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Trabalho de
Literatura
“Mesmo eu, o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge.”
   Bernardo Soares foi ajudante de guarda-livros na
    cidade de Lisboa.

   Escrevia fragmentos de sua prosa poética nos
    intervalos de uma e outra tarefa burocrática.

   Vivia sozinho, na Baixa, num quarto alugado perto
    do escritório onde trabalhava e dos escritórios onde
    trabalhava Fernando Pessoa.

   Conheceram-se numa pequena casa de pasto
    habitualmente freqüentada por ambos. Foi aí que
    Bernardo Soares deu a Fernando Pessoa o seu
    “Livro do Desassossego”.
Fernando Pessoa e Bernardo Soares –
        pontos semelhantes
   Pode-se entrever uma embaralhada relação de
    identidade entre Fernando Pessoa “escritor real” e
    Bernardo Soares.

   Temperamento

   Bernardo Soares não é Fernando Pessoa por adição
    de elementos, mas por subtração. Como o próprio
    "autor real" esclarece na célebre gênese, Soares é
    Pessoa menos a afetividade e o raciocínio.
   Bernardo Soares não é um heterônimo pleno por
    parecer excessivamente com o próprio autor em
    muitos aspectos é o que se pode ler em alguns de
    seus dados “biográficos”:

    - Soares, na sua função de guarda-livros, teria
    passado boa parte da vida nos quarteirões da Baixa
    Lisboa (assim como Pessoa), escrevendo
    fragmentos de sua prosa poética nos intervalos de
    uma e outra tarefa burocrática, vivendo solitário em
    quartos modestos e alugados.

    -Fernando Pessoa, por sua vez, exercia a função de
    redator e tradutor de cartas comerciais e transitava,
    portanto, numa atmosfera similar a esta
    representada e descrita por Bernardo Soares.
   Por outro lado, na prosa de Bernardo Soares o que se
    pode verificar é uma profunda inadaptação do sujeito à
    realidade da vida, condição a que Pessoa também
    parece sujeito, por tudo que ele mesmo revela em
    muitas de suas cartas e páginas íntimas.

   Em relação a si mesmo, Pessoa realça as diferenças
    entre ele e Soares "no modo de ver e de compreender,
    mas não no estilo de expor".




       Bernardo Soares                 Fernando Pessoa
Semi-heterônimo
   Fernando Pessoa considera, em cartas e anotações
    pessoais, Bernardo Soares um tipo particular dentre os
    seus heterônimos, ou seja, um semi-heterônimo, porque
    como o próprio criador explica "não sendo a
    personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas
    uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio
    e afetividade”.

   A classificação de Bernardo Soares como semi-
    heterônimo é uma atualização àquela que Pessoa fizera
    poucos anos antes, quando situava Soares não como
    heterônimo, mas como "uma personalidade literária".
   Embora, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo
    Reis sejam os mais conhecidos, valorizados e admira-
    dos pela crítica literária, o humilde Bernardo Soares
    traz oculto nas profundezas do seu íntimo uma riqueza
    sobrenatural que, embora imperceptível a muitos, reluz
    como um embriões de estrelas reluzentes.

   Na prosa fragmentária desenvolve a dramaticidade das
    reflexões humanas que vêm à tona na insistência de
    uma escrita que se reconhece inviável, inútil e imperfeita,
    à beira do tédio, do trágico e da indiferença estética. Por
    essa razão, diversos fragmentos do livro são investi-
    gações íntimas das sensações provocadas pelo
    anonimato, pela cotidianidade da vida comum e todo o
    "universo" da baixa de Lisboa.
Livro do Desassossego
   Escrito por Bernardo Soares é um livro que trata de uma
    “autobiografia sem fatos, escrito em forma de
    fragmentos”.

   Na prosa fragmentária desenvolve a dramaticidade das
    reflexões humanas que vêm à tona na insistência de
    uma escrita que se reconhece inviável, inútil e
    imperfeita, à beira do tédio, do trágico e da indiferença
    estética. Por essa razão, diversos fragmentos do livro
    são investigações íntimas das sensações provocadas
    pelo anonimato, pela cotidianidade da vida comum e
    todo o "universo" da baixa de Lisboa.
   É considerado uma das obras fundadoras da ficção
    portuguesa no século XX, ao encenar na linguagem
    várias categorias que vão desde o enigma da condição
    humana até o absurdo da própria literatura.

   Dentro da ficção de seu próprio livro, Bernardo é um
    simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.

   Esse livro tem valor suficiente para que fosse
    recomendado para estudo em todas as instituições de
    ensino do mundo, pois, se trata de uma arte necessária
    na formação e continuidade de equilíbrio do espírito
    humano, a arte de pensar.
   Desde 1914 que Pessoa ia escrevendo fragmentos de
    cunho confessional, diarístico e memorialista aos quais, já
    a partir dessa data, deu o título de Livro do Desassossego
    - obra que o ocupou até ao fim. Podemos então olhar o
    Livro do Desassossego como um dos pilares da prosa
    moderna portuguesa.
Lisboa na visão de Soares
   Os itinerários de Bernardo Soares, construídos a partir dos de
    Pessoa, são, para o semi-heterônimo, como meditações. Muito
    mais do que uma cidade sonhada ou idealizada, a cidade que
    surge no texto de Soares é uma cidade construída por dentro.

   Em Bernardo Soares prevalece, em Lisboa, a "paisagem estado
    de alma", a que se constrói no terreno fluido da intimidade e que
    vai do sonho à sensação.

   A Lisboa de Bernardo Soares pode ser considerada uma cidade
    íntima. Na maior parte das vezes, revela-se uma "cidade
    oprimida", feita de névoa e céu carregado, povoada de pessoas
    vulgares e barulhentas, que carregam mercadorias, trabalham em
    escritórios sombrios e vivem em casas de cômodos.

   É desta forma que Bernardo Soares vê, lê e escreve a sua Lisboa:
    uma "paisagem estado de alma".
Bibliografia
   http://multipessoa.net/labirinto/bernardo-soares/4

   http://www.letras.puc-rio.br/catedra/revista/6Sem_25.html

   www.pessoa.art.br/?p=25

   http://pensador.uol.com.br/autor/bernardo_soares/

   http://www.infopedia.pt/$bernardo-soares

   http://sites.google.com/site/solpoesiador/biografia-e-poemas/
    bernardo-soares

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Bernardo soares

  • 2. “Mesmo eu, o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge.”
  • 3. Bernardo Soares foi ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.  Escrevia fragmentos de sua prosa poética nos intervalos de uma e outra tarefa burocrática.  Vivia sozinho, na Baixa, num quarto alugado perto do escritório onde trabalhava e dos escritórios onde trabalhava Fernando Pessoa.  Conheceram-se numa pequena casa de pasto habitualmente freqüentada por ambos. Foi aí que Bernardo Soares deu a Fernando Pessoa o seu “Livro do Desassossego”.
  • 4. Fernando Pessoa e Bernardo Soares – pontos semelhantes  Pode-se entrever uma embaralhada relação de identidade entre Fernando Pessoa “escritor real” e Bernardo Soares.  Temperamento  Bernardo Soares não é Fernando Pessoa por adição de elementos, mas por subtração. Como o próprio "autor real" esclarece na célebre gênese, Soares é Pessoa menos a afetividade e o raciocínio.
  • 5. Bernardo Soares não é um heterônimo pleno por parecer excessivamente com o próprio autor em muitos aspectos é o que se pode ler em alguns de seus dados “biográficos”: - Soares, na sua função de guarda-livros, teria passado boa parte da vida nos quarteirões da Baixa Lisboa (assim como Pessoa), escrevendo fragmentos de sua prosa poética nos intervalos de uma e outra tarefa burocrática, vivendo solitário em quartos modestos e alugados. -Fernando Pessoa, por sua vez, exercia a função de redator e tradutor de cartas comerciais e transitava, portanto, numa atmosfera similar a esta representada e descrita por Bernardo Soares.
  • 6. Por outro lado, na prosa de Bernardo Soares o que se pode verificar é uma profunda inadaptação do sujeito à realidade da vida, condição a que Pessoa também parece sujeito, por tudo que ele mesmo revela em muitas de suas cartas e páginas íntimas.  Em relação a si mesmo, Pessoa realça as diferenças entre ele e Soares "no modo de ver e de compreender, mas não no estilo de expor". Bernardo Soares Fernando Pessoa
  • 7. Semi-heterônimo  Fernando Pessoa considera, em cartas e anotações pessoais, Bernardo Soares um tipo particular dentre os seus heterônimos, ou seja, um semi-heterônimo, porque como o próprio criador explica "não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afetividade”.  A classificação de Bernardo Soares como semi- heterônimo é uma atualização àquela que Pessoa fizera poucos anos antes, quando situava Soares não como heterônimo, mas como "uma personalidade literária".
  • 8. Embora, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis sejam os mais conhecidos, valorizados e admira- dos pela crítica literária, o humilde Bernardo Soares traz oculto nas profundezas do seu íntimo uma riqueza sobrenatural que, embora imperceptível a muitos, reluz como um embriões de estrelas reluzentes.  Na prosa fragmentária desenvolve a dramaticidade das reflexões humanas que vêm à tona na insistência de uma escrita que se reconhece inviável, inútil e imperfeita, à beira do tédio, do trágico e da indiferença estética. Por essa razão, diversos fragmentos do livro são investi- gações íntimas das sensações provocadas pelo anonimato, pela cotidianidade da vida comum e todo o "universo" da baixa de Lisboa.
  • 9. Livro do Desassossego  Escrito por Bernardo Soares é um livro que trata de uma “autobiografia sem fatos, escrito em forma de fragmentos”.  Na prosa fragmentária desenvolve a dramaticidade das reflexões humanas que vêm à tona na insistência de uma escrita que se reconhece inviável, inútil e imperfeita, à beira do tédio, do trágico e da indiferença estética. Por essa razão, diversos fragmentos do livro são investigações íntimas das sensações provocadas pelo anonimato, pela cotidianidade da vida comum e todo o "universo" da baixa de Lisboa.
  • 10. É considerado uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no século XX, ao encenar na linguagem várias categorias que vão desde o enigma da condição humana até o absurdo da própria literatura.  Dentro da ficção de seu próprio livro, Bernardo é um simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.  Esse livro tem valor suficiente para que fosse recomendado para estudo em todas as instituições de ensino do mundo, pois, se trata de uma arte necessária na formação e continuidade de equilíbrio do espírito humano, a arte de pensar.
  • 11. Desde 1914 que Pessoa ia escrevendo fragmentos de cunho confessional, diarístico e memorialista aos quais, já a partir dessa data, deu o título de Livro do Desassossego - obra que o ocupou até ao fim. Podemos então olhar o Livro do Desassossego como um dos pilares da prosa moderna portuguesa.
  • 12. Lisboa na visão de Soares  Os itinerários de Bernardo Soares, construídos a partir dos de Pessoa, são, para o semi-heterônimo, como meditações. Muito mais do que uma cidade sonhada ou idealizada, a cidade que surge no texto de Soares é uma cidade construída por dentro.  Em Bernardo Soares prevalece, em Lisboa, a "paisagem estado de alma", a que se constrói no terreno fluido da intimidade e que vai do sonho à sensação.  A Lisboa de Bernardo Soares pode ser considerada uma cidade íntima. Na maior parte das vezes, revela-se uma "cidade oprimida", feita de névoa e céu carregado, povoada de pessoas vulgares e barulhentas, que carregam mercadorias, trabalham em escritórios sombrios e vivem em casas de cômodos.  É desta forma que Bernardo Soares vê, lê e escreve a sua Lisboa: uma "paisagem estado de alma".
  • 13. Bibliografia  http://multipessoa.net/labirinto/bernardo-soares/4  http://www.letras.puc-rio.br/catedra/revista/6Sem_25.html  www.pessoa.art.br/?p=25  http://pensador.uol.com.br/autor/bernardo_soares/  http://www.infopedia.pt/$bernardo-soares  http://sites.google.com/site/solpoesiador/biografia-e-poemas/ bernardo-soares