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Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.




                                    O Ser Humano e as
                                      Organizações:
                                     Um equilíbrio possível?

                                    “Where is te life we have lost in living?
                                      Where is the wisdom we have lost in
                                                                knowledge?
                                    Where is the knowledge we have lost in
                                                             information?”
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                      Objetivos da aula
                                • Conhecer e compreender o conceito
                                  de metaxy existencial;

                                • Questionar a respeito da
                                  aplicabilidade do conceito no
                                  cotidiano organizacional;

                                • Refletir a respeito de conceitos
                                  solidificados na cultura
                                  organizacional, como liderança e
                                  motivação.
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                      Metaxy existencial

                                • In-Between, é o termo utilizado por
                                  Voegelin para representar a experiência
                                  da existência humana entre o divino e o
                                  mortal, a metaxy platônica.

                                • Aristóteles caracterizou o homem como
                                  o zoon noun echon, o ser vivo que
                                  possui Nous;

                                • Zoon Noetikon ou animal rationale.
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                          Metaxy existencial
                                           “A existência tem a estrutura do estar-no-meio, estar-
                                    entre, da metaxy platônica; e se existe na história da
                                    humanidade alguma coisa constante, esta é a linguagem da
                                    tensão:

                                          entre          vida e morte,
                                                         imortalidade e mortalidade,
                                                         perfeição e imperfeição,
                                                         tempo e não tempo,
                                          entre          ordem e desordem,
                                                         verdade e não verdade,
                                                         sentido da vida e falta de sentido;
                                          entre          as virtudes da abertura para o âmago do
                                                  ser,
                                                     como a fé, a esperança e o amor,
                                                     e os vícios do enclausuramento
                                                obscurante,
                                                     como a soberba e a revolta;
                                          entre      os humores da alegria e do desespero.
Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.


                                          Metaxy existencial

                                    Se nós separarmos estes pares de símbolos e
                                    reificarrmos os pólos da tensão como se fossem
                                    identidades independentes, então:

                                    • perderemos a consciência e o intelecto;
                                    • deformaremos nossa humanidade e
                                    • reduzir-nos-emos a um estado:
                                         de desespero silencioso ou de conformidade
                                          ativista com o mundo,
                                         de dependência de drogas ou de televisão,
                                         de torpor hedonístico ou de possessão
                                          assassina da verdade,
                                         de sofrimento por causa do absurdo da vida.
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                       Na ausência da Metaxy

                                    Pode-se coletar uma lista de síndromes que
                                    soa bastante moderna:

                                    [...] inquieta busca por dinheiro, procura por
                                    status, reações exageradas, vícios em
                                    delícias e petiscos, alcoolismo, irascibilidade,
                                    ansiedade, desejo de fama, teimosia, rigidez
                                    de atitude, receios de contatar com outros
                                    seres humanos originando a misoginia e a
                                    misantropia.
Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.


                                       Metaxy e motivação

                                    • O que é motivação?

                                    • Qual teoria de motivação melhor
                                      compreende o ser humano?

                                    • Qual a importância da motivação
                                      para uma organização?
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                        Motivação como um
                                            sucedâneo
                                    • A motivação como um sucedâneo ao
                                      sentido do trabalho;

                                    • O sentido da vida sendo perdido por
                                      conta da alta divisão e fragmentação
                                      do trabalho;

                                    • A humanização do trabalho pelo
                                      reconhecimento da finitude da vida.
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                        Motivação como um
                                            sucedâneo
                                    • Contexto limitado a uma
                                      microperspectiva;

                                    • Instrumento pragmático para
                                      influenciar o comportamento
                                      humano;

                                    • Reduzem a complexidade da
                                      realidade social à preocupação pela
                                      satisfação e eficácia;
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                                          Motivação como um
                                              sucedâneo

                                    • As linhas adotadas assentam-se em
                                      preconceitos apolíticos, não
                                      históricos e associais.

                                         Teorias motivacionais norte-
                                          americanas expressam individualismo
                                          ultra elevado, interesse próprio e alto
                                          machismo característicos da cultura
                                          americana (HOFSTEDE, 1980).
                                         Incentivam a separação entre
                                          motivadores e motivados.
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João Paulo Bittencourt, MSc.


                                         Motivação como um
                                             sucedâneo
                                    • O trabalho fragmentado e dividido
                                      torna-se uma das principais
                                      dimensões da vida humana;

                                    • As ‘peças’ podem ser trocadas ao
                                      sinal de inoperância.



                                    • Sem sentido no
                                        trabalho, é
                                    necessário motivar.
Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.

                                      Liderança como perpetuação
                                             da imaturidade

                                    • A liderança muitas vezes funciona no
                                      sentido de perpetuar a imaturidade dos
                                      empregados, por meio da manutenção da
                                      cultura da dependência;

                                    • O mito da liderança em Freud;
Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.

                                                    Liderança

                                    • Aqueles que assumem aos 20 e poucos
                                      anos posições de liderança irão quase
                                      inevitavelmente se tornar inicialmente
                                      vítimas e depois os executores da
                                      administração da imaturidade;

                                    • Os jovens administradores terão que
                                      decidir se estão dispostos a deixarem-se
                                      tomar pela cultura organizacional
                                      dominante da dependência e da
                                      imaturidade, ou não.
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João Paulo Bittencourt, MSc.

                                                    Liderança


                                    • A liderança refere-se à capacidade básica
                                      de o indivíduo maduro relacionar suas
                                      ações bem como sua vida às ações e
                                      vidas dos outros, buscando, constituindo
                                      e conservando, dessa forma, um sentido
                                      que vai muito além do financeiro ou
                                      apenas do desempenho.

                                    • A liderança como administração da
                                      sabedoria.
Ana Cristina Limongi França, Dra.
João Paulo Bittencourt, MSc.


                                                    Referências

                                    HOFSTEDE, Geert. Motivation, leadership and organization.
                                    Do Maerican Theories apply abroad? In: Organizational
                                    Dynamics, n. 9, Summer, 1980, pp. 42-63.
                                    SIEVERS, B. Além do sucedâneo da motivação. Revista de
                                    Administração de Empresas, São Paulo, Fundação Getúlio
                                    Vargas, v. 30, n. 01, jan./mar. 1990.
                                    SIEVERS, B. Liderança como perpetuação da imaturidade.
                                    Revista de Negócios, Blumenau, FURB, v. 02, n. 03, abr./jun.
                                    1997.
                                    VOEGELIN, Eric. Reason: The classic experience. In: The
                                    Southern Review 10 (2): 237-64, April, 1974

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O ser humano e as organizações

  • 1. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. O Ser Humano e as Organizações: Um equilíbrio possível? “Where is te life we have lost in living? Where is the wisdom we have lost in knowledge? Where is the knowledge we have lost in information?”
  • 2. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Objetivos da aula • Conhecer e compreender o conceito de metaxy existencial; • Questionar a respeito da aplicabilidade do conceito no cotidiano organizacional; • Refletir a respeito de conceitos solidificados na cultura organizacional, como liderança e motivação.
  • 3. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Metaxy existencial • In-Between, é o termo utilizado por Voegelin para representar a experiência da existência humana entre o divino e o mortal, a metaxy platônica. • Aristóteles caracterizou o homem como o zoon noun echon, o ser vivo que possui Nous; • Zoon Noetikon ou animal rationale.
  • 4. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Metaxy existencial “A existência tem a estrutura do estar-no-meio, estar- entre, da metaxy platônica; e se existe na história da humanidade alguma coisa constante, esta é a linguagem da tensão: entre vida e morte, imortalidade e mortalidade, perfeição e imperfeição, tempo e não tempo, entre ordem e desordem, verdade e não verdade, sentido da vida e falta de sentido; entre as virtudes da abertura para o âmago do ser, como a fé, a esperança e o amor, e os vícios do enclausuramento obscurante, como a soberba e a revolta; entre os humores da alegria e do desespero.
  • 5. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Metaxy existencial Se nós separarmos estes pares de símbolos e reificarrmos os pólos da tensão como se fossem identidades independentes, então: • perderemos a consciência e o intelecto; • deformaremos nossa humanidade e • reduzir-nos-emos a um estado:  de desespero silencioso ou de conformidade ativista com o mundo,  de dependência de drogas ou de televisão,  de torpor hedonístico ou de possessão assassina da verdade,  de sofrimento por causa do absurdo da vida.
  • 6. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Na ausência da Metaxy Pode-se coletar uma lista de síndromes que soa bastante moderna: [...] inquieta busca por dinheiro, procura por status, reações exageradas, vícios em delícias e petiscos, alcoolismo, irascibilidade, ansiedade, desejo de fama, teimosia, rigidez de atitude, receios de contatar com outros seres humanos originando a misoginia e a misantropia.
  • 7. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Metaxy e motivação • O que é motivação? • Qual teoria de motivação melhor compreende o ser humano? • Qual a importância da motivação para uma organização?
  • 8. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Motivação como um sucedâneo • A motivação como um sucedâneo ao sentido do trabalho; • O sentido da vida sendo perdido por conta da alta divisão e fragmentação do trabalho; • A humanização do trabalho pelo reconhecimento da finitude da vida.
  • 9. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Motivação como um sucedâneo • Contexto limitado a uma microperspectiva; • Instrumento pragmático para influenciar o comportamento humano; • Reduzem a complexidade da realidade social à preocupação pela satisfação e eficácia;
  • 10. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Motivação como um sucedâneo • As linhas adotadas assentam-se em preconceitos apolíticos, não históricos e associais.  Teorias motivacionais norte- americanas expressam individualismo ultra elevado, interesse próprio e alto machismo característicos da cultura americana (HOFSTEDE, 1980).  Incentivam a separação entre motivadores e motivados.
  • 11. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Motivação como um sucedâneo • O trabalho fragmentado e dividido torna-se uma das principais dimensões da vida humana; • As ‘peças’ podem ser trocadas ao sinal de inoperância. • Sem sentido no trabalho, é necessário motivar.
  • 12. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Liderança como perpetuação da imaturidade • A liderança muitas vezes funciona no sentido de perpetuar a imaturidade dos empregados, por meio da manutenção da cultura da dependência; • O mito da liderança em Freud;
  • 13. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Liderança • Aqueles que assumem aos 20 e poucos anos posições de liderança irão quase inevitavelmente se tornar inicialmente vítimas e depois os executores da administração da imaturidade; • Os jovens administradores terão que decidir se estão dispostos a deixarem-se tomar pela cultura organizacional dominante da dependência e da imaturidade, ou não.
  • 14. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Liderança • A liderança refere-se à capacidade básica de o indivíduo maduro relacionar suas ações bem como sua vida às ações e vidas dos outros, buscando, constituindo e conservando, dessa forma, um sentido que vai muito além do financeiro ou apenas do desempenho. • A liderança como administração da sabedoria.
  • 15. Ana Cristina Limongi França, Dra. João Paulo Bittencourt, MSc. Referências HOFSTEDE, Geert. Motivation, leadership and organization. Do Maerican Theories apply abroad? In: Organizational Dynamics, n. 9, Summer, 1980, pp. 42-63. SIEVERS, B. Além do sucedâneo da motivação. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, v. 30, n. 01, jan./mar. 1990. SIEVERS, B. Liderança como perpetuação da imaturidade. Revista de Negócios, Blumenau, FURB, v. 02, n. 03, abr./jun. 1997. VOEGELIN, Eric. Reason: The classic experience. In: The Southern Review 10 (2): 237-64, April, 1974