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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.

MODA-VESTUÁRIO: SÍMBOLO DE DISTINÇÃO NA
CONTEMPORANEIDADE
Lucinea Lima Lacerda1, Julia Atroch de Queiroz2, Maria Alice Vasconcelos Rocha3


Introdução
Os temas moda e vestuário, para serem compreendidos, precisam de literatura das mais diferentes áreas do
saber, tais como: antropologia, sociologia, filosofia, economia, design, para citar apenas algumas. Isso porque
entender qual significado que este tipo de produto vestimentar com valor de moda possui para um indivíduo ou
grupo social é também um meio de perceber a pluralidade dos fenômenos existentes em uma sociedade.
Segundo Simmel (2008) a moda é um apoio social, capaz de elevar a singularidade de um indivíduo a um
comportamento universal, ou seja, práticas seguidas por todos. Ela é ainda a expressão da necessidade de
distinção, que imprime nas mudanças de seu conteúdo a expressão de um tempo que, ao ser adotado, é capaz de
informar o estilo de vida que esse indivíduo escolheu ou foi condicionado na sua existência.
Desse modo, para Simmel (2008, p. 165) a moda é “a história das tentativas de acomodar ao estado de cada
cultura individual e social a satisfação dessas duas tendências opostas”. Tendências que, segundo Bourdieu
(2007), são produzidas socialmente e legitimadas não só por um grupo familiar, mas pelas diversas formas de
dominação social impostas por uma ideologia construída por classes que são capazes de impor papéis que, diante
de uma ausência de reflexão, são aceitos como naturais e inalteráveis.
Simmel (apud SVENDSEN, 2010) distingue moda do vestuário considerando que a moda é um “fenômeno
social amplo que se aplica a todas as arenas sociais, sendo o vestuário apenas um caso entre muitos”. Assim, é
possível entender que o vestuário não é a moda, mas na verdade é apenas um dos produtos produzidos pelo
homem que contém esse valor.
Hoeks e Post (2006) dizem que o aspecto complementar que une moda e vestuário fica claro com as estações
do ano: a moda, para ser moda precisa estar em voga, mas o que materializa as mudanças fica óbvio por meio das
roupas. Ainda de acordo com os autores, enquanto a indústria do vestuário vende produtos, a indústria da moda
não comercializa objetos e sim significados, e é esta combinação que garante a satisfação das necessidades dos
consumidores.
Assim, esse trabalho propõe uma reflexão sobre o argumento que defender a moda como fenômeno efêmero,
pertencente a todas as classes sociais, responsável pela caracterização de si e pelo incentivo a sociedade ao gosto
do consumo das novidades, que geram distinções e que são em sua maioria expressas pelo uso de determinadas
peças de vestuário para que assim seja possível entender os motivos que impulsionam ou desmotiva o consumo
de um determinado tipo de vestuário.

Material e métodos
A teoria de abordagem utilizada no estudo está vinculada aos estudos bibliográficos sobre as características os
fenômenos e elementos que configuram a distinção entre os indivíduos ou grupo social. Todos os elementos
presentes na discussão foram extraídos de teorias ou representam um insight a partir de uma teoria já existente.
Para desenvolver essa reflexão buscou-se entender o que é moda, qual sua relação com a renovação dos gostos
e como esses gostos a ponto de gerar distinção. Posteriormente foi demonstrado como o vestuário exerce um
papel referencial nas relações sociais e como entender isso pode ajudar as empresas a construir uma identidade
que as aproxime do consumidor.

Resultados e Discussão
1

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social (PGCDS) da Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE). Departamento de Ciências Domésticas (DCD), Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife –
PE, 52171-900. E-mail: lucinealima1@hotmail.com
2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social (PGCDS) da Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE). Departamento de Ciências Domésticas (DCD), Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife –
PE, 52171-900. E-mail: julia.atroch@gmail.com
3 Doutora em Design de Moda (PhD), Professora do DCD e do PGCDS da UFRPE E-mail: modalice@dcd.ufrpe.br
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.

Iniciando a discussão com Bourdieu (2007), a ideologia pode ser vista como um conjunto de gostos fruto do
habitus, os quais são, por sua vez, o “princípio gerador de práticas objetivamente classificáveis e, ao mesmo
tempo, sistema de classificação (principium divisionis) de tais práticas”. Desse modo eles devem ser vistos e
analisados como aspectos fundamentais para a construção do mundo social, ou seja, considerar o habitus “como
fórmula geradora que permite justificar, ao mesmo tempo, práticas e produtos classificáveis, assim como
julgamentos, por sua vez classificados que constituem essas práticas estas obras em sistemas de sinais
distintivos”. Assim, o gosto surge como produto da distinção das práticas e que ao mesmo tempo distinguem
essas pessoas ou grupos sociais (Bourdieu, 2007, p.162 e 163).
Assim, a moda é uma expressão individual e coletiva das atitudes e estéticas que emergem junto a um homem
singular que vê nos produtos construídos com esse valor, como o vestuário, atrativos que proporcionam, antes de
tudo, prazer para olhos através da diferença e da proposta de oferecer algo novo. Nesse contexto, a moda é
fenômeno importante para legitimar essa distinção, pois segundo Simmel (2008, p. 165):
[...] através da mudança de conteúdos que imprime à moda de hoje sua marca individual em relação à
moda de ontem e de amanhã, mas por outro lado, ainda mais energicamente, pelo fato de as modas serem
modas de classe, de as modas das camadas mais altas se distinguirem daquelas das mais baixas e serem
abandonadas no momento em que essas começam a se apropriar daquelas.

Por outro lado, Lipovetsky (2009) defende moda como fenômeno efêmero, pertencente a todas as classes
sociais, responsável pela caracterização de si e pelo incentivo a sociedade ao gosto do consumo das novidades,
ou seja, ele nomeia a como moda fenômeno social capazes de impor ajustes da produção de necessidades. O
autor ainda apresenta o vestuário como a forma mais clara da manifestação desse fenômeno, dado sua associação
com a temporalidade das estações da natureza que reforça a proposta de oferecer o novo para os consumidores.
Todavia, ressalta que essa é apenas uma das muitas esferas que são afetadas por esse fenômeno.
Ainda sobre o tema o Lipovetsky (2009, p. 6) esclarece que:
A história do vestuário [...] é antes de tudo à luz das metamorfoses dos estilos e dos ritmos precipitados
da mudança no vestir que se impõe essa concepção histórica da moda. A esfera do parecer é aquela em
que a moda se exerceu com mais rumor e radicalidade, aquela que, durante séculos, representou a
manifestação mais pura da organização do efêmero [...]. É verdade que a moda, desde que está instalada
no Ocidente, não tem conteúdo próprio; forma específica da mudança social, ela não está ligada a um
objeto determinado, mas é, em primeiro lugar, um dispositivo social caracterizado por uma
temporalidade particularmente breve, por reviravoltas mais ou menos fantasiosas, podendo por isso,
afetar esferas muito diversas da vida coletiva. Mas até os séculos XIX e XX foi o vestuário, sem dúvida
alguma, que encarnou mais ostensivamente o processo de moda; ele foi o teatro das inovações formais
mais aceleradas, mais caprichosas, mais espetaculares.

Bourdieu (2007, p. 225) esclarece que o vestuário é um dos bens de consumo que pode ser o veículo capaz de
emitir o senso social. Segundo ele o vestuário, assim como outros bens de consumo são “[...] sinais
indefinitivamente redundantes entre si de que cada corpo é portado”, ou seja sinais que expressam o “[...] sentido
e o valor construído no interior do sistema de suas variações segundo as classes [...]”. Desse modo, a lógica de
produção de bens de consumo do vestuário está inserida em um sistema de constante transformação dos gostos,
que dependem “efetivamente do estado do sistema dos bens oferecidos, de modo que toda mudança dos sistema
de bens acarreta uma mudança dos gostos”, os quais são produzidos socialmente (Bourdieu, 2007, p. 216).
Para a indústria de vestuário entender a pluralidade existente entre a cultura individual e social de uma pessoa
é fundamental para a construção de uma identidade capaz de ser percebida em um produto de moda (Miranda,
2008). Para a autora,
A literatura sobre simbolismo de produtos e marcas mostra que roupas é uma categoria de consumo de
alto envolvimento simbólico, pois pessoas avaliam as outras pelo que está visível, ou seja, suas roupas. A
natureza simbólica do vestuário pode ser incorporada também por estilos, marcas, marcas de varejo,
uniformes, hábitos de membros de uma subcultura em particular (Miranda, 2008, p. 50).

Desse modo, para que produtos como o vestuário consigam ser percebidos como um símbolo distinção e que
representam o consumidor que deseja alcançar não basta apenas saber o que moda exige no momento para uma
determinada produção, mas também deve-se considerar os aspectos sociais onde esse produto está ser inserido. O
impulso à distinção pode atrair ou afastar a escolha-consumo de um determinado item de vestuário.
Logo, compete aos profissionais, analisar os aspectos discutidos nesse estudo para que os novos produtos
produzidos pela indústria vestuário possam ser percebidos pelos consumidores como representantes de sua
identidade, proporcionando, com isso, a essas organizações um grande diferencial no dinâmico e complexo
mercado em que participam.
Partindo das definições e considerações apresentadas nesse estudo, torna-se possível comprender o vestuário
como símbolo de distinção na contemporaneidade. Pensar a roupa como um dos símbolos de distinção de classes
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.

ajuda a entender as práticas sociais existentes não só no passado, como também na contemporaneidade. O estudo
considera que a singularidade do indivíduo é um fator importante para a escolha do vestuário que se deseja
representar. Todavia as imposições sociais que foram constituídas por uma lógica sistemática de classes formada
por uma condição situada em um determinado espaço social é fator de grande influência nessa escolha.
Portanto, diante do que foi brevemente exposto, esse trabalho justifica-se por trazer questões relacionadas ao
processo de construção do gosto que interferem na escolha do consumidor quando esse utiliza o vestuário não só
como forma de proteção, mas principalmente como ferramenta de distinção individual ou social ou mesmo
expressão de si ou grupo no qual está inserido.

Referências
Bordieu, P. A Distinção: crítica social do julgamento. Tradução Daniela Kern; Guilherme J. F. Teixeira. São
Paulo: Edusp; Porto Alegre, RS: Zouk, 2007. 556p.
Hoeks, H. & Post, J. (2006) Fashion and Five Fashion Theoriticians. In: Brand, J. & Teunissen, J. The Power of
Fashion: about design and meaning. Terra ArtEZ Press
Lipovetsky, G. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo : Companhia
das Letras, 2009. 347p.
Miranda, A.P. Consumo de moda: a relação pessoa-objeto. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. 127p.
Simmel, G. A MODA. IARA: Revista de Moda, cultura e arte. v.1, n. 1, p. 163-188, 2008. <
http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/100849/mod_resource/content/2/Simmel%20-%20A%20moda%20%
281911%29.pdf> 23 Out. 2013.

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Moda vestuário símbolo de distinção na contemporaneidade

  • 1. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. MODA-VESTUÁRIO: SÍMBOLO DE DISTINÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE Lucinea Lima Lacerda1, Julia Atroch de Queiroz2, Maria Alice Vasconcelos Rocha3  Introdução Os temas moda e vestuário, para serem compreendidos, precisam de literatura das mais diferentes áreas do saber, tais como: antropologia, sociologia, filosofia, economia, design, para citar apenas algumas. Isso porque entender qual significado que este tipo de produto vestimentar com valor de moda possui para um indivíduo ou grupo social é também um meio de perceber a pluralidade dos fenômenos existentes em uma sociedade. Segundo Simmel (2008) a moda é um apoio social, capaz de elevar a singularidade de um indivíduo a um comportamento universal, ou seja, práticas seguidas por todos. Ela é ainda a expressão da necessidade de distinção, que imprime nas mudanças de seu conteúdo a expressão de um tempo que, ao ser adotado, é capaz de informar o estilo de vida que esse indivíduo escolheu ou foi condicionado na sua existência. Desse modo, para Simmel (2008, p. 165) a moda é “a história das tentativas de acomodar ao estado de cada cultura individual e social a satisfação dessas duas tendências opostas”. Tendências que, segundo Bourdieu (2007), são produzidas socialmente e legitimadas não só por um grupo familiar, mas pelas diversas formas de dominação social impostas por uma ideologia construída por classes que são capazes de impor papéis que, diante de uma ausência de reflexão, são aceitos como naturais e inalteráveis. Simmel (apud SVENDSEN, 2010) distingue moda do vestuário considerando que a moda é um “fenômeno social amplo que se aplica a todas as arenas sociais, sendo o vestuário apenas um caso entre muitos”. Assim, é possível entender que o vestuário não é a moda, mas na verdade é apenas um dos produtos produzidos pelo homem que contém esse valor. Hoeks e Post (2006) dizem que o aspecto complementar que une moda e vestuário fica claro com as estações do ano: a moda, para ser moda precisa estar em voga, mas o que materializa as mudanças fica óbvio por meio das roupas. Ainda de acordo com os autores, enquanto a indústria do vestuário vende produtos, a indústria da moda não comercializa objetos e sim significados, e é esta combinação que garante a satisfação das necessidades dos consumidores. Assim, esse trabalho propõe uma reflexão sobre o argumento que defender a moda como fenômeno efêmero, pertencente a todas as classes sociais, responsável pela caracterização de si e pelo incentivo a sociedade ao gosto do consumo das novidades, que geram distinções e que são em sua maioria expressas pelo uso de determinadas peças de vestuário para que assim seja possível entender os motivos que impulsionam ou desmotiva o consumo de um determinado tipo de vestuário. Material e métodos A teoria de abordagem utilizada no estudo está vinculada aos estudos bibliográficos sobre as características os fenômenos e elementos que configuram a distinção entre os indivíduos ou grupo social. Todos os elementos presentes na discussão foram extraídos de teorias ou representam um insight a partir de uma teoria já existente. Para desenvolver essa reflexão buscou-se entender o que é moda, qual sua relação com a renovação dos gostos e como esses gostos a ponto de gerar distinção. Posteriormente foi demonstrado como o vestuário exerce um papel referencial nas relações sociais e como entender isso pode ajudar as empresas a construir uma identidade que as aproxime do consumidor. Resultados e Discussão 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social (PGCDS) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Departamento de Ciências Domésticas (DCD), Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife – PE, 52171-900. E-mail: lucinealima1@hotmail.com 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social (PGCDS) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Departamento de Ciências Domésticas (DCD), Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife – PE, 52171-900. E-mail: julia.atroch@gmail.com 3 Doutora em Design de Moda (PhD), Professora do DCD e do PGCDS da UFRPE E-mail: modalice@dcd.ufrpe.br
  • 2. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Iniciando a discussão com Bourdieu (2007), a ideologia pode ser vista como um conjunto de gostos fruto do habitus, os quais são, por sua vez, o “princípio gerador de práticas objetivamente classificáveis e, ao mesmo tempo, sistema de classificação (principium divisionis) de tais práticas”. Desse modo eles devem ser vistos e analisados como aspectos fundamentais para a construção do mundo social, ou seja, considerar o habitus “como fórmula geradora que permite justificar, ao mesmo tempo, práticas e produtos classificáveis, assim como julgamentos, por sua vez classificados que constituem essas práticas estas obras em sistemas de sinais distintivos”. Assim, o gosto surge como produto da distinção das práticas e que ao mesmo tempo distinguem essas pessoas ou grupos sociais (Bourdieu, 2007, p.162 e 163). Assim, a moda é uma expressão individual e coletiva das atitudes e estéticas que emergem junto a um homem singular que vê nos produtos construídos com esse valor, como o vestuário, atrativos que proporcionam, antes de tudo, prazer para olhos através da diferença e da proposta de oferecer algo novo. Nesse contexto, a moda é fenômeno importante para legitimar essa distinção, pois segundo Simmel (2008, p. 165): [...] através da mudança de conteúdos que imprime à moda de hoje sua marca individual em relação à moda de ontem e de amanhã, mas por outro lado, ainda mais energicamente, pelo fato de as modas serem modas de classe, de as modas das camadas mais altas se distinguirem daquelas das mais baixas e serem abandonadas no momento em que essas começam a se apropriar daquelas. Por outro lado, Lipovetsky (2009) defende moda como fenômeno efêmero, pertencente a todas as classes sociais, responsável pela caracterização de si e pelo incentivo a sociedade ao gosto do consumo das novidades, ou seja, ele nomeia a como moda fenômeno social capazes de impor ajustes da produção de necessidades. O autor ainda apresenta o vestuário como a forma mais clara da manifestação desse fenômeno, dado sua associação com a temporalidade das estações da natureza que reforça a proposta de oferecer o novo para os consumidores. Todavia, ressalta que essa é apenas uma das muitas esferas que são afetadas por esse fenômeno. Ainda sobre o tema o Lipovetsky (2009, p. 6) esclarece que: A história do vestuário [...] é antes de tudo à luz das metamorfoses dos estilos e dos ritmos precipitados da mudança no vestir que se impõe essa concepção histórica da moda. A esfera do parecer é aquela em que a moda se exerceu com mais rumor e radicalidade, aquela que, durante séculos, representou a manifestação mais pura da organização do efêmero [...]. É verdade que a moda, desde que está instalada no Ocidente, não tem conteúdo próprio; forma específica da mudança social, ela não está ligada a um objeto determinado, mas é, em primeiro lugar, um dispositivo social caracterizado por uma temporalidade particularmente breve, por reviravoltas mais ou menos fantasiosas, podendo por isso, afetar esferas muito diversas da vida coletiva. Mas até os séculos XIX e XX foi o vestuário, sem dúvida alguma, que encarnou mais ostensivamente o processo de moda; ele foi o teatro das inovações formais mais aceleradas, mais caprichosas, mais espetaculares. Bourdieu (2007, p. 225) esclarece que o vestuário é um dos bens de consumo que pode ser o veículo capaz de emitir o senso social. Segundo ele o vestuário, assim como outros bens de consumo são “[...] sinais indefinitivamente redundantes entre si de que cada corpo é portado”, ou seja sinais que expressam o “[...] sentido e o valor construído no interior do sistema de suas variações segundo as classes [...]”. Desse modo, a lógica de produção de bens de consumo do vestuário está inserida em um sistema de constante transformação dos gostos, que dependem “efetivamente do estado do sistema dos bens oferecidos, de modo que toda mudança dos sistema de bens acarreta uma mudança dos gostos”, os quais são produzidos socialmente (Bourdieu, 2007, p. 216). Para a indústria de vestuário entender a pluralidade existente entre a cultura individual e social de uma pessoa é fundamental para a construção de uma identidade capaz de ser percebida em um produto de moda (Miranda, 2008). Para a autora, A literatura sobre simbolismo de produtos e marcas mostra que roupas é uma categoria de consumo de alto envolvimento simbólico, pois pessoas avaliam as outras pelo que está visível, ou seja, suas roupas. A natureza simbólica do vestuário pode ser incorporada também por estilos, marcas, marcas de varejo, uniformes, hábitos de membros de uma subcultura em particular (Miranda, 2008, p. 50). Desse modo, para que produtos como o vestuário consigam ser percebidos como um símbolo distinção e que representam o consumidor que deseja alcançar não basta apenas saber o que moda exige no momento para uma determinada produção, mas também deve-se considerar os aspectos sociais onde esse produto está ser inserido. O impulso à distinção pode atrair ou afastar a escolha-consumo de um determinado item de vestuário. Logo, compete aos profissionais, analisar os aspectos discutidos nesse estudo para que os novos produtos produzidos pela indústria vestuário possam ser percebidos pelos consumidores como representantes de sua identidade, proporcionando, com isso, a essas organizações um grande diferencial no dinâmico e complexo mercado em que participam. Partindo das definições e considerações apresentadas nesse estudo, torna-se possível comprender o vestuário como símbolo de distinção na contemporaneidade. Pensar a roupa como um dos símbolos de distinção de classes
  • 3. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. ajuda a entender as práticas sociais existentes não só no passado, como também na contemporaneidade. O estudo considera que a singularidade do indivíduo é um fator importante para a escolha do vestuário que se deseja representar. Todavia as imposições sociais que foram constituídas por uma lógica sistemática de classes formada por uma condição situada em um determinado espaço social é fator de grande influência nessa escolha. Portanto, diante do que foi brevemente exposto, esse trabalho justifica-se por trazer questões relacionadas ao processo de construção do gosto que interferem na escolha do consumidor quando esse utiliza o vestuário não só como forma de proteção, mas principalmente como ferramenta de distinção individual ou social ou mesmo expressão de si ou grupo no qual está inserido. Referências Bordieu, P. A Distinção: crítica social do julgamento. Tradução Daniela Kern; Guilherme J. F. Teixeira. São Paulo: Edusp; Porto Alegre, RS: Zouk, 2007. 556p. Hoeks, H. & Post, J. (2006) Fashion and Five Fashion Theoriticians. In: Brand, J. & Teunissen, J. The Power of Fashion: about design and meaning. Terra ArtEZ Press Lipovetsky, G. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo : Companhia das Letras, 2009. 347p. Miranda, A.P. Consumo de moda: a relação pessoa-objeto. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. 127p. Simmel, G. A MODA. IARA: Revista de Moda, cultura e arte. v.1, n. 1, p. 163-188, 2008. < http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/100849/mod_resource/content/2/Simmel%20-%20A%20moda%20% 281911%29.pdf> 23 Out. 2013.