1. Mapear os Usos das Tecnologias
em Espaços Rurais:
Narrativas de Pais e Professores
Luísa Aires
CEMRI/Universidade Aberta
2. Enquadramento: Rede ObLID
Contribuir para a disseminação
de boas práticas para a literacia
digital, em âmbito local.
Monitorizar usos sociais e
educativos dos media digitais, em
parceria com entidades locais.
Desenvolver projetos
de investigação e
intervenção no domínio
da literacia e inclusão
digital.
4. Ponto de partida
Que narrativas produzem os Pais e os
Professores sobre os usos das
Tecnologias Digitais, na Escola e na
Família?
• 2009-2010: “e-escolinha”
• 2013- suspensão “e-escolinha”
6. • Em que medidas as
escolhas das pessoas são
influenciadas pelas
caraterísticas
tecnológicas dos
artefactos e do suporte
social para ultrapassar as
dificuldades na
informação tecnológica?
• Práticas comunicativas
•Em que medida as
tecnologias e os media
influenciam os modos como
comunicamos com os outros
e compreendemos as coisas
(Hague & Williamson, 2009).
•Compreender em que
medida as tecnologias e
meios de comunicação
influenciam os modos como
podem ser ensinados e
aprendidos conhecimentos e
competências na escola
• Literacias Múltiplas - New
London Group.
Participação Social
• Acesso: determinismo
tecnológico.
• Garantir o acesso à
tecnologia e dominar
competências
tecnológicas básicas
(Seale, 2009).
Literacia
Tecnologia
Inclusão Digital- Literacia Digital
• Participação
• Em que medida os usos
das Tecnologias se
integram na vida das
pessoas,;
• Análise minuciosa dos usos
das tecnologias digitais na
Educação.
•Em que medida os estilos e
práticas de educação
medeiam o uso das
Tecnologias
•Investigação – não
produziu uma análise
detalhada sobre como deve
ser o apoio das instituições
educativas na participação
(Jenkins et al., 2006).
7. Fosso Digital
2º Fosso
Digital
1º Fosso
Digital
• Fosso nas competências e
intenções de uso (van Dijk, 2005;
Hargittai, 2010)
• Fosso entre os indivíduos/ grupos
que têm e os que não têm acesso
(Warschauer, 2002; Livingtson & Helper,
2007)
8. Espaços, Tempos e Contextos
Domesticação
(Silverstone & Hirsch, 1996)
Família, Escola
Espaços, tempos,
contextos de prática
Diferentes planos,
compreensões,
contextos
Cronótopo
(Bakhtin, 1981; Lemke, 2004)
10. A Amostra
Entrevistados
N
Idades
Profissões
Mães
35-43
Pais
4
39-46
Professores
1ª Fase:
2010
7
13
35-54
2 desemprego; 3 domésticas; 1
limpeza; 1 serviço socialo;
1 motorista; 1 bancário; 1 GNR; 1
desenhador técnico.
Professores (1º ciclo)
Total: 24
i
Mães
38-45
2 empresárias ; 1 serviço social
Pais
2
42-49
1 GNR; 1 desenhador técnico
Professores
2ª Fase:
2013
3
6
38-57
Professores (1º ciclo)
Total: 12
i
Duas mães mudaram de situação profissional.
11. Entrevistas
Guião
1ª Fase
1- Experiências e emoções vinculadas ao uso
das tecnologias digitais e Internet.
2- Rotinas do uso do computador e Internet na
família e na escola.
3- Participação e vigilância dos pais nos usos do
computador na vida quotidiana (família e
escola).
4- Perspetivas sobre a utilização pedagógica do
computador na escola (1º ciclo) e na
família.
2ª Fase
1- Experiências e emoções vinculadas ao uso das
tecnologias digitais e Internet.
2- Mudança das rotinas de pais e professores no
uso do computador e da Internet, na escola
(1º ciclo) e família.
3- Participação e vigilância dos pais e
professores nos usos do computador na vida
quotidiana
4- Mudanças de perspetivas sobre o uso
pedagógico do computador na familia e na
escola.
13. Discursos: Dimensões
“Domesticação” do computador
Magalhães e reorganização do
espaço de ócio da família
Computador “Magalhães” na
Escola: do “dizer” às práticas
pedagógicas
Lugares dos Artefactos
Digitais no Quotidiano
Olhar dos Pais sobre o
computador na Escola
Olhar dos Professores sobre o
computador na Família
14. • Lugar de afetos
que marca a
organização do
espaço familiar
• Função utilitária e
comunicativa
Computdador e Internet
• Integrada nas
memórias de
infância.
Telemóvel
Televisão
Lugares dos Artefactos Digitais na Família
• Computador:
Importante na
vida cotidiana.
• Internet:
Presença limitada
nas famílias com
menores
recursos.
• Práticas: Lúdicas;
web 1.0 (acesso à
informação)
15. Pais, Professores e Tecnologias Digitais
Professores
Pais
• Questionam a
passividade da
escola perante as TIC
• Distanciamento do
projeto “eescolinha”
Reduzido valor
das
aprendizagens
com as TIC, em
contexto de ócio,
na família
• Necessidade de
mais formação de
Pais
• Falta de
competências ped.
Espectativas de
maior
envolvimento da
escola no
desenvolvimento
de competências
digitais das
crianças
Reconhecimento
das virtualidades
pedagógicas do
computador.
Importância do
uso regular do
computador,
enquanto
material de
aprendizagem
(como os
manuais)
• Valor colaborativo e
satisfação das
experiências
mediadas pelo
ordenador na família.
17. Discursos: Dimensões
Interrupção do projeto eescolinha
Novos papéis dos artefactos
digitais na escola
A web 2.0 na Família e
na Escola
Olhar retrospectivo dos Pais
sobre os usos do computador
na escola
Olhar retrospectivo dos
Professores sobre os usos do
computador na família.
18. Vozes sobre o presente
• Suspensão do
programa
“Magalhães”
• Novos artefactos na
Escola: Professores
- Lamentam a
suspensão do “eescolinha“ - Pais e
Professores.
- Benefícios sociais
da igualdade de
acesso às TIC na
escola.
• Olhar
retrospectivo
dos Pais
- Virtualidades do
uso das TIC nas
aprendizagens.
- Otimismo sobre
as TIC (quadros
interativos)
- Novas mediações
com as TIC no
ensino
- Importância da
igualdade de
acesso às TIC.
- Necessidade de
desenvolvimento
de competências
para as TIC.
•
• Olhar
retrospectivo dos
Professores
19. Reflexões Finais
• Que narrativas produzem os Pais e os Professores sobre os usos das
Tecnologias Digitais, na Escola e na Família?
Experiências e rotinas de uso das tecnologias digitais e Internet.
• Televisão - memórias e afetos de infância;
• Telemóvel - fins instrumentais e de comunicação.
• Computador Magalhães
- Papel importante na reorganização do espaço lúdico da família.
- Pais e filhos exploram o artefacto, usam-no sobretudo para jogar e,
em alguns casos, desenvolvem em conjunto competências técnicas
de uso do instrumento.
- Na segunda fase da pesquisa, o protagonismo desloca-se para a web
2.0.
- Na Escola: uso esporádico do computador, apesar do seu potencial;
críticas negativas dos Pais e discurso defensivo dos Professores.
20. Reflexões Finais
Perspetivas sobre usos do computador - Escola e Família: Paradoxos
1ª Fase
•
•
Professores: resistência passiva ao uso do artefacto (não envolvimento
dos docentes no processo de disseminação do artefacto), apesar do
reconhecimento do seu potencial educativo.
Carência de competências pedagógicas para o uso do computador na
sala de aula.
2ª Fase
• Professores: Novos edifícios escolares (novos agrupamentos), novos
artefactos digitais (mais computadores, quadros interactivos);
• Professores: Narrativas otimistas sobre usos das tecnologias digitais na
sala de aula - Avaliar em investigações futuras se este otimismo se traduz
em contextos de aprendizagem mais ricos.
21. Reflexões Finais
Perspetivas sobre usos do computador - Família e Escola: Paradoxos
1ª Fase: Pais
• Leitura mais positiva do que os Professores sobre o programa de
disseminação do computador e dos seus usos;
• Críticas à não utilização do computador na escola.
2ª Fase: Pais e Professores
• Lamentam a suspensão do programa “e-escolinha”, sobretudo
pelo impacto no aumento do fosso digital entre os mais ricos e
mais pobres.
22. Reflexões Finais
• Espaço-Tempo: Traduz a natureza múltipla da inclusão digital, em
particular, o seu vínculo às experiências de vida presentes nas
narrativas individuais estudadas
• Narrativas - opção metodológica adequada: acesso aos modos como
estes Pais e Professores dão sentido às tecnologias no seu dia-a-dia.
• Inclusão digital – confunde-se com a estratificação social, as
assimetrias no acesso, na apropriação e criação de conhecimento
(Warschauer, 2002).
• Inclusão Digital-Literacia Digital – aprofundamento seu valor numa
lógica de participação social ampla.
23. Referências básicas
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Aires, L..; Dias, P.; Azevedo, J.; Rebollo, M.A.; García, R. (2014). “Education, Digital Inclusion and Sustainable
eLearning Communities” In Caeiro, Leal-Filho & Azeiteiro (eds), E-learning and Sustainability. Peter Lang (no prelo).
Bakhtin, M. (1981).The dialogical imagination. Four essays by M.M. Bakhtin, Austin: University of Texas.
Cole, M. (1996). Cultural Psychology. A once and future discipline. U.S.A.: Harvard University Press.
Hargittai, E. & Hinnant, A. (2008). Digital Inequality: Differences in Young Adults’ Use of the Internet. Communication
Research, 35: 602–21.
Hargittai, E. (2010). Digital Na(t)ives? Variation in Internet Skills and Uses among Members of the «Net Generation».
Sociological Inquiry, 80 (1), 92-113.
Jenkins, H. ; Clinton, K. ; Purushotma, R. ; Robison, A. & Weigel, M. (2006). Confronting the Challenges of
Participatory
Culture:
Media
Education
for
the
21st
Century.
Available
at:
http://www.newmedialiteracies.org/files/working/NMLWhitePaper.pdf; Retrieved July 14, 2010.
Lemke, J. (2004). “Learning Across Multiple Places and their Chronotopes”, Symposium: Spaces and Boundaries of
Learning (M. Cole, Organizer). San Diego: AERA.
Livingstone, S., &; Helsper, E. (2007). Gradations in digital inclusion: Children, young people, and the digital divide.
New Media and Society, 9, 671–696.
Scribner, S.; Cole, M. (1981). The psychology of literacy. USA: Harvard University Press.
Seale, J. (2009) Digital. Inclusion: a Research Briefing by Technology Enhanced Learning. Phase of the Teaching and.
Learning Research Programme. University of Southampton. Available at: http://www.tlrp.org/docs/DigitalInclusion.pdf
Silverstone, R. (2009). “Domesticando a domesticação. Reflexões sobre a vida de um conceito”, in Anabela Sousa
Lopes (Org.) Revista Media & Jornalismo nº 16.
Smagorinsky, P.(2011). Vygotsky and Literacy Research. A Methodological Framework. Sense Publishers.
Street, B. V. (2004).Academic Literacies and the 'New Orders': Implications for research and practice in student writing
in HE‘. Learning and Teaching in the Social Sciences 2004 Volume 1:1 pp 9-32.
Van Dijk, J. (2005). The deepening divide: inequality in the information society. Thousand Oaks, CA: Sage Pub.