A carta resume a indignação do autor com a prática de nepotismo nos poderes públicos e propõe medidas para conter a empregabilidade ilícita, como a exigência de concursos públicos para ocupação de cargos e a proibição de nomeações de parentes. No primeiro parágrafo, expressa a insatisfação com atos recentes. Nos seguintes, cita a lei que veda nepotismo e defende a qualificação via concurso como critério para ocupação de cargos. Na conclusão, pede providências do deputado.
4. a) Estrutura da carta:
-Tipologia dissertativa: apresenta a tríade introdução /
desenvolvimento / conclusão;
- No primeiro parágrafo, apresenta-se ao leitor o ponto de vista a
ser defendido;
- Nos dois ou três subsequentes (considerando-se uma carta de
20 a 30 linhas), encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão;
- No último, deve reforçar o seu ponto de vista e apresentar uma
ou mais propostas.
5. Ao contrário do que pensam, não há
segredo algum na elaboração da
carta.
Aliás, ela é, segundo alguns, bem
mais simples que a dissertação
tradicional;
Texto bem próximo à realidade dos
alunos, dos quais a maior parte
certamente já escreveu uma carta a
alguém.
6. a) Expressa a opinião do leitor sobre textos publicados em jornal ou
revista.
a) Tem intencionalidade persuasiva.
a) Sua estrutura assemelha-se à da carta pessoal: data, vocativo,
corpo do texto (assunto), expressão cordial de despedida e
assinatura.
a) A linguagem adequa-se ao perfil do autor, da revista ou jornal a que se
destina, com predomínio do padrão culto formal.
a) A intenção do autor vai gerar maior ou menor pessoalidade. 6
Aspectos Gerais
7. ESTRUTURA
• Local e data : o nome da cidade por extenso;
• Vocativo: pronome pessoal de tratamento de acordo com a
função social do destinatário.
• Primeiro parágrafo: Deixar clara a intenção para o destinatário.
• Segundo, terceiro e quarto parágrafos: Corpo da carta –
corresponde à argumentação sobre o tema em questão.
• Quinto parágrafo: reafirmação da intenção e propostas.
• Assinatura: – iniciais: não se pode identificar na prova de
redação no vestibular.
8. ESTRUTURA
• O parágrafo-padrão - unidade constituída por um ou mais
de um período, em que se desenvolve a ideia central, ou
nuclear, a que se agregam outras, secundárias,
intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente
decorrentes dela.
• O parágrafo é indicado por um afastamento da margem
esquerda da folha.
• Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar
convenientemente as ideias principais de sua composição. Isto
permite ao leitor acompanhar o desenvolvimento dos
argumentos nos seus diferentes estágios.
9. PROCURE EVITAR
• Repetição desnecessária de palavras;
• Não comece períodos ou parágrafos com a mesma palavra;
• Gírias ou termos rebuscados;
• Excesso de advérbios terminados em -mente;
• Clichê - fórmulas e expressões generalizadas. E.: nos dias de
hoje, atualmente, hoje em dia; Diante dos fatos mencionados...
• Excesso ou emprego errado da palavra “quê”;
10. a) Cabeçalho:
• Na primeira linha da carta, na
margem do parágrafo, aparecem
o nome da cidade e a data na
qual se escreve.
Exemplo: Guanambi, 14 de maio de 2012.
11. b) Vocativo inicial:
Na linha de baixo, também na margem do
parágrafo, há o termo por meio do qual você
se dirige ao leitor (geralmente marcado por
vírgula).
• A escolha desse vocativo dependerá muito
do leitor e da relação social com ele
estabelecida.
14. c) Interlocutor definido:
- Estabelece-se uma comunicação particular entre
um eu definido e um você definido.
-Fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é
para ele, é claro que ele deve ser citado no
decorrer do texto.
15. -Evite dirigir-se diretamente ao leitor por
meio de verbos no imperativo (“pense”,
“veja”, “imagine”, etc.).
c) Interlocutor definido:
16. Uma carta dirigida a
um presidente de
uma associação de
moradores de um
bairro carente de
determinada cidade.
17. Esse senhor, do qual você não é íntimo,
não tem o Ensino Médio completo. Então, a
sua linguagem, escritor, deverá ser mais
simples...
18. ... mas a linguagem utilizada em uma
carta para um juiz, por exemplo
(as palavras podem ser simples, mas a
Gramática sempre deve ser respeitada...)
19. e) Expressão que introduz a assinatura:
Terminada a carta, é de praxe
produzir, na linha de baixo
(margem do parágrafo), uma
expressão que precede a
assinatura do autor.
20. “Atenciosamente”
É possível gerar várias outras
expressões, como:
“De um amigo”.
“De um cidadão que votou no
senhor”.
“De alguém que deseja ser
atendido”.
21. IMPORTANTE !
Utilize-se de bom senso e equilíbrio para selecionar
os argumentos e/ou informações que não sejam
óbvios ou incompreensíveis àquele que lerá a carta.
Adaptar a linguagem e ao grau de intimidade
estabelecido.
22. b) Argumentação
- A carta não deixa de ser uma espécie de
dissertação argumentativa;
- Seleção cuidadosa dos argumentos que
sustentarão a sua tese.
- É Importante convencer o leitor de algo;
23. Tipos de argumentos aos quais podemos recorrer:
Argumento com base em citação – citar uma frase
ou pensamento de uma autoridade ou especialista
no assunto;
Obs: - citação direta
- citação indireta
24. Fundamentar as ideias em valores
reconhecidamente partilhados pela
maior parte da sociedade.
Argumento com base no senso
comum
25. Fatos que comprovam a tese e
confirma crédito ao texto (dados,
estatísticas, pesquisas, informações
científicas)
Argumento com base em
evidências
26.
27. Guanambi, 14 de maio de 2012.
Prezados Senhores,
Uns amigos me falaram que os senhores estão para
destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e
que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido
adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido
muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada
tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou
de quaisquer objetos que tenham sido pirateados. Afinal, a
marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente
sabe que está correndo um risco.
28. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir
é um direito dos senhores. Mas, por favor, reservem um par, um único par
desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é
motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da
marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo
confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante.
Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele
vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo.
Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um
rato.
28
29. Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve
a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco
que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa. Uso a
camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas
nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E
assim por diante. Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu
tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma
certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu
vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.
(Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo)
Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os
senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por
exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente,
que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração
deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas
outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
30. f) Assinatura:
Um texto pessoal, como é a
carta, deve ser assinado pelo
autor. Nos vestibulares,
porém, costuma-se solicitar ao
aluno que não escreva o
próprio nome por extenso.Exemplo 2 de carta
31. Guanambi, 14 de maio de 2012.
Prezado editor,
O senhor e eu podemos afirmar com segurança que a violência em Guanambi atingiu proporções
assustadoras. Para chegar a tal conclusão, não é necessário recorrer a estatísticas. Basta sairmos às ruas (a pé ou de
carro) em um dia de segunda-feira para constatarmos a gravidade da situação. Mas não acredito que esse quadro seja
irremediável. Se as nossas autoridades seguirem alguns exemplos nacionais e internacionais, tenho a certeza de que
poderemos ter mais tranquilidade na cidade polo regional do Sudoeste da Bahia.
Um bom modelo de ação a ser considerado é o adotado em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde foi criado,
no início de 1993, o Grupo cultural Afro Reggae. A iniciativa, cujos principais alvos são o desemprego e o narcotráfico,
tem beneficiado cerca de 750 jovens. Além de Vigário Geral, são atendidas pelo grupo as comunidades de Cidade de
Deus, Cantagalo e Parada de Lucas.
Mas combater esses problemas específicos ações como essa ora citada não basta, como nos demonstra um
paradigma do exterior. Foi muito divulgado pela mídia - inclusive pelo seu jornal, o projeto de Tolerância Zero, adotado
pela prefeitura nova-iorquina há cerca de dez anos. Por meio desse plano, constatou-se que houve diminuição do
número de casos de furtos de veículos, de motos, por exemplo, obteve repercussão positiva na redução de homicídios.
Convenhamos, senhor editor: faltam vontade e ação políticas. Já não é tempo de as nossas autoridades se
espelharem em bons modelos. As iniciativas mencionadas foram somente duas de várias outras, em nosso e em
outros países, que poderiam sanar ou, pelo menos, mitigar o problema da violência em Guanambi, que tem assustado
a todos.
Espero que o senhor publique esta carta como forma de exteriorizar o protesto e as propostas deste leitor, que,
como todos os Guanambienses, deseja viver tranquilamente em nossa cidade.
Atenciosamente,
M.
32. Percebeu como a estrutura da carta é
argumentativa?
No primeiro parágrafo – releia e confira – é apresentada a
tese a ser defendida (a de que a situação da violência é
grave, mas não irremediável);
Nos dois parágrafos subsequentes (o desenvolvimento),
são apresentadas, obedecendo ao que se pediu no
enunciado, propostas para combater a violência na
cidade de Guanambi;
E no último parágrafo, a conclusão, propõe-se que as
autoridades sigam exemplos como os citados no
desenvolvimento. 32
34. Severino defende nepotismo em
posse de seu filho em PE
Severino Cavalcanti (PP-PE), voltou a defender,
nesta terça-feira, o nepotismo, quando
participou da posse de seu filho, José Maurício
Valladão Cavalcanti, na Superintendência
Federal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento em Pernambuco.
35. Essa história de nepotismo é
coisa para fracassados e
derrotados que não
souberam criar seus filhos.
Eu criei bem os meus filhos,
que têm universidade, e
agora estou indicando José
Maurício.
36. O conceito de nepotismo surgiu na Roma Antiga
e designava a autoridade que os parentes mais
próximos do Papa exerciam na administração
eclesiástica.
37. A lei estadual 10.623/2007 veda a prática de nepotismo no
Estado da Bahia. Proíbe a contratação ou nomeação de
parentes até o terceiro grau de membros dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Defensoria
Pública e Tribunal de Contas do Estado. O nepotismo é o
favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais
qualificadas.
38. • Em regra, os cargos ou empregos públicos são
ocupados por pessoas aprovadas em concursos
públicos de provas ou provas e títulos (art. 37, II, da
CF).
• Assim, para ocupar um cargo ou emprego público a
pessoa tem de demonstrar sua capacidade
profissional e intelectual por meio de uma prova,
onde concorrerá com milhares de outras pessoas.
• Tais candidatos também terão as mesmas chances
de mostrar suas aptidões, sendo aprovado aquele
que apresentar as melhores qualificações técnicas
para o preenchimento da vaga disputada.
39. A partir da leitura crítica dos textos de apoio, escreva
uma carta dirigida ao
Deputado Marco Aurelio Spall Maia medidas
para conter a
empregabilidade pública ilícita em nosso
país, explicitando sua indignação com a
prática deste ato nos segmentos
Legislativo, Judiciário e Executivo.
35 linhas.
40. CRITÉRIOS PARA A REDAÇÃO DA
CARTA ARGUMENTATIVA
• A CARTA DEVE SER ENCAMINHADA
AO:Deputado Marco Aurelio Spall Maia
• Redigir deve estar: em letra arial 13.
• Com argumentos que conferam crédito a sua
defesa, ao seu ponto de vista, por meio de (dados,
estatísticas, pesquisas e informações científicas.
• Argumentos: de autoridade, do senso comum.
• A carta deve ser: em dupla e digitada com linhas,
com os requisitos próprios desse tipo de
dissertação.