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A REGIÃO NORDESTE 
1
O Nordeste atual 
“No imaginário popular, o sertão nordestino é o lugar da seca, da terra inóspita 
e da miséria. Datam do final do século XIX os relatos do escritor Euclides da 
Cunha, autor de Os Sertões, sobre a aridez e a pobreza do Nordeste” 
2
1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA REGIÃO NORDESTE 
A Região Nordeste é formada por nove estados: Maranhão, Piauí, 
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco (incluindo o Distrito 
Estadual de Fernando de Noronha), Alagoas, Sergipe e Bahia. 
Área: 1.544.257 km² (18,25% do total do país) 
População em 2007: 52.305.000 hab (27,55% da população do país). 
3
4
Marcado por diferentes características 
físicas, o Nordeste é comumente 
dividido em quatro sub-regiões: Meio- 
Norte, Sertão, Agreste e Zona da mata. 
5
ZONA DA MATA 
Se estende do Rio Grande do Norte ao Sul da Bahia. 
Situa-se em relevo de Planícies e Tabuleiros Litorâneos, uma faixa que chega a 
atingir 200 km de largura. 
Em clima tropical úmido, desenvolvia-se a Mata Atlântica, hoje quase que 
totalmente devastada por séculos de ocupação. 
É nessa área que aparece o massapé, um dos solos mais férteis do Brasil – rico 
em matéria orgânica e oriundo da decomposição do calcário. 
6
AGRESTE 
Também se estende do Rio Grande do Norte até o Sul da Bahia. É uma faixa de 
terra situada entre o litoral mais úmido (Zona da Mata) e o Sertão semiárido, 
correspondendo, em parte, ao espaço ocupado pelo Planalto da Borborema. 
7
SERTÃO 
Abrange o Ceará e parte dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Sergipe, Alagoas, e Bahia. 
Estende-se pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e pela Depressão 
Sertaneja do São Francisco. 
O clima é semiárido (chuvas escassas); há solos pedregosos, vegetação de 
caatinga e rios temporários. 
Processos de intensa degradação fazem avançar o processo de desertificação 
(Gilbués–PI; Seridó–RN; Irauçuba –CE; Cabrobó –PE). 
8
MEIO-NORTE 
Abrange o Maranhão e o Piauí. 
No relevo, encontram-se Planície litorânea, Planaltos e Chapadas da Bacia do 
Parnaíba e Depressão do Tocantins. 
O clima tropical predomina, mas também aparece o clima equatorial úmido a 
oeste do Maranhão e o semiárido, a leste do Piauí. 
A Floresta Equatorial a oeste é substituída pela Mata dos Cocais ao norte; a 
leste, predomina a caatinga e ao sul o cerrado. No litoral aparecem os mangues. 
9
2. OCUPAÇÃO TERRITORIAL 
Durante os séculos XVI e XVII, a produção de cana-de-açúcar para exportação 
desenvolveu-se em áreas litorâneas do PE e BA, baseada no: 
Latifúndio monocultor e no sistema escravocrata. 
10
A ECONOMIA NORDESTINA ENTRA EM DECLÍNIO 
Nos séculos XVIII e XIX, a descoberta de minerais preciosos no interior 
do país e a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro 
(1763), entre outros fatores, acentuaram o declínio da produção de açúcar 
e aumentaram os problemas econômicos e sociais da região, como o: 
Coronelismo e a Irregularidade das chuvas. 
11
3. O NORDESTE ATUAL: ECONOMIA E RECURSOS 
NATURAIS 
Nas últimas décadas do séc. XX houve um maior dinamismo na 
economia nordestina, principalmente no setor industrial, agrário e de 
serviços. 
Com a criação da SUDENE, o setor secundário e industrial recebeu a 
maior parte dos investimentos. Como consequência, houve a montagem de 
importantes e modernos centros industriais. Porém, de forma concentrada 
(BA, PE e CE – principalmente nas capitais) com destaque para as 
indústrias de transformação e de confecções. 
12
Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os 
governos estaduais têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como 
incentivos fiscais para atrair indústrias. Entretanto, a implantação de uma 
indústria, em geral bastante automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase 
sempre mais qualificados, além de contribuir com impostos reduzidos. Assim, 
apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam sendo as 
mais beneficiadas. 
Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas 
cultivadas na Zona da Mata: a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e 
Pernambuco, e o cacau, no Sul da Bahia. 
No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana, soja, mandioca, arroz) e 
do extrativismo vegetal (babaçu, carnaúba), tem crescido as plantações de soja no 
sul dos estados do MA e PI – cultivo que se estende até o sertão, chegando ao 
oeste da Bahia. 
13
14
No Sertão, subsiste a agricultura tradicional, cultivada nos vales mais úmidos 
e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão, mandioca, algodão e cana-de-açúcar 
são as principais culturas. 
A fruticultura irrigada no NE adquire cada vez mais importância não apenas no 
mercado interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no: 
Vale do São Francisco: uvas e mangas 
Vale do Açu no RN: melão e manga 
Sertão do Ceará: acerola, melão, além de flores. 
A maior região produtora de melão no país localiza-se no polo Açu/Mossoró, 
no RN, e o polo Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, 
banana, coco, uva, goiaba, melão e pinha. 
15
Fatores que oferecem vantagens à fruticultura do NE: 
Mão de obra barata e disponível 
Preços atrativos das terras e localização do NE em relação à Europa e aos EUA 
(reduzindo o tempo e o custo de transporte) 
O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção 
integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de 
técnicas de irrigação foram essenciais para o crescimento da atividade, que 
garante empregos no campo e na cidade, reduzindo o êxodo rural. 
16
Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos 
(jumentos, mulas e burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). 
A criação de bovinos (bois), tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma 
extensiva, vem crescendo também em áreas do Agreste próximas ao Sertão, com 
solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão. A pecuária 
leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, 
é praticada no Agreste. 
17
No agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento 
da Zona da Mata, em médias e pequenas propriedades. É praticada em solos 
férteis com boas condições de umidade, na fronteira com a Zona da Mata. 
O turismo é outra atividade econômica de grande importância, desenvolvido a 
partir das potencialidades naturais e dos atrativos culturais. 
18
O NE conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara 
(PI), com grande concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o 
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (distrito estadual de PE), e o 
Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). 
Entre os eventos culturais destacam-se: 
Carnaval: Salvador, Olinda e Recife. 
Festas juninas: Caruaru e Campina Grande. 
Patrimônios Culturais da Humanidade: Olinda (PE), São Luís (MA), Salvador 
(BA) e São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara (PI). 
Danças, comidas típicas e artesanato da região. 
19
Em relação aos recursos naturais, destacam-se na região o petróleo e o gás 
natural, extraídos no CE, SE, RN e BA. 
O Rio Grande do Norte ainda se sobressai como o maior produtor de sal 
marinho do país. 
20
4. INDICADORES SOCIAIS, POPULAÇÃO E 
URBANIZAÇÃO 
A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida 
mais baixos do país. 
Problemas sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de 
analfabetismo, baixos salários, grande concentração de renda e das terras 
também alcançam números que superam os de outras regiões. 
21
A população do Meio-Norte é relativamente pouco numerosa, e o Agreste 
apresenta densidade demográfica inferior à da Zona da Mata. 
O Sertão, apesar de ser a maior sub-região do NE, apresenta baixa densidade 
demográfica, com regiões mais povoadas no vale do São Francisco e no litoral do 
Ceará. Em épocas de seca, entretanto, boa parte da população migra para outras 
regiões e muitos não retornam. 
22
No Sertão, a única reserva de água em épocas de seca são os 80 mil açudes 
(aproximadamente), vitais para o abastecimento e para a sobrevivência da 
população sertaneja, utilizados na criação de peixes e na irrigação de culturas. 
Embora construídos com recursos públicos, muitos desses açudes localizam-se 
em grandes propriedades particulares e acabam sendo usados na irrigação de 
culturas de exportação. Dessa forma, a maior parte da população continua sem 
acesso à água. Além disso, condições precárias de vida, mesmo em regiões não 
atingidas pelas secas, também motivam as migrações. 
23
Quanto à hierarquia das cidades, as três metrópoles do Nordeste (Salvador, 
Recife e Fortaleza) localizam-se no litoral. 
As outras capitais dos estados do NE (São Luís, Maceió, Natal, Teresina, 
João Pessoa e Aracajú) são centros regionais, como Ilhéus-Itabuna, no Litoral- 
Mata Baiano, Feira de Santana, no Agreste Baiano, Petrolina-Juazeiro, no São 
Francisco Pernambucano e Baiano. 
24
CURIOSIDADE 
No dia 8 de outubro é comemorado o Dia do 
Nordestino. 
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Região nordeste

  • 2. O Nordeste atual “No imaginário popular, o sertão nordestino é o lugar da seca, da terra inóspita e da miséria. Datam do final do século XIX os relatos do escritor Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, sobre a aridez e a pobreza do Nordeste” 2
  • 3. 1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA REGIÃO NORDESTE A Região Nordeste é formada por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Alagoas, Sergipe e Bahia. Área: 1.544.257 km² (18,25% do total do país) População em 2007: 52.305.000 hab (27,55% da população do país). 3
  • 4. 4
  • 5. Marcado por diferentes características físicas, o Nordeste é comumente dividido em quatro sub-regiões: Meio- Norte, Sertão, Agreste e Zona da mata. 5
  • 6. ZONA DA MATA Se estende do Rio Grande do Norte ao Sul da Bahia. Situa-se em relevo de Planícies e Tabuleiros Litorâneos, uma faixa que chega a atingir 200 km de largura. Em clima tropical úmido, desenvolvia-se a Mata Atlântica, hoje quase que totalmente devastada por séculos de ocupação. É nessa área que aparece o massapé, um dos solos mais férteis do Brasil – rico em matéria orgânica e oriundo da decomposição do calcário. 6
  • 7. AGRESTE Também se estende do Rio Grande do Norte até o Sul da Bahia. É uma faixa de terra situada entre o litoral mais úmido (Zona da Mata) e o Sertão semiárido, correspondendo, em parte, ao espaço ocupado pelo Planalto da Borborema. 7
  • 8. SERTÃO Abrange o Ceará e parte dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, e Bahia. Estende-se pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e pela Depressão Sertaneja do São Francisco. O clima é semiárido (chuvas escassas); há solos pedregosos, vegetação de caatinga e rios temporários. Processos de intensa degradação fazem avançar o processo de desertificação (Gilbués–PI; Seridó–RN; Irauçuba –CE; Cabrobó –PE). 8
  • 9. MEIO-NORTE Abrange o Maranhão e o Piauí. No relevo, encontram-se Planície litorânea, Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e Depressão do Tocantins. O clima tropical predomina, mas também aparece o clima equatorial úmido a oeste do Maranhão e o semiárido, a leste do Piauí. A Floresta Equatorial a oeste é substituída pela Mata dos Cocais ao norte; a leste, predomina a caatinga e ao sul o cerrado. No litoral aparecem os mangues. 9
  • 10. 2. OCUPAÇÃO TERRITORIAL Durante os séculos XVI e XVII, a produção de cana-de-açúcar para exportação desenvolveu-se em áreas litorâneas do PE e BA, baseada no: Latifúndio monocultor e no sistema escravocrata. 10
  • 11. A ECONOMIA NORDESTINA ENTRA EM DECLÍNIO Nos séculos XVIII e XIX, a descoberta de minerais preciosos no interior do país e a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), entre outros fatores, acentuaram o declínio da produção de açúcar e aumentaram os problemas econômicos e sociais da região, como o: Coronelismo e a Irregularidade das chuvas. 11
  • 12. 3. O NORDESTE ATUAL: ECONOMIA E RECURSOS NATURAIS Nas últimas décadas do séc. XX houve um maior dinamismo na economia nordestina, principalmente no setor industrial, agrário e de serviços. Com a criação da SUDENE, o setor secundário e industrial recebeu a maior parte dos investimentos. Como consequência, houve a montagem de importantes e modernos centros industriais. Porém, de forma concentrada (BA, PE e CE – principalmente nas capitais) com destaque para as indústrias de transformação e de confecções. 12
  • 13. Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os governos estaduais têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como incentivos fiscais para atrair indústrias. Entretanto, a implantação de uma indústria, em geral bastante automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase sempre mais qualificados, além de contribuir com impostos reduzidos. Assim, apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam sendo as mais beneficiadas. Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas cultivadas na Zona da Mata: a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e Pernambuco, e o cacau, no Sul da Bahia. No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana, soja, mandioca, arroz) e do extrativismo vegetal (babaçu, carnaúba), tem crescido as plantações de soja no sul dos estados do MA e PI – cultivo que se estende até o sertão, chegando ao oeste da Bahia. 13
  • 14. 14
  • 15. No Sertão, subsiste a agricultura tradicional, cultivada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão, mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas. A fruticultura irrigada no NE adquire cada vez mais importância não apenas no mercado interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no: Vale do São Francisco: uvas e mangas Vale do Açu no RN: melão e manga Sertão do Ceará: acerola, melão, além de flores. A maior região produtora de melão no país localiza-se no polo Açu/Mossoró, no RN, e o polo Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e pinha. 15
  • 16. Fatores que oferecem vantagens à fruticultura do NE: Mão de obra barata e disponível Preços atrativos das terras e localização do NE em relação à Europa e aos EUA (reduzindo o tempo e o custo de transporte) O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram essenciais para o crescimento da atividade, que garante empregos no campo e na cidade, reduzindo o êxodo rural. 16
  • 17. Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois), tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão. A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada no Agreste. 17
  • 18. No agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na fronteira com a Zona da Mata. O turismo é outra atividade econômica de grande importância, desenvolvido a partir das potencialidades naturais e dos atrativos culturais. 18
  • 19. O NE conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (distrito estadual de PE), e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os eventos culturais destacam-se: Carnaval: Salvador, Olinda e Recife. Festas juninas: Caruaru e Campina Grande. Patrimônios Culturais da Humanidade: Olinda (PE), São Luís (MA), Salvador (BA) e São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara (PI). Danças, comidas típicas e artesanato da região. 19
  • 20. Em relação aos recursos naturais, destacam-se na região o petróleo e o gás natural, extraídos no CE, SE, RN e BA. O Rio Grande do Norte ainda se sobressai como o maior produtor de sal marinho do país. 20
  • 21. 4. INDICADORES SOCIAIS, POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida mais baixos do país. Problemas sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, grande concentração de renda e das terras também alcançam números que superam os de outras regiões. 21
  • 22. A população do Meio-Norte é relativamente pouco numerosa, e o Agreste apresenta densidade demográfica inferior à da Zona da Mata. O Sertão, apesar de ser a maior sub-região do NE, apresenta baixa densidade demográfica, com regiões mais povoadas no vale do São Francisco e no litoral do Ceará. Em épocas de seca, entretanto, boa parte da população migra para outras regiões e muitos não retornam. 22
  • 23. No Sertão, a única reserva de água em épocas de seca são os 80 mil açudes (aproximadamente), vitais para o abastecimento e para a sobrevivência da população sertaneja, utilizados na criação de peixes e na irrigação de culturas. Embora construídos com recursos públicos, muitos desses açudes localizam-se em grandes propriedades particulares e acabam sendo usados na irrigação de culturas de exportação. Dessa forma, a maior parte da população continua sem acesso à água. Além disso, condições precárias de vida, mesmo em regiões não atingidas pelas secas, também motivam as migrações. 23
  • 24. Quanto à hierarquia das cidades, as três metrópoles do Nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza) localizam-se no litoral. As outras capitais dos estados do NE (São Luís, Maceió, Natal, Teresina, João Pessoa e Aracajú) são centros regionais, como Ilhéus-Itabuna, no Litoral- Mata Baiano, Feira de Santana, no Agreste Baiano, Petrolina-Juazeiro, no São Francisco Pernambucano e Baiano. 24
  • 25. CURIOSIDADE No dia 8 de outubro é comemorado o Dia do Nordestino. 25