as tarefas são apropriadas e
adequadas às capacidades, limitações e necessidades pessoais do indivíduo.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 31
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Emissão de relatórios de segurança e análise
de dados
Os procedimentos para relato de perigos e de ocorrências de
segurança encorajam as pessoas a relatarem erros e violações?

Existe uma política clara não punitiva de relato de segurança
endossada pela diretoria?

É usado um sistema de classificação de erros para identificar a
diferença entre erros e violações?
Integrar FH no SGSO
f. Emissão de relatórios de segurança e análise
O principal objetivo de qualquer banco de dados de segurança e sistema de análise é dar
visibilidade e compreensão aos eventos e seus fatores contribuintes, para que ações
corretivas eficazes sejam implantadas. O sistema de relatórios de segurança não deve
apenas coletar informações sobre ocorrências de notificação obrigatória, mas também
perigos, quase-acidentes e erros que, de outra forma, poderiam ter passado despercebidos.
C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 32
Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors

www.casa.gov.au
ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH
Emissão de relatórios de
segurança e análise de dados
Um modelo de investigação sistêmica (por exemplo, modelo Reason) é usado para
investigar ocorrências?

A metodologia de investigação incentiva os investigadores a determinar por que
falhas humanas ocorrem?

As recomendações/ações corretivas são revistas para a garantia da sua eficácia na
prevenção da recorrência ou na redução do risco?
Integrar FH no SGSO
g. Investigação do incidente
O principal objetivo de se investigar um acidente ou incidente
é entender o que aconteceu, como aconteceu, e por que
aconteceu, para se evitar eventos semelhantes no futuro.
Querer a segurança das
operações aéreas sem dedicar
uma atenção qualificada ao
campo dos fatores humanos é
como querer que o avião voe
bem sem o combustível
apropriado.
Ele pode até decolar, mas o
pouso é improvável.
Monica Lavoyer Escudeiro
ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL

GERÊNCIA TÉCNICA DE FATORES HUMANOS

SUPERINTENDÊNCIA DE PADRÕES OPERACIONAIS

MONICA.LAVOYER@ANAC.GOV.BR

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Trabalho 2 luis cruz igrh
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Aero espaço jan 11
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ISO 39001
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Como incorporar os fatores humanos no SGSO.

  • 1. SIMPÓSIO DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA OPERACIONAL Monica Lavoyer Escudeiro ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL GERÊNCIA TÉCNICA DE FATORES HUMANOS SUPERINTENDÊNCIA DE PADRÕES OPERACIONAIS MONICA.LAVOYER@ANAC.GOV.BR Como Incorporar os Fatores Humanos no SGSO Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2014
  • 2. S O B R E O P R O G R A M A D E T R E I N A M E N T O D E C R M OB J ET IV O Reconhecer a relação entre os fatores humanos e o sistema de gerenciamento de segurança operacional no contexto da aviação civil.
  • 3. RO TE IRO • A relevância dos fatores humanos para a ICAO • A necessidade da análise de riscos para a melhoria da segurança operacional • O SGSO e os Fatores Humanos • Os Fatores Humanos no SGSO
  • 4. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 4 ICAO e a resolução A26-9 – Fatores Humanos O principal objetivo da ICAO é a segurança do sistema de aviação civil.” “ Três de quatro acidentes aéreos resultam de desempenhos humanos abaixo do desejável, indicando que qualquer avanço nesta área impactará positivamente a segurança de voo.” “
  • 5. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 5 ICAO e a resolução A26-9 – Fatores Humanos Em 1986 a ICAO adotou a resolução A26-9 sobre Segurança de Voo e Fatores Humanos. Air Navigation Commission: “aumentar a segurança na aviação fazendo os Estados mais conscientes e atentos à importância dos fatores humanos nas operações da aviação civil (...)” - Circulares de Fatores Humanos da ICAO Fonte: Doc 9683 - AN-950 - Human Factors Training Manual
  • 6. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Uma abordagem coordenada e baseada em risco para a melhoria da segurança operacional da aviação global 6 Passageiros em operações comerciais regulares nacionais e internacionais: 2012 2013 3,1 BILHÕES 2,9 BILHÕES O tráfego total de 
 passageiros regulares incluiu aproximadamente 32,1 milhões de setores voados. Fonte: ICAO Safety Report 2014 6,4 BILHÕES 2030 PREVISÃO
  • 7. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Em relação a 2012, o número de acidentes diminuiu 10% em 2013. Além disso, a taxa de acidente global envolvendo operações comerciais regulares diminuiu 13%, passando de 3,2 acidentes por milhão de partidas em 2012 para 2,8 acidentes por milhão de partidas em 2013. 7 2009 2010 2011 2012 2013 2,8 3,2 4,2 4,2 4,1 Taxa de acidente global envolvendo operações comerciais regulares (ACIDENTES POR MILHÕES DE DECOLAGENS) Uma abordagem coordenada e baseada em risco para a melhoria da segurança operacional da aviação global Fonte: ICAO Safety Report 2014
  • 8. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fase do voo 8 — de 103 acidentes em 2013 — 18% 10% 43% 9% 12% 8% APROXIMAÇÃO EM ROTA POUSO STANDING DECOL AGEM TAXI Fonte: ICAO Safety Report 2014
  • 9. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Categorias de acidentes de alto risco 9 Em 2013, estas 3 categorias sozinhas foram responsáveis por: 80% 78% 68% FATALIDADES ACIDENTES FATAIS ACIDENTES de de de Fonte: ICAO Safety Report 2014 Voo controlado contra terreno (CFIT) Perda de controle em voo (LOC-I) Eventos relacionados a segurança de pista
  • 10. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Categorias de acidentes de alto risco 10 62% 22% 6% 3% 33% 60% 2% 22% 13% FATALIDADES ACIDENTES FATAIS ACIDENTES Fonte: ICAO Safety Report 2014 Voo controlado contra terreno (CFIT) Perda de controle em voo (LOC-I) Eventos relacionados a segurança de pista
  • 11. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatalidades em acidentes 11 626 2010 372 2011 388 2012 173 2013 655 2009 7602014* * Até agosto de 2014. Fonte: WikipediaFonte: ICAO Safety Report 2014
  • 12. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Transporte Aéreo Brasileiro - 2013 A demanda doméstica do transporte aéreo de passageiros mais do que triplicou nos últimos dez anos, em termos de passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK), com alta de 203% entre os anos de 2004 e 2013 e crescimento médio de 13,1% ao ano no período; 12 2004 2013 Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição, Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014)
  • 13. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Transporte Aéreo Brasileiro - 2013 O total de custos e despesas de voo cresceu 6,1% em 2013 quando comparado a 2012, tendo alcançado a cifra de 31,8 bilhões de reais. O combustível de aeronaves manteve-se como principal item de custos e despesas de voo, com participação de 37,3% em 2013. 13 Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição, Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014) R$ 31,8 BILHÕES COMBUSTÍVEL DE AERONAVES OUTROS CUSTOS E 
 DESPESAS DE VOO:
  • 14. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Transporte Aéreo Brasileiro - 2013 O setor encerrou o exercício social de 2013 com um prejuízo líquido da ordem de R$ 2,4 bilhões (o que considera as receitas, custos e despesas das demais atividades operacionais da empresa, além dos serviços aéreos), correspondente a uma margem líquida negativa de 0,07. Trata-se do terceiro ano consecutivo em que o setor apura resultado líquido negativo, com R$ 3,464 bilhões em 2012 e R$ 1,593 bilhões em 2011. 14 Fonte: Anuário do Transporte Aéreo 2013, volume único, 1 edição, Agência Nacional de Aviação Civil (publicado em 21/10/2014) -R$1,6 BILHÕES 2011 -R$ 3,46 BILHÕES 2012 -R$ 2,4 BILHÕES 2013
  • 15. “Nosso objetivo é aumentar a segurança e a eficiência do transporte aéreo por meio de melhores padrões de treinamento e de uma maneira financeiramente eficiente. ”
  • 16. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O SGSO – Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Uma abordagem sistemática ao gerenciamento de segurança, incluindo as estruturas organizacionais necessárias, definição de responsabilidades, políticas e procedimentos. 16
  • 17. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatores Humanos Consiste em um conjunto de ciências e tecnologias sobre as características biológicas e psicológicas do ser humano que pode ser aplicado à certificação, design, avaliação, operação e manutenção de produtos e sistemas com o objetivo de aperfeiçoar a segurança, a eficiência e a satisfação do uso pelos indivíduos, grupos e organizações. 17
  • 18. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatores Humanos 18 EFETIVIDADE DO SISTEMA E BEM ESTAR DO AERONAVEGANTE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO MULTIDISCIPLINAR PROBLEMAS NA 
 AVIAÇÃO RELACIONADOS A PESSOAS E SEUS AMBIENTES DE 
 TRABALHO
  • 19. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Estruturas do SGSO 19 Política1 Gerenciamento do risco 2 Garantia da 
 segurança operacional 3 Promoção da segurança operacional 4
  • 20. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Estruturas do SGSO 20 Política1 Gerenciamento do risco 2 Garantia da 
 segurança operacional 3 Promoção da segurança operacional 4 • segurança operacional • papéis, responsabilidades e interfaces • envolvimento da alta gestão • estrutura de procedimentos • Análise de sistemas • identificação de perigos • análise dos riscos, análise causal • mitigação dos riscos • operação do sistema • monitoramento da segurança operacional • gerenciamento da mudança • melhoria contínua • cultura de segurança • cultura do relato • comunicação • organização aprendente
  • 21. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatores Humanos: Modelo Reason – Modelo do Queijo Suíço 21 JANELAS LIMITADAS DE OPORTUNIDADE FALHAS ATIVAS ACIDENTE CONDIÇÕES LATENTES Versão SOAM do Modelo Reason (2005). Tradução e adaptação de Monica Lavoyer Escudeiro.
  • 22. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatores Humanos – Estrutura do Modelo Reason 22 Atos inseguros1 Pré condições para atos inseguros 2 Supervisão insegura 3 Influência organizacionais 4 Fonte: Shappell, S.A.; Wiegmann, D.A.(2000). 
 The Human Factors Analysis and Classification System
  • 23. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Fatores Humanos – Estrutura do Modelo Reason 23 Atos inseguros1 Pré condições para atos inseguros 2 Supervisão insegura 3 Influências organizacionais 4 Fonte: Shappell, S.A.; Wiegmann, D.A.(2000). 
 The Human Factors Analysis and Classification System Erros (acionamento acidental de controle de voo, omissão de etapa de procedimento, técnica inadequada, emergência mal diagnosticada); violações (realizar aproximação não autorizada, exceder intencionalmente os limites da aeronave, deixar de se preparar adequadamente para o voo, não estar qualificado para a tarefa que realiza) Condições dos operadores abaixo dos padrões (atenção canalizada, complacência, motivação excessiva para voltar ao lar, perda da consciência situacional, deterioração do estado fisiológico, fadiga); Práticas dos operadores abaixo dos padrões (falha na coordenação/ comunicação, deixar de conduzir um briefing adequado, deixar de utilizar todos os recursos disponíveis, Má interpretação das chamadas de tráfego, violação de requisitos de repouso da tripulação) Supervisão inadequada (deixar de verificar qualificações e desempenho) Planejamento impróprio das operações (deixar de proporcionar dados corretos ou tempo adequado para o briefing, escalação inadequada de pessoa); Falha na correção de problema conhecido (deixar de corrigir documento com erros, não identificar um piloto em situação de risco); Violação de supervisão (autorizar risco desnecessário, deixar de reforçar regras e regulamentos) Gerenciamento de recursos ( recrutamento, seleção e treinamento; falta de verbas, compra de equipamentos inadequados), Clima organizacional (delegação de autoridade, cadeia de comando, comunicação instituicional, política de admissão e demissão, política quanto ao uso de álcool e drogas ), Processos organizacionais (pressão do tempo, cotas de produção, planejamento deficiente, procedimentos)
  • 24. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Modelo SHELL Os blocos (interfaces) devem ajustar-se, perfeitamente, ao bloco central (L), ou seja, tudo deve encaixar-se ao ser humano. Desajustes podem gerar mau funcionamento do sistema, traduzidos em falhas ou erros humanos. 24 H S L E L Software Hardware Environment Liveware Liveware
  • 25. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O Integrar FH no SGSO a. Identificação de perigo e mitigação dos riscos b.Gerenciamento de mudanças c. Elaboração de sistemas e equipamentos d.Treinamento da equipe operacional e. Planejamento do trabalho e da tarefa f. Emissão de relatórios de segurança e análise de dados g.Investigação do incidente. 25 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au Integrar os princípios de fatores humanos pelo menos nos seguintes elementos SGSO:
  • 26. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O a. Identificação de perigo e mitigação dos riscos 26 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Gerenciamento do perigo Uma vez identificado o perigo, aspectos de FH são considerados na avaliação dos riscos? Os fatores do local de trabalho que aumentam o potencial de erros e perigos, tais como alta carga de trabalho, falta de equipamentos, ou equipamentos inadequados, são considerados? O processo de relato de perigo/prevenção tem uma interface amigável e ajuda o usuário a relatar questões relacionadas aos FH? Integrar FH no SGSO O programa de identificação de perigos pode revelar erros potenciais ou reais e suas causas subjacentes.
  • 27. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 27 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Gerenciamento de mudanças Existe uma política clara e procedimentos que consideram questões de FH? Eles se tornam parte do processo de gerenciamento de mudança? Estas mudanças são planejadas de forma a se evitar que muitas delas ocorram ao mesmo tempo? A necessidade da mudança é explicada e os funcionários são consultados ou envolvidos no processo de mudança? Integrar FH no SGSO b. Gerenciamento de mudanças Qualquer grande mudança na organização tem o potencial de introduzir ou aumentar a incidência de questões de fatores humanos. Mudanças nas máquinas, equipamentos, tecnologia, procedimentos, organização do trabalho ou nos processos de trabalho predispõem alterações no desempenho e causam distrações.
  • 28. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 28 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Projeto de sistemas e equipamentos As diferentes formas pelas quais as pessoas podem interagir com o sistema e com os equipamentos foram identificadas? Os riscos destas interações foram avaliados considerando-se questões relacionadas ao desempenho humano? Existem estratégias de gerenciamento destes riscos? Integrar FH no SGSO c. Elaboração de sistemas e equipamentos Projetos mal planejados podem gerar alto impacto no desempenho humano e é preciso garantir que haja um bom ajuste entre os equipamentos e aqueles que os utilizam.
  • 29. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 29 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Treinamento Compreender o papel do desempenho humano na prevenção de acidentes e na ocorrência destes. Os riscos destas interações foram avaliados considerando-se questões relacionadas ao desempenho humano? Treinamentos específicos ou familiarização em Gerenciamento de Recursos de Equipe (CRM), Gerenciamento dos Erros e das Ameaças (TEM), Gerenciamento do Risco à Fadiga Integrar FH no SGSO d. Treinamento da equipe operacional Antes de treinar o pessoal operacional nas habilidades não técnicas, deve-se fazer uma análise de necessidades de treinamento para que este seja adequado ao público-alvo.
  • 30. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 30 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Planejamento do trabalho e da tarefa Identificar as atividades de segurança críticas e quem as desempenhará. Desenvolver os objetivos das tarefas e a sequência das ações a serem desempenhadas Avaliar os riscos potenciais associados com o não cumprimento, e com as capacidades e limitações humanas. Integrar FH no SGSO e. Planejamento do trabalho e da tarefa O delineamento do trabalho e da tarefa pode afetar significativamente o desempenho humano. Tarefas que envolvam pressão excessiva e/ou uma complexa sequência de operações, que dependem excessivamente de memória, ou que são física ou mentalmente fatigantes, são suscetíveis de afetar negativamente o desempenho. O delineamento da tarefa é uma atividade de harmonização – certificar-se de que as tarefas são apropriadas e adequadas às capacidades, limitações e necessidades pessoais do indivíduo.
  • 31. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 31 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Emissão de relatórios de segurança e análise de dados Os procedimentos para relato de perigos e de ocorrências de segurança encorajam as pessoas a relatarem erros e violações? Existe uma política clara não punitiva de relato de segurança endossada pela diretoria? É usado um sistema de classificação de erros para identificar a diferença entre erros e violações? Integrar FH no SGSO f. Emissão de relatórios de segurança e análise O principal objetivo de qualquer banco de dados de segurança e sistema de análise é dar visibilidade e compreensão aos eventos e seus fatores contribuintes, para que ações corretivas eficazes sejam implantadas. O sistema de relatórios de segurança não deve apenas coletar informações sobre ocorrências de notificação obrigatória, mas também perigos, quase-acidentes e erros que, de outra forma, poderiam ter passado despercebidos.
  • 32. C O M O I N C O R P O R A R O S F AT O R E S H U M A N O S N O S G S O 32 Fonte: CASA2012-sms-book6_human factors www.casa.gov.au ATIVIDADE SGSO ASPECTOS DE FH Emissão de relatórios de segurança e análise de dados Um modelo de investigação sistêmica (por exemplo, modelo Reason) é usado para investigar ocorrências? A metodologia de investigação incentiva os investigadores a determinar por que falhas humanas ocorrem? As recomendações/ações corretivas são revistas para a garantia da sua eficácia na prevenção da recorrência ou na redução do risco? Integrar FH no SGSO g. Investigação do incidente O principal objetivo de se investigar um acidente ou incidente é entender o que aconteceu, como aconteceu, e por que aconteceu, para se evitar eventos semelhantes no futuro.
  • 33. Querer a segurança das operações aéreas sem dedicar uma atenção qualificada ao campo dos fatores humanos é como querer que o avião voe bem sem o combustível apropriado. Ele pode até decolar, mas o pouso é improvável.
  • 34. Monica Lavoyer Escudeiro ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL GERÊNCIA TÉCNICA DE FATORES HUMANOS SUPERINTENDÊNCIA DE PADRÕES OPERACIONAIS MONICA.LAVOYER@ANAC.GOV.BR