1) O documento descreve um estudo exploratório sobre a compreensão de mitos, dificuldades e potencialidades da amamentação em uma Unidade Básica de Saúde.
2) O objetivo principal do estudo é um projeto de intervenção educativo para fornecer informações confiáveis sobre aleitamento materno a gestantes, mães e profissionais de saúde.
3) O estudo aborda dados sobre prevalência de aleitamento materno no Brasil, políticas públicas de incentivo e a Iniciativa Unidade Básica Am
Amamentação: os direitos da mulher trabalhadora - livro digital SBP
ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA / TCC
1. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Internato Rotatório Integrado
em Medicina de Família e Comunidade,
Saúde Mental e Saúde Coletiva
CF Felippe Cardoso
Trabalho Temático
ALEITAMENTO MATERNO
NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Um breve estudo exploratório sobre a
compreensão de mitos, dificuldades e
potencialidades da amamentação no ambiente
de uma Unidade Básica de Saúde
Cecília Novelli de Oliveira Penna Mendes
2021
2. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Internato Rotatório Integrado em Medicina de Família e Comunidade, Saúde Mental e Saúde
Coletiva
Trabalho Temático
Rio de Janeiro
Clínica da Família Felippe Cardoso
Equipe Ipojuca
Trabalho realizado por Cecília Novelli de Oliveira Penna Mendes
Faculdade de Medicina - UFRJ
DRE: 115.198.487
10º Período
2021.2
Trabalho Temático sobre a compreensão de
questões envolvidas no aleitamento
materno num ambiente de atenção
primária, apresentado como requisito para
avaliação e obtenção de grau do Internato
Rotatório Integrado de Saúde da Família e
Comunidade, Saúde Mental e Saúde
Coletiva, da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Orientadores:
Bruna Trajano
Melanie Maia
Thaiza Gomes
José Henrique Cunha
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SUMÁRIO
1) Introdução …………………………………………………………………………. 3
2) Objetivos ……………………………………………………………………………. 4
3) Fundamentação teórica ……………………………………………………… 5
4) Metodologia ……………………………………………………………………….. 7
5) Resultados e discussão ………………………………………………………. 10
6) Considerações finais ………………………………………………………….. 20
7) Referências bibliográficas …………………………………………………… 21
8) Anexos ………………………………………………………………………………… 22
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1. Introdução
Em 2019, fui ao congresso brasileiro de aleitamento materno e me encantei. Estava
vivendo uma crise de interesses na faculdade, à beira de sair do curso de Medicina e
buscar outros caminhos profissionais, quando decidi ir por acaso ao XV ENAM (Encontro
Nacional de Aleitamento Materno), após recomendação do professor Marcus Renato de
Carvalho - hoje, meu mentor, e especialista em amamentação - e foi um grande encontro
para mim. No tema do aleitamento materno, descobri uma intersecção muito interessante
entre saúde da mulher, saúde da criança e saúde coletiva (além de psicologia, saúde
planetária, nutrição e outras), áreas pelas quais desenvolvi e ainda desenvolvo imenso
apreço e respeito.
Nelas, estudamos temas de fundamental importância, para indivíduos e sociedades,
considerando que os primeiros 1000 dias de vida (expressão que se refere ao período
entre a concepção e os dois anos completos da criança) concentram exposições que têm
efeitos a longo prazo na saúde do indivíduo; e as experiências vividas nesse ‘’intervalo de
ouro’’ podem contribuir para uma menor sobrecarga do sistema de saúde e um
desenvolvimento social pleno. Sabe-se, hoje, que o leite materno tem um papel central
nessa fase, já que é a fonte nutricional primordial do bebe (idealmente, presente na
alimentação até os 2 anos, complementado com outros alimentos depois dos 6 meses,
abarcando todo o período extrauterino dos 1000 dias). Ele está associado a menores taxas
de morbimortalidade ao longo da vida por proteger de infecções e ser fator protetor de
algumas das principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na vida adulta, como a
diabetes e a obesidade.
Portanto, entendo que não há como falar de prevenção de desfechos desfavoráveis
em saúde sem falar em aleitamento materno. Garantir políticas públicas de incentivo ao
aleitamento, seja de nível nacional, ou localmente, direcionadas aos entraves mais
particulares de cada comunidade, torna-se, nesse olhar, imprescindível, inclusive para
garantir uma ‘’entrada’’ na vida com condições em saúde mais equânimes para todos, visto
que a dupla carga de doenças (doenças infecciosas e DCNT) típica de países em
desenvolvimento recai mais sobre as classes econômicas mais baixas, nas quais o
aleitamento materno exclusivo apresenta menor prevalência.
Considerando a centralidade da Saúde da Família e Comunidade no próprio
trabalho comunitário e na implementação de propostas de interesse para saúde pública, o
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aleitamento materno me pareceu um tema que, além de ser de grande interesse pessoal e
profissional para mim, traria adições interessantes para nossas discussões, para as
vivências da minha equipe e para a saúde de nossos usuários.
2. Objetivos
Ao longo do meu período na clínica, no convívio diário com os profissionais de
saúde, mães, gestantes e acompanhantes, notei uma nítida deficiência na compreensão de
premissas básicas da amamentação, além da observação de uma baixa prevalência de
aleitamento materno, seja exclusivo, seja complementado, em ressonância com os dados
epidemiológicos presentes na literatura sobre o tema. Eu percebi que os mitos que
cercam o amamentar, já muito discutidos no meio acadêmico, ainda mostram-se
enraizados na cultura e são frequentemente reproduzidos, mesmo que com outros
rompantes.
Foi a partir dessa constatação que se fortaleceu o meu desejo de tentar contribuir
para a desconstrução de algumas crenças-chaves da cultura do desmame e reforçar a
potencialidade do aleitamento materno. Aos poucos, busquei formular um trabalho que
poderia tanto ser fonte de discussões acadêmicas quanto, principalmente, trazer uma
contribuição significativa para a população que acompanhei de perto nos últimos meses.
Assim, meu trabalho temático tem um aspecto teórico-prático e traz, como
objetivo principal, um projeto de intervenção, de caráter educativo, que consiste em trazer
informações confiáveis às mães ou gestantes, fornecendo um ambiente acolhedor para o
saneamento de dúvidas e instrumentos para que façam suas decisões com maior
autonomia e senso crítico diante da cultura do desmame precoce. Tendo em vista,
também, o importante papel do ambiente que cerca as lactantes e os estímulos que este
fornece para tanto a continuidade do aleitamento quanto para o desmame precoce,
considerei essencial abordar também os acompanhantes que comparecessem às
consultas e os profissionais de saúde.
A classe dos profissionais de saúde, teve, lamentavelmente, um papel histórico na
propagação da cultura do desmame, impulsionada por interesses comerciais da indústria
de fórmulas infantis e compostos lácteos. Por outro lado, são pontos chaves na cadeia de
acontecimentos que levam ao desmame precoce e, se bem preparados, podem ser agentes
transformadores dessa realidade para muitas mães, fornecendo acolhimento, informações
confiáveis e, se necessário, o encaminhamento para locais onde a lactante pode buscar
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ajuda mais especializada. Foi com essas premissas em mente que optei por fazer também o
trabalho educativo com os profissionais da minha equipe, acreditando que eles podem ser
multiplicadores do estímulo ao aleitamento e do combate à cultura do desmame.
Já os acompanhantes que comparecem às consultas são frequentemente pessoas
que têm convívio intenso com a gestante ou com a mãe lactante e, portanto, participam
do processo do aleitamento materno, seja estimulando-o ou desestimulando-o. Sabe-se
que a rede de suporte é essencial para a continuidade da amamentação, considerando as
muitas dificuldades físicas, sociais e emocionais que naturalmente aparecem ao longo do
processo, desde a marcada privação de sono, a sobrecarga, o retorno ao trabalho, a
solidão materna, a baixa autoestima, entre outros.
Por fim, meu trabalho abrangeu tanto as gestantes, prováveis futuras lactantes,
tendo um aspecto mais preventivo, de educação de base teórica no pré-natal; quanto
mães de bebês de até 6 meses e 15 dias, abrangendo o período do aleitamento materno
exclusivo. Nesse último caso, a ideia seria acolher possíveis problemas no aleitamento,
sanar as dúvidas mais práticas que naturalmente surgem e, se julgado como apropriado,
abordar questões técnicas que poderiam trazer intercorrências futuras. Além de, como
para todos os participantes, também trazer a parte teórica, buscando desconstruir mitos,
sempre muito presentes.
Como eu queria fazer uma abordagem mais dinâmica, que envolvesse mais os
participantes, tornando-os agentes ativos do próprio processo educativo, eu criei um
questionário com afirmações para serem categorizadas como verdadeiras ou falsas. As
questões foram formuladas e escolhidas a partir dos equívocos que observei com
frequência nas falas dos nossos usuários desde o início do meu internato, e que foram as
próprias catalisadoras da minha escolha de tema. Após a correção de cada questionário,
tinha como objetivo debater os erros e direcionar a discussão para os problemas que
percebi em cada paciente, tornando o processo, além de dinâmico, mais personalizado. A
realização dos questionários, permitiu, também, que eu coletasse dados sobre os
equívocos mais frequentes na população trabalhada para posterior análise, a ser
apresentada a seguir.
3. Fundamentação teórica
De acordo com a II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais
brasileiras, em 2008, o tempo médio de aleitamento materno exclusivo no Brasil era de
54,1 dias; já o de aleitamento materno não exclusivo, 342 dias. Segundo a PNDS (Pesquisa
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Nacional de Demografia e Saúde) de 2006, a prevalência de aleitamento exclusivo entre o
nascimento e seis meses incompletos foi de 38,6%. Entre os menores de dois meses,
apenas 48% das crianças estavam em aleitamento materno exclusivo. Entretanto, ao
subdividir esta faixa de idade em duas, a proporção é reduzida de 72% no período entre o
nascimento e menos de um mês de idade a 35% entre um e menos de dois meses,
mostrando declínio muito rápido da prática. A amamentação continuada aos 12 meses de
idade foi de 47,5% e aos 24 meses de 24,8%.
No Brasil, observou-se considerável declínio da amamentação entre os anos 1960 e
1970, muito ligado a interesses comerciais da indústria de alimentos infantis. Em 1981, foi
instituído o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. Desde então, nas
últimas décadas, diversas políticas públicas direcionadas ao estímulo e à proteção do
aleitamento materno vem sendo construídas, entre elas a instituição da Rede Nacional de
bancos de leite humano, o estabelecimento da Iniciativa Hospital Amigo da Criança
(IHAC), a criação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes
(NBCAL), a regulamentação da licença maternidade de 120 dias, entre outros; tendo como
resultado uma melhora evidente nos índices de amamentação.
Resultados preliminares do estudo Enani (Estudo nacional de alimentação e
nutrição infantil), cujos dados foram coletados entre 02/2019 e 03/2020, demonstram
uma melhora nos percentuais de amamentação exclusiva nas crianças menores de 4
meses, com 60%, e nos de amamentação continuada aos 12 meses, com 53%. O índice de
amamentação exclusiva entre as menores de 6 meses também aumentou, apresentando
45,7%. No entanto, ainda chama atenção o fato de o aleitamento materno, no Brasil, estar
muito distante dos padrões recomendados pela OMS, estes sendo o aleitamento materno
exclusivo até os 6 meses completos e complementado com os alimentos da família até 2
anos.
Vale ressaltar, aqui, a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM),
que teve seu início no próprio estado do Rio de Janeiro, em 1999, num movimento para
adoção de um conjunto de ações direcionadas à promoção da amamentação na atenção
básica em saúde, inspirada na IHAC, mas sem perder de vista o fato de a unidade básica
ser o primeiro ponto de acesso ao sistema de saúde, ideal para o trabalho de base. A
IUBAAM, através do estímulo e capacitação de profissionais de saúde que trabalham nas
unidades básicas, tem como estratégia a implantação dos “Dez Passos para o Sucesso da
Amamentação na Atenção Básica à Saúde” (anexo 1). Esses são fruto de uma revisão
sistemática (de Oliveira et al., 2001) sobre as intervenções conduzidas nas fases de
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pré-natal e acompanhamento do binômio mãe-bebê que foram efetivas em estender a
duração da amamentação. Toda unidade básica de saúde (como os Postos de Saúde, os
Centros de Saúde, os Postos de Saúde da Família, etc.) que tenha pré-natal e puericultura
pode se tornar uma Unidade Básica Amiga da Amamentação. Para isto, deve cumprir os
dez passos estabelecidos pela IUBAAM:
1. Ter uma norma escrita quanto à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno que deverá ser
rotineiramente transmitida a toda a equipe da unidade de saúde.
2. Treinar toda a equipe da unidade de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
3. Orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as vantagens do aleitamento materno, promovendo a
amamentação exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos de vida ou mais.
4. Escutar as preocupações, vivências e dúvidas das gestantes e mães sobre a prática de amamentar,
apoiando-as e fortalecendo sua autoconfiança.
5. Orientar as gestantes sobre a importância de iniciar a amamentação na primeira hora após o parto e de
ficar com o bebê em um alojamento conjunto.
6. Mostrar às gestantes e mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas
de seus filhos.
7. Orientar as nutrizes sobre o método da amenorréia lactacional e outros métodos contraceptivos adequados
à amamentação.
8. Encorajar a amamentação sob livre demanda.
9. Orientar gestantes e mães sobre os riscos do uso de fórmulas infantis, mamadeiras e chupetas, não
permitindo propaganda e doações destes produtos na unidade de saúde.
10. Implementar grupos de apoio à amamentação acessíveis a todas as gestantes e mães, procurando envolver
os familiares.
4. Metodologia
Como previamente exposto, a população do estudo consistiu em 4 pilares (ver
tabela abaixo): gestantes, mães do fluxo de puericultura, acompanhantes e profissionais de
saúde. No caso dos profissionais de saúde, o questionário e a dinâmica educativa foram
feitos com todos os profissionais da equipe (5 agentes comunitários, 2 técnicos de
enfermagem, 1 enfermeiro, 1 médico-residente) que usualmente comparecem às reuniões
de equipe (profissionais de saúde bucal, portanto, não entraram no estudo), com exceção
da Médica de Família e preceptora, pois participou da elaboração do projeto. Foram
incluídos dois estudantes de medicina que participam do dia-a-dia da equipe como
estagiários.
No caso das gestantes, usei a planilha de gestantes da própria equipe Ipojuca para
fazer um levantamento das usuárias a serem abordadas, tendo um total de 19 gestantes.
Observei quais já estavam marcadas (7 pacientes) para a semana que eu realizaria o projeto
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(27/09/21 a 05/10/21); entrei em contato com as demais (12) pelo celular cadastrado
oferecendo a possibilidade de participar e explicando a proposta. Optei por oferecer tanto
uma dinâmica online quanto uma presencial, ficando a critério da participante, na
tentativa de ampliar o alcance do projeto com uma variedade maior de horários. No total,
10 participaram, sendo 6 do próprio fluxo da equipe (1 faltou) e 4 marcadas por mim (2 pela
via virtual e 2 presencialmente). Das 9 que não participaram, 5 não responderam a
mensagem, 2 não quiseram participar e 2 faltaram (1 marcada por mim, 1 do fluxo da
equipe).
A abordagem à puericultura foi semelhante, também a partir do levantamento de
crianças com até 18 meses (limite de idade para consultas de rotina de puericultura)
usando a planilha de crianças menores de 2 anos da equipe. Levantei um total de 53 bebês,
dos quais 10 já estavam marcados na programação da equipe; dessas, 4 faltaram, inclusive
as únicas 2 com mais de 6 meses e 15 dias que participariam do estudo. Aprofundando
esse quesito, tive que estabelecer um ponto de corte de idade para possibilitar a
abordagem pelo celular em tempo hábil. Optei por 6 meses e 15 dias, para abranger, o
período ideal de aleitamento materno exclusivo e o início da introdução alimentar.
Abordei 11 mães pelo celular, sendo que 7 não responderam o convite, 1 não quis participar,
1 faltou e 2 participaram. No total, foram 8 participantes no grupo da puericultura.
Por fim, entre os acompanhantes, o único critério foi o comparecimento à unidade
como acompanhante de uma gestante ou de uma mãe que participaria do estudo, seja do
próprio fluxo de consultas marcadas da equipe, seja do grupo que eu mesma marquei.
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Tabela: fluxo da população de estudo
No início de cada abordagem, eu explicava a proposta e perguntava se estariam
interessados em participar, tendo uma adesão de 100% quando propunha
presencialmente, porém algumas perdas, já descritas, na proposta de busca ativa via
telefone. Após o consentimento, eu fornecia o questionário, no formato impresso (anexo
2) ou no formato de Google Forms, no caso das participantes virtuais, explicando a
importância das perguntas serem respondidas de acordo com suas crenças e seus
conhecimentos pessoais, para fins educativos. Em seguida, eu corrigia no papel as
respostas e seguia para as explicações e dúvidas. Por fim, entregava a cada participante ou
núcleo de participantes (no caso de uma gestante/mãe + o acompanhante) um folheto de
minha autoria (anexo 3) com informações sobre os principais equívocos e as maiores
potencialidades do aleitamento materno, com explicações também sobre as questões do
questionário, junto com o próprio papel do questionário preenchido e corrigido.
No caso dos profissionais de saúde, fiz uma abordagem um pouco diferente, em
grupo, na reunião de equipe, de forma que todos preencheram ao mesmo tempo e
corrigiram ao mesmo tempo ao longo de uma apresentação mais aprofundada sobre o
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tema. Para os profissionais que faltaram à reunião (2), acabei por fazer a abordagem
individual previamente descrita para os outros participantes.
No questionário (a seguir), elaborei afirmações que englobasse alguns dos mitos e
os fatores influenciadores do desmame precoce, incluindo as intercorrências, o estresse,
os bicos artificiais, a pega, a culpa materna, entre outros, além dos benefícios do
amamentar. Eram 22 questões de verdadeiro ou falso:
1) O leite em pó e a fórmula infantil são mais nutritivos e sustentam melhor o bebe. Por isso, é o
ideal de ser oferecido à noite para que ele tenha uma longa noite de sono (F)
2) A mãe e o bebe ficarem juntos na primeira hora de vida contribui para o processo de
amamentação (V)
3) Sem uma boa pega o estímulo à descida do leite pode ser prejudicado (V)
4) Bebês amamentados ficam mimados porque vivem agarrados na mãe. Por isso, a amamentação
deve ser cessada antes de 2 anos. (F)
5) Bebês amamentados exclusivamente no peito por 6 meses têm menor risco de terem alergias,
diabetes e obesidade no futuro, inclusive na vida adulta, além de estarem mais protegidos de
infecções. (V)
6) Um dos principais motivos de desmame hoje é o uso de bicos artificiais como mamadeiras e
chupetas, que levam o bebe a ‘’desaprender’’ como mamar (V)
7) O cheiro e o choro do bebe estimulam o reflexo de descida do leite (V)
8) O gosto do leite materno varia de acordo com o que a mãe come (V)
9) Fumar pode prejudicar a produção do leite (V)
10) Oferecer o leite em pequeno copo é melhor do que oferecer em mamadeira, inclusive para o
recém-nascido (V)
11) O estresse materno não afeta o reflexo de descida do leite, logo não há porque uma mãe
sobrecarregada atribuir ao cansaço suas dificuldades em amamentar. (F)
12) O leite materno produzido aos 3 meses da criança é igual ao leite materno nos primeiros dias
(F)
13) Em uma mesma mamada, a mãe produz diferentes tipos de leite (V)
14) Os hormônios envolvidos na amamentação trazem prazer à mulher que amamenta (V)
15) Mamas pequenas produzem menos leite do que mamas grandes (F)
16) É necessário usar pomadas para tratar fissuras na mama (F)
17) A amamentação protege a mãe do câncer de mama e de hemorragia pós-parto (V)
18) Já que o aleitamento materno é um ato de amor, mães que não amamentam exclusivamente não
amam seus bebês o suficiente. (F)
19) Se o leite secou, não é possível retomar o aleitamento depois (F)
20) Mães que amamentam tendem a perder peso com maior facilidade (V)
21) O aleitamento materno não é um ato instintivo, ele é uma habilidade aprendida e ensinada. (V)
22) Mães com mamilos planos ou invertidos não conseguem amamentar porque o bebe precisa
conseguir abocanhar o mamilo (F)
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5. Resultados e discussão
Foram, no total, 35 participantes, com a contagem percentual por categoria no
gráfico a seguir, sendo a maioria de profissionais de saúde, logo seguida pelas gestantes,
depois mães e, por fim, acompanhantes.
Entre os acompanhantes (n=6), 50% eram as mães das pacientes, seguidas de 1
cunhada, 1 parceiro e 1 filha, ou seja, 16,7% cada. Evidencia-se a participação infrequente
dos companheiros nas consultas de pré-natal e puericultura, o que pode ser explicado
tanto pela situação de trabalho de muitos homens, quanto pela dificuldade de aproximar o
pai do serviço de saúde e dos cuidados na infância, mesmo com a política de pré-natal do
parceiro. A vasta maioria dos participantes da atividade eram mulheres (gráfico a seguir),
em todas as diferentes categorias, sendo a com maior participação masculina a porção de
profissionais de saúde.
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No que diz respeito à prevalência de aleitamento materno entre as participantes,
esse foi apenas observado no grupo da puericultura (n=8), sendo que 100% das mães
participantes desse grupo declararam estar amamentando os seus filhos, das quais apenas
uma percentual dessas, segundo observado ao longo das consultas, o faz de forma
exclusiva (dado não coletado objetivamente).
Como esperado no que diz respeito às pontuações médias nos questionários
segundo categoria (gráfico a seguir), o grupo de profissionais de saúde apresentou a maior
média, com 18,64 pontos (sendo a mínima 14 e a máxima 22). Isso poderia ser explicado
tanto por uma provável escolaridade média maior nesse grupo em relação aos outros, o
que por si só, na literatura, é colocado como um fator associado a maiores índices de
aleitamento materno no Brasil, quanto pelo fato de serem profissionais da área da saúde,
na qual estão mais consistentemente expostos aos saberes e técnicas do amamentar.
Logo após está o grupo de mães das consultas de puericultura, com uma média de
16,88 (mínima de 14 - máxima de 21), seguida do grupo de gestantes, com 15,00 pontos
(mínima de 10- máxima de 20), e por fim, os acompanhantes, com 13,67 (mínima de 12
máxima de 15). Essa ordem pode estar relacionada com o grau de proximidade atual da
participante com o tema do aleitamento materno, sendo as mães da puericultura as mais
expostas na vivência prática atualmente, seguido das gestantes, ainda em contato teórico
com o assunto no pré-natal, e os acompanhantes, nenhum dos quais amamenta nem
amamentará em futuro próximo. Reforço, aqui, que trata-se apenas de uma hipótese,
podendo existir muitos fatores influenciando tais desempenhos médios, incluindo idade
(pessoas mais velhas podem trazer conceitos equivocados muito propagados ao longo do
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século XX quando a cultura do desmame era muito forte e pessoas muito novas podem
apresentar imaturidade intelectual e emocional diante do tema), gênero, escolaridade,
raça, e outros.
No que diz respeito ao padrão de acertos e erros em cada pergunta (no gráfico
abaixo), a única questão gabaritada pelos 35 participantes foi a número 2, que se refere à
hora de ouro (mãe e bebê ficarem em contato próximo, pele-a-pele, na primeira hora após
o parto), o que considerei um ótimo sinal, especialmente no caso de gestantes e seus
acompanhantes, indicando que estão informadas para reivindicar, se assim quiserem, os
seus direitos no pós-parto, num futuro próximo.
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Por outro lado, a questão mais errada (45,71% acertaram, tendo 63,6% de acertos
nos profissionais de saúde, 62,5% entre as mães, 20% entre as gestantes e 33,3% no grupo
dos acompanhantes) foi sobre as diferenças entre leite anterior e leite posterior. Após
averiguação mais minuciosa na literatura, encontrei que, hoje, as diferenças entre as
composições dos dois leites tem sido muito debatida e questionada - apresentando maior
disparidade entre os dois apenas quando as mamas estão bem ingurgitadas - o que me
levou à compreensão desse resultado em outra perspectiva. No entanto, é um
conhecimento que não deixou de ter o seu valor, especialmente porque propicia a
importante orientação de estar frequentemente esvaziando ambas as mamas, tanto para a
nutrição do bebê, quanto para a manutenção da produção de leite bilateralmente.
Quando retirados os dados dos profissionais de saúde do gráfico, movimento
importante para se avaliar melhor o padrão de respostas exclusivamente dos usuários,
observa-se algumas alterações nos percentuais de acertos. A questão sobre as variações
do gosto do leite materno ganha uma melhor média (54,14% no geral para 62,5% na
população de usuários), visto que foi a mais errada no grupo excluído. Uma hipótese que
poderia ser levantada é a de que a variação de gosto é logo assumida como
necessariamente algo negativo, associado a cólicas e efeitos desfavoráveis no bebê, e
portanto, levaria a necessidade de proibições e advertências quanto à alimentação
materna, sem ser aventada a possibilidade de existirem aspectos positivos nessa variação,
como é observado na maior aceitabilidade à introdução alimentar em bebês
amamentados.
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Outra pergunta com uma importante diferença é aquela sobre o uso de pomadas
no tratamento de fissuras, que por sua vez apresenta uma menor proporção de acertos
com a retirada dos profissionais de saúde, indo de 71,43% no gráfico geral para 58,89% no
de usuários. Esta teve uma média de acertos menor entre gestantes (40,0%), quando
comparada aos acompanhantes (66,67%), às mães (75,0%) e também aos profissionais de
saúde (100%).
Também no caso da pergunta sobre a impossibilidade de mães com mamilos
invertidos amamentarem, nota-se uma diferença entre a proporção de acertos dos
usuários (50,0%) e a dos profissionais de saúde (63,64%), sendo especialmente baixa no
grupo dos acompanhantes, no qual caracteriza a pergunta com menor frequência de
acertos.
Entre os profissionais de saúde, observa-se a grosso modo resultados melhores no
gráfico. No entanto, um dado que me surpreendeu foi a frequência de acertos na questão
que afirma existir uma composição diferente no leite materno nos primeiros dias do bebê
estar entre as mais baixas desse grupo (72,72%). O colostro é central no cuidado do
recém-nascido, e o conhecimento de suas características particulares, como a coloração
transparente-amarelada, pode ser um grande aliado na desconstrução da ideia de um
‘’leite fraco’’. Pareada com essa na frequência de acertos está a pergunta sobre o
aleitamento ser um ato instintivo, o que demonstra, também uma deficiência na
compreensão do papel crucial do próprio profissional de saúde em orientar corretamente
as técnicas de amamentação e ordenha, que tem o potencial de salvaguardar o
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aleitamento materno. Além de poder significar uma contribuição, mesmo que
inconscientemente, para a premissa de que existem mulheres que ‘’não conseguem
amamentar porque não tem o instinto’’, reforçando uma culpa materna já profunda que
afasta a mulher do serviço de saúde e do aleitamento materno.
Possivelmente, o dado que mais me impressionou entre as respostas das gestantes
é a taxa de erros (50%) na questão sobre o potencial do aleitamento materno em prevenir
a hemorragia pós-parto, informação que pode ser de grande valia para mulheres que
enfrentarão um parto no futuro próximo. Além disso nota-se uma diferença importante
entre as proporções de acertos nas questões sobre a recomendação do uso de copinhos
(60,%) e aquela sobre o papel de bicos artificiais no desmame (80,0%), disparidade essa
também vista - e ainda maior - no grupo dos acompanhantes (respectivamente, 33,3% e
100% de acertos). Isso pode significar que a esses participantes está chegando a
repreensão do uso de mamadeiras, mas sem a proposta de um método alternativo viável
para o oferecimento do leite. Além disso, tendo em vista o importante papel dos
acompanhantes no uso do copinho quando a mãe está ausente, é porventura alarmante
que justamente essa categoria tenha a mais baixa taxa de acertos.
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No gráfico de frequências de acertos dos acompanhantes, é essencial ressaltar a
baixa proporção de acertos (33,34%) na questão sobre o papel inibitório do estresse na
descida do leite, visto que a rede de suporte à lactante, da qual eles provavelmente
fazem/farão parte, é primordial para que ela tenha momentos de descanso. A sobrecarga
da mulher com a dupla jornada de trabalho, um traço da estrutura social brasileira, pode
tornar-se ainda mais evidente na presença de um bebê, com a privação de sono e a ampla
demanda por atenção, minando a saúde da mulher e o estabelecimento de um aleitamento
materno prazeroso e exclusivo. Em adição, a pergunta sobre o aleitamento materno trazer
prazer à mulher foi igualmente pouco acertada (33,34%).
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Já no caso das mães no fluxo da puericultura, vê-se que justamente duas das
questões com a maior frequência de erros são aquelas sobre fatores que
auxiliam/atrapalham na descida do leite: aquela sobre estresse materno (50% erraram) e a
outra sobre o cheiro e o choro do bebê (75% erraram), o que pode evidenciar uma
deficiência no conhecimento da importância de um contato íntimo com o bebê, em um
ambiente tranquilo.
Por fim, em uma análise da composição etária da população de estudo, tendo em
vista que a idade pode ser um fator influenciador das respostas, nota-se que a maioria
encontra-se na faixa etária entre 26 e 44 anos, o que já era esperado, visto que a 18 dos 35
participantes são gestantes e mães de bebês de até 6 meses, populações que tendem a
pertencer a tal grupo etário.
Ao realizar a análise das pontuações por categoria, como previamente exposto, é
evidente que deve-se atentar para a idade dos participantes que compõem cada grupo; e o
mesmo vale para o inverso (observar as proporções de cada categoria que compõem o
grupo etário analisado). No caso, não se observou grande diferença entre as pontuações
das diferentes faixas etárias, o que pode ser questionável, no caso da população geral, mas
observa-se que a maioria dos participantes mais velhos é composta por profissionais de
saúde, o que pode ser um fator confundidor.
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A seguir, vê-se os gráficos de acertos segundo grupo etário.
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6. Considerações finais
Ao longo da elaboração do meu trabalho, percebi diversas brechas, as quais não
tive tempo hábil para corrigir. Destaco aqui uma amostra populacional baixa e,
principalmente, a ausência da coleta de dados para o cálculo do percentual de aleitamento
materno exclusivo na população abordada. Além disso, dados sobre a existência de
experiências prévias de amamentação também seriam de grande valia, tanto para
gestantes, como também para acompanhantes e profissionais de saúde. A falta de rigor
metodológico na captação da população, embora seja evidente, não desrespeitou os
objetivos básicos do trabalho, consistindo, em primeiro lugar, num projeto de intervenção,
com um foco na contribuição para a comunidade, e para tal, busquei ampliar o
contingente populacional abordado dentro dos limites da viabilidade.
Há alguns anos, a clínica da família Felippe Cardoso entrou em processo para
tornar-se uma unidade básica amiga da amamentação, mas o programa não seguiu
adiante. Hoje, diante das minhas vivências e os dados coletados neste estudo, previamente
expostos, posso dizer que os profissionais e a comunidade muito ganhariam com a
aquisição do status de IUBAAM. Existe uma deficiência tanto nos aspectos técnicos quanto
nas habilidades psicossociais necessárias na abordagem ao aleitamento materno, estando
presentes discursos que, consciente ou inconscientemente, corroboram com a
perpetuação da cultura do desmame, propagados por ambas as partes, usuários e
profissionais.
Parece-me, interessante, portanto, para futuras referências, que sejam abordadas
propostas para capacitar as equipes da clínica no sentido de multiplicar os conhecimentos
num trabalho continuado junto à população. A própria IUBAAM, hoje, tem um curso de
capacitação de 24h destinado a orientar profissionais para que se tornem disseminadores
das premissas da iniciativa, o que os permitiria implantar os 10 passos necessários para o
título na unidade básica em que trabalha. Esse tipo de proposta tem o essencial aspecto
de permitir uma auto-perpetuação dos conhecimentos, ao contrário de trabalhos
educativos como o meu, que são efêmeros, abrangem um contingente populacional baixo,
porém tem o seu valor, em seu caráter mais personalizado para cada usuário e por
propiciar transformações, mesmo que em pequena escala.
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7. Referências
- Bases da pediatria, Carlos Eduardo Schettino, editora Rubio, 2013
- Caderno de atenção básica saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar,
2ªedição, 2015
- www.aleitamento.com
- Amamentação: bases científicas, Marcus Renato de Carvalho e Cristiane F. Gomes, editora
Guanabara Koogan, 4ªedição, 2017
- Pediatria no dia a dia, Giuseppe Pastura e Flávia Nardes dos Santos, editora Rubio, 2019
- Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação: avaliação da implantação em unidades da rede
básica de saúde da cidade do Rio de Janeiro Rosane, Valéria Viana Fonseca Rito, Rio de Janeiro,
2009
- UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil
– ENANI-2019: Resultados preliminares – Indicadores de aleitamento materno no Brasil. UFRJ: Rio
de Janeiro, 2020. 9 p
- Moore, T.G., Arefadib, N., Deery, A., & West, S. (2017). The First Thousand Days: An Evidence Paper.
Parkville, Victoria; Centre for Community Child Health, Murdoch Children’s Research Institute.
- Wenzel D e Souza SB. Prevalência do aleitamento materno no Brasil segundo condições
socioeconômicas e demográficas. Rev Bras Cresc e Desenv Hum 2011; 21(2): 251-258.
- Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006 : dimensões do
processo reprodutivo e da saúde da criança/ Ministério da Saúde, Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.
- www.nhs.uk/start4life/baby/breastfeeding/
-www.healthychildren.org/English/ages-stages/baby/breastfeeding/Pages/default.aspx
- www.rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh
- www.breastfeeding.asn.au/
- Queensland Clinical Guideline: Establishing breastfeeding July 2016. Maternity and Neonatal
Clinical Guideline
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8. Anexos
ANEXO 1: folheto sobre os ‘’Dez Passos para o Sucesso da Amamentação na Atenção Básica
à Saúde’’
https:/
/bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006002326.pdf
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ANEXO 2: questionário sobre aleitamento materno aplicados nos participantes
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Anexo 3: Folheto (no formato de brochura) sobre aleitamento materno fornecido
aos participantes
porção externa
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porção interna
Para finalizar, uma breve mensagem na forma de arte:
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AMIGOS DO PEITO
Esta campanha que se inicia neste momento,
Tem como nome: Aleitamento.
Vou traduzir, mas, dá pra desconfiar...
É o antigo "dar de mamar"!
O leite materno é o alimento ideal,
Vemos isso em nosso mundo animal.
Veja a baleia, o bezerro e o cordeiro,
Cresceram com todo direito.
Ao leite do peito.
O ser humano, com alegria e amor,
Pode ser criado ternamente
Como se fosse fantasia,
Desde que bem alimentado
Ao peito ficar ligado.
E o que tem esse alimento?
Não se fazia propaganda!
Não havia investimento!
Ficava todo mundo enganado
Com o tal do enlatamento.
Mas, o ser humano foi estudado,
Deixando o pesquisador entusiasmado:
Proteína, anticorpo, açúcar e gordura...
Realmente, o melhor alimento em natura...
Dado gratuitamente por uma só empresa:
A mãe natureza.
O que faz o poeta e o médico tão contentes?
O poeta conta e canta tudo que lhe agrada,
Quer exemplo? Criança bem alimentada!
E o médico? Interessa o bem estar dos pacientes.
Criança bem alimentada,
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sua saúde será pouco alterada,
Ossos fortes, bom raciocínio e
perfeição até nos dentes.
Oh! Mãe ouça essa sugestão!
Já demonstrou:
Leite do peito é a melhor alimentação!
Peito a todo o momento,
È prova de amor e conhecimento,
Sua criança vai crescer sadia
E você, mãe, a verá com amor e alegria.
Para terminar,
Não espere sua criança chorar ou chamar
"Mamãe eu quero mamar".
Ofereça o peito,
Toda criança tem esse direito.
E chegará o dia...
Em que o aleitamento será universal.
Nesta era, teremos uma paz mundial.
A era será dominada "Sem fome"
E a paz, será bendita por seu Nome.
Em nada haverá defeito
E todos serão:
AMIGOS DO PEITO
Cordel por Saulo Gorestein
Editora Coqueiro Unimed Recife – UniAME
www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=702
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