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Escola Secundária D. Sancho I 2011/2012
«De acordo com a mitologia grega, Anteu, filho da Gea (Terra) e de Poseidon , era um
gigante muito possante, que vivia na região de Marrocos, e que era invencível enquanto
estivesse em contacto com a mãe-terra. Desafiava todos os recém-chegados em luta
até à morte. Vencidos e mortos, os seus cadáveres passavam a ornar o templo do Deus
do mar, Poseidon. Hércules, de passagem pela Líbia, entrou em combate contra Anteu
e, descobrindo o segredo da sua invencibilidade, conseguiu esmagá-lo, mantendo-o no
ar.»



    Em Cesário Verde, o campo, simboliza a terra, apresenta-se fértil. Quando Cesário
     verde se encontra a viver afastado da terra da sua infância, como refere no
     poema Em Petiz, e enfraquecido pela cidade doente, o poeta reencontra as suas
     energias ao regressar para o campo. Por isso, também, como refere em Nós, desde
     as epidemias que se manifestaram em Lisboa, a sua família passou a encontrar no
     espaço rústico o retempero das suas forças.
     O mito de Anteu permite-nos caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há
     um reencontro com as suas origens, com a mãe-terra. Deste modo, poderemos
     falar deste mito em Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo
     parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias e saúde. O mito de Anteu surge em
     Cesário de modo a transmitir o seu esgotamento originado pelo afastamento da
     cidade para se refugiar no campo.

                                              Dicotomia Campo - Cidade
   O contacto com o campo na infância de Cesário Verde determina a visão que ele
    nos dá e a sua preferência. Ao contrário de outros poetas anteriores, Cesário Verde
    afirma que campo não tem um aspeto idílico, paradisíaco, bucólico, susceptível de
    devaneio poético, mas sim um espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere
    liberdade. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável, onde
    se podem observar os camponeses no seu trabalho diário , aí as alegrias
    manifestam-se face aos prazeres da vida, enquanto as tristezas surgem quando os
    acontecimentos não seguem um curso normal.
   Para Cesário Verde, o campo está associado à vida, à fertilidade, à vitalidade, ao
    rejuvenescimento, já que é visto como um local puro, saudável e fértil. O campo
    também pode surgir, através da visão transfiguradora do poeta, a invadir
    simbolicamente a cidade.




                                  Dicotomia Campo - Cidade
   Na cidade, o ambiente físico, cheio de contrastes, apresenta ruas esburacadas,
    casas apalaçadas, edifícios cinzentos e sujos…
    O ambiente humano é caracterizado pelos calceteiros, cuja coluna nunca se
    endireita, pelos padeiros cobertos de farinha, pelas vendedeiras enfezadas, pelas
    burguesinhas…
   É neste sentido que podemos reconhecer a capacidade de Cesário Verde em trazer
    para a poesia o real quotidiano do homem citadino.
   A cidade, é descrita pelo poeta como um local aonde fogem da febre e da cólera,
    onde há miséria constrangedora, sofrimento, poluição, cheiros nauseabundos.
   O espaço citadino “ empareda” o poeta, incomoda-o tal como o incomodam os
    pobres trabalhadores que na cidade procuram melhores condições de vida.
   O poema que melhor retrata o ambiente citadino é “ O Sentimento dum Ocidental”.




                                 Dicotomia Campo - Cidade
Dicotomia Campo - Cidade
   Os Poemas de Cesário Verde invocam o que este sente relativamente ao Campo e
    à Cidade, tanto que se a cidade é um local onde se sente oprimido, é natural que os
    seres femininos que aí se encontrem sejam apresentados sob uma imagem
    denegrida e em contraste com as figuras femininas do campo.
   Os poemas onde são mais visíveis esta Dicotomia Campo-Cidade, são o “Nós”,
    “Em Petiz”, “ O Sentimento dum Ocidental”…
   A preferência do poeta pelo campo está expressa nos seus poemas , onde
    desaparecem a aspereza e a doença ligadas à vida citadina e surge o elogio ao
    ambiente campesino.
    A arte de Cesário Verde é, pois, reveladora de uma preocupação social e intervém
    criticamente. O campo oferece ao poeta uma lição de vida multifacetada que ele
    transmite com objetividade e realismo. Trata-se, pois, de uma visão concreta do
    campo e não da abstração da Natureza.
   A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, sendo nela que Cesário encontra os
    seus temas.




                                  Dicotomia Campo - Cidade
“ O Sentimento de um Ocidental”
                          Nas nossas ruas, ao anoitecer,
                          Há tal soturnidade, há tal melancolia,
                          Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
                          Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

                          O céu parece baixo e de neblina,
                          O gás extravasado enjoa-me, perturba-me;
                          E os edifícios, com as chaminés, e a turba
                          Toldam-se duma cor monótona e londrina.

                          Batem os carros de aluguer, ao fundo,
                          Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Cesário Verde             Ocorrem-me em revista, exposições, países:
                          Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!


                                                        Cesário Verde




                Dicotomia Campo - Cidade
“Pinto quadros por letras, por sinais"
                                                 Cesário Verde



“Eu sou como muitos que estão no meio de um grande
ajuntamento de gente e completamente isolados e abstratos. A
mim o que me rodeia é o que me preocupa"
                                                 Cesário Verde 




                      Dicotomia Campo - Cidade
Trabalho elaborado por:

                           Cláudia Morais 1104


Dicotomia Campo - Cidade

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Cesário verde língua portuguesa

  • 1. Escola Secundária D. Sancho I 2011/2012
  • 2. «De acordo com a mitologia grega, Anteu, filho da Gea (Terra) e de Poseidon , era um gigante muito possante, que vivia na região de Marrocos, e que era invencível enquanto estivesse em contacto com a mãe-terra. Desafiava todos os recém-chegados em luta até à morte. Vencidos e mortos, os seus cadáveres passavam a ornar o templo do Deus do mar, Poseidon. Hércules, de passagem pela Líbia, entrou em combate contra Anteu e, descobrindo o segredo da sua invencibilidade, conseguiu esmagá-lo, mantendo-o no ar.»  Em Cesário Verde, o campo, simboliza a terra, apresenta-se fértil. Quando Cesário verde se encontra a viver afastado da terra da sua infância, como refere no poema Em Petiz, e enfraquecido pela cidade doente, o poeta reencontra as suas energias ao regressar para o campo. Por isso, também, como refere em Nós, desde as epidemias que se manifestaram em Lisboa, a sua família passou a encontrar no espaço rústico o retempero das suas forças.  O mito de Anteu permite-nos caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um reencontro com as suas origens, com a mãe-terra. Deste modo, poderemos falar deste mito em Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias e saúde. O mito de Anteu surge em Cesário de modo a transmitir o seu esgotamento originado pelo afastamento da cidade para se refugiar no campo. Dicotomia Campo - Cidade
  • 3. O contacto com o campo na infância de Cesário Verde determina a visão que ele nos dá e a sua preferência. Ao contrário de outros poetas anteriores, Cesário Verde afirma que campo não tem um aspeto idílico, paradisíaco, bucólico, susceptível de devaneio poético, mas sim um espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere liberdade. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável, onde se podem observar os camponeses no seu trabalho diário , aí as alegrias manifestam-se face aos prazeres da vida, enquanto as tristezas surgem quando os acontecimentos não seguem um curso normal.  Para Cesário Verde, o campo está associado à vida, à fertilidade, à vitalidade, ao rejuvenescimento, já que é visto como um local puro, saudável e fértil. O campo também pode surgir, através da visão transfiguradora do poeta, a invadir simbolicamente a cidade. Dicotomia Campo - Cidade
  • 4. Na cidade, o ambiente físico, cheio de contrastes, apresenta ruas esburacadas, casas apalaçadas, edifícios cinzentos e sujos…  O ambiente humano é caracterizado pelos calceteiros, cuja coluna nunca se endireita, pelos padeiros cobertos de farinha, pelas vendedeiras enfezadas, pelas burguesinhas…  É neste sentido que podemos reconhecer a capacidade de Cesário Verde em trazer para a poesia o real quotidiano do homem citadino.  A cidade, é descrita pelo poeta como um local aonde fogem da febre e da cólera, onde há miséria constrangedora, sofrimento, poluição, cheiros nauseabundos.  O espaço citadino “ empareda” o poeta, incomoda-o tal como o incomodam os pobres trabalhadores que na cidade procuram melhores condições de vida.  O poema que melhor retrata o ambiente citadino é “ O Sentimento dum Ocidental”. Dicotomia Campo - Cidade
  • 6. Os Poemas de Cesário Verde invocam o que este sente relativamente ao Campo e à Cidade, tanto que se a cidade é um local onde se sente oprimido, é natural que os seres femininos que aí se encontrem sejam apresentados sob uma imagem denegrida e em contraste com as figuras femininas do campo.  Os poemas onde são mais visíveis esta Dicotomia Campo-Cidade, são o “Nós”, “Em Petiz”, “ O Sentimento dum Ocidental”…  A preferência do poeta pelo campo está expressa nos seus poemas , onde desaparecem a aspereza e a doença ligadas à vida citadina e surge o elogio ao ambiente campesino.  A arte de Cesário Verde é, pois, reveladora de uma preocupação social e intervém criticamente. O campo oferece ao poeta uma lição de vida multifacetada que ele transmite com objetividade e realismo. Trata-se, pois, de uma visão concreta do campo e não da abstração da Natureza.  A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, sendo nela que Cesário encontra os seus temas. Dicotomia Campo - Cidade
  • 7. “ O Sentimento de um Ocidental” Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba-me; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina. Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Cesário Verde Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo! Cesário Verde Dicotomia Campo - Cidade
  • 8. “Pinto quadros por letras, por sinais" Cesário Verde “Eu sou como muitos que estão no meio de um grande ajuntamento de gente e completamente isolados e abstratos. A mim o que me rodeia é o que me preocupa" Cesário Verde  Dicotomia Campo - Cidade
  • 9. Trabalho elaborado por: Cláudia Morais 1104 Dicotomia Campo - Cidade