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BSP – BUSINESS SCHOOL SÃO PAULO 
KAHUÊ SOUZA CARDOSO 
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING 
São Paulo 
2013
KAHUÊ SOUZA CARDOSO 
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING 
Projeto para o Trabalho de Conclusão de 
Curso – Artigo apresentado à Banca 
Examinadora, como exigência parcial para 
a obtenção do certificado de Master em 
Gestão da Informação e Business 
Intelligence na Business School São Paulo 
da Universidade Anhembi Morumbi, sob a 
orientação do Prof. Leonardo Ferreira 
Saar. 
São Paulo 
2013
KAHUÊ SOUZA CARDOSO 
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING 
Projeto para o Trabalho de Conclusão de 
Curso – Artigo apresentado à Banca 
Examinadora, como exigência parcial para 
a obtenção do certificado de Master em 
Gestão da Informação e Business 
Intelligence na Business School São Paulo 
da Universidade Anhembi Morumbi, sob a 
orientação do Prof. Leonardo Ferreira 
Saar.
DEDICATÓRIA 
A minha família e todas as pessoas próximas 
que me apoiam todos os dias.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço ao meu Orientador pelo saber compartilhado e pelas orientações precisas, 
que tanto me ajudaram na pesquisa e finalização do trabalho. 
Aos mestres que acompanharam este trabalho e foram peças fundamentais em minha 
formação acadêmica.
RESUMO 
O mundo dos negócios está cada vez mais competitivo e em constante e rápida 
evolução, exigindo das empresas um alto nível de criatividade e inovação para desenvolver 
seus produtos, serviços e processos e gerar vantagem competitiva. Neste cenário a 
metodologia de design thinking é um recurso que proporciona um caminho para convergir 
ideias e experiências em soluções para necessidades de consumidores, o que corresponde a 
capacidade transformação de dados em conhecimento explícito. Com isso, este artigo faz um 
paralelo entre o processo de criação do conhecimento e o processo de design thinking. 
PALAVRAS CHAVE: Design Thinking. Conhecimento. Processo. Informação.
ABSTRACT 
The world of business is increasingly competitive and constantly and rapidly 
evolving, requiring from companies a high creativity and innovation level to develop their 
products, services and processes creating competitive advantages. In this scenario the 
methodology of design thinking is a resource that provides a path to converge ideas and 
experience in solutions for the needs of consumers, which corresponds to transform data into 
explicit knowledge. Therefore, this article draws a parallel between the process knowledge 
creation process and the design thinking. 
KEY WORDS: Design Thinking. Knowledge. Process. Information.
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO........................................................................................................................10 
01. TEMA.................................................................................................................................11 
02. PROBLEMA ......................................................................................................................11 
03. HIPÓTESE .........................................................................................................................11 
04. DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................12 
05. JUSTIFICATIVA...............................................................................................................12 
06. OBJETIVOS.......................................................................................................................12 
07. METODOLOGIA...............................................................................................................13 
7.1. Tipo de coleta, análise e interpretação dos dados..........................................................13 
7.2. Coleta.............................................................................................................................13 
7.3. Análise e interpretação dos dados .................................................................................13 
08. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................13 
09. DESCRIÇÃO DE PROCESSOS........................................................................................14 
9.1. O processo de criação do conhecimento........................................................................14 
9.2. O processo de design thinking.......................................................................................17 
10. ANÁLISE DOS PROCESSOS (5W2H) ............................................................................19 
11. CONCLUSÃO....................................................................................................................22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................23
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional. ...16 
Figura 2: Os seis passos do processo de Design Thinking.......................................................18
10 
INTRODUÇÃO 
Nos dias de hoje a sociedade possui fácil acesso a informação, devido a fatores como 
inclusão digital, alta produção de conteúdo pelo os usuários da internet, avanços tecnológicos 
e redução de custos para aquisição de dispositivos que conectam as pessoas, e o grande 
desafio para as empresas neste cenário é filtrar os dados e as informações relevantes, e 
transformar-los em conhecimento, saber como usá-las em seu contexto e identificar 
oportunidades de negócios. Analisando as grandes empresas de sucesso dos tempos atuais, 
nota-se o destaque de empresas como Apple e Google, que possuem produtos e serviços que 
atendem a necessidades que até certo tempo atrás os seus próprios usuários não imaginavam 
que seriam atendidas da forma que é hoje, ou alguém imaginava que poderia fazer pesquisas 
que eram antes feitas em enciclopédias como a Barsa e levavam horas para encontrar o 
resultado, em um aplicativo que pode estar em um dispositivo no seu bolso e resultado 
aparece em menos de 15 segundos? 
A criação de produtos e serviços com esses propósitos e essas aderências, pode ser 
concluído que são resultados da abordagem feita por tais empresas, onde observaram o 
mercado e identificaram a oportunidade de negócios, algo que nesses casos, o próprio 
consumidor não sabia que a solução ideal são os serviços iguais aos que são ofertados hoje. 
Tais premissas compõem um processo hoje denominado como Design Thinking e avaliando 
os exemplos dessas duas empresas, associa-se que esse processo é recente, mas, emergindo na 
história, temos o exemplo de Henry Ford, que ao inventar o automóvel em 1903, pode-se 
considerar que as premissas iniciais do conceito de design thinking já estavam em ação desde 
então, pois naquela época, se fossem perguntar ao mercado sobre qual seria a solução que 
facilitaria a locomoção e o transporte, muitos diriam que gostariam de um cavalo mais veloz, 
mas Henry Ford ao observar os hábitos e a experiência de transporte da época, propôs uma 
solução que revolucionou o mercado e influencia até hoje a forma como nos locomovemos. 
Considerando a competição do mercado e a velocidade das inovações que temos 
atualmente, pode-se afirmar que o design thinking é um processo que proporciona às 
empresas a possibilidade de entender e interligar os hábitos, costumes e comportamentos das 
pessoas a uma infinidade de contextos que podem ser oportunidades de ofertar um produto, ou 
um serviço ou um processo que corresponda a um desejo, que inicialmente poderá ser 
momentâneo, mas que se for satisfeito e com uma experiência que agregue valor, poderá se 
tornar uma demanda para as empresas.
11 
01. TEMA 
A capacidade de processos inovadores, como o design thinking, converter dados das 
mais diversas origens em conhecimento, em inteligência, em sabedoria, em produto, em 
novos processos e em serviços. 
02. PROBLEMA 
O excesso de informação, a facilidade de acessá-las, a velocidade das inovações 
tecnológicas, a inclusão digital e a conversão dos contextos online e off-line para um contexto 
híbrido, onde a qualquer momento e dos mais diversos dispositivos, como celulares, 
computadores, notebooks, tablets, relógios, óculos, entre outros, as pessoas tem a 
possibilidade de acessar dados e informações, interpretá-los e aplicá-los a fins profissionais, 
políticos, entretenimento, lazer e muitos outros, dando diferentes conotações e multiplicando 
as possibilidades de interpretações formando um ciclo contínuo. 
Este cenário é o desafio para as empresas conhecerem, entenderem, observarem, 
identificar pontos de vistas e oportunidades, e proporem soluções em formatos de produtos, 
processos e serviços para atender desejos e necessidades das pessoas. 
03. HIPÓTESE 
A realidade atual é complexa e exige das empresas uma capacidade de entenderem e 
conhecerem o seu mercado, os seus clientes, os seus concorrentes (diretos e indiretos), seus 
fornecedores e ter flexibilidade e resiliência para se relacionar e posicionar diante desses 
fatores. 
A hipótese desse artigo é que o processo de design thinking, é um dos recursos que 
pode possibilitar as empresas impulsionadas e sustentadas por seus valores, visões e missões, 
que permitem saber o que primam, onde querem chegar e como querem chegar, a observarem 
o mercado e seus consumidores, conhecerem e entenderem seus hábitos e desejos, identificar 
oportunidades e necessidades e propor soluções para atendê-los, fazendo assim, com que se 
posicionem no mercado, fidelizem seus clientes e também conquistem novos, e que 
preocupem os seus concorrentes e engajem seus fornecedores para uma proposta com 
interesses mútuos.
12 
04. DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Explicando o processo de design thinking, de forma sucinta, será feito um paralelo 
com a criação do conhecimento organizacional, considerando que é um processo que converte 
o conhecimento tácito para explícito e também o conhecimento individual para um 
conhecimento coletivo. Com a comparação dos processos, os resultados de ambos serão 
analisados e as conclusões apresentadas. 
05. JUSTIFICATIVA 
Na última década as organizações estando já digitalizadas e globalizadas, iniciaram a 
competição através da inovação e diferenciação. Com isso a estratégia de design oferece a 
oportunidade de construir não apenas os melhores produtos, mas também os melhores 
sistemas e processos. Este foi um tema discutido em 2006 no The World Economic Fórum em 
Davos (Suíça), em paralelo, um estudo publicado na 69ª edição da revista HSM Management, 
realizado durante três anos com 40 empresas da lista de 500 maiores dos EUA da revista 
Fortune, comandado pela empresa de pesquisas Peer Insight, descobriu que, entre 2000 e 
2005, as empresas focadas em design voltado para experiência do consumidor superaram o 
desempenho do índice S&P 5001 numa proporção altíssima – de 10 para 1. Portanto destaca-se 
a importância da inovação para organizações se manterem e crescerem no mercado. 
06. OBJETIVOS 
O principal objetivo é explicar o processo de design thinking e traçar um paralelo 
com a criação do conhecimento, mostrando como neste processo o conhecimento tácito se 
converte em conhecimento explicito, e também, o conhecimento individual articula-se para 
ser amplificado para a organização. 
1S&P 500 trata-se de um índice composto por quinhentos ativos (ações) qualificados devido ao seu tamanho de 
mercado, sua liquidez e sua representação de grupo industrial. É (S&P 500) um índice ponderado de valor de 
mercado (valor do ativo multiplicado pelo número de ações em circulação) com o peso de cada ativo no índice 
proporcional ao seu preço de mercado.
13 
07. METODOLOGIA 
7.1. Tipo de coleta, análise e interpretação dos dados. 
A coleta de dados será por meio de análise de conteúdo, onde documentos e 
produções bibliográficas serão utilizados para uma análise qualitativa. E usando a 
metodologia do 5W2H, será analisado o processo de criação do conhecimento e o processo de 
design thinking. 
7.2. Coleta 
A pesquisa será explicativa, onde o processo de criação do conhecimento e o 
processo de design thinking serão comparados, e seus resultados analisados. A abordagem 
sobre o tema será qualitativa, onde os processos serão descritos, analisados e interpretados. A 
técnica de coleta de dados será por meio de análise de conteúdo, ou seja, análise de 
documentos e produções bibliográficas. Foram selecionados documentos e produções 
bibliográficas dos principais autores sobre o tema de gestão e criação do conhecimento e 
também de design thinking. 
7.3. Análise e interpretação dos dados 
Serão expostas as fases do processo de criação do conhecimento organizacional e do 
processo de design thinking e analisado por meio da metodologia do 5w2h, como a conversão 
de conhecimento tácito para explicito e do conhecimento individual para um grupo e uma 
organização, moldados nestes processos são complementares e/ou equivalentes. 
08. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Os pioneiros nos estudos de Gestão do conhecimento, Nonaka e Tekeuchi, ao 
criarem a “Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional” afirmaram que “o modelo, 
que deve ser interpretado como exemplo ideal para o processo de criação do conhecimento, 
consiste em cinco fases: (1) compartilhamento do conhecimento tácito; (2) criação dos 
conceitos; (3) justificação dos conceitos; (4) construção de um arquétipo; e (5) nivelação do 
conhecimento.”(NONAKA e TAKEUCHI, 2008, p.81).
14 
Partindo deste conceito, este modelo permite traçar um paralelo com o processo de 
design thinking, onde seguindo a definição proposta por Jim Ratcliffe2, as etapas que o 
processo contempla são: (1) Compreensão; (2) Observação; (3) Definição; (4) Ideação; (5) 
Prototipação; e (6) Realização de testes. É comum encontrar este mesmo processo de design 
thinking, segmentado em um número menor de fases, pois alguns praticantes, estudiosos e 
profissionais agrupam uma ou mais etapas em uma única, se adaptando a requisitos e 
exigências de projetos. 
Assim como a proposta deste artigo, o paralelo entre criação do conhecimento e 
design thinking, também é feito no livro The Design of Business, escrito por Roger Martin, 
onde as conclusões são que o próprio processo de design thinking é um processo de 
conhecimento, com a finalidade de produzir um produto, ou um serviço, ou um processo, que 
tende a ser de caráter inovador, considerando a ótica adotada para esse desenvolvimento. 
09. DESCRIÇÃO DE PROCESSOS 
9.1. O processo de criação do conhecimento 
Nonaka e Takeuchi, afirmam que sua teoria de Criação do Conhecimento 
Organizacional consiste em cinco etapas (Figura 1), as quais serão descritas abaixo: 
• Compartilhamento do conhecimento tácito 
O compartilhamento do conhecimento tácito é o início do processo de criação do 
conhecimento, onde com a socialização, o conhecimento advindo dos indivíduos por meio de 
suas experiências, crenças e sua intenção para com o contexto em formatos de habilidades 
técnicas e modelos mentais, é compartilhado, criando assim conhecimento tácito. 
O conhecimento tácito também pode ser adquirido diretamente dos outros sem o uso 
da linguagem, explorando recursos como a observação, a imitação e a prática, por exemplo, o 
é o mesmo princípio utilizado no aprendizado de condução de um automóvel ou no 
aprendizado de um aprendiz sobre a arte de um artesão. 
2Jim Ratcliffe é pós-graduado em Learning, Design, and Technology pela Universidade de Stanford e atua como 
designer, escritor e professor também na Universidade de Stanford 
(http://ldtprojects.stanford.edu/~jimr1/jratcliffe_resume.pdf).
15 
• Criação dos conceitos 
Com o compartilhamento e articulação do conhecimento tácito de um indivíduo 
para um grupo, outros conhecimentos tácitos são criados e tornam-se explícitos em formatos 
de metáforas, analogias, modelos ou hipóteses. Ao ser disseminado o conhecimento tácito, é 
comum que as expressões na exposição do conhecimento, sejam insuficientes, inadequadas e 
inconsistentes. Essa discrepância entre o conhecimento exposto e as expressões utilizadas faz 
com que reflexões sejam feitas e ocorram interações entre os indivíduos em busca de 
entendimento e criação dos conceitos. 
• Justificação dos conceitos 
Após a conversão de conhecimentos por meio da socialização e externalização, 
sustentados por reflexões e interações para formulação de modelos, hipóteses e conceitos, 
ocorre à incorporação do conhecimento explícito para tácito, onde o conhecimento torna-se 
patrimônio individual em forma de modelos mentais e conhecimento técnico. Com estes 
subsídios as justificativas para buscar os conceitos são feitas e com a decisão de continuidade 
inicia-se outra fase. 
• Construção de um arquétipo 
Os conceitos ao serem justificados, são sistematizados em um sistema de 
conhecimento por intermédio de trocas, combinações, separações, adições e classificações de 
documentos, reuniões, redes de comunicação interligadas e conversas, formulando protótipos 
para produtos tangíveis e modelos operacionais para soluções intangíveis. 
• Nivelação do conhecimento 
Na última etapa o conhecimento é colocado no mesmo plano e disseminado para 
outros grupos, internos e externos, como colaboradores, clientes, acionistas, fornecedores, 
concorrentes e mercado, alinhados com os interesses e a relevância e em diversos formatos 
tais como patentes, propagandas, serviços e produtos.
16 
Figura 1: Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional. 
Fonte: Kao Corporation. 
Essas etapas para criação do conhecimento não são independentes umas das outras, 
elas interagem entre si repetitivamente e continuamente e são promovidas por cinco condições 
organizacionais que as transformam em um espiral do conhecimento. Essas condições são as 
seguintes: 
• Intenções – são as motivações organizacionais para atingir suas metas e 
objetivos, os quais tendem a estar alinhados com a missão, visão e os valores da organização; 
• Autonomia – é a liberdade de agir e decidir de indivíduos e grupos, que atuam 
como agentes facilitadores de entendimentos e disseminadores de conhecimento, o que faz 
com que se motivem e criarem novos conhecimentos; 
• Flutuação e caos criativo – são fatores que estimulam a interação entre 
organização e o ambiente externo. A flutuação é um padrão comportamental do ambiente que 
inicialmente é difícil de ser identificado, o qual interrompe hábitos rotineiros e confortáveis, e 
promovem a reflexão e revisão das ações que devem ser feitas. O caos pode ser intencional 
com a ideia de aumentar a tensão e induzir a ações diferentes, ou também pode ser natural, 
causado por mudanças repentinas e não previstas, onde atitudes devem ser repensadas. 
• Redundância–como condição organizacional, a redundância é compartilhar 
um conceito criado por um grupo ou um indivíduo para outros que talvez de imediato não
17 
necessitem. Com essa partilha o indivíduo pode ter suas percepções, interagir e acelerar o 
processo de criação do conhecimento. 
• Requisito variedade – é a diversidade de indivíduos em uma organização, que 
permitem que grupo multidisciplinares sejam formados e possam enfrentar problemas 
multifacetados, convergindo pontos de vistas distintos em novos aprendizados, condizentes ao 
cenário complexo das organizações. 
Essas condições organizacionais são os fatores que fazem com que o processo de 
criação do conhecimento aconteça de forma iterativa e contínua gerando o espiral do 
conhecimento. 
9.2. O processo de design thinking 
Jim Ratcliffe ao definir as etapas do processo de Design Thinking apresenta a 
seguinte estrutura (Figura 2): 
• Compreensão 
A compreensão é o início do processo de Design Thinking, onde os envolvidos no 
projeto fazem uma imersão no aprendizado, por meio de pesquisas e conversas com 
especialistas. Nesta fase inicial, o objetivo é desenvolver uma base de conhecimento através 
dessas experiências, para que o seus entendimentos sejam subsídios para aplicar no 
desenvolvimento do processo. 
• Observação 
Nesta fase os envolvidos no projeto observam como as pessoas se comportam, 
interagem e observam espaços físicos e lugares. Com a observação e a interação, são buscadas 
as respostas para perguntas como: O que as pessoas fazem? Quando as pessoas fazem? 
Quantas vezes as pessoas fazem? Por que as pessoas fazem? Como as pessoas fazem? Quanto 
em dinheiro, em tempo e esforço as pessoas gastam para fazer? Refletindo sobre essas 
questões e suas respectivas respostas, as primeiras premissas começam a ser desenvolvidas. 
• Definição 
Nesta fase o foco é estar consciente das necessidades das pessoas dentro dos cenários 
relevantes para o projeto. As premissas, as ideias e pontos de vista são apresentados e são
18 
feitas sugestões de como desenvolve-las e aplicá-las de modo que mudem e impactem as 
experiências de pessoas. 
• Ideação 
Nesta fase os envolvidos no projeto são desafiados a proporem uma infinidade de 
ideias e de suspender o julgamento, para que nenhuma ideia seja julgada como errada ou 
absurda, ou seja, descartada. O objetivo é que haja a intersecção de pensamentos e ideias 
diferentes a fim de encontrar um denominador comum eficaz e de qualidade, para que assim 
ideias inovadoras surjam, evoluam e cheguem a uma ou mais soluções relevantes. 
• Prototipação 
Nesta fase as ideias convergem em protótipos desde funcionais, como um programa 
com funcionalidade limitada, até físicos, como esboços feitos em um papel, ou um modelo 
feito em caixa de papelão. É uma forma de responder perguntas sobre desempenho e 
viabilidade e demonstrar o produto para colher opiniões. 
• Realização de Testes 
O teste é parte de um processo iterativo que fornece feedbacks aos envolvidos no 
projeto. O objetivo do teste é para saber o que funciona e o que não funciona, e voltar ao 
protótipo e modificá-lo com base no feedback e retomar a repetição de testes. O teste assegura 
aos envolvidos no projeto o que funciona e não funciona para o público participante dos 
testes. 
Figura 2:Os seis passos do processo de Design Thinking 
Fonte: Jim Ratcliffe
19 
Mesmo o design thinking sendo apresentado como um processo, não 
necessariamente é algo linear onde suas etapas são rigorosamente seqüenciais e 
independentes. Neste processo, cada etapa permeia a outra, compondo um todo coerente e se 
adequando aos objetivos e contexto do projeto. 
10. ANÁLISE DOS PROCESSOS (5W2H) 
Com a metodologia do 5W2H serão analisados os processos de criação do 
conhecimento e design thinking, buscando as respostas paras seguintes perguntas: O que 
representam esses processos em uma organização? Por que esses processos são utilizados em 
uma organização? Onde esses processos são aplicados em uma organização? Quando esses 
processos são praticados em uma organização? Por quem esses processos são aplicados em 
uma organização? Como esses processos são aplicados em uma organização? Quanto custa a 
aplicação desses processos para uma organização? Tomando como base que no capítulo 
anterior a resposta para “o que são?” os processos de criação conhecimento e design thinking 
já foram fornecidos, no primeiro tópico será explanado o que esses processos representam 
para uma organização. 
• O que representam esses processos para uma organização? 
O processo de criação do conhecimento é parte do processo de gestão do 
conhecimento em uma organização, que é “o processo de criar continuamente novos 
conhecimentos, disseminando-os amplamente através da organização e incorporando-os 
velozmente em novos produtos/serviços, tecnologias e sistemas” (NONAKA e TAKEUCHI, 
2008, p.IX). Para Valentim (2006) a construção do conhecimento é algo inerente ao ser 
humano, é no âmbito organizacional isso se reforça ainda mais, pois todos os indivíduos 
possuem necessidades informacionais para desenvolverem suas atividades, conforme 
destacado por WURMAN (1995) que citou que as necessidades informacionais são: 
Informação interna; Informação conversacional; Informação de referência; Informação 
noticiosa e Informação cultural. Portanto, com esses aspectos, pode-se afirmar que assim 
como a criação do conhecimento é inerente ao ser humano, a criação do conhecimento é 
também inerente e vital para as organizações, pois não sendo criado conhecimento as 
organizações tornam-se incapazes de se manterem produtivas e competitivas. 
O processo de design thinking tem como proposta desenvolver produtos, serviços e 
processos inovadores, ou seja, que causam impactos na vida das pessoas e transformam a
20 
forma de trabalharem e viverem. Sendo assim, para as organizações esse processo representa 
um recurso e um diferencial direcionado a criar e reconstruir novas experiências dos usuários 
com os produtos e serviços das organizações. 
O processo de criação do conhecimento isoladamente não garante as organizações 
que produtos, serviços e processos inovadores sejam criados, pois a disseminação do 
conhecimento e incorporação de tal conhecimento nos produtos, serviços, sistemas e 
processos precisam ser efetivados. Mas, a iniciativa de uma organização em ter um processo 
de design thinking é um indicador da intenção de disseminar e incorporar o conhecimento 
criado pelo o processo, com um diferencial de que o conhecimento criado em tal processo é 
com foco no cliente e na inovação. 
• Por que esses processos são utilizados em uma organização? 
As organizações utilizam o processo de criação do conhecimento por ser inerente e 
vital a elas, e a sua continuidade é essencial, e para um resultado efetivo, é necessário o 
complemento proporcionado pelo o processo de gestão conhecimento, para que com a 
disseminação para organização e a incorporação nos produtos e serviços a organização possa 
auferir seus objetivos e manter-se competitiva. 
O processo de design thinking é usado principalmente para organizações cujo 
posicionamento é a inovação de seus produtos e serviços, mas é um processo valioso para 
organizações que almejam conhecer e entender a cultura, a experiência, emoções, 
pensamentos e comportamentos de seus clientes e do mercado, para identificar oportunidades 
e novos nichos para serem explorados e convertidos em demanda para organização. 
• Onde esses processos são aplicados em uma organização? 
O processo de criação do conhecimento é aplicado na organização como um todo e 
ocorre de maneira informal, durante um almoço ou um café, e também formal como em 
reuniões e ações em grupo. 
O processo de design thinking não possui restrições de áreas de aplicação, mas 
normalmente é aplicado em projetos de desenvolvimentos de produtos e serviços, ou também, 
em áreas como Pesquisa e Desenvolvimento, Produtos e Marketing, Tecnologia. 
• Quando esses processos são praticados em uma organização?
21 
Enquanto a organização tiver interesse em manter-se no mercado e competitiva, o 
processo de criação terá que existir, pois a partir do momento que ele deixar de existir, 
significa que não há mais pessoas engajadas na organização. 
Já o processo de design thinking não é algo que em todos os contextos será vital para 
a organização, mas é utilizado quando a organização tem como objetivo conhecer e entender a 
cultura, a experiência, emoções, pensamentos e comportamentos de seus clientes e do 
mercado para produzir um produto ou um serviço que atenda a demanda de uma(s) 
necessidade(s) identificada(s). 
• Por quem esses processos são aplicados em uma organização? 
O processo de criação do conhecimento sendo inerente a uma organização é aplicado 
por todos nela inseridos, portanto, cada colaborador, departamento, área, unidade de negócio e 
serviço participa de um ou mais processos de criação do conhecimento. 
O processo de design thinking é aplicado por equipes multidisciplinares, podendo 
conter indivíduos de departamentos, áreas, unidades de negócios e serviços diferentes e até 
mesmo indivíduos não integrantes da organização. 
• Como esses processos são aplicados em uma organização? 
O processo de criação do conhecimento pode ser aplicado a todo o momento em uma 
organização por meio da Socialização, de um indivíduo para outro, ou por meio da 
Externalização, de um indivíduo para um grupo, ou por meio da Combinação, de um grupo 
para a organização, e por fim, por meio da Internalização, que é da organização para o 
indivíduo. 
Uma vez a organização entendendo e decidindo que novos produtos e serviços 
precisam ser produzidos e novas oportunidades precisam ser identificadas, um projeto ou uma 
área de design thinking precisa ser implementada, e o primeiro passo é definir o escopo, 
formar uma equipe multidisciplinar, definir um cronograma, delegar responsabilidades e 
papéis e iniciar as atividades. 
Quanto custa a aplicação desses processos para uma organização? 
O processo de criação do conhecimento possui um valor inestimável, pois a sua 
prática contínua representa a sobrevivência da organização no mercado ao qual está inserida. 
Porém, o incentivo a criação do conhecimento pode implicar também em investimentos em 
recursos humanos e tecnológicos para que haja aumento da criação do conhecimento, e
22 
também, existam todas as condições para que todo novo conhecimento seja disseminado e 
incorporado aos produtos, serviços, processos e sistemas. 
O processo de design thinking possui custos variáveis de acordo com o projeto, mas 
os resultados de um projeto podem gerar um valor também inestimável para organização 
fazendo com que ela inove, tenha um novo posicionamento no mercado, seja líder e tenha sua 
marca reconhecida. 
11. CONCLUSÃO 
A inerência da construção do conhecimento ao ser humano nos faz concluir que a 
sobrevivência das organizações e dependente da continuidade de criação de novos 
conhecimentos para que ao serem disseminados e incorporados em seus produtos, serviços, 
processos e sistemas eles sejam otimizados e também para que haja a renovação, adequação e 
evolução dos modelos mentais, conceitos e paradigmas criados pela as pessoas e para que 
estejam engajados em buscar novos aprendizados e converte-los em resultados. Porém, não é 
toda a criação contínua, a disseminação e a incorporação do conhecimento que garante que a 
organização seja inovadora, pois a inovação está ligada a valor percebido, ou seja, algo que 
causa impacto na vida das pessoas e transformam para sempre a forma dessas pessoas 
viverem e trabalharem. 
Para inovar as organizações precisam desenvolver a capacidade de imergir nos 
contextos dos usuários e extrair valores por meio da descoberta de necessidades, desejos e 
barreiras de utilização que não são revelados em pesquisas tradicionais, em outras palavras, é 
a capacidade de compreender profundamente o ser humano, cocriar com o mesmo e 
experimentar as soluções. Isso significa direcionar a criação, disseminação e incorporação do 
conhecimento adquirido dessas experiências de imersão para que o resultado seja o mais 
efetivo possível, inovador. 
Assim como na década de 80 ocorreu com a Qualidade, nos anos 90 com os 
Processos, e na década seguinte com a Estratégia, nos dias atuais a palavra-chave para as 
organizações é a Inovação, pois ela é quem irá fazer com que os consumidores queiram ter 
uma experiência com os produtos e serviços ofertados pela organização e também irão 
permitir que elas se destaquem no mercado e atinjam suas metas e objetivos. Como evidência 
da importância do papel da inovação nos dias atuais, ao analisar o ranking das empresas nos 
quesitos de Inovação (Forbes, 2012), Marca (Interbrand, 2012) e Valor de Mercado (Nasdaq,
23 
2012), as únicas empresas que aparecem entre as Top 10 nos três quesitos são Apple e 
Google, as quais em termos de produtos e serviços com valor percebido proporcionam 
experiências como, a já citada, pesquisa sobre qualquer tema em 15 segundos em um 
dispositivo que está em seu bolso, algo que antes era feito com um alto custo de tempo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Hirotaka. Criação do Conhecimento na Empresa: como 
as empresas geram a dinâmica da inovação. Brasil, Rio de Janeiro: Campus, 1997. 
WURMAN, Richard S. Ansiedade de informação: Como Transformar Informação em 
Compreensão. 5. ed. Brasil, São Paulo: Cultura, 1995. 
WEBGRAFIA 
A Construção do Conhecimento em Organizações. Disponível 
em:<http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=75>. Acesso em 01.jan. 2013. 
Artigos: Design Thinking. Disponível em: <http://rogerlmartin.com/library/articles/design-thinking/>. 
Acesso em 06.out.2012.
24 
Harvard Business Review - Design Thinking. Disponível 
em:<http://www.unusualleading.com/wp-content/uploads/2009/12/HBR-on-Design- 
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Best Global Brands 2012. Disponível em: <http://www.interbrand.com/pt/best-global-brands/ 
2012/Best-Global-Brands-2012-Brand-View.aspx> Acesso em 06.out.2012. 
The World’s Most Innovative Companies.Disponível em: <http://www.forbes.com/special-features/ 
innovative-companies-list.html> Acesso em 06.out.2012. 
Apple Inc. outstripped Exxon Mobil Corporation (NYSE:XOM) in Market 
Capitalization. Disponível em: <http://www.newstodaydigest.com/apple-inc-nasdaqaapl-outstripped- 
exxon-mobil-corporation-nysexom-in-market-capitalization/125812/ > Acesso em 
06.out.2012.

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  • 1. BSP – BUSINESS SCHOOL SÃO PAULO KAHUÊ SOUZA CARDOSO CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING São Paulo 2013
  • 2. KAHUÊ SOUZA CARDOSO CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING Projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo apresentado à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção do certificado de Master em Gestão da Informação e Business Intelligence na Business School São Paulo da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Leonardo Ferreira Saar. São Paulo 2013
  • 3. KAHUÊ SOUZA CARDOSO CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DESIGN THINKING Projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo apresentado à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção do certificado de Master em Gestão da Informação e Business Intelligence na Business School São Paulo da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Leonardo Ferreira Saar.
  • 4. DEDICATÓRIA A minha família e todas as pessoas próximas que me apoiam todos os dias.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu Orientador pelo saber compartilhado e pelas orientações precisas, que tanto me ajudaram na pesquisa e finalização do trabalho. Aos mestres que acompanharam este trabalho e foram peças fundamentais em minha formação acadêmica.
  • 6. RESUMO O mundo dos negócios está cada vez mais competitivo e em constante e rápida evolução, exigindo das empresas um alto nível de criatividade e inovação para desenvolver seus produtos, serviços e processos e gerar vantagem competitiva. Neste cenário a metodologia de design thinking é um recurso que proporciona um caminho para convergir ideias e experiências em soluções para necessidades de consumidores, o que corresponde a capacidade transformação de dados em conhecimento explícito. Com isso, este artigo faz um paralelo entre o processo de criação do conhecimento e o processo de design thinking. PALAVRAS CHAVE: Design Thinking. Conhecimento. Processo. Informação.
  • 7. ABSTRACT The world of business is increasingly competitive and constantly and rapidly evolving, requiring from companies a high creativity and innovation level to develop their products, services and processes creating competitive advantages. In this scenario the methodology of design thinking is a resource that provides a path to converge ideas and experience in solutions for the needs of consumers, which corresponds to transform data into explicit knowledge. Therefore, this article draws a parallel between the process knowledge creation process and the design thinking. KEY WORDS: Design Thinking. Knowledge. Process. Information.
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................................10 01. TEMA.................................................................................................................................11 02. PROBLEMA ......................................................................................................................11 03. HIPÓTESE .........................................................................................................................11 04. DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................12 05. JUSTIFICATIVA...............................................................................................................12 06. OBJETIVOS.......................................................................................................................12 07. METODOLOGIA...............................................................................................................13 7.1. Tipo de coleta, análise e interpretação dos dados..........................................................13 7.2. Coleta.............................................................................................................................13 7.3. Análise e interpretação dos dados .................................................................................13 08. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................13 09. DESCRIÇÃO DE PROCESSOS........................................................................................14 9.1. O processo de criação do conhecimento........................................................................14 9.2. O processo de design thinking.......................................................................................17 10. ANÁLISE DOS PROCESSOS (5W2H) ............................................................................19 11. CONCLUSÃO....................................................................................................................22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................23
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional. ...16 Figura 2: Os seis passos do processo de Design Thinking.......................................................18
  • 10. 10 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje a sociedade possui fácil acesso a informação, devido a fatores como inclusão digital, alta produção de conteúdo pelo os usuários da internet, avanços tecnológicos e redução de custos para aquisição de dispositivos que conectam as pessoas, e o grande desafio para as empresas neste cenário é filtrar os dados e as informações relevantes, e transformar-los em conhecimento, saber como usá-las em seu contexto e identificar oportunidades de negócios. Analisando as grandes empresas de sucesso dos tempos atuais, nota-se o destaque de empresas como Apple e Google, que possuem produtos e serviços que atendem a necessidades que até certo tempo atrás os seus próprios usuários não imaginavam que seriam atendidas da forma que é hoje, ou alguém imaginava que poderia fazer pesquisas que eram antes feitas em enciclopédias como a Barsa e levavam horas para encontrar o resultado, em um aplicativo que pode estar em um dispositivo no seu bolso e resultado aparece em menos de 15 segundos? A criação de produtos e serviços com esses propósitos e essas aderências, pode ser concluído que são resultados da abordagem feita por tais empresas, onde observaram o mercado e identificaram a oportunidade de negócios, algo que nesses casos, o próprio consumidor não sabia que a solução ideal são os serviços iguais aos que são ofertados hoje. Tais premissas compõem um processo hoje denominado como Design Thinking e avaliando os exemplos dessas duas empresas, associa-se que esse processo é recente, mas, emergindo na história, temos o exemplo de Henry Ford, que ao inventar o automóvel em 1903, pode-se considerar que as premissas iniciais do conceito de design thinking já estavam em ação desde então, pois naquela época, se fossem perguntar ao mercado sobre qual seria a solução que facilitaria a locomoção e o transporte, muitos diriam que gostariam de um cavalo mais veloz, mas Henry Ford ao observar os hábitos e a experiência de transporte da época, propôs uma solução que revolucionou o mercado e influencia até hoje a forma como nos locomovemos. Considerando a competição do mercado e a velocidade das inovações que temos atualmente, pode-se afirmar que o design thinking é um processo que proporciona às empresas a possibilidade de entender e interligar os hábitos, costumes e comportamentos das pessoas a uma infinidade de contextos que podem ser oportunidades de ofertar um produto, ou um serviço ou um processo que corresponda a um desejo, que inicialmente poderá ser momentâneo, mas que se for satisfeito e com uma experiência que agregue valor, poderá se tornar uma demanda para as empresas.
  • 11. 11 01. TEMA A capacidade de processos inovadores, como o design thinking, converter dados das mais diversas origens em conhecimento, em inteligência, em sabedoria, em produto, em novos processos e em serviços. 02. PROBLEMA O excesso de informação, a facilidade de acessá-las, a velocidade das inovações tecnológicas, a inclusão digital e a conversão dos contextos online e off-line para um contexto híbrido, onde a qualquer momento e dos mais diversos dispositivos, como celulares, computadores, notebooks, tablets, relógios, óculos, entre outros, as pessoas tem a possibilidade de acessar dados e informações, interpretá-los e aplicá-los a fins profissionais, políticos, entretenimento, lazer e muitos outros, dando diferentes conotações e multiplicando as possibilidades de interpretações formando um ciclo contínuo. Este cenário é o desafio para as empresas conhecerem, entenderem, observarem, identificar pontos de vistas e oportunidades, e proporem soluções em formatos de produtos, processos e serviços para atender desejos e necessidades das pessoas. 03. HIPÓTESE A realidade atual é complexa e exige das empresas uma capacidade de entenderem e conhecerem o seu mercado, os seus clientes, os seus concorrentes (diretos e indiretos), seus fornecedores e ter flexibilidade e resiliência para se relacionar e posicionar diante desses fatores. A hipótese desse artigo é que o processo de design thinking, é um dos recursos que pode possibilitar as empresas impulsionadas e sustentadas por seus valores, visões e missões, que permitem saber o que primam, onde querem chegar e como querem chegar, a observarem o mercado e seus consumidores, conhecerem e entenderem seus hábitos e desejos, identificar oportunidades e necessidades e propor soluções para atendê-los, fazendo assim, com que se posicionem no mercado, fidelizem seus clientes e também conquistem novos, e que preocupem os seus concorrentes e engajem seus fornecedores para uma proposta com interesses mútuos.
  • 12. 12 04. DELIMITAÇÃO DO TEMA Explicando o processo de design thinking, de forma sucinta, será feito um paralelo com a criação do conhecimento organizacional, considerando que é um processo que converte o conhecimento tácito para explícito e também o conhecimento individual para um conhecimento coletivo. Com a comparação dos processos, os resultados de ambos serão analisados e as conclusões apresentadas. 05. JUSTIFICATIVA Na última década as organizações estando já digitalizadas e globalizadas, iniciaram a competição através da inovação e diferenciação. Com isso a estratégia de design oferece a oportunidade de construir não apenas os melhores produtos, mas também os melhores sistemas e processos. Este foi um tema discutido em 2006 no The World Economic Fórum em Davos (Suíça), em paralelo, um estudo publicado na 69ª edição da revista HSM Management, realizado durante três anos com 40 empresas da lista de 500 maiores dos EUA da revista Fortune, comandado pela empresa de pesquisas Peer Insight, descobriu que, entre 2000 e 2005, as empresas focadas em design voltado para experiência do consumidor superaram o desempenho do índice S&P 5001 numa proporção altíssima – de 10 para 1. Portanto destaca-se a importância da inovação para organizações se manterem e crescerem no mercado. 06. OBJETIVOS O principal objetivo é explicar o processo de design thinking e traçar um paralelo com a criação do conhecimento, mostrando como neste processo o conhecimento tácito se converte em conhecimento explicito, e também, o conhecimento individual articula-se para ser amplificado para a organização. 1S&P 500 trata-se de um índice composto por quinhentos ativos (ações) qualificados devido ao seu tamanho de mercado, sua liquidez e sua representação de grupo industrial. É (S&P 500) um índice ponderado de valor de mercado (valor do ativo multiplicado pelo número de ações em circulação) com o peso de cada ativo no índice proporcional ao seu preço de mercado.
  • 13. 13 07. METODOLOGIA 7.1. Tipo de coleta, análise e interpretação dos dados. A coleta de dados será por meio de análise de conteúdo, onde documentos e produções bibliográficas serão utilizados para uma análise qualitativa. E usando a metodologia do 5W2H, será analisado o processo de criação do conhecimento e o processo de design thinking. 7.2. Coleta A pesquisa será explicativa, onde o processo de criação do conhecimento e o processo de design thinking serão comparados, e seus resultados analisados. A abordagem sobre o tema será qualitativa, onde os processos serão descritos, analisados e interpretados. A técnica de coleta de dados será por meio de análise de conteúdo, ou seja, análise de documentos e produções bibliográficas. Foram selecionados documentos e produções bibliográficas dos principais autores sobre o tema de gestão e criação do conhecimento e também de design thinking. 7.3. Análise e interpretação dos dados Serão expostas as fases do processo de criação do conhecimento organizacional e do processo de design thinking e analisado por meio da metodologia do 5w2h, como a conversão de conhecimento tácito para explicito e do conhecimento individual para um grupo e uma organização, moldados nestes processos são complementares e/ou equivalentes. 08. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os pioneiros nos estudos de Gestão do conhecimento, Nonaka e Tekeuchi, ao criarem a “Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional” afirmaram que “o modelo, que deve ser interpretado como exemplo ideal para o processo de criação do conhecimento, consiste em cinco fases: (1) compartilhamento do conhecimento tácito; (2) criação dos conceitos; (3) justificação dos conceitos; (4) construção de um arquétipo; e (5) nivelação do conhecimento.”(NONAKA e TAKEUCHI, 2008, p.81).
  • 14. 14 Partindo deste conceito, este modelo permite traçar um paralelo com o processo de design thinking, onde seguindo a definição proposta por Jim Ratcliffe2, as etapas que o processo contempla são: (1) Compreensão; (2) Observação; (3) Definição; (4) Ideação; (5) Prototipação; e (6) Realização de testes. É comum encontrar este mesmo processo de design thinking, segmentado em um número menor de fases, pois alguns praticantes, estudiosos e profissionais agrupam uma ou mais etapas em uma única, se adaptando a requisitos e exigências de projetos. Assim como a proposta deste artigo, o paralelo entre criação do conhecimento e design thinking, também é feito no livro The Design of Business, escrito por Roger Martin, onde as conclusões são que o próprio processo de design thinking é um processo de conhecimento, com a finalidade de produzir um produto, ou um serviço, ou um processo, que tende a ser de caráter inovador, considerando a ótica adotada para esse desenvolvimento. 09. DESCRIÇÃO DE PROCESSOS 9.1. O processo de criação do conhecimento Nonaka e Takeuchi, afirmam que sua teoria de Criação do Conhecimento Organizacional consiste em cinco etapas (Figura 1), as quais serão descritas abaixo: • Compartilhamento do conhecimento tácito O compartilhamento do conhecimento tácito é o início do processo de criação do conhecimento, onde com a socialização, o conhecimento advindo dos indivíduos por meio de suas experiências, crenças e sua intenção para com o contexto em formatos de habilidades técnicas e modelos mentais, é compartilhado, criando assim conhecimento tácito. O conhecimento tácito também pode ser adquirido diretamente dos outros sem o uso da linguagem, explorando recursos como a observação, a imitação e a prática, por exemplo, o é o mesmo princípio utilizado no aprendizado de condução de um automóvel ou no aprendizado de um aprendiz sobre a arte de um artesão. 2Jim Ratcliffe é pós-graduado em Learning, Design, and Technology pela Universidade de Stanford e atua como designer, escritor e professor também na Universidade de Stanford (http://ldtprojects.stanford.edu/~jimr1/jratcliffe_resume.pdf).
  • 15. 15 • Criação dos conceitos Com o compartilhamento e articulação do conhecimento tácito de um indivíduo para um grupo, outros conhecimentos tácitos são criados e tornam-se explícitos em formatos de metáforas, analogias, modelos ou hipóteses. Ao ser disseminado o conhecimento tácito, é comum que as expressões na exposição do conhecimento, sejam insuficientes, inadequadas e inconsistentes. Essa discrepância entre o conhecimento exposto e as expressões utilizadas faz com que reflexões sejam feitas e ocorram interações entre os indivíduos em busca de entendimento e criação dos conceitos. • Justificação dos conceitos Após a conversão de conhecimentos por meio da socialização e externalização, sustentados por reflexões e interações para formulação de modelos, hipóteses e conceitos, ocorre à incorporação do conhecimento explícito para tácito, onde o conhecimento torna-se patrimônio individual em forma de modelos mentais e conhecimento técnico. Com estes subsídios as justificativas para buscar os conceitos são feitas e com a decisão de continuidade inicia-se outra fase. • Construção de um arquétipo Os conceitos ao serem justificados, são sistematizados em um sistema de conhecimento por intermédio de trocas, combinações, separações, adições e classificações de documentos, reuniões, redes de comunicação interligadas e conversas, formulando protótipos para produtos tangíveis e modelos operacionais para soluções intangíveis. • Nivelação do conhecimento Na última etapa o conhecimento é colocado no mesmo plano e disseminado para outros grupos, internos e externos, como colaboradores, clientes, acionistas, fornecedores, concorrentes e mercado, alinhados com os interesses e a relevância e em diversos formatos tais como patentes, propagandas, serviços e produtos.
  • 16. 16 Figura 1: Modelo de cinco fases do processo de criação do conhecimento organizacional. Fonte: Kao Corporation. Essas etapas para criação do conhecimento não são independentes umas das outras, elas interagem entre si repetitivamente e continuamente e são promovidas por cinco condições organizacionais que as transformam em um espiral do conhecimento. Essas condições são as seguintes: • Intenções – são as motivações organizacionais para atingir suas metas e objetivos, os quais tendem a estar alinhados com a missão, visão e os valores da organização; • Autonomia – é a liberdade de agir e decidir de indivíduos e grupos, que atuam como agentes facilitadores de entendimentos e disseminadores de conhecimento, o que faz com que se motivem e criarem novos conhecimentos; • Flutuação e caos criativo – são fatores que estimulam a interação entre organização e o ambiente externo. A flutuação é um padrão comportamental do ambiente que inicialmente é difícil de ser identificado, o qual interrompe hábitos rotineiros e confortáveis, e promovem a reflexão e revisão das ações que devem ser feitas. O caos pode ser intencional com a ideia de aumentar a tensão e induzir a ações diferentes, ou também pode ser natural, causado por mudanças repentinas e não previstas, onde atitudes devem ser repensadas. • Redundância–como condição organizacional, a redundância é compartilhar um conceito criado por um grupo ou um indivíduo para outros que talvez de imediato não
  • 17. 17 necessitem. Com essa partilha o indivíduo pode ter suas percepções, interagir e acelerar o processo de criação do conhecimento. • Requisito variedade – é a diversidade de indivíduos em uma organização, que permitem que grupo multidisciplinares sejam formados e possam enfrentar problemas multifacetados, convergindo pontos de vistas distintos em novos aprendizados, condizentes ao cenário complexo das organizações. Essas condições organizacionais são os fatores que fazem com que o processo de criação do conhecimento aconteça de forma iterativa e contínua gerando o espiral do conhecimento. 9.2. O processo de design thinking Jim Ratcliffe ao definir as etapas do processo de Design Thinking apresenta a seguinte estrutura (Figura 2): • Compreensão A compreensão é o início do processo de Design Thinking, onde os envolvidos no projeto fazem uma imersão no aprendizado, por meio de pesquisas e conversas com especialistas. Nesta fase inicial, o objetivo é desenvolver uma base de conhecimento através dessas experiências, para que o seus entendimentos sejam subsídios para aplicar no desenvolvimento do processo. • Observação Nesta fase os envolvidos no projeto observam como as pessoas se comportam, interagem e observam espaços físicos e lugares. Com a observação e a interação, são buscadas as respostas para perguntas como: O que as pessoas fazem? Quando as pessoas fazem? Quantas vezes as pessoas fazem? Por que as pessoas fazem? Como as pessoas fazem? Quanto em dinheiro, em tempo e esforço as pessoas gastam para fazer? Refletindo sobre essas questões e suas respectivas respostas, as primeiras premissas começam a ser desenvolvidas. • Definição Nesta fase o foco é estar consciente das necessidades das pessoas dentro dos cenários relevantes para o projeto. As premissas, as ideias e pontos de vista são apresentados e são
  • 18. 18 feitas sugestões de como desenvolve-las e aplicá-las de modo que mudem e impactem as experiências de pessoas. • Ideação Nesta fase os envolvidos no projeto são desafiados a proporem uma infinidade de ideias e de suspender o julgamento, para que nenhuma ideia seja julgada como errada ou absurda, ou seja, descartada. O objetivo é que haja a intersecção de pensamentos e ideias diferentes a fim de encontrar um denominador comum eficaz e de qualidade, para que assim ideias inovadoras surjam, evoluam e cheguem a uma ou mais soluções relevantes. • Prototipação Nesta fase as ideias convergem em protótipos desde funcionais, como um programa com funcionalidade limitada, até físicos, como esboços feitos em um papel, ou um modelo feito em caixa de papelão. É uma forma de responder perguntas sobre desempenho e viabilidade e demonstrar o produto para colher opiniões. • Realização de Testes O teste é parte de um processo iterativo que fornece feedbacks aos envolvidos no projeto. O objetivo do teste é para saber o que funciona e o que não funciona, e voltar ao protótipo e modificá-lo com base no feedback e retomar a repetição de testes. O teste assegura aos envolvidos no projeto o que funciona e não funciona para o público participante dos testes. Figura 2:Os seis passos do processo de Design Thinking Fonte: Jim Ratcliffe
  • 19. 19 Mesmo o design thinking sendo apresentado como um processo, não necessariamente é algo linear onde suas etapas são rigorosamente seqüenciais e independentes. Neste processo, cada etapa permeia a outra, compondo um todo coerente e se adequando aos objetivos e contexto do projeto. 10. ANÁLISE DOS PROCESSOS (5W2H) Com a metodologia do 5W2H serão analisados os processos de criação do conhecimento e design thinking, buscando as respostas paras seguintes perguntas: O que representam esses processos em uma organização? Por que esses processos são utilizados em uma organização? Onde esses processos são aplicados em uma organização? Quando esses processos são praticados em uma organização? Por quem esses processos são aplicados em uma organização? Como esses processos são aplicados em uma organização? Quanto custa a aplicação desses processos para uma organização? Tomando como base que no capítulo anterior a resposta para “o que são?” os processos de criação conhecimento e design thinking já foram fornecidos, no primeiro tópico será explanado o que esses processos representam para uma organização. • O que representam esses processos para uma organização? O processo de criação do conhecimento é parte do processo de gestão do conhecimento em uma organização, que é “o processo de criar continuamente novos conhecimentos, disseminando-os amplamente através da organização e incorporando-os velozmente em novos produtos/serviços, tecnologias e sistemas” (NONAKA e TAKEUCHI, 2008, p.IX). Para Valentim (2006) a construção do conhecimento é algo inerente ao ser humano, é no âmbito organizacional isso se reforça ainda mais, pois todos os indivíduos possuem necessidades informacionais para desenvolverem suas atividades, conforme destacado por WURMAN (1995) que citou que as necessidades informacionais são: Informação interna; Informação conversacional; Informação de referência; Informação noticiosa e Informação cultural. Portanto, com esses aspectos, pode-se afirmar que assim como a criação do conhecimento é inerente ao ser humano, a criação do conhecimento é também inerente e vital para as organizações, pois não sendo criado conhecimento as organizações tornam-se incapazes de se manterem produtivas e competitivas. O processo de design thinking tem como proposta desenvolver produtos, serviços e processos inovadores, ou seja, que causam impactos na vida das pessoas e transformam a
  • 20. 20 forma de trabalharem e viverem. Sendo assim, para as organizações esse processo representa um recurso e um diferencial direcionado a criar e reconstruir novas experiências dos usuários com os produtos e serviços das organizações. O processo de criação do conhecimento isoladamente não garante as organizações que produtos, serviços e processos inovadores sejam criados, pois a disseminação do conhecimento e incorporação de tal conhecimento nos produtos, serviços, sistemas e processos precisam ser efetivados. Mas, a iniciativa de uma organização em ter um processo de design thinking é um indicador da intenção de disseminar e incorporar o conhecimento criado pelo o processo, com um diferencial de que o conhecimento criado em tal processo é com foco no cliente e na inovação. • Por que esses processos são utilizados em uma organização? As organizações utilizam o processo de criação do conhecimento por ser inerente e vital a elas, e a sua continuidade é essencial, e para um resultado efetivo, é necessário o complemento proporcionado pelo o processo de gestão conhecimento, para que com a disseminação para organização e a incorporação nos produtos e serviços a organização possa auferir seus objetivos e manter-se competitiva. O processo de design thinking é usado principalmente para organizações cujo posicionamento é a inovação de seus produtos e serviços, mas é um processo valioso para organizações que almejam conhecer e entender a cultura, a experiência, emoções, pensamentos e comportamentos de seus clientes e do mercado, para identificar oportunidades e novos nichos para serem explorados e convertidos em demanda para organização. • Onde esses processos são aplicados em uma organização? O processo de criação do conhecimento é aplicado na organização como um todo e ocorre de maneira informal, durante um almoço ou um café, e também formal como em reuniões e ações em grupo. O processo de design thinking não possui restrições de áreas de aplicação, mas normalmente é aplicado em projetos de desenvolvimentos de produtos e serviços, ou também, em áreas como Pesquisa e Desenvolvimento, Produtos e Marketing, Tecnologia. • Quando esses processos são praticados em uma organização?
  • 21. 21 Enquanto a organização tiver interesse em manter-se no mercado e competitiva, o processo de criação terá que existir, pois a partir do momento que ele deixar de existir, significa que não há mais pessoas engajadas na organização. Já o processo de design thinking não é algo que em todos os contextos será vital para a organização, mas é utilizado quando a organização tem como objetivo conhecer e entender a cultura, a experiência, emoções, pensamentos e comportamentos de seus clientes e do mercado para produzir um produto ou um serviço que atenda a demanda de uma(s) necessidade(s) identificada(s). • Por quem esses processos são aplicados em uma organização? O processo de criação do conhecimento sendo inerente a uma organização é aplicado por todos nela inseridos, portanto, cada colaborador, departamento, área, unidade de negócio e serviço participa de um ou mais processos de criação do conhecimento. O processo de design thinking é aplicado por equipes multidisciplinares, podendo conter indivíduos de departamentos, áreas, unidades de negócios e serviços diferentes e até mesmo indivíduos não integrantes da organização. • Como esses processos são aplicados em uma organização? O processo de criação do conhecimento pode ser aplicado a todo o momento em uma organização por meio da Socialização, de um indivíduo para outro, ou por meio da Externalização, de um indivíduo para um grupo, ou por meio da Combinação, de um grupo para a organização, e por fim, por meio da Internalização, que é da organização para o indivíduo. Uma vez a organização entendendo e decidindo que novos produtos e serviços precisam ser produzidos e novas oportunidades precisam ser identificadas, um projeto ou uma área de design thinking precisa ser implementada, e o primeiro passo é definir o escopo, formar uma equipe multidisciplinar, definir um cronograma, delegar responsabilidades e papéis e iniciar as atividades. Quanto custa a aplicação desses processos para uma organização? O processo de criação do conhecimento possui um valor inestimável, pois a sua prática contínua representa a sobrevivência da organização no mercado ao qual está inserida. Porém, o incentivo a criação do conhecimento pode implicar também em investimentos em recursos humanos e tecnológicos para que haja aumento da criação do conhecimento, e
  • 22. 22 também, existam todas as condições para que todo novo conhecimento seja disseminado e incorporado aos produtos, serviços, processos e sistemas. O processo de design thinking possui custos variáveis de acordo com o projeto, mas os resultados de um projeto podem gerar um valor também inestimável para organização fazendo com que ela inove, tenha um novo posicionamento no mercado, seja líder e tenha sua marca reconhecida. 11. CONCLUSÃO A inerência da construção do conhecimento ao ser humano nos faz concluir que a sobrevivência das organizações e dependente da continuidade de criação de novos conhecimentos para que ao serem disseminados e incorporados em seus produtos, serviços, processos e sistemas eles sejam otimizados e também para que haja a renovação, adequação e evolução dos modelos mentais, conceitos e paradigmas criados pela as pessoas e para que estejam engajados em buscar novos aprendizados e converte-los em resultados. Porém, não é toda a criação contínua, a disseminação e a incorporação do conhecimento que garante que a organização seja inovadora, pois a inovação está ligada a valor percebido, ou seja, algo que causa impacto na vida das pessoas e transformam para sempre a forma dessas pessoas viverem e trabalharem. Para inovar as organizações precisam desenvolver a capacidade de imergir nos contextos dos usuários e extrair valores por meio da descoberta de necessidades, desejos e barreiras de utilização que não são revelados em pesquisas tradicionais, em outras palavras, é a capacidade de compreender profundamente o ser humano, cocriar com o mesmo e experimentar as soluções. Isso significa direcionar a criação, disseminação e incorporação do conhecimento adquirido dessas experiências de imersão para que o resultado seja o mais efetivo possível, inovador. Assim como na década de 80 ocorreu com a Qualidade, nos anos 90 com os Processos, e na década seguinte com a Estratégia, nos dias atuais a palavra-chave para as organizações é a Inovação, pois ela é quem irá fazer com que os consumidores queiram ter uma experiência com os produtos e serviços ofertados pela organização e também irão permitir que elas se destaquem no mercado e atinjam suas metas e objetivos. Como evidência da importância do papel da inovação nos dias atuais, ao analisar o ranking das empresas nos quesitos de Inovação (Forbes, 2012), Marca (Interbrand, 2012) e Valor de Mercado (Nasdaq,
  • 23. 23 2012), as únicas empresas que aparecem entre as Top 10 nos três quesitos são Apple e Google, as quais em termos de produtos e serviços com valor percebido proporcionam experiências como, a já citada, pesquisa sobre qualquer tema em 15 segundos em um dispositivo que está em seu bolso, algo que antes era feito com um alto custo de tempo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA OSTERWALDER, Alexander e PIGNEUR, Yves. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios. Brasil, Rio de Janeiro: Alta Books, 2011. VIANNA, Mauricio; VIANNA, Ysmar; ADLER, Isabel K.; LUCENA, Brenda e RUSSO, Beatriz. Design Thinking – Inovação em Negócios. Brasil, Rio de Janeiro: MJV Press, 2011. BROWN, Tim. Design Thinking.Brasil, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MARTIN, Roger L. The Design of Business. EUA, Boston: Harvard Business School Press, 2009. NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Hirotaka.Gestão do Conhecimento. Brasil, Porto Alegre: Bookman, 2008. MORIN, Edgar. O método 3: O conhecimento do conhecimento. Brasil, Porto Alegre: Sulina, 1999. NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Hirotaka. Criação do Conhecimento na Empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Brasil, Rio de Janeiro: Campus, 1997. WURMAN, Richard S. Ansiedade de informação: Como Transformar Informação em Compreensão. 5. ed. Brasil, São Paulo: Cultura, 1995. WEBGRAFIA A Construção do Conhecimento em Organizações. Disponível em:<http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=75>. Acesso em 01.jan. 2013. Artigos: Design Thinking. Disponível em: <http://rogerlmartin.com/library/articles/design-thinking/>. Acesso em 06.out.2012.
  • 24. 24 Harvard Business Review - Design Thinking. Disponível em:<http://www.unusualleading.com/wp-content/uploads/2009/12/HBR-on-Design- Thinking.pdf> Acesso em 06.out.2012. Best Global Brands 2012. Disponível em: <http://www.interbrand.com/pt/best-global-brands/ 2012/Best-Global-Brands-2012-Brand-View.aspx> Acesso em 06.out.2012. The World’s Most Innovative Companies.Disponível em: <http://www.forbes.com/special-features/ innovative-companies-list.html> Acesso em 06.out.2012. Apple Inc. outstripped Exxon Mobil Corporation (NYSE:XOM) in Market Capitalization. Disponível em: <http://www.newstodaydigest.com/apple-inc-nasdaqaapl-outstripped- exxon-mobil-corporation-nysexom-in-market-capitalization/125812/ > Acesso em 06.out.2012.