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Aula 03 – Vetores
       Algumas quantidades em física nós representamos utilizando apenas um
número e uma unidade, como a massa ou a temperatura, por exemplo. Existem,
porém, algumas grandezas na qual devemos conhecer, também, uma direção e um
sentido. Esse é o caso dos vetores.
       Velocidade e aceleração são exemplos de vetores.
       Nessa aula, aprenderemos a trabalhar com essas ferramentas matemáticas.
       Os vetores possuem um comprimento, uma direção e um sentido. Sua
representação é:


       Nós vamos estudar planos de uma maneira tridimensional. Por essa razão,
muitas vezes, nossos vetores poderão sair do plano (papel) ou entrar no plano.




       Quando representamos vetores, nós podemos escrevê-los das seguintes
maneiras:



       Aqui, vamos representar os vetores com negrito.
       Seja O um ponto qualquer e P uma determinada localização. Digamos que eu vá
de O até P.




       Imagine que o plano onde OP esteja seja uma grande mesa, e essa mesa se
move da seguinte maneira:
O ponto S será minha posição final na qual vocês verão (embora, para mim, eu
tenha permanecido em P). Portanto, haverá uma distância OS que vocês medirão.




      Essa distância é calculada utilizando-se a adição de vetores:


      Há várias maneiras nas quais podemos somar vetores. Dados dois vetores A e
B:




      Eu posso juntar a extremidade de um vetor com a origem do outro.




      Não importa qual vetor venha antes, meu resultado permanece o mesmo.
Podemos utilizar a regra do paralelogramo, que consiste em juntar as duas
origens dos vetores.




       O que significa um vetor ser negativo?




       Ou seja - A é igual a A,mas com o sentido contrário (possui a mesma direção e o
mesmo comprimento). Essa ideia nos conduz à subtração de vetores.




       Se não conhecemos a direção e o sentido de algo, então existem várias
possibilidades para nosso resultado. Por exemplo, se temos dois vetores os quais
conhecemos apenas suas magnitudes, sem os sentidos ou direções, e sejam seus
valores iguais a 5 e 4, nosso vetor final pode ser 1 ou 9.
       Vários vetores podem ser representados por um único vetor. De maneira
análoga, podemos decompor um único vetor em vários outros.
       Seja um vetor A num espaço tridimensional.




       Os vetores i, j e k representam os vetores unitários das coordenadas x, y e z
(respectivamente). Esses vetores nós chamamos de “versores”.
       Assim eu reescrevo meu vetor A nas componentes i, j e k:




       A magnitude do vetor, ou o comprimento, é calculado da seguinte maneira:


       Exemplo:
       A = 3i – 5j + 6k
Agora, podemos calcular o valor do ângulo que temos.



       Assim, nossa resposta fica:



       Multiplicação de Vetores
        Produto Escalar (Produto Ponto)


       O resultado é um número.




       O ângulo θ entre os vetores deve ser encontrado projetando-se um vetor sobre
o outro, o que nos fornece a definição de produto escalar:




       O sinal desse resultado depende do ângulo adotado.
       Isso será melhor visto em trabalho, pois nós teremos trabalho positivo e
trabalho negativo.
       Exemplo 1.


       Assim, nossa resposta fica:


       Exemplo 2.
              A=j       e       B=k
 Produto Vetorial (Produto Cruz)


       O resultado é um vetor.
       Vamos colocar nossos vetores em uma matriz.




       É importante que A venha antes, pois em nossa multiplicação ele vem antes.
       Agora, copiamos as coordenas dos vetores em ambos os lados da matriz e
aplicamos a multiplicação como se fossemos encontrar o determinante.




       Conhecendo dois vetores A e B, temos que:


       Nós conhecemos a magnitude do vetor, mas como saberemos sua direção?
       Para isso, nós utilizamos a regra da mão direita.
       Os dedos apontam para o mesmo sentido de A, pois ele foi o primeiro termo a
surgir. Então você rotacional os dedos em direção à B (formando o ângulo). O polegar
apontará no sentido do vetor C.
Se o vetor entra no plano, seu sinal será positivo. O vetor é sempre
perpendicular a Ae B. Portanto:




       Com isso, podemos concluir que:


       Exemplo:
       A = iAx = 1
       B = jBy = 1




       Há uma dica para a multiplicação de vetores:




       Assim, seguindo sempre no sentido das setas:




       Caso invertemos a ordem:




       Agora, vamos observar um ponto que se move em um espaço tridimensional
durante um tempo t. Seja r(t) o vetor deslocamento:


       Podemos derivar essa função e encontrar a velocidade e a aceleração:
Para o ponto P se movendo:



       Essas são as coordenadas em x.
       De modo análogo para y e z.
       Com isso decompomos um movimento tridimensional para um movimento em
uma dimensão, o que irá facilitar as coisas.
       Lançando uma bola para frente sua trajetória poderá ser descrita em um plano
vertical. Por mais que a bola viaje em 3 dimensões, podemos representar sua trajetória
em apenas 2 eixos, bidimensionalmente, em x e y.
       Estudaremos o trajeto da bola analisando um trajeto no eixo x independente
do eixo y. Da mesma maneira analisaremos o eixo y e então juntaremos ambos para
descrever o trajeto da bola.
       Como vimos na aula anterior, em movimentos em 1-D.




       Estudaremos essas equações para x e depois y.
       Lançando uma bola, temos:
VoCosθ é a velocidade inicial no eixo x e VoSenθ é a velocidade inicial no eixo y.
       A posição de P é dada por X(t) no eixo x no tempo t e por Y(t) no eixo y e no
tempo t. O vetor deslocamento é dado por r(t). Estudando as equações nos eixos:




       Agora, em y:




       Assim, nós decompomos um movimento complicado em dois movimentos
independentes. Na próxima aula nós retornaremos esses argumentos.
       Observando as equações, no eixo x a velocidade não varia, pois não há
aceleração. Apenas em y a velocidade varia, pois existe a aceleração da gravidade. Isso
implica que se lançarmos uma bola numa trajetória oblíqua e continuarmos andando
no mesmo sentido com a mesma velocidade horizontal, a bola cairá em nossas mãos.
O motivo é que só existe aceleração em y, e y é independente de x. Porém, a trajetória
será uma junção de ambos os movimentos.
Fazendo uma experimentação...
      Um dispositivo com uma bola lançara a mesma assim que passar por um
determinado ponto. Após lançar a bola, o dispositivo continuará se movimentando
com velocidade constante, assim:

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  • 1. Aula 03 – Vetores Algumas quantidades em física nós representamos utilizando apenas um número e uma unidade, como a massa ou a temperatura, por exemplo. Existem, porém, algumas grandezas na qual devemos conhecer, também, uma direção e um sentido. Esse é o caso dos vetores. Velocidade e aceleração são exemplos de vetores. Nessa aula, aprenderemos a trabalhar com essas ferramentas matemáticas. Os vetores possuem um comprimento, uma direção e um sentido. Sua representação é: Nós vamos estudar planos de uma maneira tridimensional. Por essa razão, muitas vezes, nossos vetores poderão sair do plano (papel) ou entrar no plano. Quando representamos vetores, nós podemos escrevê-los das seguintes maneiras: Aqui, vamos representar os vetores com negrito. Seja O um ponto qualquer e P uma determinada localização. Digamos que eu vá de O até P. Imagine que o plano onde OP esteja seja uma grande mesa, e essa mesa se move da seguinte maneira:
  • 2. O ponto S será minha posição final na qual vocês verão (embora, para mim, eu tenha permanecido em P). Portanto, haverá uma distância OS que vocês medirão. Essa distância é calculada utilizando-se a adição de vetores: Há várias maneiras nas quais podemos somar vetores. Dados dois vetores A e B: Eu posso juntar a extremidade de um vetor com a origem do outro. Não importa qual vetor venha antes, meu resultado permanece o mesmo.
  • 3. Podemos utilizar a regra do paralelogramo, que consiste em juntar as duas origens dos vetores. O que significa um vetor ser negativo? Ou seja - A é igual a A,mas com o sentido contrário (possui a mesma direção e o mesmo comprimento). Essa ideia nos conduz à subtração de vetores. Se não conhecemos a direção e o sentido de algo, então existem várias possibilidades para nosso resultado. Por exemplo, se temos dois vetores os quais
  • 4. conhecemos apenas suas magnitudes, sem os sentidos ou direções, e sejam seus valores iguais a 5 e 4, nosso vetor final pode ser 1 ou 9. Vários vetores podem ser representados por um único vetor. De maneira análoga, podemos decompor um único vetor em vários outros. Seja um vetor A num espaço tridimensional. Os vetores i, j e k representam os vetores unitários das coordenadas x, y e z (respectivamente). Esses vetores nós chamamos de “versores”. Assim eu reescrevo meu vetor A nas componentes i, j e k: A magnitude do vetor, ou o comprimento, é calculado da seguinte maneira: Exemplo: A = 3i – 5j + 6k
  • 5. Agora, podemos calcular o valor do ângulo que temos. Assim, nossa resposta fica: Multiplicação de Vetores  Produto Escalar (Produto Ponto) O resultado é um número. O ângulo θ entre os vetores deve ser encontrado projetando-se um vetor sobre o outro, o que nos fornece a definição de produto escalar: O sinal desse resultado depende do ângulo adotado. Isso será melhor visto em trabalho, pois nós teremos trabalho positivo e trabalho negativo. Exemplo 1. Assim, nossa resposta fica: Exemplo 2. A=j e B=k
  • 6.  Produto Vetorial (Produto Cruz) O resultado é um vetor. Vamos colocar nossos vetores em uma matriz. É importante que A venha antes, pois em nossa multiplicação ele vem antes. Agora, copiamos as coordenas dos vetores em ambos os lados da matriz e aplicamos a multiplicação como se fossemos encontrar o determinante. Conhecendo dois vetores A e B, temos que: Nós conhecemos a magnitude do vetor, mas como saberemos sua direção? Para isso, nós utilizamos a regra da mão direita. Os dedos apontam para o mesmo sentido de A, pois ele foi o primeiro termo a surgir. Então você rotacional os dedos em direção à B (formando o ângulo). O polegar apontará no sentido do vetor C.
  • 7. Se o vetor entra no plano, seu sinal será positivo. O vetor é sempre perpendicular a Ae B. Portanto: Com isso, podemos concluir que: Exemplo: A = iAx = 1 B = jBy = 1 Há uma dica para a multiplicação de vetores: Assim, seguindo sempre no sentido das setas: Caso invertemos a ordem: Agora, vamos observar um ponto que se move em um espaço tridimensional durante um tempo t. Seja r(t) o vetor deslocamento: Podemos derivar essa função e encontrar a velocidade e a aceleração:
  • 8. Para o ponto P se movendo: Essas são as coordenadas em x. De modo análogo para y e z. Com isso decompomos um movimento tridimensional para um movimento em uma dimensão, o que irá facilitar as coisas. Lançando uma bola para frente sua trajetória poderá ser descrita em um plano vertical. Por mais que a bola viaje em 3 dimensões, podemos representar sua trajetória em apenas 2 eixos, bidimensionalmente, em x e y. Estudaremos o trajeto da bola analisando um trajeto no eixo x independente do eixo y. Da mesma maneira analisaremos o eixo y e então juntaremos ambos para descrever o trajeto da bola. Como vimos na aula anterior, em movimentos em 1-D. Estudaremos essas equações para x e depois y. Lançando uma bola, temos:
  • 9. VoCosθ é a velocidade inicial no eixo x e VoSenθ é a velocidade inicial no eixo y. A posição de P é dada por X(t) no eixo x no tempo t e por Y(t) no eixo y e no tempo t. O vetor deslocamento é dado por r(t). Estudando as equações nos eixos: Agora, em y: Assim, nós decompomos um movimento complicado em dois movimentos independentes. Na próxima aula nós retornaremos esses argumentos. Observando as equações, no eixo x a velocidade não varia, pois não há aceleração. Apenas em y a velocidade varia, pois existe a aceleração da gravidade. Isso implica que se lançarmos uma bola numa trajetória oblíqua e continuarmos andando no mesmo sentido com a mesma velocidade horizontal, a bola cairá em nossas mãos. O motivo é que só existe aceleração em y, e y é independente de x. Porém, a trajetória será uma junção de ambos os movimentos.
  • 10. Fazendo uma experimentação... Um dispositivo com uma bola lançara a mesma assim que passar por um determinado ponto. Após lançar a bola, o dispositivo continuará se movimentando com velocidade constante, assim: