O documento discute as condições de trabalho dos operários no século XIX, o surgimento do associativismo e sindicalismo, e as propostas socialistas para melhorar a sociedade. Descreve as péssimas condições de trabalho dos operários, como salários baixos e longas horas, e como eles começaram a se organizar através de sindicatos e greves para melhorar suas vidas. Também discute pensadores socialistas como Saint-Simon, Fourier e Marx, e suas ideias para uma sociedade mais justa para os trabalhadores.
1. O associativismo e sindicalismo
História A
Prof. Cristina Marreiros
Ano letivo 2014/2015
Escola Secundária Gil Eanes
Trabalho realizado por:
Beatriz Pacheco, nº6
Mafalda Batista, nº 18
11ºD
2. Índice
Introdução ....................................................................................................................... 2
As condições operárias..............................................................................................3/4
Associativismo e sindicalismo...................................................................................... 5
O movimento operário………………………………………………………………...6
As propostas socialistas de transformação revolucionária da sociedade ........7/8
Documento……………………………………………………………………………..9
Conclusão .....................................................................................................................10
Bibliografia………………………………………………………………………...….11
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3. Introdução
Com a segunda Revolução Industrial, as fábricas fizeram nascer o operariado.
Os operários nada possuem, a não ser o seu trabalho que vendem ao seu
patrão em troco de um salário.
Nesta altura, foram muitas as multidões de camponeses que abandonaram os
campos e procuraram a sua sorte a trabalhar nas cidades.
O operariado constituí uma mão de obra desqualificada, numerosa e mal paga.
É exatamente nisto que o associativismo e o sindicalismo se baseiam: nas
condições de trabalho e nas condições de vida que o operariado procurou
melhorar.
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4. A condição operária
No grupo dos assalariados, a classe operária era que apresentava piores
condições de trabalho.
A vida dos operariados era designada de proletariado.
O proletariado designa todos aqueles que não tinham capital nem controlavam
os meios de produção, e por isso dependiam do seu trabalho em troca de um
salário.
Assim, os operários viviam apenas da venda da sua força de trabalho, com
baixos salários. Sujeitavam-se então a condições de trabalho e salários
miseráveis.
A situação deste setor ia agravando-se com o passar do tempo devido às
crises do capitalismo, na medida em que os empresários eram obrigados ou a
reduzir mais ainda os salários, ou a despedir operários. Assim, e como o
operariado vivia no limiar da pobreza, dizia-se que para os operários “viver era
não morrer”.
O trabalho nas fábricas acabou por ser alargado a mulheres e crianças, no
entanto estas recebiam 1/3 ou ½ do que recebiam os homens. Este
alargamento causou um grande desemprego no setor masculino, porque a mão
de obra feminina e infantil era mais barata, e por isso havia a oportunidade de
obter trabalhadoras mais baratas a fazer o mesmo trabalho que os homens
sem quaisquer regalias.
Os horários de trabalho eram longos e prolongavam-se entre as 12 e as 16
horas, dependendo da atividade que estivesse a se desenvolvida. Como não
tinham um horário regulamentado, o operariado acabava por trabalhar dias e
dias, vigiados. Eram multados caso os trabalhadores diminuíssem o seu ritmo
de trabalho.
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1. Trabalho infantil
2. Trabalho feminino
5. As condições de trabalho do operariado eram péssimas.
As instalações não eram arejadas, não tinham condições de higiene e os
espaços eram propícios ao aparecimento de doenças e de acidentes de
trabalho. Não havia segurança e as fábricas podiam ser espaços muito frios ou
muito quentes, consoante a altura do ano. Trabalhava-se continuamente, sem
pausas, a não ser ao fim-de-semana, feriados e férias,
Em caso de acidente de trabalho ou de invalidez, o operário era despedido sem
qualquer direito de proteção social.
As condições de vida do operariado também não eram as melhores.
Os baixos salários condicionavam a alimentação, pelo que a subnutrição era
uma agravante neste setor, devido também à falta de higiene. Também as
habitações eram más, com falta de luz e com famílias numerosas a viverem em
espaços pequenos, o que fazia do operariado um mundo de doentes.
A morte neste setor era bastante elevada, assim como a degradação do modo
de vida do operariado que se acentuava nos problemas sociais como o
alcoolismo, a criminalidade, a prostituição, a violência e o analfabetismo.
A partir da segunda metade do século XIX assistiu-se a uma melhoria das
condições de trabalho e de vida do operariado. Os progressos técnicos
possibilitaram as melhorias das condições nas fábricas.
A promulgação de legislação social por vários governos dos Estados Unidos da
América e na Europa contribuíram para melhorar os salários e as condições de
trabalho do operariado.
O horário de trabalho foi reduzido e o trabalho infantil e feminino foram
regulamentados.
As melhorias das condições da classe operaria foram resultado de uma luta
para serem reconhecidos os seus direitos, tendo o papel do sindicato sido
determinante para as conquistas sociais e laborais.
43. Manifestação do
operariado
6. Associativismo e sindicalismo
As duras condições de trabalho e os baixos salários motivaram o
descontentamento do operariado. Em consequência destes fatores, surgiram
as associações mutualistas.
Estas associações estavam destinadas a auxiliar os associados em caso de
acidente, velhice, de desemprego e de doença, e assim os operários tinham
que contribuir com uma determinada quota que lhes garantiria a solidariedade
e entreajuda.
Em 1824, o direito de associação foi aceite em Inglaterra, o que originou a
criação de sindicatos. Estes sindicatos lutaram por melhores salários e
melhores condições de trabalho. Agrupavam trabalhadores por ramo
profissional e procuravam garantir a proteção dos seus associados.
Este movimento sindical deu origem a muitos despedimentos e também a
ações legais nos tribunais contra os operários. Embora os sindicatos não
tenham sido aceites inicialmente, quando foram aceites ganharam mais forças,
sobretudo a partir da década de 60 do século XIX.
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4. Manifestações do 1º de
Maio
7. O movimento operário
O sindicalismo tornou-se a base do movimento operário, pois fez das
manifestações e das greves uma forma de luta para que os patrões
reconhecessem e garantissem os direitos dos trabalhadores.
Assim, o movimento operário lutou pela estabilidade do emprego, por melhores
condições materiais de vida, pelo aumento dos salários, por melhores
condições de higiene e de segurança no trabalho, e pela regulamentação do
horário de trabalho.
Este movimento acabou por ser reconhecido internacionalmente e por ser
apoiado quer no sindicalismo, quer por novas ideias políticas que defendiam a
causa social e política do operariado. Essas organizações reuniram-se por
iniciativa dos operários franceses e ingleses, com os objetivos de adquirir uma
maior coesão e capacidade reivindicativa. Nasceu então a primeira Associação
Internacional dos Trabalhadores, designada por I Internacional Operária que
vigorou entre 1864 e 1876 e cuja a acção se prolongou para a II Internacional
Socialista em 1889.
Com este movimento, alargou-se o direito ao voto a partir da década de 1870,
no sentido de sufrágio universal masculino, contribuiu para que os sindicatos
tivessem maior participação política e constituíssem um meio de pressão sobre
o governo.
Criaram-se também partidos de operários como o Partido Trabalhista em
Inglaterra em 1893 e o Partido Social-Democrata da Alemanha em 1875.
A sensibilidade face à péssimas condições de trabalho e de vida dos operários
e o reconhecimento do seu direito de associação, levaram o papa Leão XIII a
denunciar as condições a que estava sujeito o operariado, a condenar os
excessos do capitalismo e a apelar a criação de associações de operários
católicos, na Encíclica Rerum Novarum de 1891.
65. Manchete de um jornal da
época a falar do operariado
8. As propostas socialistas de
transformação revolucionária da
sociedade
As primeiras propostas socialistas desenvolveram-se na França e na Inglaterra
e integraram-se no chamado socialismo utópico.
Os socialistas utópicos pretendiam criar comunidades ideais, em novos
modelos de organização da sociedade, sem defenderem a apropriação do
estado por parte das classes trabalhadoras. Consideravam que o homem com
educação, poderia construir um mundo melhor. Destacaram-se:
Saint-Simon foi defensor da criação de um modelo social
liderado pelos industriais e pelos cientistas. Defendia a
propriedade pública dos equipamentos industriais, sob controlo
de “engenheiros sociais”
Charles Fourier foi defensor da criação de comunidades
marcadas pela cooperação e pela autosuficiência, via na
cooperação entre indivíduos, a forma para aumentar a
produtividade da comunidade. Nos falanstérios, o trabalho era
entendido como um prazer, sendo adequado á personalidade
de cada um.
Robert Owen fundou um modelo de comunidade industrial
organizado segundo os princípios da cooperação mútua, tendo
melhorando os salários e as condições de trabalho. Concedeu
educação aos operários e aos filhos para que, motivados,
produzissem mais.
Pierre-Joseph Proudhon argumentava que a propriedade,
explorada por outro era um roubo, defendendo que o estado
não era necessário. Defendia a formação de associações de
operários e a concentração da propriedade nas mãos dos
camponeses ou dos operários, administravam por sua conta os
meios de produção.
6. Saint-Simon 7. Charles
Fourier
8. Robert
Owen
9. Pierre-Joseph
Proudhon
9. Ao socialismo utópico contrapôs-se, uma nova forma de pensamento sobre a
sociedade e a sua transformação, o socialismo científico, um modelo
revolucionário de transformação da sociedade que teve como figuras
destacadas os alemães Karl Marx e Friedrich Engels. Karl Marx é considerado
o fundado do marxismo, que deriva do seu nome, doutrina económico e política
que centrava a transformação da sociedade na luta de classes e na revolução
que levaria o proletariado ao poder e ao controlo dos meios de produção.
De acordo com o pensamento marxista desenvolvido por Marx e Engels, o
desenvolvimento das sociedades era determinado por uma sucessão de modos
de produção e a passagem de um a outro modo de produção assentava na luta
de classes, como forma de alcançar um novo estádio da evolução social.
Os princípios do marxismo defendiam que as sociedades contemporâneas
eram marcadas pela luta de classes entre a burguesia e o proletariado.
A teoria marxista defendia:
Abolição da propriedade privada e a tomada do poder por parte do
operário;
O operário ao aproximar-se dos meios de produção, afastava a
burguesia;
O capitalismo era substituído pelo comunismo;
As propostas socialistas de transformação revolucionária da sociedade,
defendidas por Karl Marx e Friedrich Engels foram revistas, no final do século XIX,
por Eduard Bernstein, um dos líderes do partido social-democrata alemão:
Rejeitou os argumentos de Marx e Engels sobre o derrube do capitalismo
através da revolução;
Defendeu a transformação da sociedade pela via reformista;
As conquistas do socialismo seriam alcançadas de forma progressiva
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10. Karl Marx
11. Friedrich Engels
10. Documento
(página 98 – manual)
Podemos ver, a partir deste documento que a 30 de maio de 1877 começaram
a surgir os descontentamentos nos operários e que para o resto da população,
a atitude das greves era nova. Nesta altura, a população já se tinha apercebido
das péssimas condições que os operários se sujeitavam, tanto de trabalho
como de vida e que uma greve no setor do carvão, ia impedir que todos os
outros setores pudessem continuar a industrializar matéria-prima, visto que
tudo dependia do carvão para funcionar. Dava-se então uma paralisação no
trabalho.
No entanto, passados 5 meses, no mês de agosto do mesmo ano, tudo tinha
piorado. O horário de trabalho tinha sido aumentado e os salários reduzidos, o
que deu origem a mais greves. Embora tudo isto que estava a acontecer, nos
Estados Unidos já existia vestígios de movimento do operariado, o que significa
que pouco tempo faltava para que este movimento chegasse à Europa.
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11. Conclusão
Após a realização deste trabalho, podemos concluir que a vida que os
operários levavam antes do movimento do operário surgir não era fácil.
No entanto, as suas vozes fizeram-se ouvir e viram as suas condições de
trabalho e de vida melhorarem, bem como os seus salários aumentarem e
também os seus direitos serem aceites.
As propostas socialistas vieram então transformar a sociedade e reforçar a
ideia do sindicalismo.
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12. Bibliografia
LINHAS DA HISTÓRIA – História A, 11º ano, Ensino Secundário, P3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_oper%C3%A1rio
http://pt.slideshare.net/luisant/a-sociedade-oitocentista
http://jcb-falardehistoria.blogspot.pt/2009/11/o-operariado-industrial-
pauperismo-e.html
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