1. Hitozukuri
Na cultura secular japonesa, “Hitozukuri” é uma filosofia em vez de técnica ou método, este termo sempre é
acompanhado de outro de tão igual importância, o “Monozukuri”, e se neste termo o “Mono” que significa (coisas) for
substituído por “Hito” que significa (ser humano) teremos então um termo e que denota a arte do desenvolvimento de
pessoas, logo “Hitozukuri” contém um significado muito mais amplo e que salienta um processo ao longo da vida de
aprendizagem, enfatiza várias etapas diferentes de desenvolvimento do ser humano, cuja forma original para melhor
exemplificar este conceito e que literalmente Confúcio detalhou em seu famoso “Seis estágios de desenvolvimento
humano” é saber interpretar com serenidade estas palavras:
1. Quando eu tinha 15 anos de idade decidi estudar.
2. Com 30 anos de idade me tornei independente.
3. Com 40 anos de idade me concentrei.
4. Com 50 anos de idade percebi minha missão na vida.
5. Com 60 anos de idade me tornei capaz de ouvir as pessoas sem preconceito.
6. Com 70 anos de idade atingi o estágio que o meu pensamento e são harmonizados com a natureza.
Hitozukuri não é apenas um processo para que as pessoas acumulem o conhecimento como tecnologia, técnicas ou
know how, trata-se quase que de uma filosofia para formar as pessoas visando-as a adquirir a capacidade de utilizar a
sua sabedoria, potencial conhecimento sobre o seu real local de trabalho ou como responder a várias mudanças
técnicas ou ambientais em seu processo.
Em tese, os asiáticos são levados a realizar seu trabalho, são obrigados a considerar voluntariamente o que eles
devem fazer para cumprir as metas estabelecidas para a organização e para agir por si mesmos. Essa capacidade
pode ser mal cultivada por meio de educação e conhecimento, é somente através da experiência prática que as
pessoas podem desenvolver-se de forma significativa.
Em reflexão sobre “Hitozukuri”, podemos fazer uma analogia com nossas ferramentas atuais de gestão, onde a falta de
treinamento de nossos operadores, a falta de disciplina e a falta de rigor em nossa gestão vem afetando drásticamente
nosso desempenho industrial.
Muito se fala em investir em treinamentos, que nossa mão de obra é nosso maior patrimônio, que precisamos manter
mão de obra fixa em nossos postos de trabalho, falamos em Trabalho Padronizado, falamos em Instruções de
Trabalho, falamos em QSB, falamos em ISO-9000, ISO/TS mas na prática não conseguimos evoluir, temos inúmeros
métodos de treinamento, mas nenhum ainda atingiu um nível de maturidade que possamos considerar realmetne de
sucesso, pois este depende única e exclusivamente de nossa gestão.
De nada adianta investimentos em treinamentos se no dia a dia não permitimos o desenvolvimento de nossos
colaboradores, muitos gestores com um primeiro erro já crucifica o executor, a prática do Feedback ainda em nossa
cultura está de fato gatinhando em nossas organizações, a busca pelo resultado rápido hoje é uma necessidade cada
vez maior e o custo e impacto dos resultados desta necessidade estão ficando escondidos nas trocas de gestores e no
patrimônio da mão de obra direta.
Encontrar um método para fazer com que nossos colaboradores estejam de fato envolvidos em suas atividades, mas
envolvidos a ponto de terem orgulho de fazerem o que fazem, este é o caminho a ser trilhado quando se busca um
resultado de longo prazo.
Precisamos ter funcionários com habilidade “Monozukuri” e precisamos de funcionários com perfil “Hitozukuri”
Créditos do texto a:
http://ir.library.tohoku.ac.jp/re/bitstream/10097/50588/1/10.4036-iis.2011.1.pdf
Por: Jose Donizetti Moraes - 11/04/2013