Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
O acordo de associação: Ucrânia e União Europeia
1. O Acordo de Associação entre a Ucrânia e a União Europeia
Pretende aprofundar as relações políticas, económicas e comerciais entre as partes.
Obriga a Ucrânia a aprovar um conjunto de reformas que ponha o país no caminho
certo para a adesão à UE.
No entanto, em novembro de 2013, o governo da
Ucrânia, liderado pelo Presidente Viktor Yanukovich,
decidiu renunciar, sem pré-aviso, à assinatura do acordo
de associação e do acordo de comércio livre com a UE.
A oposição acusou imediatamente o governo de
ceder à pressão russa, que tinha “advertido” Kiev das
consequências comerciais de um acordo com a UE.
Esta recusa do antigo Presidente esteve na origem
das primeiras manifestações em Kiev, que levaram em fevereiro à sua deposição e à ocupação
por parte de forças pró-russas de edifício governamentais nas províncias de Donetsk e Lugansk.
A 16 de setembro de 2014, o Parlamento Europeu aprovou o Acordo de Associação
UE/Ucrânia, numa sessão que pela primeira vez juntou os deputados europeus e ucranianos
que assistiram em direto, através de videoconferência, à ratificação nas assembleias de Kiev e
de Estrasburgo, que contou com 535 votos a favor, 127 contra e 35 abstenções.
Os objetivos deste acordo foram divulgados também:
Promover a aproximação progressiva entre as partes com base em valores comuns e em
ligações estreitas e privilegiadas, aprofundando a associação da Ucrânia com as políticas
da UE, e a participação em programas e agências;
Proporcionar um enquadramento adequado para o diálogo político reforçado em todos os
domínios de interesse comum;
Promover, preservar e reforçar a paz e a estabilidade nas dimensões regional e
internacional;
Criar condições propícias a relações económicas e comerciais mais estreita que conduzem
a uma integração gradual da Ucrânia no mercado interno da EU, incluindo a criação de um
Zona de Comércio Livre Abrangente, e apoiar os esforços da Ucrânia no sentido de
2. concluir a transição para uma economia de mercado viável através, nomeadamente, da
aproximação progressiva da sua legislação da UE;
Reforçar a cooperação no domínio da justiça, da liberdade e da segurança, com o objetivo
da consolidar o Estado de direito e o respeito dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais;
Criar condições para uma cooperação cada vez mais estreita em domínios de interessa
comuns.
No entanto, e apesar de estar planeado para 1 de novembro a título provisório, este
acordo só entrará em vigor a 31 de dezembro de 2015, também a título provisório. A
Comissão Europeia anunciou que ainda assim continuará a aplicar preferências comerciais
autónomas à Ucrânia, sendo que a prolongação dessas preferências necessitará de
aprovação por parte do Parlamento Europeu.
Nesta sessão também discutiram a atual situação da Ucrânia em relação à Rússia e
alguns grupos políticos disseram que a UE deveria ter um papel mais pró-ativo neste
conflito e deveria também impor sanções mais duras à Rússia, enquanto outros apenas
falam da necessidade de “manter os meios de comunicações em aberto”.
Petras Austrevicius, da Lituânia, afirmou que, “Nós estamos a presenciar uma guerra e
crimes de guerra estão a ser cometidos na Europa. Isso revela a fraqueza do sistema de
segurança europeu e a exposição da Ucrânia a agressões não declaradas da Rússia.” E
criticou também a linha política de autocontrolo da UE
e diz estar arrependido da decisão de atrasar a
implementação do Acordo de Associação da UE com a
Ucrânia, por 15 meses, e da mesma opinião partilha
Rebecca Harms, da Alemanha. Outros deputados como
Georgios Katrougkalos, da Grécia, diz que “Em vez de
promover a divisão, devíamos optar pela união”.
Já Nigel Farage, do Reino Unido, diz que “era
desnecessário provocar Vladimir Putin”, pois “Se
atacares um urso russo com um pau, não pode ficar
surpreendido se ele reagir”.
3. “Apesar da ratificação do acordo com Bruxelas, a entrada em vigor de uma das suas
cláusulas mais importantes – a do comércio livre – foi adiada de Novembro deste ano para
Janeiro de 2016.”
Jornal Público
Petro Poroshenko, atual
presidente ucraniano afirma no
entanto que “Nenhuma nação
pagou um preço tão elevado para
se tornar europeia” e que “A UE
só quer reformas.”
No entanto, ainda com a
ratificação do acordo, a entrada em vigor do acordo de comércio livre entre a Ucrânia e os
países da UE foi adiada de novembro de 2014 para janeiro de 2016, tendo sido esta decisão
tomada em conjunto com a Rússia. Por detrás deste adiamento temos o argumento dado por
Moscovo de que o seu mercado seria inundado por produtos baratos vindos da UE e depois
exportados pela Ucrânia.
Porém, este adiamento trouxe complicações à Ucrânia pois foi entendido, em Kiev,
como uma vitória da Rússia e levou à demissão do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros
ucraniano, Danilo Lubkivski. A oposição de Poroshenko também afirmou que iria discutir isto na
campanha para as eleições antecipadas em outubro.
Uma vez que este acordo de associação é também uma forma de preparação e de ajuste
para a adesão da Ucrânia à UE, Poroshenko comunicou no passado dia 25 de setembro que “a
parte mais importante e mais perigosa da guerra já acabou" e que a “Estratégia 2020” inclui a
adesão à UE daqui a 6 anos, tentando até lá cumprir um programa com 60 medidas que
pretendem pôr fim à corrupção no país, a alteração nos impostos e a reestruturação dos
sistemas judicial e económico.