1. “Comunicação Não Violenta”
(CNV)
da aula de Dominic Barter
Curso
Gente que Faz a Paz
grupo Palas Athena/ SP– 2008
por: Afonso Jr. Lima
2. “Dominar a agressividade, suavizar as arestas,
moderar as palavras”.
(Comande Sua Vida com o Poder da Mente, capa)
“Nunca as coisas evoluem maravilhosamente
quando os fracassos são ferozmente
criticados“.
(Seicho Taniguchi - Aos que desejam a Prosperidade, p. 119)
3. As Sete Declarações Iluminadoras da
Seicho-No-Ie
“4ª- Acreditamos que o amor é o alimento
da Vida e que a oração, as palavras de
amor e o elogio constituem o poder
criador da palavra que concretiza o amor”.
4. 5 desejos básicos do ser humano
• Ser amado
• Ser reconhecido
• Ser útil
• Ser elogiado
• Ser livre
Masaharu Taniguchi
5. Pensamento Sistêmico
• Complexidade: Inter-relações, compreensão dos
contextos (Edgard Morin)
• Instabilidade: do verbo ser para o verbo estar
• Intersubjetividade: toda forma de conhecimento é uma
construção social; a realidade é co-construída, pode ter
muitas versões
(Liz Verônica Luisi, Terapia Comunitária, PUCSP, 2006)
6. Dominic Barter
- Ator e diretor
- Consultor de CNV em 69 países
- Coordena Projeto de Justiça Restaurativa do Ministério da
Justiça, desenvolvido na Escola Superior de Magistratura da
Ajuris.
- “A solução de conflitos começa quando são eliminados
da linguagem julgamentos e acusações”. D.B.
7. Marshall Rosenberg
- Nasceu em um bairro violento de Detroit em 1934.
- Em 1961 obteve seu PHD em psicologia clínica pela Universidade de
Wisconsin - Madison.
- A comunicação não-violenta foi o resultado de sua especialização em
psicologia social, de seus estudos de religião comparada e de suas
vivências pessoais, a partir da psicologia humanística de Carl Rogers.
- Em 1984, o doutor Rosenberg fundou, na Califórnia, o “Center for
Nonviolent Communication (CNVC)”, que se transformou em uma grande
organização internacional sem fins lucrativos
8. Quatro opções de como receber
uma mensagem negativa:
• Culpar a nós mesmos: “Eu deveria ter sido...”
• Culpar os outros: “Você é egoísta!”
• Escutar nossos próprios sentimentos e
necessidades: responsabilidade no sentimento
frustrado/desejo de si próprio e não apenas do outro
• Escutar os sentimentos e necessidades dos outros
9. Observação: As ações concretas que estamos
Observação
observando e que afetam nosso bem-estar.
Sentimento: como nos sentimos em relação ao
Sentimento
que estamos observando
Necessidades: as necessidades, valores,
Necessidades
desejos, etc. que estão gerando nossos
sentimentos
Pedido: as ações concretas que pedimos para
Pedido
enriquecer nossa vida.
Necessidades não atendidas e não expressadas
causam dor psicológica e violência
10. JULGAMENTO OBSERVAÇÂO
Presume coisas Processos vivos,
estáticas- “o ser mutantes...
humano”..
• rotular • estou vendo
• exigir • ouvindo
• reagir • lembrando
• diagnosticar • sentindo
• avaliar
O que você pensa sobre o outro pode
estar errado. Há sempre mais de um
motivo para um comportamento.
11. Emoções, sentimentos Valor/ necessidade
-“fumaça”, emoções
negativas = algo não está
alinhado comigo
• Qual a “razão boa” (necessidade) de o outro agir
assim? (sentimento)
• raiva • respeito
• medo • verdade
• crítica • individualidade
• tristeza • reconhecimento
• solidão
12. • “Roberto, quando eu vejo meias sujas
debaixo da mesinha, fico irritada, porque
preciso de mais ordem no espaço em
que vivemos em comum”
• Pedido claro: “Você poderia colocar suas
meias no seu quarto ou na lavadora”?
13. Observação com avaliação Observação isenta de
avaliação
Você é generoso Quando vejo... acho que
está sendo generoso.
João vive deixando as João só estuda na véspera
coisas para depois. da prova
O trabalho dela não será Acho que o trabalho dela
aceito. não será aceito
14. Se você não comer Se você não comer
verduras, sua saúde ficará verduras, temo que sua
prejudicada saúde fique prejudicada
Os estrangeiros não cuidam Não vi aquela família
da própria casa. estrangeira da outra rua
limpar a calçada.
Zequinha é péssimo jogador Em vinte partidas, Zequinha
de futebol. não marcou nenhum gol.
Carlos é feio. A aparência de Carlos não
me atrai.
15. •• “Um aluno de nossa sala cospe, diz
“Um aluno de nossa sala cospe, diz
palavrões, grita e espeta os outros com
palavrões, grita e espeta os outros com
lápis quando se aproximam de sua
lápis quando se aproximam de sua
carteira. Eu lhe dou a deixa: ‘Por favor,
carteira. Eu lhe dou a deixa: ‘Por favor,
diga isso de outro jeito. Use sua conversa
diga isso de outro jeito. Use sua conversa
de girafa (atividade da CNV)
de girafa (atividade da CNV)
16. • Na mesma hora ele se levanta, olha para a
pessoa de quem está com raiva e diz com toda
calma: “Por favor, você pode sair de perto da
minha carteira? Eu fico com raiva quando você
fica tão perto de mim”.
Os outros em geral respondem nessa linha:
“me desculpe, eu tinha esquecido que isso deixa
você aborrecido”.
17. Belém, Cisjordânia. Marshall apresenta CNV
para 170 muçulmanos palestinos.
O público descobre que é americano e um deles
grita: “Assassino!” Outros se juntam: “Assassino!
Matador de crianças! Assassino!”
• Marshall lembra das latas de gás lacrimogêneo
que viu no caminho para o campo de
refugiados, marcadas com: “MADE IN USA”.
18. • Diálogo:
- “Você está com raiva porque gostaria que meu governo
usasse seu dinheiro de outra forma?”
- Claro! Precisamos de esgoto e não gás lacrimogêneo!
- Você está furioso e gostaria de apoio para
melhorar sua condição de vida?
- Meu filho brinca no esgoto a céu aberto. Sabe o que é
viver 27 anos assim?
- Você gostaria que eu soubesse que, como todos os
pais, quer o melhor para seu filho...
- Sim! O básico!
- Você gostaria que o povo americano avaliasse a
conseqüência de suas ações políticas?”
19. • “Experiências em comum” são o que conecta.
Valores “universais-agora”: respeito, verdade,
solidariedade
• O que está motivando o outro a fazer isso?
Qual necessidade não foi atendida?
• Sugerir: “Você quer mais”...
• “Eu ouvi você dizer”...
20. 1. Empatia na escuta: escutar o estudante
e não apenas “ensinar”; compreender
- aqueles que nos parecem monstros são pessoas cujo
comportamento às vezes nos impedem de ver sua
natureza humana (necessidades universais)
2. Empatia com um “Não!”: aceito seu desejo e não o tomo
como pessoal
3. Empatia revitalizadora: as pessoas preferem que os
ouvintes as interrompam a fingirem estar escutando
4. Empatia com o silêncio: não é fácil dizer o que temos
“por dentro”; o que está acontecendo “dentro do outro”?
Conectar-se como outro cura sua dor psicológica.
21. • CNV- pergunta empática: como satisfaço sua
necessidade?
• Linguagem tem “hábitos de pensamento”
- “Você não me entende”.../ “Você está errado”/ “Você tem
de...”/ “Você me agride...”
• CNV: Minha atenção se foca na SUA visão
22. • Até a pessoa sentir: “fui amplamente ouvida e disse
tudo que precisava”...
• Está dizendo: “Por favor, veja-me como quero ser
visto” e “Obrigado por ver-me como quero ser visto”.
• Solitário por muito tempo: “não preciso de você!”
• “Não insista, não desista, persista!”
23. • Raiva:
- “eles são...” por “eu preciso de...”
- [Culpar] por [perceber] meus
sentimentos e necessidades e as dos
outros...
- Nunca diga “MAS...”, a uma pessoa com
raiva.
24. Raiva:
A violência vem da crença de que sua dor se origina
dos outros e merecem ser punidos.
4 passos para expressar a raiva:
1. Parar. Respirar- ficamos quietos.
2. Identificar nossos pensamentos que estão julgando as
pessoas: “Sinto nojo! Ele é racista!”
3. Conectar-nos a nossas necessidades: “Quero ser
reconhecido!”
4. Expressar nossas necessidades: “sinto-me triste
quando você fala mau dos judeus!”
25. Exercício: CNV em situações de raiva
• Liste os julgamentos mais comuns em sua
mente: “Não gosto de pessoas que são...”
• Pergunte-se: “Quando falo essa idéia a respeito
de alguém, do que estou precisando e não
estou obtendo?”
• Ao expressarmos nossas necessidades é bem
mais provável que elas sejam atendidas do que
se julgarmos.
26. • É a “comunicação que enfatiza o afeto como
motivação principal de nossas ações, ao invés
do medo, culpa, vergonha, acusação, coerção,
ameaça”...
• É “um fluxo entre nós mesmos e as outras
pessoas, com base em ação mútua e de
coração”.
• “NÃO se trata de culpar e enganar pessoas para
que façam o que você quer!”
Empatia é: encontros genuínos,
abertos e mútuos
27. Perguntas de não-violência
• O que esta pessoa está sentindo?
• Do que ela precisa?
• Como estou me sentindo em relação a essa
pessoa e que necessidades estão por trás
desses sentimentos?
• Que ação ou decisão eu pediria a essa pessoa
para tomar, acreditando que isso a faria viver
mais feliz e a mim também?
28. Perigos:
• Confundir “julgamentos” com “fatos”, ocultando críticas.
• CNV não é ser ‘bonzinho” e tentar passar por herói
• Acabar escondendo seus próprios desejos e
necessidades
• Acabar tentando manipular os outros infantilizando-os-
empatia não é interpretação!
• Não perceber quando simplesmente “calar” e “não-agir”
• Constante atenção e cuidado ao praticar caso a caso.
29. “Além das idéias e fazer errado e fazer
certo há um campo. Te encontro lá”.
Rumi
ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não- Violenta:
São Paulo, Ágora, 2006.
http://www.cnvc.org/index.htm
http://www.cnvbrasil.org/
30. “O poder das boas palavras constrói
o paraíso na Terra”.
(Masaharu Taniguchi,
A Verdade da Vida, vol. 35, p. 101)