Este documento apresenta um estudo sobre a Síndrome de Burnout em ambientes corporativos. Inicialmente aborda a etimologia da palavra "Trabalho" e a Psicodinâmica do Trabalho segundo Christophe Dejours. Em seguida, descreve a metodologia de uma pesquisa de campo realizada com profissionais da Internet para investigar a presença da Síndrome de Burnout no ambiente corporativo. Apresenta os resultados da pesquisa e conclusões sobre a importância de se conscientizar os profissionais sobre os riscos da Síndrome de
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Livro - 50 tons corporativos
1.
2. Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
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Sentido da Vida – Parábola..........................................................................................02
Apresentação..................................................................................................................04
Introdução......................................................................................................................07
Capítulo 1
Etimologia do termo “Trabalho”.....................................................................................10
A Psicodinâmica do Trabalho..........................................................................................16
Trabalho nos dias de Hoje: Uma reflexão ou Inflexão....................................................19
Capítulo 2
Estresse - Conceito..........................................................................................................27
Tipos de Estresse.............................................................................................................29
Causas e Consequências..................................................................................................32
Capítulo 3
Síndrome de Burnout - Definição....................................................................................35
Sintomas..........................................................................................................................38
Burnout, Estresse e Depressão.........................................................................................41
Estratégias de Prevenção.................................................................................................43
Capítulo 4
Estudo de Caso – Pesquisa de Campo.............................................................................46
Descrição dos Objetivos..................................................................................................47
Hipóteses.........................................................................................................................48
Metodologia ....................................................................................................................49
Ferramenta de Coleta de Dados.......................................................................................52
50 Tons Corporativos......................................................................................................54
Capítulo 5
Resultados........................................................................................................................56
Considerações Finais ......................................................................................................73
REFERÊNCIAS.............................................................................................................79
APÊNDICES
I - Carta de Apresentação da Ferramenta da Pesquisa.....................................................82
II – Prefácio do e-book – Brinde.....................................................................................83
III - Ferramenta de Coleta de Dados...............................................................................84
IV - Carta de Agradecimento da Pesquisa.......................................................................87
V – Tabulação Quantitativa Completa ..........................................................................88
3. 2
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
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“"Um barco, no ancoradouro, está seguro.
Mas não é para isso que os barcos são feitos."
(William Shedd)
As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra
que levavam aos porões do velho convento.
Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta
de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca
luminosidade.
Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um
capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia
anotações num grande livro, tão velho quanto ele.
O discípulo se aproximou com respeito e perguntou ansioso pela resposta:
- Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo
grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para
o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.
4. 3
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma
pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la
com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.
O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros,
dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
- Entendi mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso
aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem
que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais
nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que
aprendera.
O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios
quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o
discípulo se afastando, sorriu levemente e aprendeu com o discípulo que:
- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu
só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.
Fonte:http://reflexoeseutopias.wordpress.com/2011/07/05/sentidodavida/
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Uma Metáfora Empresarial
TÑÜxáxÇàt†ûÉTÑÜxáxÇàt†ûÉTÑÜxáxÇàt†ûÉTÑÜxáxÇàt†ûÉ
“...Onde o que eu sou se afoga, meu fumo e minha ioga,
você é minha droga, paixão e carnaval, meu zen,
meu bem, meu mal....”
(Caetano Veloso)
Cinquenta Tons Corporativo – Uma Metáfora Empresarial pega carona no maior
hit literário do momento “Cinquenta Tons de Cinza1
”, para refletir como está à
qualidade das relações interpessoais nos ambientes organizacionais, onde a submissão,
tema da obra em destaque, é um componente essencial que permeia o relacionamento
empregador x empregado.
É possível perceber que ás vezes essa relação promove um duelo cruel entre o
prazer e o sofrimento; outra temática tratada naquele best-seller, onde o prazer,
representado pela autorealização, pelo status, pela segurança financeira, justifica o
sofrimento ao submeter-se às regras perversas como abuso de autoridade, beirando o
assédio moral; ambientes extremamente competitivos, metas intangíveis ou desumanas.
1
Capa da revista Veja em agosto/12, Cinquenta tons de cinza tem se tornado motivo de polêmica. Classificado como
“erótico” por alguns e “obsceno” por outros, o livro é o maior fenômeno literário depois de Harry Potter. De autoria
da escritora britânica E. L. James, ultrapassou a marca de 100 000 exemplares vendidos no Brasil, em apenas duas
semanas. Na história, o casal protagonista vive um tórrido romance. Mas o jogo que move os dois é, no mínimo,
perturbador: existe um contrato entre eles, o qual determina que Anastasia seja submissa na cama a Christian Grey,
um jovem milionário. O sadomasoquismo é explorado pela autora e vem daí o motivo para tanta curiosidade entre os
leitores – principalmente entre leitoras.
Fonte:http://www.odiario.com/blogs/luoliveira/2012/10/01/cinquenta-tons-de-cinza-o-sucesso-da-literatura/
6. 5
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Tudo isso personificado em colegas de trabalho desleais, líderes despreparados e
modelos de gestão retrógrados, maquiados por discursos modernos em nome da alta
performance competitiva, mas desconectados das melhores práticas humanistas.
Porém é importante ressaltar que essas observações não assumem tom
generalista; sabemos que existem empresas com gestores competentes e clima
organizacional bem salutar e atrativo. Outro fator a ser levado em consideração é que o
sofrimento sempre fez parte da história do “Trabalho”. No primeiro capítulo, ao
abordarmos a etimologia da palavra Trabalho, apresentamos um resgate histórico onde
identificamos esse componente de maneira definitiva, ou seja, o sofrimento sempre
esteve rondando essa atividade milenar.
Na sequência, ao perpetrar nos estudos do renomado Psicólogo Dr. Christophe
Dejours, iremos identificar que sua teoria sobre a Psicodinâmica do Trabalho também
apresentou, como elemento do universo laboral, essa dualidade “prazer e sofrimento”.
Segundo suas conclusões, o Trabalho pode ser fonte destes dois opostos e que há um
eterno prélio tentando eqüalizar a manifestação equilibrada de ambos.
Além dessa abordagem teórica onde trataremos de outros referenciais
interessantes, apresentaremos os resultados da nossa dissertação de mestrado, onde
fizemos um estudo de caso para investigar a manifestação da Síndrome de Burnout em
ambientes corporativos. Por meio dos resultados alcançados, na Pesquisa de Campo, foi
possível constatar, com mais propriedade, a presença desse contraponto sofrimento x
prazer no universo corporativo. Os 50 Tons Corporativos estão representados nos
graus da Síndrome de Burnout, e serão mais detalhados no capítulo que abordará a
ferramenta de pesquisa.
7. 6
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Com esse livro, além de promover o debate e a reflexão em torno da qualidade
do ambiente organizacional, pretendo compartilhar a rica experiência que tive ao
desenvolver minha dissertação de mestrado. Nesse exercício pude constatar o poder das
redes sociais que participaram ativamente respondendo a ferramenta da pesquisa, o que
foi fundamental para o alcance dos objetivos propostos. Ao publicar este e-book
expresso toda a minha gratidão aos profissionais que dedicaram uma pequena parte do
seu tempo contribuindo com essa jornada acadêmica. Ainda nesse movimento de
agradecimento deixarei o formulário da Pesquisa ativo por mais um tempo, agora com a
finalidade de oferecer uma ferramenta de autoconhecimento, uma vez que os
respondentes recebem ao final o resultado do seu Questionário Preliminar de
Identificação da Burnout e um e-book composto por textos e dicas de como identificar,
prevenir e tratar essa Síndrome. Caso tenham interesse de conhecer ou até mesmo
refazer o seu teste é só acessar o link abaixo:
http://www.pedagogiacorporativa.com/pesquisas/?ind=k_g&val=k.070
Kathia de Castro Campos Tenor
Outubro de 2012
8. 7
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
ÇàÜÉwâ†ûÉÇàÜÉwâ†ûÉÇàÜÉwâ†ûÉÇàÜÉwâ†ûÉ
“O ser humano é capaz de adaptar-se ao meio ambiente desfavorável,
mas esta adaptação não ocorre impunemente.”
(Levi, 1971)
O Trabalho ocupa uma dimensão essencial na existência humana, sendo
proeminente na concepção da identidade do cidadão. O homem dedica boa parte do seu
tempo produtivo para esta atividade. Seu desejo em conquistar e manter um sobrenome
corporativo é manifestado logo cedo na fase adulta.
Imbuído pelo sentimento de ser, pertencer a um ambiente corporativo, e também
pela necessidade de sobrevivência em um mercado de trabalho cada vez mais recessivo,
o ser humano, algumas vezes, prioriza seu emprego em detrimento a sua qualidade de
vida. Por outro lado, os atuais modelos de gestão se configuram em valores distorcidos,
com ênfase nas exigências capitalistas e mercantilistas predatórias. Essa perigosa
equação promove vários efeitos colaterais e um deles, o foco desta monografia, é a
Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout tem sido mais pesquisada nos segmento da saúde e
educação. Em ambientes organizacionais temos ouvido muito pouco sobre sua
manifestação. Partimos da premissa de que essa Síndrome também está presente nas
empresas. O desenvolvimento deste trabalho pretende “apresentar” a Síndrome de
Burnout ao mundo corporativo, com o objetivo de alertar seus habitantes sobre os
efeitos danosos desse mal.
9. 8
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Primeiramente faremos um resgate histórico sobre a etimologia da palavra
Trabalho que em sua essência conceitual já sugere sofrimento. Falaremos também sobre
a “Psicodinâmica do Trabalho” utilizando a abordagem de Christophe Dejours,
retratando que a equação homem x trabalho sempre exigiu esforços para se manter
equilibrada. E para ilustrar com dados de realidade, cruzando a teoria com a prática,
aplicaremos uma Pesquisa de Campo para investigar a nossa Premissa.
Não temos a intenção de esgotar o tema, mas sim de fomentar esse debate de
maneira objetiva. Além disso, a ideia é promover a conscientização entre os
profissionais que participarem da pesquisa, uma vez que ao final da pesquisa todos
receberam o resultado do seu Questionário Preliminar de Identificação da Burnout o que
proporcionou a oportunidade de realizarem uma autoavaliação de seu estado emocional
em relação a sua vida profissional.
A ferramenta para coleta dos dados foi elaborada em 2 partes. A primeira parte
com questões visando definir o perfil socioeconômico do participante e a segunda parte
por questões que investigam alguns aspectos relacionados à qualidade de vida e o
Questionário Preliminar de Identificação da Burnout elaborado e adaptado por Chafic
Jbeili, inspirado no Maslach Burnout Inventory – MBI, contendo 20 itens.
A amostra deste estudo foi composta por integrantes de grupo profissionais da
Internet de vários segmentos, mas principalmente de comunidades virtuais ligadas a
Recursos Humanos. Os profissionais foram convidados a participar da pesquisa por
meio da publicação de um link eletrônico e responderam a ferramenta por adesão
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Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Várias literaturas nos dão conta de que a Qualidade de vida no ambiente
organizacional está cada vez mais ameaçada. Nunca se investiu tanto em discursos
sobre esse tema com tão pouco retorno positivo sobre esses esforços. A crise de valores
por que passa nossa sociedade reflete diretamente nas bases estruturais do mundo
corporativo. O lado humano está cada vez ameaçado pela porção capital. O sofrimento
no trabalho vem ganhado contornos definitivos e velados de maneira sorrateira. O
Estresse passou a fazer parte do ambiente empresarial de uma maneira tão natural que
questioná-lo causa mais desconforto do que incorporá-lo.
Ao fomentarmos a reflexão sobre a qualidade do ambiente organizacional,
alertamos para o fato de que é preciso olhar com mais atenção esse aspecto, sob pena de
termos que conviver com vários efeitos transversais no meio empresarial.
Consideramos fundamental conscientizar os profissionais sobre o risco a
que eles estão expostos quando se submetem ao ambiente organizacional sem a devida
cautela ou a proteção necessária contra esse mal que vem assolando o universo
corporativo. Ao promover essa tomada de consciência entre os profissionais será mais
fácil o despertar das empresas para esse debate e a reboque incitar o mundo corporativo
para que reveja seus modelos de gestão.
11. 10
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
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“Se os homens realmente amassem o trabalho,
eles pagariam em vez de requerer
o pagamento para fazê-lo.”
(Henry Mayhew)
(1812-1887)
Ao iniciarmos este capítulo com a frase de Henry Mayhew2
não
pretendemos fazer apologia contra o trabalho. Nosso objetivo é levantar elementos que
possam nos ajudar a entender melhor o porquê dessa atividade milenar trazer em sua
essência sentimentos tão contraditórios que vão de castigo a autorrealização. Na
sequência iremos embarcar em uma breve viagem, oferecendo elementos relevantes e
ilustrativos para compreendermos essa ambiguidade.
2
Henry Mayhew: jornalista e escritor que viveu em Londres no século XVII, autor do Livro London
Labour and London Poor, (Londres Trabalho e Londres Pobre), onde retratou os efeitos da
industrialização britânica, por meio de gravuras de madeira executadas a partir de daguerreótipos que é
um processo fotográfico feito sem uma imagem negativa.
Fonte: http://www.fotoclubef508.com/post.php?id=220
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Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
A palavra “trabalho” geralmente está associada a algo que pesado, dolorido,
difícil. Por exemplo, quando queremos dizer que algo não é fácil dizemos “isso vai dar
trabalho”, ou “isso é trabalhoso de mais”. Outro costume em nossa linguagem coloquial
é nos referimos ao momento de extrema dor quando a mulher está parindo como
“Trabalho de parto”. É comum ouvirmos mães que ao reclamarem de seus filhos
utilizando a expressão “esse menino me dá um trabalho!!”. Antigamente os pais
ameaçavam os filhos adolescentes que não queriam estudar dizendo: “se você não
estudar vai ter que trabalhar”, como se a opção trabalho fosse realmente o castigo
merecido para quem não quer estudar.
Ao fazermos um resgate etimológico da palavra “trabalho” iremos
encontrar uma definição nada nobre para essa atividade humana. Durante nossa
pesquisa nos deparamos com vários autores fazendo referência a origem desse termo
com a palavra em latim “tripalium”, que era um instrumento de tortura. O estigma de
experiência dolorosa, padecimento, cativeiro, castigo por muito tempo acompanhou o a
palavra trabalho. (BUENO: 1988, p.25).
13. 12
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Codo (19993) além de considerar o termo “tripalium3
” nos apresenta outra
derivação. Segundo ele, a palavra trabalho pode ter sido originada do vocábulo latino
trabaculu , que significava trava ou canga de escravos. (CODO, 1993, p.86).
“Canga: objeto de contenção para o transporte de comboios de africanos
capturados no interior da áfrica, na viagem para o litoral. Consistia em
uma forquilha numa extremidade que prendia o pescoço de um negro e
terminava na outra ponta que repousava sobre a escápula do escravo que
seguia o primeiro e assim sucessivamente.” (MOURA, 2004, P.81).
A fusão do conceito de castigo com o trabalho tem origem na tradição
judaico-cristã, como está registrado no Antigo Testamento (punição do pecado original).
Na Bíblia, em Gênisis, II, 19 está escrito: “comerás o teu pão com o suor do teu rosto.
Até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar”.
Na Grécia antiga eles utilizavam dois termos para designar “trabalho”:
ponos, que se refere à penalidade, e ergon que significa criação. Eles estabeleciam
diferença entre trabalhar no sentido de penar, poneín, e trabalhar no sentido de criar
ergazomai.
3
Tripalium era um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no
qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, para rasgá-los, esfiapá-los. A maioria dos dicionários,
contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois.
Tripalium (do latim tardio "tri" (três) e "palus" (pau) - literalmente, "três paus") é um instrumento romano de tortura,
uma espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão na forma de uma pirâmide, no qual eram supliciados
os escravos. Daí derivou-se o verbo do latim vulgar tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturar
alguém no tripalium. É comumente aceito, na comunidade linguística, que esses termos vieram a dar origem, no
português, às palavras "trabalho" e "trabalhar", embora no sentido original o "trabalhador" seria um carrasco, e não a
"vítima", como hoje em dia.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tripalium
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É possível identificar que a contradição “trabalho-ponos” e “trabalho-ergon”
atravessou a história e continua permeando a concepção moderna de trabalho. Se
pesquisarmos o conceito de trabalho em diferentes línguas (português, latim, francês
alemão e outras) encontraremos em sua raiz sempre duas definições: esforço, fardo e
criação, realização. (ALBORNOZ: 1988, P23).
Com o avanço da civilização o conceito de trabalho ganhou diversos
matizes. Pela tradição cristã, com a reforma Protestante, o trabalho passou a ser visto
como um instrumento de salvação e como uma alternativa legítima de realizar a vontade
divina. Para as religiões ocidentais ele, o trabalho, era visto como uma atividade que
promovia a harmonia dos homens com a natureza desenvolvendo o seu caráter.
A trajetória do termo “trabalho” ganhou outras dimensões. Segundo
Sarmento, Bandeira e Dores (2000), a palavra “trabalho” é utilizada com interpretações
diferentes:
“A palavra trabalho é usada em acepções diversas, pois tanto pode referir-
se a toda e qualquer atividade humana (inclusive a puramente mental ou
intelectual), ou a atividade de natureza exclusivamente econômica. Numa
acepção mais restrita, trabalho respeita essencialmente a todo o esforço
realizado com o corpo, ou seja, ao trabalho braçal ou manual. Porém, num
sentido um pouco mais abrangente, o trabalho é normalmente associado à
produção ou à troca, ou seja, a uma atividade econômica, no qual a pessoa
que executa a tarefa ou que oferece a sua atividade em troca de uma
remuneração é designada de operário, empregado ou trabalhador, e a
pessoa que aceita, dirige e paga o trabalho daquele como patrão,
empresário ou empregador”. (p.32).
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Cinquenta Tons Corporativos
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Fiel em nossa proposta de sermos breve nessa viagem histórica e
acreditando que os dados apresentados até presente momento já tenham sido suficiente
para delinear a gênese do termo “trabalho”, pularemos para a Idade Moderna, onde o
trabalho começa a ganhar outros contornos e a diferenciação entre “trabalho
qualificado” e o “não qualificado”, entre “produtivo” e o “não-produtivo”, enfatizando a
distinção entre “trabalho manual” e o “intelectual”. Com surgimento e a consolidação
da burguesia, o desenvolvimento das fontes produtivas e a evolução da ciência,
enfatizou-se a condenação do ócio, santificou-se o trabalho e a produtividade. (KURZ:
1997,P.3).
O trabalho tornou-se uma atividade compulsiva e incessante; a servidão
tornou-se liberdade e a liberdade, servidão (KURZ:1997, p3). A máxima “Tempo é
Dinheiro” ganha força e o tempo livre vira sonho de consumo.
A lógica do trabalho permeou a cultura, o esporte e, até mesmo, a
intimidade. A maioria das ações humanas passa a ser desenvolvidas dentro o foco de
Business Intelligence4
, ou seja, tudo é visto como uma possibilidade de ganho, não há
mais espaço para atividades sem fins lucrativos.
4 4
Inteligência empresarial (em inglês Business Intelligence), refere-se ao processo de coleta,
organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão
de negócios.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_empresarial
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Em linhas gerais o nosso objetivo neste primeiro momento era traçar um
panorama bem sucinto sobre os alguns movimentos que o conceito do termo “trabalho”
passou e ainda passa. É possível identificar que o esforço da sociedade em humanizar o
trabalho não acabou de maneira eficaz com sofrimento, apenas alterou sua forma e
transferiu sua dimensão de física para mental. Hoje em dia esse sofrimento se apresenta
de forma velada, sem grandes alardes. Talvez resida aí o fato de ser bem mais difícil
enfrentar as questões negativas radicadas em seu bojo. De posse dessa informação
poderemos entender um pouco mais esse ranço de sofrimento que ainda permeia as
relações de trabalho.
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T cá|vÉw|ÇúÅ|vt wÉ gÜtutÄ{ÉT cá|vÉw|ÇúÅ|vt wÉ gÜtutÄ{ÉT cá|vÉw|ÇúÅ|vt wÉ gÜtutÄ{ÉT cá|vÉw|ÇúÅ|vt wÉ gÜtutÄ{É
"A psicodinâmica5
vai bem,
mas temos um paradoxo,
o trabalho vai mal".
(Christophe Dejours)
A frase em epígrafe foi proferida por Christophe Dejours6
, psiquiatra e
psicanalista francês, quando esteve no Brasil em 1980, para lançamento de seu Livro
sobre a Psicopatologia do Trabalho. Ela resume de maneira enfática a visão de que o
mundo laboral precisa repensar suas práticas.
As declarações de Dejours abalaram o mundo corporativo e provocaram
discussões importantes em relação às práticas de gestão de pessoas. Dentre elas, a
questão sobre avaliação individual que tem como reflexo um grande impacto na saúde
mental do trabalhador.
5
Psicodinâmica é o estudo e teorização sistemáticos das forças psicológicas que agem sobre o
comportamento humano, enfatizando a interação entre as motivações consciente e subconsciente.[1]
O
conceito original de "psicodinâmica" foi desenvolvido por Sigmund Freud.[2]
Freud sugeriu que processos
psicológicos são fluxos de psicoenergia num cérebro complexo, estabelecendo uma "psicodinâmica" na
base da energia psicológica, que refere-se à libido.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicodin%C3%A2mica
6
Christophe Dejours é um psiquiatra e psicanalista francês, nascido em 1949, diretor do laboratório de
psychologie du travail no Conservatoire national des arts et métiers. Ele aborda a questão do ponto de
vista da psychodynamique ocupacional, privilegiando temas como as ‘’distâncias que separam a
tarefa exigida da realizada’’, ‘’os mecanismos de defesa contra o sofrimento’’, ‘’o sofrimento ético e o
reconhecimento da atividade do salariado’’.
Fonte: Psychiatry on line Brazil http://www.polbr.med.br/ano09/fran1109.php
18. 17
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
A individualização do desempenho isola o indivíduo e o deixa mais frágil, uma
vez que não tem como contar com a solidariedade dos colegas. Destruindo a cooperação
que havia no passado. A incidência de assédio moral, os adoecimentos mentais, e até
mesmo suicídios relacionados ao trabalho crescem. Por isso, o trabalho vai mal.
Dejours amplia os horizontes das práticas de gestão com sua nova denominação
nos anos 90: Psicodinâmica do Trabalho. Na década de 80, ele se utiliza da
Psicopatologia do Trabalho para entender como os trabalhadores estão adoecendo em
uma organização fundamentalmente taylorista7
. Dejours ao desenvolver sua teoria da
Psicodinâmica do Trabalho procura ressaltar as dimensões de sofrimento e prazer
inerentes da inserção do homem no ambiente organizacional.
7
Taylorismo é uma concepção de produção, baseada em um método científico de organização do
trabalho, desenvolvida pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor (1856-1915). Em 1911, Taylor
publicou “Os princípios da administração”, obra na qual expôs seu método.
A partir dessa concepção, o Taylorismo, o trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalhador
passou a exercer uma atividade específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e
sistematizada, e o tempo de produção passou a ser cronometrado.
Fonte: http://www.infoescola.com/administracao_/taylorismo/
19. 18
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Uma Metáfora Empresarial
Segundo sua análise o trabalho que pode ser fonte de sofrimento patogênico e
desequilíbrios, pode também ser construtor da saúde mental. Neste exercício ele propõe
uma análise no que diz respeito à necessidade de contextualizar o intercâmbio entre
saúde mental e trabalho dentro da relação social. O norte dessa análise deve levar em
consideração a normalidade e não a loucura, pois a maioria dos trabalhadores, a
despeito das pressões que sofrem em seu ambiente de trabalho não descompensam
psiquicamente. (Dejours, 1999)
Perante as dificuldades que se apresentam nos ambientes organizacionais, os
indivíduos podem criar estratégias coletivas defensivas, que por sua vez, tem a
possibilidade de alterar a percepção que eles têm da realidade geradora de sofrimento.
Para Dejours e Abdoucheli (1994), a estratégia defensiva é uma convenção do grupo
que ameniza a tensão, minimizando o desprazer e, muitas vezes, gerando mais trabalho,
pois estas estratégias surgem devido às pressões organizacionais do trabalho, contra as
quais são arquitetadas e que, para funcionarem, solicitam a participação de todos os
membros do coletivo.
Fica evidenciado, por meio dos seus estudos, que o “trabalho” mesmo gerando
sofrimento patogênico e desequilíbrios, pode também promover a saúde mental. Essa
situação dialética entre sofrimento e prazer no trabalho passa a ser o foco de estudo da
psicodinâmica do trabalho. Para Dejours e Abdoucheli (1994) o sofrimento intrínseco
ao trabalho gera uma vivência que se articula entre a saúde e a doença, ou seja, é uma
experiência intermediária entre estas duas dimensões. Portanto, a normalidade não
pressupõe ausência de sofrimento e sim o resultado das diversas estratégias utilizadas
pelos sujeitos para enfrentarem as situações geradoras de sofrimento, transformando-as
em prazer, mantendo a estabilização psíquica e somática. Tal sofrimento é inerente ao
mundo do trabalho, isto é, o encontro do homem, em sua trajetória individual e singular,
com o mundo corporativo.
20. 19
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Os estudos nos apontam dois tipos de sofrimento que se originam no ambiente
organizacional: o sofrimento criativo e o sofrimento patogênico. O primeiro se
manifesta quando o trabalhador consegue elaborar soluções originais, que possam
favorecer a sua saúde. O sofrimento patogênico ocorre quando foram explorados todos
os recursos defensivos do indivíduo, quando todas as fronteiras de liberdade na
transformação, gestão e aperfeiçoamento da organização do seu trabalho já foram
utilizados sem sucesso, dando início à destruição e ao desequilíbrio psíquico do sujeito
e, conseqüentemente, ao aparecimento da doença. Isso acontece quando não há nada
além das pressões fixas e rígidas, ocasionando a repetição e a frustração, o medo, ou o
sentimento de impotência. (Dejours, 1999) Diante dessa situação de desconforto não há
vazão da energia no exercício do trabalho e ocorre um acúmulo no aparelho psíquico,
promovendo uma sensação de desprazer e tensão.
Quando o sofrimento patogênico se instala pode ocorrer o aparecimento de
doenças. Essas doenças são somatizações que surgem quando as defesas individuais são
necessárias para lutar contra a doença mental e aliviar o sofrimento. Desta forma, o
sofrimento é, antes de tudo, manifestado no corpo, comprometido no mundo e nas
relações com o outro (Dejours, 1999). Muitas vezes as condições ofertadas pelo mundo
corporativo provocam no trabalhador uma posição psicológica desgastante, promovendo
conflito com os valores do trabalho bem feito, o senso de responsabilidade e a ética
profissional.
21. 20
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
Bem, essas foram algumas das contribuições que a abordagem da Psicodinâmica
do Trabalho fez e continua a fazer para melhorar ou até conscientizar o mundo do
trabalho. Nossa intenção ao trazer esse tema em tela era oferecer subsídios relevantes
para apoiar nosso trabalho e análise dos dados levantados em nossa pesquisa.
22. 21
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
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"... e sem o seu trabalho um homem não tem honra
e sem a sua honra se morre, se mata...".
(Gonzaguinha)
(1945-1991)
Após a Segunda Guerra Mundial, durante três décadas aproximadamente, houve
um crescimento econômico nas sociedades industrializadas, o avanço tecnológico e
científico melhorou consideravelmente as condições de vida das pessoas. Assistimos a
evolução da humanidade caminhar com passos largos no campo da ciência e tecnologia,
atingindo patamares sem precedentes na história da civilização. Porém nas últimas
décadas, estamos sentindo mais de perto o processo da mundialização do capital, um
dos efeitos da Globalização8
.
8
Globalização: O processo de globalização é um fenômeno do modelo econômico capitalista, o qual
consiste na mundialização do espaço geográfico por meio da interligação econômica, política, social e
cultural em âmbito planetário. Porém, esse processo ocorre em diferentes escalas e possuem
consequências distintas entre os países, sendo as nações ricas as principais beneficiadas pela globalização,
pois, entre outros fatores, elas expandem seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas
transnacionais. Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/o-que-globalizacao.htm
23. 22
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Uma Metáfora Empresarial
Nem os países do primeiro mundo conseguiram sair ilesos dessa crise
generalizada. Os governos contraíram dívidas astronômicas e o reflexo desse caos
econômico respinga de maneira direta no mercado de trabalho que assume
características de recessão. Poucos países fogem dessa condição crítica, a maioria está
enfrentando a crise do desemprego e a consequente degradação social.
O mercado de trabalho no Brasil, na década de 90 sofre consequência da
reestruturação produtiva e, principalmente, os efeitos das políticas neoliberais que
inserem nosso país na dependência direta com o FMI9
e o Banco Mundial. Esse efeito
de submissão foi mais evidenciado no governo de Fernando Collor (abertura da
economia) que, conforme Druck (1999), representou uma vitória de implementação das
políticas neoliberais no Brasil. A promoção de circulo vicioso do neoliberalismo, na
economia mundializada, provocou no mercado de trabalho brasileiro um processo
estrutural de desemprego e de desigualdade social. Druck (200) resume bem esse
panorama ao afirmar que:
“....pode-se afirmar, por exemplo, que ampliou-se, nos anos noventa, o
grau e a abrangência da precarização do mercado de trabalho brasileiro –
quer porque aumentou a proporção de pessoas ocupadas em atividades
desprotegidas, que não tem acesso aos direitos sociais trabalhistas básicos,
quer porque ampliou-se a presença de outras formas de ocupação,
distintas de assalariamento, que se caracterizam por terem em geral,
piores condições de trabalho.”(DRUCK,2000, p.24)
A fotografia do Brasil nos anos 90 revela um país marcado pela precariedade dos
vínculos empregatícios, pela insegurança instalada até nos postos de trabalho mais
avançados, considerados setores de ponta. Instaura desta maneira um processo de
“desestabilização dos estáveis”.
9
FMI: Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que pretende assegurar
o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da
balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua criação ocorreu pouco antes do
final da segunda guerra mundial, em julho de 1944, e sua sede é em Washington, DC, Estados Unidos.
Atualmente conta com mais de 187 nações.
24. 23
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Uma Metáfora Empresarial
Podemos observar nesta década que há um crescimento do desemprego
estrutural10
e um aumento da informalidade, que se configura como uma alternativa para
minimizar os efeitos dos altos índices de desempregos, absorvendo, desta forma, o
excedente de mão-de-obra gerado pela própria modernização da indústria.
Santos (2000), em seu Livro O Avesso da Maldição do Gênisis, relata o
surgimento do termo “desempregado”. Segundo ele:
“Até o século XVIII, o termo desempregado não existia. Na Europa falava-
se de pobres, indigentes, mendigos, para designar os indivíduos que não
podiam sobreviver senão como o suporte do seguro privado ou público.
Esses termos não se referiam à falta de emprego, mas de recursos. No
século XIX, surge, então, a primeira noção de desemprego que representa
toda privação involuntária e passageira de trabalho. Ao longo desse século,
a ociosidade era tida como perigosa. O trabalho era um dever mais que
um direito: “quem não trabalhava era considerado um deliquente. A
assistência e as instituições públicas separavam: o pobre permanente – os
degredados, mendigos, vagabundos profissionais – e os pobres de ocasião –
os desempregados. O desempregado passou a ser então um pobre válido
cujo direito ao trabalho era legitimado pela Revolução Industrial. Diante
disso, o trabalhador se separa do pobre e o desempregado surge no sentido
“reverso” do trabalho.” (SANTOS, 2000, p.50)
Conforme Maurice Comte (1995), somente a partir de 1925, o Bureau
Internacional do trabalho – BIT, em uma conferência Internacional, defini o termo
desemprego:
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_Monet%C3%A1rio_Internacional
10
Desemprego Estrutural: É uma forma particularmente grave e generalizada de desemprego que ocorre
pelo desequilíbrio entre a oferta e a procura de competências de trabalho numa dada economia. É causado
pelo fato da força de trabalho disponível não possuir as competências que as organizações procuram.
Uma vez que as pessoas desempregadas necessitam dispender tempo e esforço para se ajustarem às
necessidades do mercado de trabalho, o desemprego estrutural pode manter-se durante um período longo
de tempo.
Fonte: http://www.portal-gestao.com/slideshow/management/item/6545-o-que-%C3%A9-o-desemprego-
estrutural
25. 24
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“O desemprego é a situação de todo trabalhador que, podendo e querendo
ocupar um emprego submetido a contrato de trabalho, encontra-se sem
trabalho e na impossibilidade de, em consequência do estado do mercado
de trabalho, ser ocupado num tal emprego. “ (COMTE, 1995. pg. 100)
Agora em pleno XXI nossa sociedade está assistindo uma redefinição radical do
mercado de trabalho, em função desse processo de globalização, da reestruturação
produtiva e das políticas neoliberais. Entre os resultados desse processo se destaca as
altas taxas de desemprego, aumento da concentração de riqueza, crescimento da
desigualdade e, principalmente, a crescente precarização do trabalho com o incremento
de atividades não regulamentadas e do trabalho informal. (Dedecca: Baltar. 1997).
Desta forma se instala um processo de fragilização da própria sociabilidade do
trabalho (Alves, 2000), formando indivíduos menos arraigados à família, a uma classe,
etc. Essa nova estruturação do mundo do trabalho com sua essência pautada na
flexibilidade, exige cada vez mais trabalhos flexíveis e vida flexível, alterando a noção
de tempo e de espaço dos indivíduos, conduzindo a uma racionalização do tempo e da
vida (Sennett, 2000, p.25), produzindo mecanismos de gestão de incertezas constantes e
a uma situação de “vulnerabilidade de massa”, caracterizando uma “nova questão
social” (Castel, 1998). E como resultado desse cenário temos um processo de
transformação da classe operária, ampliando-se o seu conceito, expresso na formulação
“classe-que-vive-do-trabalho”, que congrega os mais diversos segmentos de
trabalhadores em condições fragmentadas e heterogêneas, tornando cada vez mais
difícil à ação coletiva (Antunes, 1999).
26. 25
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No início deste século há uma nova reconfiguração das formas tradicionais de
exploração e de acumulação do capital. Essa nova realidade traz como tipo ideal de
operário um ser mais polivalente, autônomo e flexível, com uma ideologia pautada na
ideia de integração do operário com as novas demandas da indústria como, por
exemplo, adoção do PRL11
(Planos de Participação nos Lucros e Resultados), que no
fundo não passam de mais uma forma de controle e exploração da força de trabalho
maior autonomia etc. e, por outro lado, aumentam os ganhos (empresariais) com a
chamada “flexploração “, termo cunhado por Bourdieu (1998) que traduz uma nova
gestão do trabalho, pautada em uma realidade de extrema insegurança e instabilidade,
levando os trabalhadores a um estado de submissão a exploração e ao capital,
impulsionados pelo medo do desemprego. Toda essa situação, segundo Bourdieu
(1998), caracteriza a “gestão racional da insegurança”, evidenciando condições frágeis
de inserção em forma de trabalho altamente precarizados. Tanto no setor privado, como
no público temos um crescimento das posições temporárias nas organizações e a
instalação de novas formas de alienação.
“ A precariedade está hoje em toda à parte” (...). A precariedade torna o
futuro incerto, impede qualquer antecipação racional e o mínimo de
crença e de esperança no futuro que é preciso para se revoltar, sobretudo
a coletividade.” (BOUDIEU, 1998, p.120).
11
Programa de Participação nos Lucros e Resultados é um tipo de remuneração variável, uma
ferramenta, bastante utilizada pelas empresas, mundialmente, que auxilia no cumprimento das estratégias
das organizações. Também conhecido como PLR, esse programa visa o alinhamento das estratégias
organizacionais com as atitudes da pessoas dentro do ambiente de trabalho, pois só será feita a
distribuição dos lucros aos funcionários casos algumas metas pré-estabelecidas sejam cumpridas.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Participa%C3%A7%C3%A3o_nos_Lucros_e_Resultados
27. 26
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Na essência desse processo, tem-se a “mundialização” da economia que, para
Antunes (1999), contribuiu para alterações qualitativas na forma de ser do trabalho,
acarretando uma redução do capital variável e um crescimento do capital constante, uma
substituição do trabalho vivo (do trabalhador) pelo trabalho morto (pela máquina).
Diante disso, temos uma redução quantitativa do número de operários tradicionais e no
aspecto qualitativo, o trabalhador se qualifica em alguns ramos e desqualifica-se em
tantos outros.
Para encerrar este capítulo quero abordar o conceito da Síndrome Subjetiva do
Desemprego – SSD definido por Santos (2000). Em sua pesquisa brasileira realizada
com indivíduos desempregados o professor João Bosco Feitosa dos Santos utilizou-se
do conceito de síndrome subjetiva pós-traumática12
de Dejours (1992), para propor um
novo conceito referente ao desemprego na contemporaneidade. Essa Síndrome é
constituída por uma coletânea de problemas funcionais que tomam conta daqueles que
perdem seus empregos provocando insegurança, incertezas quanto ao futuro, medo,
vergonha, culpa, desgaste, desânimo e desalento.
“Em verdade, todas essas concepções dejourianas sobre o mundo do
trabalho servem de fonte para minha busca de compor um conceito de
uma síndrome subjetiva do desemprego - SSD, que se alastra no mundo
moderno.” (SANTOS. 2000, p.317)
É possível afirmar com segurança que diante desse cenário o fantasma do
desemprego ronda o trabalhador ameaçando a todo o momento quem está colocado no
mercado. Para evitar essa maldição o trabalhador acaba por submeter às condições de
insalubridade emocional cedendo às pressões e se desrespeitando enquanto indivíduo.
12
Síndrome Subjetiva Pós-Traumática: é caracterizada por uma gama de problemas funcionais, ou
seja, sem causa orgânica, que persistem após um acidente e/ou patologia ocupacional. Muitas vezes estes
sintomas subjetivos retardam a volta ao trabalho, uma vez que provocam medo e sofrimento ao indivíduo,
reportando-o à situação desagradáveis do ambiente de trabalho. Fonte: http://www.lume.ufrgs.br
28. 27
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“Nossa ansiedade não esvazia o sofrimento de amanhã,
mas apenas a força do hoje.”
(C. H. Spurgeon13
)
(1834-1892)
Derivado da Física e Arquitetura, o termo “stress”, que em sua origem define a
força aplicada a um objeto com a intenção de deformá-lo ou rompê-lo, na Psicologia ele
assume contornos semelhantes só que direcionado a resistência emocional e não
material. Sempre esteve presente na humanidade, desde a idade das cavernas, onde os
homens primitivos experimentavam esse fenômeno em situação de perigo de vida e para
sobreviver tinha que lutar contra o perigo ou fugir dele.
Etimologicamente o termo stress é uma palavra originada do latim stringere.
Que foi amplamente utilizada durante o século XVII para traduzir “Adversidade” ou
“Aflição”, (Silva, 2005, p. 13). Esse conceito é adotado por Rossi:
“Estresse é uma palavra derivada do latim, que foi popularmente usada
durante o século XVII para representar “adversidade” ou “aflição”. Em
fins do século XVIII, seu uso evoluiu para denotar “fofoca”, “pressão” ou
“esforço”, exercida primeiramente pela própria pessoa, seu organismo e
mente.”(ROSSI, 1996, p.19)
13
Charles Haddon Spurgeon, comumente referido como C. H. Spurgeon, foi um pregador batista reformado
britânico. Converteu-se ao cristianismo em 6 de janeiro de 1850, aos quinze anos de idade. Aos dezesseis, pregou seu
primeiro sermão; no ano seguinte tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire
(Inglaterra). Desde o início do ministério, seu talento para a exposição dos textos bíblicos foi considerado
29. 28
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No início do século XX, adotando vários significados, foi intensamente
pesquisado pelas áreas de medicina e biologia, que investigaram seus efeitos na saúde
física e mental dos indivíduos, na sequência foi adotado também pela psicologia.
O médico austríaco Hans Selye, na década de 1930, considerado o pai da
“estressologia”, observando pacientes identificou que todos, independente do tipo de
suas respectivas doenças, sinalizavam sintomas comuns e gerais, tais como: perda de
peso e apetite, cansaço, astenia. A esses sintomas o médico chamou de “Síndrome do
estar enfermo”. Para aprofundar seus estudos desenvolveu vários experimentos com
ratazanas de laboratório. Esses experimentos consistiam em provocar intensos
exercícios físicos nas cobaias para observar suas reações. Como resultado de observação
dessas pesquisas atestou o aumento dos hormônios supra-renais (ACTH, adrenalina e
noradrenalina), a atrofia do sistema linfático e a presença de úlceras gástricas. Para o
conjunto dessas alterações orgânicas o doutor Selye denominou de “estresse biológico”.
(SELYE, 1995).
A evolução das pesquisas do doutor Hans Selye comprovou que não só agentes
físicos nocivos atuando diretamente sobre o organismo animal são gatilhos para instalar
o estresse, como, além disso, no caso do homem, as convenções sociais, as ameaças
inerentes ao seu habitat exigem um alto grau de capacidade de adaptação e,
cosequentemente, estimulam os sintomas do estresse. Selye descreveu uma reação
adaptiva única e geral do corpo quando submetido à agentes estressores e definiu como
síndrome de adaptação geral . Esta síndrome acontece em três fases:
extraordinário. E sua excelência na pregação nas Escrituras Bíblicas lhe deu o título de O Príncipe dos Pregadores e
O Último dos Puritanos
30. 29
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1- reação de alarme: onde ocorre a ativação do sistema nervoso simpático deixando o
corpo pronto para enfrentar o desafio. Quando o organismo entra em contato com o
agente estressor (briga, perda de pessoa querida, assalto, entre outros), percebe a
situação e responde através de reações fisiológicas como aceleração dos batimentos
cardíacos e aumento da pressão arterial, e psicológicos, como euforia e tensão. Uma vez
o agente estressor sendo eliminado, o organismo volta ao estado anterior e as respostas
do organismo àquela situação diminuem.
2 - resistência: caso o agente estressor não seja eliminado, o stress chega à fase da
resistência, que constitui a tentativa do organismo de se adaptar à situação. Há um gasto
de energia do organismo para se manter nesse estado e, conseqüentemente, desgaste de
energia do organismo. É a fase em que o corpo, ainda que num grau menos intenso,
mantém ativados seus recursos disponíveis para o enfretamento da circunstância;
3- exaustão: que acontece quando há uma exigência prolongada de manter-se ativado o
sistema de defesa. Nesta fase o organismo entra em exaustão e torna-se vulnerável,
ocorre uma queda na capacidade de pensar, de lembrar e de agir. Atingindo o sistema
imunológico. (SELYE, 1995).
O conceito de estresse tem sido foco de estudos e pesquisas de vários estudiosos
ao longo desses anos e vem assumindo várias nuances em seu conceito. Para Myres
(1999), psicólogo, entende que a situação de estresse está diretamente ligada ao modo
de interpretação de cada indivíduo.
“O modo como nos sentimos estressados depende da maneira como
avaliamos os eventos. Uma pessoa sozinha numa casa pode ignorar os
rangidos e não experimentar qualquer estresse; outra pode desconfiar da
presença de um intruso e ficar alarmada. Uma pessoa pode encarar um
novo emprego como um desafio bem vindo; outra pode considerá-lo como
um risco de fracasso.” (MYERS, 1999, P.365)
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Já o doutor Khorol (1975), médico soviético, retomando as questões definidas
por Selye, acredita que a capacidade de adaptação é provavelmente a mais relevante.
Ele considera que o estresse é fruto da reação do indivíduo perante a qualquer alteração,
seja ela agradável ou desagradável. O conceito defendido pelo doutor Khorol assume a
seguinte definição:
“Apesar de os desequilíbrios possíveis apresentarem uma gama variada, os
sistemas do nosso organismo, como indica Selye, reagem em todos os casos
de maneira idêntica: observa-se uma hiperatividade na substância
cortical, nas glândulas suprarrenais e uma atrofia do timo (glândula
endócrina). Esta reação do organismo é geral. Em cada caso concreto
difere apenas quanto a intensidade que é proporcional à amplitude do
desequilíbrio, sempre e quando os sistemas de adaptação funcionem
normalmente.” (KHOROL, 1975, p. 6)
Perscrutando uma forma de delimitar a relevância da dimensão psicológica na
recuperação de cardiopatas, a doutora Corte (1998) se apoiou na definição de “síndrome
geral de adaptação aos agentes estressores” decorrentes das três fases (alarme,
resistência e esgotamento), elaborada pelo doutor Selye, identificando as doenças de
adaptação:
Após estas fases surgem as chamadas doenças de adaptação como a hipertensão,
úlcera péptica, lesões miocárdias, etc. (...) Cannon relaciona o primeiro estágio da
reação estágio de choque, marcado por uma descarga adrenérgica caracterizada
por taquicardia, hemoconcentração, oliguria, hiperglicemia, leucopenia e, após,
leucocitose. A seguir, no segundo estágio de contrachoque, as reações hormonais e
neurovegetativas se transformam devido à hiperatividade do córtex suprarrenal.
No terceiro estágio, o de esgotamento, ocorre à falha de mecanismos adaptativos e
as alterações da primeira fase retornam levando o indivíduo à doença. (CORTE,
1988).
Após os estudos pioneiros do doutor Hans Seley sobre estresse, tivemos uma
avalanche de pesquisadores que procuraram, dentro de suas linhas de pesquisa e de seu
referencial teórico desvendar, conceituar e entender melhor todo universo que gira em
torno desse fenômeno. Em linhas gerais podemos admitir que o estresse seja
32. 31
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essencialmente um grau de desgaste no corpo e da mente, que pode atingir níveis
degenerativos. Impressões de estar nervoso, agitado, neurastênico ou debilitado podem
ser percepções de aspectos subjetivos de estresse. Contudo, estresse não implica
necessariamente uma alteração mórbida: a vida normal também acarreta desgaste na
máquina do corpo. O estresse pode ter até valor terapêutico, como é o caso no esporte e
no trabalho, exercidos moderadamente. Assim, uma partida de tênis ou um beijo
apaixonado podem produzir considerável estresse sem causar danos ao indivíduo.
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Conforme já dissemos as pesquisas sobre estresse mostraram que ele não é só
negativo. Quando positivo, ocorre o aumento da adrenalina (um dos hormônios do
estresse), melhora o desempenho físico e intelectual, e nos auxilia a superar limites para
cumprir metas e realização de algo desafiador. Mas quando negativo, promove um nível
excessivo de adrenalina que pode desequilibrar todo o nosso funcionamento, em nível
corporal, físico ou emocional. A pesquisadora Ana Maria Rossi atribuiu a seguinte
definição:
“Existem dois tipos de estresse. O negativo (distress), que é causado pelas
frustrações e problemas diários, e o positivo (eustress), causados pelas
coisas excitantes que acontecem em nosso quotidiano, como, por exemplo,
promoção no trabalho, gravidez, compra de uma casa. Embora esses dois
tipos de estresse provoquem reações emocionais completamente diferentes,
fisiologicamente às respostas são idênticas.” ROSSI (1994, p.27)
Em outras palavras podemos admitir que o estresse pode ser tanto positivo como
negativo dependendo de cada pessoa. Quando ele é percebido como desafio, pode
melhorar nossas atitudes, mas se ele provocar emoções negativas pode nos prejudicar e
até promover doenças.
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É indiscutível que o acúmulo de pressões afeta o sistema de imunidade do
indivíduo. Portanto, é importante determinar a causa do stress para que possa ser
debelado corretamente. Para isso é importante que o indivíduo saiba diferenciar o que
está sob seu controle e o que não está, aprendendo a controlar o que for razoável,
tentando administrar da melhor forma as causas de estresse. Conforme a brilhante
ponderação a seguir:
“O stress é uma consequência inevitável da vida, mas há alguns estresses
em relação aos quais, você pode fazer algo e outros, você não pode
esperar, evitar ou controlar. O truque é aprender a distinguir entre os dois
de forma que você não desperdice seu tempo e talento.” ROSSI (2007, P.
35).
Quando essa diferenciação não ocorre satisfatoriamente podemos ter algumas
causas desagradáveis como aponta Fontana (1991).
• Diminuem os interesses e o entusiasmo – não tem mais vontade de fazer nada,
geralmente ficam depressivos.
• Cresce o uso de drogas – tornam-se dependentes químicos, como um modo de
se refugiarem dos problemas.
• Rompem-se os padrões de sono – são comuns as insônias, por não conseguirem
se desligar dos problemas.
• Aumenta o cinismo – pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio.
• Ignoram-se novas informações - ignoram o que as outras pessoas têm a lhe
dizer.
• Responsabilidade transferida para os outros – nunca se culpam pelos seus atos,
sempre colocam a culpa em outras pessoas.
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• Resolução de problemas superficialmente – não procuram ir a fundo para
resolver os seus problemas, não os encarando.
• Decréscimo da concentração e atenção – não conseguem se concentrar
facilmente, e quaisquer coisas os tiram à atenção.
• Aumentam os índices de erros – por não conseguir se concentrar cometem
erros com mais freqüência na realização de algumas atividades.
• Aumentam as ilusões e distúrbios de pensamento – a mente torna-se
perturbada, alguns acabam até vendo coisas onde não tem.
E como consequência desse acúmulo de estresse, segundo o mesmo autor os
indivíduos considerados “estressados” assumem características comportamentais
diferenciadas, tais como: (Fontana, 1991).
• Estilo de falar agressivo – são pessoas que falam alto e muitas vezes com
estupidez e grosseria.
• Apressado – são pessoas que tem pressa para fazer tudo, comem correndo,
falam rápido, sempre estão atrasados para algo.
• Entediado – são pessoas chateadas, sentem um desgosto profundo, que faz que
se olhe com repugnância às pessoas, as coisas ou os fatos.
• Polifásico – passa por muitas fases, para cada situação se mostra uma pessoa
com personalidades diferentes.
• Egoísta – trata apenas de coisas que são de seu interesse.
• Não observador – não presta atenção nas coisas, não costuma observar o que
esta ao seu redor.
• Sente-se desafiado – acha problemas em tudo o que vai fazer e nas pessoas, ou
seja, tudo que esta ao seu redor lhe oferece risco.
Durante nossa pesquisa pudemos verificar que o stress no trabalho vem
determinando os rumos da administração empresarial dos tempos modernos, vimos que
a cada dia que passa, aumenta as exigências sobre o trabalhador, exigindo cada vez mais
de sua competência.
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Infelizmente a saúde fica sempre em segundo plano nesse mundo tão conturbado
e competitivo. O mais preocupante é que o estresse acaba sendo mais um componente
desse universo e tratado como lugar comum. Com conclui Rossi em sua colocação:
“ (..) na vida diária dos profissionais, a sobrecarga de estresse é aceita
como rotina. Alguns acreditam inclusive que desempenham melhor sua
atividade quando a situação é de crise”. ROSSI (1994, p. 39),
O agravante dessa situação é concluir que os profissionais já estão acomodados
com as causas do stress, isto por que seu organismo chegou ao seu limite, então eles vão
levando esta situação até quando conseguirem aguentar. Nesse sentido, entendemos que
o desgaste profissional e emocional que os trabalhadores se submetem diariamente
poderá gerar algum tipo de doença. Os modelos expostos no ambiente de trabalho são
responsáveis por diversos fatores, como: agentes estressantes de natureza diversas
(física, biológica, mecânica, social, etc.), conjunto de características pessoais (tipos de
personalidade, modos de reação ao stress etc.), um conjunto de conseqüências
relacionado à saúde do indivíduo (doenças cardiovasculares, perturbações psicológicas
etc.) e da organização (absenteísmo, acidentes, produtividade, desempenho etc.).
36. 35
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“Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.”
(Osvaldo Montenegro)
Como pudemos constatar nos primeiros capítulos o trabalho parece ser fonte de
tensões e frustrações constituindo não só a principal fonte de rendimento, mas também
fonte de problemas com consequências nefastas para a saúde do indivíduo, ao nível
físico, mental e social. Uma dessas consequências desastrosas tem sido a Síndrome de
Burnout tema desse nosso capítulo.
O Burnout, expressão inglesa para designar aquilo que deixou de funcionar por
exaustão de energia, constitui atualmente um dos grandes problemas psicossociais,
despertando interesse e preocupação por parte da comunidade científica e das empresas,
devido à severidade das suas consequências, quer ao nível individual, quer ao nível
organizacional.
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O burnout, expressão inglesa para designar aquilo que deixou de funcionar por
exaustão de energia. É um termo psicológico que descreve um estado de exaustão,
sendo uma composição de burn (queimar) e out (fora), ou seja, traduzindo para o
português significa “perda de energia” ou “queimar” para fora, fazendo a pessoa
adquirir esse tipo de stress tendo reações físicas e emocionais, passando a apresentar um
tipo de comportamento agressivo e irritadiço. De fato, o burnout sendo um estado de
esgotamento, decepção e perda do interesse pelo trabalho, produz sofrimento no
indivíduo e tem consequências sobre o seu estado de saúde e o seu desempenho, pois
passam a existir alterações pessoais e organizacionais. O Burnout é um estado mais
avançado do stress, é encarado como um stress ocupacional crônico. (SILVA, 2005).
Como descrevem os autores Rossi, Perrewé e Sauter (2007):
“Ao contrário das reações agudas ao stress, que se desenvolvem em
resposta a incidentes críticos específicos, o burnout é uma reação
cumulativa a estressores ocupacionais contínuos. No burnout, a ênfase tem
sido colocada mais no processo de erosão psicológica e nas conseqüências
psicológicas e sociais desta exposição crônica, e não apenas nas físicas.”
Rossi, Perrewé e Sauter (2007, p.42).
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O Burnout é a maneira encontrada de enfrentar, mesmo que de forma
inadequada, a cronificação do estresse ocupacional. Sobrevêm quando falham outras
estratégias para lidar com o estresse. Introduzido na psicologia científica pelas doutoras
Cristina Maslach e Susana Jackson em 1981, a síndrome de Burnout é definida como
um conceito multidimensional caracterizado essencialmente por três aspectos: (França e
Rodrigues, 1997)
1. Exaustão Emocional: falta de energia, sentimento de esgotamento afetivo. Ocorre
quando a pessoa percebe nela mesmo a impressão de que não dispõe de recursos
suficientes para dar aos outros. Surgem sintomas de cansaço, irritabilidade, propensão a
acidentes, sinais de depressão, sinais de ansiedade, uso abusivo de álcool, cigarros ou
outras drogas, surgimento de doenças, principalmente daquelas denominadas de
adaptação ou psicossomáticas.
2. Despersonalização: Estabelecimento de relações interpessoais de forma fria,
caracterizando insensibilidade emocional. Corresponde ao desenvolvimento por parte
do profissional de atitudes negativas e insensíveis em relação às pessoas com as quais
trabalha tratando-as como objetos.
3. Baixa realização pessoal: Auto-avaliação negativa, falta de motivação para o
trabalho. Há um sentimento de descontentamento pessoal, o labor perde o sentido e
passa a ser um fardo. Sensação de ausência de prazer de viver, de tristeza que afeta os
pensamentos, sentimentos e o comportamento social.
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Vários são os sintomas atribuídos à síndrome. Estes podem ser divididos, em 4
categorias, físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos, que podem ser apreciadas
no quadro a seguir:
Resumo esquemático da Sintomatologia do Burnout
Benevides -Pereira (2002), pág. 44.
Devemos levar em consideração que as causas e os sintomas não são universais,
e dependem das características de cada indivíduo e das circunstâncias em que este se
encontra. Outro fator importante é que o grau e as manifestações também são diferentes.
(Benevides - Pereira, 2001, pág.34).
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É importante ressaltar que nem todos que estão com a síndrome apresentarão
todos estes sintomas e estes podem se expressar de forma diferente em momentos
diferentes na mesma pessoa.
Resumo Esquemático dos Mediadores, Facilitadores e/ou
Desencadeadores da Síndrome de Burnout.
Adaptado de Benevides-Pereira, 2002, pág. 69.
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É importante destacar que a maneira como estas características se combinam
entre si, podem vir a postergar ou facilitar o processo de burnout. Por exemplo, uma
pessoa com alto nível de resiliência14
, em uma organização com características
predisponentes ao estresse ocupacional, pode vir a resistir um maior tempo quando
comparada a outro colega de trabalho.
No entanto, através do tempo, ou diante do aumento dos fatores negativos na
instituição, ou vindo a sofrer dificuldades em nível pessoal, este equilíbrio pode se
romper. Muitas vezes, um agente estressor, pode ser inócuo para uma pessoa e
extremamente pernicioso para outra. Pior, o mesmo elemento gerador de estresse pode
ser assaz lesivo em um determinado momento e totalmente neutro em outro,
dependendo dos processos de vida que estão sendo vivenciados, o que implica em uma
dimensão complexa e muitas vezes difícil de ser determinada.
14
Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns
materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. Atualmente
resiliência é utilizado no mundo dos negócios para caracterizar pessoas que têm a capacidade de retornar
ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresse, ou seja, são dotadas de habilidades
que lhes permitem lidar com problemas sob pressão ou estresse mantendo o equilíbrio.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Resilincia
42. 41
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A Síndrome de burnout tem sido comparada por alguns autores à depressão e
estresse O estresse é considerado um termo genérico que se refere aos processos
temporários de adaptação, acompanhado por sintomas mentais e físicos.
Por outro lado o burnout pode ser entendido como um estado final de falha na
adaptação que resulta do desequilibro, a longo prazo, de um estresse laboral intenso.
Incluindo ainda o desenvolvimento de atitudes e comportamentos disfuncionais para
com os receptores dos serviços ou cuidados, o emprego e a organização. Salientamos
que o estresse não é obrigatoriamente acompanhado por tais atitudes e comportamentos.
(Mendes, 1996; Queirós 1997).
Com relação à depressão, alguns estudos que apontam para a existência de
correlações significativas entre os dois conceitos. É possível identificar que os
indivíduos com elevados níveis de burnout terão tendência a desenvolver
sintomatologia depressiva. Pode ainda afirmar-se que tem repercussões negativas a
nível sociofamiliar.
43. 42
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Contudo outros consideram que a sintomatologia difere. Os doentes depressivos
são geralmente oprimidos por letargia e apatia e assaltados por sentimentos de culpa,
enquanto as vítimas de burnout apresentam as suas queixas com muito mais vigor;
sentem-se desapontados e agredidos. Também contrariamente à depressão, o burnout
tende a relacionar-se com a profissão e a situações específicas, alterando todas as
esferas da vida do indivíduo (Gomes, 1996).
Portanto, não devemos considerar depressão, estresse e burnout como três
conceitos sinônimos. Embora a exaustão emocional denote uma sobreposição com a
depressão, a realização pessoal e a despersonalização não se encontram incluídas na sua
sintomatologia típica.
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A primeira medida para evitar a síndrome de Burnout é conhecer suas
manifestações, os seus agentes deflagradores e os mediadores. Outras formas de
prevenção e que podem ser agrupadas em duas categorias: estratégias individuais, e
estratégicas organizacionais. (França e Rodrigues, 1997)
As estratégias individuais referem-se à formação e capacitação profissional, ou
seja, tornar-se sempre competente no trabalho, estabelecer parâmetros, objetivos,
participar de programas de combate ao stress. Além dessas possibilidades destacamos
algumas atitudes salutares tais como:
1º Adotar hábitos de vida saudáveis;
2º Ter uma alimentação balanceada e em horários regulares, não “pulando” refeições;
3º Ter 8 horas diárias de sono ou mais, sendo que a necessidade pessoal de descanso
varia de pessoa para pessoa;
4º Praticar exercícios físicos regulares, de preferência exercícios aeróbicos e ao ar livre;
5º Utilizar o tempo livre para atividades prazerosas e Desenvolver talentos pessoais;
6º Aprender a dizer NÃO! Respeitar os próprios Limites;
7º Administrar o tempo. Distribuir as atividades diárias de forma compatível com a
realidade, levando em consideração não só as relativas ao trabalho, mas também as
dedicadas às questões e cuidados pessoais e de lazer;
8º Ter amigos: Investir em amizades é uma atitude salutar.
9º Ser mais flexível: Algumas vezes não vale a pena o estresse da discussão.
10° Neutralizar os agentes estressores.
11º Relaxar. Utilizar técnicas de relaxamento que ajudam no controle psicofisiológico
dos agentes estressores, permitindo um distanciamento necessário;
12º Psicoterapia pessoal. Esse suporte deve ser considerado em qualquer estágio, mas
principalmente quando a síndrome já está instalada.
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É importante ressaltar que a síndrome de burnout não traz conseqüências
nocivas apenas para o indivíduo que a padece. Com a perda na qualidade do trabalho
executado, as constantes faltas, as atitudes negativas para com os que o cercam, assim
como outras características peculiares, estas acabam por atingir também os que
dependem dos serviços deste profissional, os colegas de trabalho e a instituição. Os
transtornos devido à rotatividade, o absenteísmo, os afastamentos por doença além dos
custos com a contratação e treinamento de novos empregados, oneram a folha de
pagamento, além da queda de produtividade e de qualidade que acabam por denegrir a
imagem da empresa. Portanto é necessário que as empresas invistam em estratégias
organizacionais para prevenir a instalação da Síndrome de Burnout. Dentre as
possibilidades de ações nesse sentido destacamos:
a) aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia;
b) prevenir o excesso de horas extras;
c) dar melhor suporte social às pessoas;
d) melhorar as condições sociais e físicas de trabalho;
e) investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores.
Ao finalizarmos este capítulo queremos deixar claro que não há aqui a pretensão
de exaurir as ponderações possíveis relativas à síndrome de burnout. Nossa intenção
além de buscar fundamentação para pesquisa de campo é deflagrar a reflexão e
discussão a respeito de um transtorno tão presente nos dias atuais e, no entanto às vezes
tão ignorado entre nós.
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É imperativo avaliar que, pelo desconhecimento alguns profissionais que estão
sofrendo as conseqüências da síndrome geralmente sentem-se incompreendidos e até
mesmo culpados, fracassados, como se não fossem fortes o suficiente para fazer frente
às situações e houvessem sucumbido, não conseguindo enfrentar as vicissitudes de uma
situação organizacional perversa, o que só vem a intensificar os sintomas. Na síndrome
de burnout, diferentemente do estresse e da depressão, o contexto laboral possui
determinação importante e decisiva no processo. Portanto, cabem a todos os
profissionais comprometidos com a saúde do trabalhador, e em especial as áreas de
Recursos Humanos, difundir e alertar o mundo corporativo sobre as causas e sintomas
presentes nesta síndrome, a fim de impedir a promoção e proliferação desse flagelo
emocional silencioso e desastroso.
47. 46
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“Se realmente entendermos o problema, a resposta virá dele,
porque a resposta não está separada do problema.”
(Krishmamurti)
(1895-1986)
Compartilhamos com o filósofo indiano Krishnamurit15
em sua linha de
pensamento, expressada na frase que iniciamos este capítulo. Também entendemos que
há uma relação simbiótica16
entre o problema e a solução. Acreditamos que se
aprofundarmos nosso conhecimento no problema estaremos no caminho correto para
descobrir a solução. Essa máxima norteou a escolha do tema desse trabalho em função
da minha experiência profissional acumulada nesses anos de dedicação em minha área
de atuação.
15
Jiddu Krishnamurti: foi um filósofo, escritor, e educador indiano. (...) ressaltou a necessidade de uma revolução na psique de
cada ser humano e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, política ou
social. Uma revolução que só poderia ocorrer através do autoconhecimento e da prática correta da meditação ao homem liberto de
toda e qualquer forma de autoridade. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti
16
Simbiótica ou simbiose é a relação interespecífica (de espécies diferentes) que ocorre entre dois ou mais organismos de
espécies diferentes, de forma mutuamente vantajosa. Fonte: http://www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/simbiose/
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Durante meus 25 anos de vivência no segmento de Recursos Humanos pude
perceber que o quadro funcional vem passando por uma série de desgastes e que esse
fato não tem sido debatido de maneira eficaz. Por meio desse estudo quero fomentar a
reflexão sobre a qualidade do ambiente organizacional, alertando para o fato de que é
preciso olhar com mais atenção esse aspecto, sob pena de termos que conviver com
vários efeitos colaterais no ambiente organizacional.
Todo esse trabalho tem o direcionamento de conscientizar os profissionais
sobre o risco a que eles estão expostos quando se submetem ao ambiente organizacional
sem a devida cautela ou a proteção necessária contra esse mal que vem assolando o
universo corporativo. Ao promover essa tomada de consciência entre os profissionais
será mais fácil o despertar das empresas para esse debate e a reboque incitar o mundo
corporativo para que reveja seus modelos de gestão.
WxávÜ|†ûÉ wÉá Éu}xà|äÉáWxávÜ|†ûÉ wÉá Éu}xà|äÉáWxávÜ|†ûÉ wÉá Éu}xà|äÉáWxávÜ|†ûÉ wÉá Éu}xà|äÉá:
a) Objetivo Geral: Identificar o índice de manifestação da Síndrome de Burnout em
ambiente Corporativo. E quais os segmentos profissionais mais afetados.
b) Objetivos Específicos:
Promover a sensibilização e o debate sobre a Síndrome de Burnout entre os
profissionais de Recursos Humanos;
Oferecer uma ferramenta de autoconhecimento para os participantes da
pesquisa e um e-book sobre a Síndrome de Burnout;
Identificar quais os fatores mais críticos das características psicofísicas em
relação ao trabalho sinalizado pelos participantes no Questionário Preliminar
de Identificação da Burnout
Apresentar alternativas para administrar e minimizar os efeitos desastrosos
dessa Síndrome no âmbito pessoal e organizacional.
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“O homem pode acreditar no impossível,
mas nunca pode acreditar no improvável.”
(Oscar Wilde)
(1854-1900)
Oscar Wilde17
quando provoca com esse trocadilho, em epígrafe, entre o
impossível18
e improvável19
, nos convida a refletir sobre a oposição limiar entre essas
duas palavras. Ao buscarmos o significado desses termos identificamos uma sutil
diferença. Embora ambos queiram expressar a perspectiva desfavorável de que algo
venha a ocorrer, o conceito do termo improvável se diferencia quando em seu descritivo
encontramos a frase “que não se pode provar ou evidenciar20
” fazendo referência à
necessidade de comprovação de algo em que se desconfia ser verdade.
A formulação da nossa hipótese de que a Síndrome de Burnout faz parte do
mundo corporativo foi permeada exatamente pelo desafio de comprovar essa
possibilidade acreditando em sua probabilidade.
As primeiras notícias que tivemos acesso em torno do tema Síndrome de
Burnout sempre deixaram claro que haviam mais pesquisas focadas na área da saúde e
educação. Diante desse fato, entendemos que uma investigação no mundo corporativo,
seria bem oportuna para averiguar o grau de manifestação dessa doença ocupacional,
em um universo que assume, cada vez mais, contornos estressantes, descompensando a
saúde dos trabalhadores que o compõe.
17
Oscar Wilde: Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, um dos maiores escritores de língua inglesa do século 19, tornou-se célebre
pela sua obra e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dândi, adepto do esteticismo (da "arte pela arte"), escreveu contos
("O Crime de Lord Arthur Saville"), teatro ("O Leque de Lady Windermere"), ensaios ("A alma do homem sob o socialismo"), e
romances ("O Retrato de Dorian Gray"). (...) Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/oscar-wilde.jhtm
18 Impossível: Significa que algo não acontecerá, não dá para realizar. Fonte: http://www.achando.info/impossivel
19 Improvável: Que não tem probabilidades de se realizar. Que não se pode provar ou evidenciar. Fonte: http://www.achando.info/improvavel
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“O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas
venham até você. "
(Mario Quintana)
(1906-1994)
Nos primórdios dos nossos estudos em torno desse trabalho, antes mesmo da
formulação do pré-projeto, havíamos concebido a ideia de aplicar a pesquisa de campo
dentro de uma empresa através da área de Recursos Humanos. Porém, depois de
algumas investidas sem sucesso, inferimos que as áreas de Recursos Humanos
consultadas, não estavam preparadas para chancelar um tema tão controverso como esse
sem se preocupar com suas consequências, que de alguma forma, poderia denunciar
falhas no modelo de gestão adotado. Outra perspectiva que nos ocorreu era a
possibilidade dos participantes ficarem pouco à vontade para responder uma pesquisa,
com esse mote de investigação, promovida pela área de Recursos Humanos de sua
própria empresa.
Quando nos conscientizamos de que a pesquisa não poderia ser aplicada dentro
de uma empresa e que a alternativa mais viável, naquele momento, seria a publicação na
internet, nossa metodologia foi pautada por cuidados adicionais com o objetivo de que
toda ação, em torno da pesquisa de campo, fosse estruturada de maneira bem atrativa,
pois a adesão dos participantes teria que ser conquistada de maneira definitiva, sob pena
de comprometer seriamente o alcance do nosso objetivo acadêmico.
20
Grifos nossos.
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Tanto a aplicação da ferramenta de coleta de dados como o processo de
tabulação dos resultados foi digitalizado por um web-designer21
, contratado
especialmente para nos fornecer o apoio tecnológico durante todo o processo. Sob nossa
orientação esse profissional digitalizou o material da pesquisa, criou os relatórios
gerenciais para tabulação e tratamento dos dados parametrizados conforme os critérios
que serão detalhados no próximo Capítulo, onde abordaremos com mais profundidade a
Ferramenta da pesquisa de campo. O acesso à pesquisa era feito por meio de um link22
eletrônico que foi publicado em mais de 120 grupos de debates informais do Linkedin23
,
pertinentes ao segmento de Recursos Humanos.
O texto de publicação do Link, por restrições técnicas, tinha que conter no
máximo 200 caracteres, nosso desafio era redigir essa “chamada” de maneira bem
atrativa para estimular a participação dos “internautas” 24
. Optamos por um formato em
tease25
para anunciávamos o convite. Nesse breve texto provocávamos a discussão do
tema com uma “manchete” intrigante, e na sequência um convite expresso para
participação da pesquisa com o objetivo de que o internauta averiguasse se ele já estava
apresentando os sintomas dessa Síndrome. Além disso, oferecíamos o resultado do
Questionário Preliminar de Identificação da Burnout e um e-book de brinde. Segue,
abaixo, a transcrição do texto padrão:
21
web design pode ser visto como uma extensão da prática do design, onde o foco do projeto é a criação de web sites e documentos
disponíveis no ambiente da World, Wide e Web (internet). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_design
22 A palavra inglesa link entrou na língua portuguesa por via de redes de computadores (em especial a Internet), servindo de forma curta para designar as hiperligações do
hipertexto. O seu significado é "atalho", "caminho" ou "ligação". Através dos links é possível produzir documentos não lineares interconectados com outros documentos ou
arquivos a partir de palavras, imagens ou outros objetos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Link
23
LinkedIn é uma rede de negócios fundada em Dezembro de 2002 e lançada em 5 de Maio de 2003. É comparável a redes de
relacionamentos, e é principalmente utilizada por profissionais. Em Novembro de 2007, tinha mais de 16 milhões de usuários
registrados, abrangendo 150 indústrias e mais de 400 regiões econômicas (como classificado pelo serviço). Em 3 de Novembro de
2011, Linkedin possuía mais de 135 milhões de usuários registrados em mais de 200 países e territórios. O site está disponível em
inglês, francês, alemão, italiano, português, espanhol, romano, russo, turco e japonês. A relatou que Linkedin possua, mensalmente,
21,4 milhões de visitantes únicos nos Estados Unidos e 47,6 milhões pelo mundo. Em Junho de 2011, Linkedin tinha 33,9 milhões
de visitantes únicos, e cresceu 63% em comparação ao ano anterior, ultrapassando o. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Linkedin
24 Internauta entende-se o usuário de Internet, aquele que navega na Internet. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Internauta
25 O teaser (em inglês "aquele que provoca" (provocante), do verbo tease, "provocar") é uma técnica usada em marketing para chamar a atenção.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teaser
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“Cuidado!! Quando o stress vira esgotamento abre a porta para a Síndrome de
Burnout. As empresas precisam repensar seus modelos de gestão urgentemente!!!
Síndrome de Burnout já faz parte do mundo corporativo. Saiba como você está
nessa fotografia, acesse o link abaixo, participe da pesquisa e receba o seu
resultado e um e-book sobre esse tema como brinde.
Link: http://www.pedagogiacorporativa.com/pesquisas/?ind=k_g&val=k.033
A tabulação parcial26
da Pesquisa sobre esse tema revelou 72% dos profissionais
estão apresentando grau 2 e 3 numa escala de 0 a 4. A faixa etária de 67% estão
entre 30 a 40 anos.”
Quando o participante clicava no link, era direcionado para a Carta de
Apresentação (Apêndice I) e as demais etapas da Pesquisa. Essa Carta de Apresentação
constava um release sobre o propósito da Pesquisa, uma breve descrição do conceito
sobre a Síndrome de Burnout e as orientações quanto ao seu preenchimento. Ao final o
participante recebia uma mensagem (Apêndice IV) constando o resultado pertinente a
sua performance em relação aos sintomas da Síndrome e também um link para acessar
seu brinde, um e-book sobre o tema em tela com conteúdo relativos a formas de
identificação, controle e tratamento dessa doença ocupacional. No prefácio do e-book
redigimos um texto (Apêndice II) de agradecimento para aqueles que fizeram parte
dessa ação acadêmica.
Nossa intenção era manter a pesquisa no ar por apenas dois meses, mas fomos
surpreendidos por uma repercussão tão positiva que optamos por deixá-la mais alguns
dias ativa. Porém, como o nosso prazo para conclusão desta monografia já estava
finalizamos definimos como data de corte o dia 09/07/12, para efetuarmos a tabulação
dos dados, uma vez que, já havíamos atingido e superado nossa meta de 500
participantes e estávamos com um total de 512. Conforme mencionado anteriormente, o
tratamento dos dados foi gerado a partir dos relatórios gerenciais fornecidos pelo
sistema criado especialmente para essa pesquisa e serão abordados nos próximos
capítulos.
26 Essa tabulação parcial era fruto do tratamento dos dados referente ao período em que publicamos a ferramenta para sua validação. E o interessante é que esse
percentual de 72 % se manteve constante até o período de corte que estabelecemos para iniciarmos a tabulação oficial da pesquisa.
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“Não se pode administrar
o que não se pode medir"
(Morris A. Cohen)
(2002)
A ferramenta (Apêndice III) de pesquisa foi estruturada em duas partes: a
primeira com dados cadastrais genéricos e a segunda composta por 03 questões
objetivas que investigam alguns aspectos sobre hábitos relacionados à saúde dos
participantes. Compondo a 2ª parte temos o Questionário Preliminar de Identificação
da Burnout, elaborado e adaptado pelo Professor Chafic Jbeili27
, inspirado no Maslach
Burnout Inventory – MBI, contendo 20 itens.
O MBI – Maslach Burnout Inventory – é o instrumento de avaliação da
Síndrome de Burnout mais utilizado mundialmente nos estudos sobre essa Síndrome.
Ele foi elaborado por Maslach & Jackson e sua a primeira edição foi editada em 1981
(Carlotto, 2004). Trata-se de um questionário autoinforme (autopreenchimento),
contendo 20 afirmações, que devem ser respondidas através de uma escala do tipo
Likert28
, (sob a forma de afirmações), a cada um destes itens são atribuídos graus de
intensidade que vão de 1 a 5, sendo: 1 (nunca); 2 (anualmente); 3 (mensalmente); 4
(semanalmente); 5 (diariamente). A estimativa de tempo para o seu preenchimento gira
em torno de 10 a 15 minutos.
27
Prof. Chafic Jbeili é teólogo com habilitação em filosofia, psicanalista, psicopedagogo, doutor honoris causa em psicanálise,
professor de pós-graduação atua há 12 anos com treinamentos, palestras, seminários e aulas com temas em recursos humanos,
qualidade de vida, clima organizacional, motivação, entre outros. É diretor da UNICEAD e ministra cursos online para gestores de
RH, professores, psicólogos, psicopedagogos e demais educadores.
Fonte: www.unicead.com.br
28 Escala Likert: é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários, e é a escala mais usada em pesquisas de opinião. Ao
responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação. Esta escala tem seu nome devido
à publicação de um relatório explicando seu uso por Rensis Likert.
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Essas 20 questões estão pulverizadas em 03 classificações correspondentes as
dimensões da Síndrome de Burnout, abordadas na Parte I - Capítulo 3 deste trabalho,
que são: a “exaustão emocional”; “despersonalização” e a “baixa realização pessoal”.
Temos a seguinte distribuição:
Exaustão emocional é composta por 7 questões (1, 2, 3, 6, 10, 14 e 16), que
traduzem sentimentos de estar emocionalmente exausto e esgotado com o
trabalho;
Despersonalização é formada por 7 itens (4, 5, 13, 15, 17, 18 e 20) que
descrevem respostas impessoais;
Realização pessoal é constituída por 6 questões (7, 8, 9, 11, 12, e 19), que
abordam sentimentos relacionados a capacidade e sucesso alcançado no trabalho
com pessoas, esta última está inversamente correlacionada com a Síndrome.
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HC gÉÇá VÉÜÑÉÜtà|äÉáHC gÉÇá VÉÜÑÉÜtà|äÉáHC gÉÇá VÉÜÑÉÜtà|äÉáHC gÉÇá VÉÜÑÉÜtà|äÉá
ZÜtâá wt f•ÇwÜÉÅx wx UâÜÇÉâàZÜtâá wt f•ÇwÜÉÅx wx UâÜÇÉâàZÜtâá wt f•ÇwÜÉÅx wx UâÜÇÉâàZÜtâá wt f•ÇwÜÉÅx wx UâÜÇÉâà
“ (...) Nos perderemos entre monstros
da nossa própria criação (...)”.
(Renato Russo)
Aqui estão retratados os 50 Tons Corporativos traduzidos pelos graus de
manifestação da Síndrome Burnout. A interpretação dos resultados é computada como
variável contínua.
O grau/tom 10 reproduz-se em escores baixos nas subescalas de exaustão emocional e
despersonalização e escores elevados na realização pessoal e o intervalo de pontos vai
de 0 a 20.
Já os graus/tons 20 e 30 são representados por valores médios nos escores das três
subescalas, tendo como resultado final nessa somatória duas possibilidades de faixas,
sendo que de 21 a 40 pontos traduz o grau/tom 10 e na faixa de 41 a 60 pontos o
grau/tom 20.
Para os graus/tons 40 e 50 temos como resultado escores altos para as subescalas
exaustão e despersonalização e escores baixos na realização pessoal, nesses graus
também temos duas possibilidades de faixa, para o grau/tom 40 a pontuação assume a
faixa de 61 a 80, para o grau/tom 50 o intervalo de pontos é de 81 a 100 pontos.
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O diagnóstico varia para cada grau/tom conforme tabela abaixo:
GRAUS/TONS PONTOS DIAGNÓSTICO
10 De 0 a 20 Nenhum indício da Síndrome de Burnout.
20 De 21 a 40
Possibilidade de desenvolver a Síndrome de
Burnout.
30 De 41 a 60 Fase inicial da Síndrome de Burnout.
40 De 61 a 80 A Síndrome de Burnout começa a se instalar.
50 De 81 a 100 Fase considerável da Síndrome de Burnout.
57. 56
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“Somos todos pontas de icebergs, só deixamos
amostra parte do que somos."
(Martha Medeiros)
A tabulação dos dados referente ao Perfil dos 512 participantes foi ordenada em
05 aspectos, a saber: a) sociocultural; b) profissionais; c) relacionados à saúde e aos
hábitos; d) psicofísicos em relação ao trabalho que são as questões pertinentes ao
Questionário Preliminar de Identificação da Burnout; e) manifestação dos graus da
Síndrome de Burnout. Aqui não será retratada a tabulação de todas as questões da
ferramenta. Fizemos uma seleção dos itens mais de maior impacto para o objetivo
proposto, a Tabulação Quantitativa completa está no Apêndice V.
58. 57
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
A) Perfil dos Participantes: Aspecto Sociocultural
DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO
64%
36%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
FEMININO MASCULINO
A presença do sexo feminino foi representada por 64% da amostra. Essa informação
reforça a tese de que as mulheres realmente são maioria na área de Recursos Humanos,
visto que, como já mencionamos anteriormente, os grupos de debates em que postamos
a pesquisa eram essencialmente oriundos desse segmento profissional.
59. 58
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
ESTADO CIVIL
57%
32%
6% 5%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
CASADO SOLTEIRO DIVORCIADO SEPARADO VIÚVO
O estado civil que predominou foram os Casados com 57%, seguido pelos Solteiros que
representaram 32 %, os demais ficaram divididos entre divorciados com 6%, separados
com 5%. Dos participantes 48% alegaram não ter filhos. A distribuição do percentual
restante ficou da seguinte forma: para opção 01 filho 23%; 02 filhos 21%; 03 filhos 6%;
04 filhos 2%.
IDADE DOS FILHOS
42%
31%
16%
11%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
07
A
13
A
NO
S
01
A
12
A
NO
S
15
A
24
A
NO
S
>
D
E
24
AN
O
S
A faixa etária predominante dos filhos ficou entre 07 a 13 anos que obteve um
percentual de 42%, seguido pela faixa etária de 01 a 12 anos com 31%; acima de 15
anos somou 27%. Considerando que 73% são menores de idade é possível concluir que
seus provedores, ou seja, os participantes desta pesquisa tenham uma preocupação a
mais para preservar seus empregos.
60. 59
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
CONTRIBUIÇÃO COM ORÇAMENTO DOMÉSTICO = OU > 50%
79%
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
SIM NÃO
Perguntamos aos participantes se eles contribuíam com um percentual igual ou maior de
50% com o orçamento doméstico e tivemos um resultado bastante expressivo para as
respostas sinalizadas positivamente que somaram 79%.
FAIXA ETÁRIA DOS PARTICIPANTES
33%
30%
22%
10%
4%
0%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
de
30
a
39
de
40
a
49
de
20
a
29
de
50
a
59
de
60
a
69
>
20
anos
e
=
ou
>
70
Com relação à faixa etária dos participantes observa-se um quadro bem jovem, já que
33% estão entre 30 a 39 anos; 30% se localizaram de 40 a 49 anos; 22% de 22 a 29
anos. Os demais percentuais ficaram divididos em 10% 50 a 59 anos e acima de 60 anos
4%.
61. 60
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
GRAU DE INSTRUÇÃO
63%
33%
4%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
PÓS-GRADUAÇÃO 3º GRAU 2º GRAU 1º GRAU
No tocante ao grau de instrução a pós-graduação lidera o ranking com 63%, seguido do
3º grau com 33%. Este dado indica que os profissionais estão buscando completar suas
graduações, talvez como forma de se atualizarem ou então atendendo uma exigência de
mercado. Porém, observa-se que a Educação Continuada não está na preferência dos
participantes, pois quando perguntamos se eles estudam atualmente, 62% responderam
que não.
ESTADOS DE ORIGEM
67%
16%
10%
4% 3% 2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
PA
R
AN
Á
SÃ
O
PA
ULO
O
U
TR
O
S
R
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D
E
JA
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EIR
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IN
AS
G
ER
A
ISR
IO
G
RA
N
D
E
D
O
SU
L
Tivemos a representação de quase todo o território nacional, cerca de 20 unidades
federativas, com destaque de 67% para o Estado do Paraná, seguido pelo Estado de São
de São Paulo que acumulou 16%. A cidade que liderou o ranking foi Curitiba com 66%,
o restante ficou pulverizado entre as 45 cidades.
62. 61
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
B) Perfil dos Participantes: Aspectos Profissionais
SEGMENTO DA EMPRESA QUE ATUAM
72%
27%
3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
SERVIÇOS INDUSTRIA OSCIP
O segmento de empresa mais representativo foi o de serviços com 72%, seguido pelo da
indústria com 27%. As OSCIP ficaram representadas por apenas 3%.
SEGMENTO DA FUNÇÃO/CARGO
43%
33%
12% 12%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
GERENCIAL
ADMINISTRATIVO
OUTRO
OPERACIONAL
A composição dessa amostra contou com 43% de representantes do segmento gerencial;
33% do segmento Administrativo, o restante dividido igualmente, 12% para cada, entre
operacional e outros.
63. 62
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
TEMPO NA FUNÇÃO
44%
42%
7%
5%
1% 1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
01
A
05
A
N
O
S
06
A
10
A
N
O
S
11
A
20
A
N
O
S
<
01
A
N
O
21
A
30
>
30
A
N
O
S
O tempo na função/cargo ficou bastante equilibrado entre as faixas de 01 a 05 anos que
representou 44% e a faixa de 06 a 10 anos ficando com 42%.
TEMPO NA EMPRESA ATUAL
44%
17%
13% 12%
5%
4%
3%
2%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
01
A
03
A
N
O
S
04
A
06
A
N
O
S
7
A
10
A
N
O
S
<
01
A
N
O
11
A
13
A
N
O
S
14
A
17
A
N
O
S
18
A
21
A
N
O
S
>
22
A
N
O
S
Já o tempo de empresa na faixa de 01 a 03 anos ficou disparado na frente com 44%,
seguido pelo tempo de 04 a 06 anos com 17% e restante divido em 13% para o período
64. 63
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
de tempo entre 7 a 10 anos, 12% para menos de 01 ano e 9% para igual e acima de 11
anos. É possível inferir com essa última informação que a rotatividade no mercado de
trabalho está bem configurada quando cruzamos com os dados de tempo na função.
C) Perfil dos Participantes: Aspectos Relacionados À Saúde e aos Hábitos
FREQUÊNCIA DE VISITA AO MÉDICO
57%
35%
8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
ANUALMENTE SEMESTRALMENTE MENSALMENTE
Quando questionamos os participantes sobre a freqüência de visita a consultório Médico
obtivemos como resultado para Anualmente 57%, para Semestralmente 35% e o
mensalmente o restante com 8%. Mais adiante esse dado será retomado para completar
a análise referente as questões Psicofísicas em relação ao Trabalho.
ESTÃO COM SOBREPESO (ACIMA DO PESO)
55%
45%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
SIM NÃO
O problema do sobrepeso apareceu em 55% dos participantes, o que reforça as
preocupações em torno desse tema considerando que se trata de um público bem jovem
65. 64
Cinquenta Tons Corporativos
Uma Metáfora Empresarial
como ficou retratado no quesito faixa etária dos participantes onde 55% estão na faixa
de 22 a 39 anos e 30% estão localizados no intervalo de 40 a 49 anos.
FREQUÊNCIA QUE INGERE BEBIDA ALCÓOLICA
36%
34%
15% 15%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
À
S
VE
ZE
S
R
A
R
A
M
E
N
TE
FR
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Q
U
EN
TEM
E
N
TE
N
U
N
C
A
A ingestão de bebidas alcoólicas foi pouco expressiva já que 70% alegaram que o fazem
às vezes ou raramente, sendo que apenas 15% registraram que praticam esse hábito
frequentemente, ficando o mesmo percentual para a opção nunca.
FREQUÊNCIA QUE PROCURA SE DIVERTIR
53%
27%
19%
1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
À
S
VE
ZE
S
FR
E
Q
U
EN
TEM
E
N
TE
R
A
R
A
M
E
N
TE
N
U
N
C
A
Com relação ao hábito de se divertirem a opção às vezes liderou com 53%, seguida pela
alternativa frequentemente com 27% . O ideal seria que esse percentual estivesse