SlideShare a Scribd company logo
1 of 26
Seminário de Psicopatologia II
O Problema do Agir
e da Passagem ao Ato
Equipe
• Heric Souza
• Jéssica Domingos
• Juliane Bárbara
• Maylu Souza
• Nilma Pereira
• Queiliane Ribeiro
• Sabrina Mamede
O Problema do Agir
e da Passagem ao Ato
• Na adolescência, o agir é considerado um dos
modos de expressão mais importantes nos
conflitos e nas angústias.
• Se manifesta na vida cotidiana do adolescente
e também no nível psicopatológico em
transtornos do comportamento, que
representam um dos motivos de consulta mais
freqüentes a psiquiatras da adolescência.
O modelo de compreensão
clínica e fenomenológica
Ato: é uma conduta espontânea com uma
elevada dimensão positiva; geralmente rápida
e sem reflexão, mas nem por isso totalmente
irrefletido.
Passagem ao ato: é quase sempre violenta e
agressiva, com um caráter freqüentemente
impulsivo e delituoso.
O modelo de compreensão
clínica e fenomenológica
Impulso: designa, por sua vez, a ocorrência súbita,
vista como uma urgência, a cumprir este ou
aquele ato. Se realiza fora de qualquer controle e
geralmente sobre o domínio da emoção.
Compulsão: é um tipo de conduta que o sujeito é
impelido a cumprir por uma imposição interna
(implica sempre uma luta interior). Diferente do
impulso, a compulsão pode se manifestar em
uma ação, mas também em um pensamento,
uma operação defensiva.
Fatores que favorecem o Agir
O agir não é próprio apenas dos adolescentes que
apresentam transtornos psíquicos, é antes uma
característica de todo o adolescente.
- Fatores Ambientais
- Fatores Internos
Fatores Ambientais
- A mudança de status social (criança  adulto)
- O conteúdo desse status social (liberdade,
independência, etc.)
- Os estereótipos sociais (o adolescente, de uma certa
forma, afirma a visão que os adultos têm sobre ele)
- A interação social (formação de grupos)
- Restrições excessivas da realidade
Fatores Internos
- Excitação pubertária
- A angústia (o agir se torna uma ação de escape)
- O remanejamento do equilíbrio pulsão-defesa
- A antítese atividade-passividade (o medo da passividade ao
remeter a submissão infantil e às tendências homossexuais,
também conduzem o adolescente a recorrer a ação – e a
auto-afirmação para negar esta passividade).
- As modificações instrumentais: a linguagem e o corpo (o ato
da palavra, como por exemplo, o grito)
Lugar da passagem ao ato nos
principais quadros patológicos
A passagem ao ato assinala uma patologia de
condutas externas agidas. É uma das respostas
privilegiadas da adolescência às suas situações de
conflito.
Os diferentes modos de passagem ao ato:
Cólera, furto, agressão, fuga, suicídio,
automutilação, conduta sexual, conduta de
“adição” química, etc.
Lugar da passagem ao ato nos
principais quadros patológicos
Seu aspecto isolado ou repetido:
Se o aspecto isolado não assinala uma patologia, a
repetição das passagens ao ato e, sobretudo, da
mesma passagem ao ato, leva a descrever
transtornos que se assemelham a patologia do
suicida, de toxicômano, de delinqüente ou mesmo
de ladrão ou fugitivo.
Lugar da passagem ao ato nos
principais quadros patológicos
Sua ligação com outras manifestações ou com
uma estrutura psicopatológica determinada;
pode ocasionar um estado delirante, de uma
melancolia ou um surto maníaco, assim como as
clássicas passagens ao ato dos epiléticos.
Na adolescência 3 eventualidades
diagnósticas são evocadas
1) As crises na adolescência cujas manifestações são
variadas, mas onde a passagem ao ato ocupam um
lugar de escolha, quer se trate de diferentes formas de
crises juvenis ou da crise de identidade.
2) As condutas graves na adolescência, grupos nos quais
se situam as tentativas de suicídio, as toxicomanias e
os atos de delinqüência. Essas condutas inserem-se no
quadro de condutas anti-sociais já organizadas como
tais desde a adolescência.
Na adolescência 3 eventualidades
diagnósticas são evocadas
3) A depressão na adolescência, merece atenção
especial. Pois o adolescente introduz uma
dimensão particular, se manifesta na forma de
passagem ao ato. A desaceleração psicomotora
presente na depressão dos adultos é substituída
pela busca de estimulação pela hiperatividade,
alternadas por períodos de fadiga e passagem
ao ato.
As significações Psicológicas e
Psicopatológicas do Agir
O agir como estratégia interativa:
O agir é considerado aqui como um meio indireto de
adquirir, de dissimilar ou de revelar uma informação por
meio de um encontro interpessoal com um outro
adolescente ou com um outro adulto. O adolescente
procurará essa interação por intermédio do agir para
deixá-lo embaraçado, para atrair sua atenção, para fazer o
que o adulto faz mas que ainda é proibido ao adolescente,
como por exemplo, fumar, beber ou “matar aula”.
As significações Psicológicas e
Psicopatológicas do Agir
O agir como mecanismo de defesa:
O agir pode acompanhar ou representar uma
mentalização. É o caso do ato de masturbação e da
fantasia associada a ele. Além disso, o agir e a
passagem ao ato podem ser considerados como a
expressão de um mecanismo de defesa. Nisso, eles
têm uma função de restituição com relação ao Ego.
As significações Psicológicas e
Psicopatológicas do Agir
O agir como entrave da conduta mentalizada:
Na concepção psicanalítica, o paciente age para
evitar sentir, evitar o sofrimento. O acting out é
avaliado então como uma conduta de fuga em face
do afeto ou da representação desagradável à
consciência do sujeito.
As significações Psicológicas e
Psicopatológicas do Agir
A recusa do agir:
Essa “inércia ativa” representa uma tentativa de
expulsar o objeto de desejo a fim de melhor
controlar, secundariamente, a resistência interna.
“ é preferível não desejar nada a desejar sem
realização imediata”
Fatores de Resiliência em face da
Passagem ao Ato
1. A tolerância à frustração: adquirida durante a infância, a
tolerância à frustração traduz a capacidade do sujeito
de aceitar em si mesmo um estado de insatisfação
interna freqüentemente acompanhado pela angústia.
2. A capacidade de adiar: o adolescente investe no futuro
da história familiar e na sua própria história, visando
que nessas condições, a expectativa se tornará possível.
Essas cenas fantasmáticas permitem ao adolescente
adiar a sua necessidade de satisfação imediata.
Fatores de Resiliência em face da
Passagem ao Ato
3. A capacidade de deslocamento: o adolescente investe
em hobbies, assim como no período de latência, que a
sua sexualidade era deslocada para o desejo de
aprender coisas novas, curiosidade e etc.
4. O lugar do jogo: por intermédio da atividade lúdica,
podemos observar a maneira com que o adolescente
maneja o agir.
Fugas e Errâncias:
Uma das representações mais concretas da
ruptura do adolescente com o seu contexto
familiar ou institucional é a partida do meio
onde vivia.
Os diferentes modos de partida dos
adolescentes: Descrição Clínica
- A viagem: uma partida preparada, normalmente feita em grupo e
com previsão de retorno.
Os objetivos são os mais variados: viagem escolar, universitária,
remetem também o desejo de descoberta, o gosto pela aventura,
ou fuga da vida rotineira.
- A estrada: trata-se de partir e de romper com o meio anterior do
que se interessar por um aspecto particular ao longo do seu
trajeto. Uma característica do “mochileiro” é manifestar um certo
conformismo em seu anticonformismo a partir da maneira como se
veste, fala, aonde vai, etc.
- A fuga: é uma partida impulsiva, brutal, na maioria das vezes
solitária e limitada no tempo (cerca de uma noite). Geralmente
sem uma meta precisa, normalmente em uma atmosfera de
conflito (pode ser na família, na escola, na justiça, vítima de algum
tipo de violência e até tentativa de suicídio).
O furto
O furto representa a conduta delinqüente mais
freqüente na adolescência (95 a 96%)
Condutas de furto mais freqüentes:
furto de veículos motorizados (35% dos casos)
furto nos hipermercados (15% dos casos)
furtos de locais habitados (14% dos casos)
A violência na adolescência
Como o adolescente experimenta muitas vezes uma grande violência
nele e em torno dele, esse sentimento que quase sempre aparece
como uma resposta potencial à ameaça narcísica e à depressão.
A heteroagressividade
- Violência contra os bens
- Atos de vandalismo
- Condutas destrutivas solitárias: são raras, mas com um maior
desvio psicopatológico; como por exemplo a conduta piromaníaca e
a crise da violência do adolescente no apartamento da família.
- Condutas heteroagressivas em formas excrementícias: encontrado
na maioria dos casos em instituições de acolhimento e clínicas de
desintoxicação, os adolescentes urinam e defecam em locais
diversos.
“O conselho à sociedade poderia ser:
por amor aos adolescentes e à sua
imaturidade, não lhes permitam crescer e
atingir uma falsa maturidade,
transmitindo-lhes uma responsabilidade
que ainda não é deles, mesmo que possam
lutar por elas. “
(Winnicott, 1969)
Agir e Passagem ao Ato na Adolescência

More Related Content

What's hot

AULA 02 PERSONALIDADES.pptx
AULA 02 PERSONALIDADES.pptxAULA 02 PERSONALIDADES.pptx
AULA 02 PERSONALIDADES.pptxMirnaKathary1
 
Processos psicológicos básicos psicologia
Processos psicológicos básicos   psicologia Processos psicológicos básicos   psicologia
Processos psicológicos básicos psicologia Maria Santos
 
Aula 4 - teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalho
Aula 4 -   teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalhoAula 4 -   teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalho
Aula 4 - teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalhoFelipe Saraiva Nunes de Pinho
 
Terapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentaisTerapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentaisRodrigo Abreu
 
O que é a psicologia social silvia t. maurer lane
O que é a psicologia social   silvia t. maurer laneO que é a psicologia social   silvia t. maurer lane
O que é a psicologia social silvia t. maurer laneLeandro Santos da Silva
 
Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaUNICEP
 
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...Caio Maximino
 
Introdução psicopatologia
Introdução psicopatologiaIntrodução psicopatologia
Introdução psicopatologialucasvazdelima
 
Introdução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaCaio Maximino
 
Psicologia do Testemunho
Psicologia do TestemunhoPsicologia do Testemunho
Psicologia do TestemunhoAdvogadassqn
 
A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12Psicologia_2015
 
Psicanalise ontem psicanalise hoje
Psicanalise ontem psicanalise hojePsicanalise ontem psicanalise hoje
Psicanalise ontem psicanalise hojeClaudio Duarte Sá
 

What's hot (20)

AULA 02 PERSONALIDADES.pptx
AULA 02 PERSONALIDADES.pptxAULA 02 PERSONALIDADES.pptx
AULA 02 PERSONALIDADES.pptx
 
Processos psicológicos básicos psicologia
Processos psicológicos básicos   psicologia Processos psicológicos básicos   psicologia
Processos psicológicos básicos psicologia
 
Psicopatologia
PsicopatologiaPsicopatologia
Psicopatologia
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1
 
Psicopatologia 1
Psicopatologia 1Psicopatologia 1
Psicopatologia 1
 
Transferência em Freud
Transferência em FreudTransferência em Freud
Transferência em Freud
 
Psicopatologia
 Psicopatologia Psicopatologia
Psicopatologia
 
Aula 4 - teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalho
Aula 4 -   teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalhoAula 4 -   teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalho
Aula 4 - teoria psicanalítica e psicodinâmica do trabalho
 
Terapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentaisTerapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentais
 
O que é a psicologia social silvia t. maurer lane
O que é a psicologia social   silvia t. maurer laneO que é a psicologia social   silvia t. maurer lane
O que é a psicologia social silvia t. maurer lane
 
Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologia
 
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...
 
Introdução psicopatologia
Introdução psicopatologiaIntrodução psicopatologia
Introdução psicopatologia
 
Introdução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologia
 
Psicologia do Testemunho
Psicologia do TestemunhoPsicologia do Testemunho
Psicologia do Testemunho
 
TCC - Terapia Cognitiva Comportamental
TCC - Terapia Cognitiva ComportamentalTCC - Terapia Cognitiva Comportamental
TCC - Terapia Cognitiva Comportamental
 
6 teorias psicanalíticas
6 teorias psicanalíticas6 teorias psicanalíticas
6 teorias psicanalíticas
 
A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12A dinâmica da transferência 12
A dinâmica da transferência 12
 
Psicanalise ontem psicanalise hoje
Psicanalise ontem psicanalise hojePsicanalise ontem psicanalise hoje
Psicanalise ontem psicanalise hoje
 
Psicologia humanista
Psicologia humanistaPsicologia humanista
Psicologia humanista
 

Viewers also liked

Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...
Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...
Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...Unidade de Neuropsicologia HEM|CHLO
 
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)Maylu Souza
 
Atuação do Psicólogo em Unidade Neonatal
Atuação do Psicólogo em Unidade NeonatalAtuação do Psicólogo em Unidade Neonatal
Atuação do Psicólogo em Unidade NeonatalMaylu Souza
 
Psicossomática na Infância
Psicossomática na InfânciaPsicossomática na Infância
Psicossomática na InfânciaMaylu Souza
 
Câncer de mama - Palestra para comunidade
Câncer de mama -  Palestra para comunidadeCâncer de mama -  Palestra para comunidade
Câncer de mama - Palestra para comunidadeMaylu Souza
 
O Brincar e o desenvolvimento infantil para Winnicott
O Brincar e o desenvolvimento infantil para WinnicottO Brincar e o desenvolvimento infantil para Winnicott
O Brincar e o desenvolvimento infantil para WinnicottMaylu Souza
 

Viewers also liked (8)

VII Jornadas da Unidade de Neuropsicologia do HEM | CHLO
VII Jornadas da Unidade de Neuropsicologia do HEM | CHLOVII Jornadas da Unidade de Neuropsicologia do HEM | CHLO
VII Jornadas da Unidade de Neuropsicologia do HEM | CHLO
 
Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...
Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...
Alterações Cognitivas em Mulheres com Esclerose Múltipla - IV Jornadas Neurop...
 
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)
A importância-da-visita-dos-familiares-para-o-rn-de-uti-neo (1)
 
Atuação do Psicólogo em Unidade Neonatal
Atuação do Psicólogo em Unidade NeonatalAtuação do Psicólogo em Unidade Neonatal
Atuação do Psicólogo em Unidade Neonatal
 
Linguagem características gerais
Linguagem   características geraisLinguagem   características gerais
Linguagem características gerais
 
Psicossomática na Infância
Psicossomática na InfânciaPsicossomática na Infância
Psicossomática na Infância
 
Câncer de mama - Palestra para comunidade
Câncer de mama -  Palestra para comunidadeCâncer de mama -  Palestra para comunidade
Câncer de mama - Palestra para comunidade
 
O Brincar e o desenvolvimento infantil para Winnicott
O Brincar e o desenvolvimento infantil para WinnicottO Brincar e o desenvolvimento infantil para Winnicott
O Brincar e o desenvolvimento infantil para Winnicott
 

Similar to Agir e Passagem ao Ato na Adolescência

Género e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasGénero e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasMichele Pó
 
Abuso Sexual ( Pedofilia)
Abuso Sexual ( Pedofilia)Abuso Sexual ( Pedofilia)
Abuso Sexual ( Pedofilia)martasara
 
Psicopatia a origem do mal material janaína lobo
Psicopatia    a origem do mal material janaína loboPsicopatia    a origem do mal material janaína lobo
Psicopatia a origem do mal material janaína loboJuliana Lobo
 
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeComportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeAnaí Peña
 
Sindrome normal da adolescencia
Sindrome normal da adolescenciaSindrome normal da adolescencia
Sindrome normal da adolescenciaAline Stechitti
 
Psicopatologia E Enclausuramento
Psicopatologia E EnclausuramentoPsicopatologia E Enclausuramento
Psicopatologia E EnclausuramentoAna Sofia Costa
 
Violencia saudavel anaalmeida
Violencia saudavel anaalmeidaViolencia saudavel anaalmeida
Violencia saudavel anaalmeidaLicínia Simões
 
Desenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocialDesenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocialLu1zFern4nando
 
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptx
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptxAdolescentes e deliquência - apresentação.pptx
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptxAnaPaulaHoroback
 
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?Ellenpsicologia
 
Transtorno de personalidade antissocial 7° período (noturno) (1)
Transtorno de personalidade antissocial  7° período (noturno) (1)Transtorno de personalidade antissocial  7° período (noturno) (1)
Transtorno de personalidade antissocial 7° período (noturno) (1)Tamires Batista
 
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:AnderayneAraujoNobre
 
Apresentação GirlUp.pdf
Apresentação GirlUp.pdfApresentação GirlUp.pdf
Apresentação GirlUp.pdfEliasGoncalves7
 
O-cerebro-do-adolescente (2).pptx
O-cerebro-do-adolescente (2).pptxO-cerebro-do-adolescente (2).pptx
O-cerebro-do-adolescente (2).pptxDeinnisNagnner3
 
O-cerebro-do-adolescente (1).pptx
O-cerebro-do-adolescente (1).pptxO-cerebro-do-adolescente (1).pptx
O-cerebro-do-adolescente (1).pptxFernandaLima678264
 

Similar to Agir e Passagem ao Ato na Adolescência (20)

Género e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasGénero e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas Escolas
 
Abuso Sexual ( Pedofilia)
Abuso Sexual ( Pedofilia)Abuso Sexual ( Pedofilia)
Abuso Sexual ( Pedofilia)
 
Abuso sexual-1212061080118991-8
Abuso sexual-1212061080118991-8Abuso sexual-1212061080118991-8
Abuso sexual-1212061080118991-8
 
Abuso sexual-1212061080118991-8
Abuso sexual-1212061080118991-8Abuso sexual-1212061080118991-8
Abuso sexual-1212061080118991-8
 
Psicopatia a origem do mal material janaína lobo
Psicopatia    a origem do mal material janaína loboPsicopatia    a origem do mal material janaína lobo
Psicopatia a origem do mal material janaína lobo
 
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeComportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
 
Sindrome normal da adolescencia
Sindrome normal da adolescenciaSindrome normal da adolescencia
Sindrome normal da adolescencia
 
Psicopatologia E Enclausuramento
Psicopatologia E EnclausuramentoPsicopatologia E Enclausuramento
Psicopatologia E Enclausuramento
 
Ebook Estados de Ego
Ebook Estados de EgoEbook Estados de Ego
Ebook Estados de Ego
 
Violencia saudavel anaalmeida
Violencia saudavel anaalmeidaViolencia saudavel anaalmeida
Violencia saudavel anaalmeida
 
Personalidade
PersonalidadePersonalidade
Personalidade
 
Desenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocialDesenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocial
 
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptx
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptxAdolescentes e deliquência - apresentação.pptx
Adolescentes e deliquência - apresentação.pptx
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?
O que são maus tratos e violência contra crianças e adolescentes?
 
Transtorno de personalidade antissocial 7° período (noturno) (1)
Transtorno de personalidade antissocial  7° período (noturno) (1)Transtorno de personalidade antissocial  7° período (noturno) (1)
Transtorno de personalidade antissocial 7° período (noturno) (1)
 
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
 
Apresentação GirlUp.pdf
Apresentação GirlUp.pdfApresentação GirlUp.pdf
Apresentação GirlUp.pdf
 
O-cerebro-do-adolescente (2).pptx
O-cerebro-do-adolescente (2).pptxO-cerebro-do-adolescente (2).pptx
O-cerebro-do-adolescente (2).pptx
 
O-cerebro-do-adolescente (1).pptx
O-cerebro-do-adolescente (1).pptxO-cerebro-do-adolescente (1).pptx
O-cerebro-do-adolescente (1).pptx
 

Recently uploaded

Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfDaianaBittencourt
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.ColorNet
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 

Recently uploaded (7)

Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 

Agir e Passagem ao Ato na Adolescência

  • 1. Seminário de Psicopatologia II O Problema do Agir e da Passagem ao Ato
  • 2. Equipe • Heric Souza • Jéssica Domingos • Juliane Bárbara • Maylu Souza • Nilma Pereira • Queiliane Ribeiro • Sabrina Mamede
  • 3.
  • 4. O Problema do Agir e da Passagem ao Ato • Na adolescência, o agir é considerado um dos modos de expressão mais importantes nos conflitos e nas angústias. • Se manifesta na vida cotidiana do adolescente e também no nível psicopatológico em transtornos do comportamento, que representam um dos motivos de consulta mais freqüentes a psiquiatras da adolescência.
  • 5. O modelo de compreensão clínica e fenomenológica Ato: é uma conduta espontânea com uma elevada dimensão positiva; geralmente rápida e sem reflexão, mas nem por isso totalmente irrefletido. Passagem ao ato: é quase sempre violenta e agressiva, com um caráter freqüentemente impulsivo e delituoso.
  • 6. O modelo de compreensão clínica e fenomenológica Impulso: designa, por sua vez, a ocorrência súbita, vista como uma urgência, a cumprir este ou aquele ato. Se realiza fora de qualquer controle e geralmente sobre o domínio da emoção. Compulsão: é um tipo de conduta que o sujeito é impelido a cumprir por uma imposição interna (implica sempre uma luta interior). Diferente do impulso, a compulsão pode se manifestar em uma ação, mas também em um pensamento, uma operação defensiva.
  • 7. Fatores que favorecem o Agir O agir não é próprio apenas dos adolescentes que apresentam transtornos psíquicos, é antes uma característica de todo o adolescente. - Fatores Ambientais - Fatores Internos
  • 8. Fatores Ambientais - A mudança de status social (criança  adulto) - O conteúdo desse status social (liberdade, independência, etc.) - Os estereótipos sociais (o adolescente, de uma certa forma, afirma a visão que os adultos têm sobre ele) - A interação social (formação de grupos) - Restrições excessivas da realidade
  • 9. Fatores Internos - Excitação pubertária - A angústia (o agir se torna uma ação de escape) - O remanejamento do equilíbrio pulsão-defesa - A antítese atividade-passividade (o medo da passividade ao remeter a submissão infantil e às tendências homossexuais, também conduzem o adolescente a recorrer a ação – e a auto-afirmação para negar esta passividade). - As modificações instrumentais: a linguagem e o corpo (o ato da palavra, como por exemplo, o grito)
  • 10. Lugar da passagem ao ato nos principais quadros patológicos A passagem ao ato assinala uma patologia de condutas externas agidas. É uma das respostas privilegiadas da adolescência às suas situações de conflito. Os diferentes modos de passagem ao ato: Cólera, furto, agressão, fuga, suicídio, automutilação, conduta sexual, conduta de “adição” química, etc.
  • 11. Lugar da passagem ao ato nos principais quadros patológicos Seu aspecto isolado ou repetido: Se o aspecto isolado não assinala uma patologia, a repetição das passagens ao ato e, sobretudo, da mesma passagem ao ato, leva a descrever transtornos que se assemelham a patologia do suicida, de toxicômano, de delinqüente ou mesmo de ladrão ou fugitivo.
  • 12. Lugar da passagem ao ato nos principais quadros patológicos Sua ligação com outras manifestações ou com uma estrutura psicopatológica determinada; pode ocasionar um estado delirante, de uma melancolia ou um surto maníaco, assim como as clássicas passagens ao ato dos epiléticos.
  • 13. Na adolescência 3 eventualidades diagnósticas são evocadas 1) As crises na adolescência cujas manifestações são variadas, mas onde a passagem ao ato ocupam um lugar de escolha, quer se trate de diferentes formas de crises juvenis ou da crise de identidade. 2) As condutas graves na adolescência, grupos nos quais se situam as tentativas de suicídio, as toxicomanias e os atos de delinqüência. Essas condutas inserem-se no quadro de condutas anti-sociais já organizadas como tais desde a adolescência.
  • 14. Na adolescência 3 eventualidades diagnósticas são evocadas 3) A depressão na adolescência, merece atenção especial. Pois o adolescente introduz uma dimensão particular, se manifesta na forma de passagem ao ato. A desaceleração psicomotora presente na depressão dos adultos é substituída pela busca de estimulação pela hiperatividade, alternadas por períodos de fadiga e passagem ao ato.
  • 15. As significações Psicológicas e Psicopatológicas do Agir O agir como estratégia interativa: O agir é considerado aqui como um meio indireto de adquirir, de dissimilar ou de revelar uma informação por meio de um encontro interpessoal com um outro adolescente ou com um outro adulto. O adolescente procurará essa interação por intermédio do agir para deixá-lo embaraçado, para atrair sua atenção, para fazer o que o adulto faz mas que ainda é proibido ao adolescente, como por exemplo, fumar, beber ou “matar aula”.
  • 16. As significações Psicológicas e Psicopatológicas do Agir O agir como mecanismo de defesa: O agir pode acompanhar ou representar uma mentalização. É o caso do ato de masturbação e da fantasia associada a ele. Além disso, o agir e a passagem ao ato podem ser considerados como a expressão de um mecanismo de defesa. Nisso, eles têm uma função de restituição com relação ao Ego.
  • 17. As significações Psicológicas e Psicopatológicas do Agir O agir como entrave da conduta mentalizada: Na concepção psicanalítica, o paciente age para evitar sentir, evitar o sofrimento. O acting out é avaliado então como uma conduta de fuga em face do afeto ou da representação desagradável à consciência do sujeito.
  • 18. As significações Psicológicas e Psicopatológicas do Agir A recusa do agir: Essa “inércia ativa” representa uma tentativa de expulsar o objeto de desejo a fim de melhor controlar, secundariamente, a resistência interna. “ é preferível não desejar nada a desejar sem realização imediata”
  • 19. Fatores de Resiliência em face da Passagem ao Ato 1. A tolerância à frustração: adquirida durante a infância, a tolerância à frustração traduz a capacidade do sujeito de aceitar em si mesmo um estado de insatisfação interna freqüentemente acompanhado pela angústia. 2. A capacidade de adiar: o adolescente investe no futuro da história familiar e na sua própria história, visando que nessas condições, a expectativa se tornará possível. Essas cenas fantasmáticas permitem ao adolescente adiar a sua necessidade de satisfação imediata.
  • 20. Fatores de Resiliência em face da Passagem ao Ato 3. A capacidade de deslocamento: o adolescente investe em hobbies, assim como no período de latência, que a sua sexualidade era deslocada para o desejo de aprender coisas novas, curiosidade e etc. 4. O lugar do jogo: por intermédio da atividade lúdica, podemos observar a maneira com que o adolescente maneja o agir.
  • 21. Fugas e Errâncias: Uma das representações mais concretas da ruptura do adolescente com o seu contexto familiar ou institucional é a partida do meio onde vivia. Os diferentes modos de partida dos adolescentes: Descrição Clínica
  • 22. - A viagem: uma partida preparada, normalmente feita em grupo e com previsão de retorno. Os objetivos são os mais variados: viagem escolar, universitária, remetem também o desejo de descoberta, o gosto pela aventura, ou fuga da vida rotineira. - A estrada: trata-se de partir e de romper com o meio anterior do que se interessar por um aspecto particular ao longo do seu trajeto. Uma característica do “mochileiro” é manifestar um certo conformismo em seu anticonformismo a partir da maneira como se veste, fala, aonde vai, etc. - A fuga: é uma partida impulsiva, brutal, na maioria das vezes solitária e limitada no tempo (cerca de uma noite). Geralmente sem uma meta precisa, normalmente em uma atmosfera de conflito (pode ser na família, na escola, na justiça, vítima de algum tipo de violência e até tentativa de suicídio).
  • 23. O furto O furto representa a conduta delinqüente mais freqüente na adolescência (95 a 96%) Condutas de furto mais freqüentes: furto de veículos motorizados (35% dos casos) furto nos hipermercados (15% dos casos) furtos de locais habitados (14% dos casos)
  • 24. A violência na adolescência Como o adolescente experimenta muitas vezes uma grande violência nele e em torno dele, esse sentimento que quase sempre aparece como uma resposta potencial à ameaça narcísica e à depressão. A heteroagressividade - Violência contra os bens - Atos de vandalismo - Condutas destrutivas solitárias: são raras, mas com um maior desvio psicopatológico; como por exemplo a conduta piromaníaca e a crise da violência do adolescente no apartamento da família. - Condutas heteroagressivas em formas excrementícias: encontrado na maioria dos casos em instituições de acolhimento e clínicas de desintoxicação, os adolescentes urinam e defecam em locais diversos.
  • 25. “O conselho à sociedade poderia ser: por amor aos adolescentes e à sua imaturidade, não lhes permitam crescer e atingir uma falsa maturidade, transmitindo-lhes uma responsabilidade que ainda não é deles, mesmo que possam lutar por elas. “ (Winnicott, 1969)