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Equipe
 Jaqueline Miranda dos Santos.
 José Edion da Silva Pinto.
 Maria Ivaneide Santana.
 Nívia Carla Ribeiro.


Apresentado a professora Aucicleia Melo da Ponte.
O que seria uma família normal
            hoje????
   Conceito histórico de família

   O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na
    Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à
    agricultura e também escravidão legalizada.

   No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta família é baseada no casamento e no
    vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família
    natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e filhos. Se
    nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a
    autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por
    vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência
    gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna.

   Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e, com a Revolução Industrial, tornaram-
    se freqüentes os movimentos migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais .
    Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num
    cenário similar ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa, integrando a população ativa, e a educação
    dos filhos é partilhada com as escolas. Os idosos deixam também de poder contar com o apoio direto dos
    familiares nos moldes pré-Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de instituições de
    assistência (cf. MOREIRA, 2001). Na altura, a família era definida como um “agregado doméstico (…) composto
    por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou outros laços sociais, podendo ser restrita ou
    alargada” (MOREIRA, 2001, p. 22). Nesta definição, nota-se a ambiguidade motivada pela transição entre o
    período anterior às revoluções, representada pelas referências à família alargada, com a tendência reducionista
    que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de aliança matrimonial.
 Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um
  grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no
  casamento e na adoção). Muitos etnólogos argumentam que a noção de
  "sangue" como elemento de unificação familiar deve ser entendida
  metaforicamente; dizem que em muitas sociedades e culturas não-ocidentais
  a família é definida por outros conceitos que não "sangue". A família
  poderia assim se constituir de uma instituição normalizada por uma série de
  regulamentos de afiliação e aliança, aceitos pelos membros. Alguns destes
  regulamentos envolvem: a exogamia, a endogamia, o incesto, a monogamia,
  a poligamia, e a poliandria.
 A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as
  mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se
  encontram inseridas. Esta é um espaço sócio-cultural que deve ser
  continuamente renovado e reconstruído; o conceito de próximo encontra-se
  realizado mais que em outro espaço social qualquer, e deve ser visto como
  um espaço político de natureza criativa e inspiradora.
 Funções de família
   Como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas
  famílias, como já foi referido. As famílias como agregações
  sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções
  de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às
  necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as
  funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de
  nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o
  outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua
  transmissão. A família deve então, responder às mudanças
  externas e internas de modo a atender às novas circunstâncias
  sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando sempre
  um esquema de referência para os seus membros (MINUCHIN,
  1990).
Bisavô Zeferino recebeu uns amigos em sua casa num
   domingo após a missa das oito horas. Eram ao todo uns
   quinze homens para o almoço e bisavó com as
   respectivas esposas e comadres, ficaram lidando na
   cozinha, sobrecarregadas, preparando os quitutes ...
   para o grande festim ...
                                                             
      Seu Cavalcanti levou para testar com os amigos sua
   mais recente novidade: uma espingarda nova! Todos
   foram para o quintal, bem depois da horta ... O local
   escolhido para colocar um alvo, foi uma pequena
   elevação do terreno, onde existia uma grande pedra. O
   alvo foi estrategicamente colocado em cima da tal
   pedra. Era um soar de tiros que não acabava mais ... o
   que já estava irritando minha bisavó que detestava
   armas em casa ... Os homens foram chamados para o
   almoço pelo grande sino da fazenda, ... mas
   permaneceram lá fora ... Daí há pouco, chega o Sr. José
   Eduardo com uma arma na mão...
- Cumadi, chamou, a senhora não quer experimentar e dá
   uns tirinhos ?
- Deus me livre compadre, vira isso pra lá ... e chama o
   povo         pro         almoço,      por        favor.
 Volto as minhas reminiscências da           Dentre os fatos maiores ocorridos em
  mocidade. Vejo-me no bonde pequenino         1930, devo destacar, também, o
  e inseguro que me levava ao internato,       casamento da minha prima Lourdes
  onde fiz parte do curso secundário.          com Afonsinho Camargo. Este era
 Meu pai experimentou os três regimes         filho do governador do Estado e,
  comigo: era aluno comum ou semi-             possivelmente, o moço disponível e
  interno e interno. Os dois últimos me        dos sonhos de cada donzela curitibana.
  causavam pavor. Ficar o dia inteiro          Saudável, bonito, viril, o jovem
  enjaulado em imóvel frio, impessoal, de      Camargo ficara famoso por suas
  altas paredes, entregues as normas de        tropelias no belo sexo. Era o terror e,
  disciplina rígidas e impessoais também.      ainda, a esperança sussurrada das
 De qualquer forma, meio aturdido pela
                                               famílias que tinha uma jovem
  surpresa, ali estava eu, prisioneiro das     casadoura. Pois bem. O namoro com a
  notas baixas do passado, sobretudo na        prima, também mato-grossense e de
  aritmética, e sofria com a disciplina.       rara beleza, marcou-se pela rapidez
  Fora colocado entre os alunos menores,       fulminante. Em pouco tempo, para
  submetido por acréscimo à vigilância         desespero das rivais, a Lourdes levava
  dos médios e dos maiores.                    o Afonsinho ao altar.
 Porquê será que quando os anos nos chegam , sempre entramos em uma fase de reflexão de tudo o que
   fizemos        e      deixamos      de    fazer     ao      longo      de     nossa      existência   ?
   ... das injustiças e dos erros que cometemos, das palavras de carinho que não falamos, e das mágoas que
   causamos às pessoas que amamos ...

    Nisso resume a grande sabedoria de Deus ! Depois que os anos passam, e os cabelos brancos começam a
    surgir, vez por outra, retrocedemos ao passado querendo consertar aquilo que não fizemos e, também não
                                                      fomos.
    Sempre me vem as lembranças da família, do tempo juntos, das brincadeiras de esconde-esconde, dos
    irmãos, de roubar frutas nos quintais da vizinhança, do primeiro beijo roubado, das noites sentados ao lado
    dos pais à beira do fogão à lenha ouvindo aquelas historinhas ...
... de beliscar o bolo ainda quente que a mamãe tão bem sabia fazer, de lambuzar a cara rapando o tacho de
    doce, de nadar e brincar no rio, de arrumar todas manhãs para ir à escola, de deitar no colo e desejar um
    carinho,                              um                               afago                             ...
    Hoje, depois que o tempo castigou minha juventude e, observando os erros que meus filhos e netos
    cometem, percebo que são exatamente iguais àquilo que fui também no
                                                    passado.
    Entendi depois de muito tempo, que não posso exigir de ninguém que nos ame, esse sentimento é próprio
    de cada um ...
Autoria : Soélis Sanches
Referências

 BOSI, Ecléa. Mémória e sociedade: lembranças de velhos. 3ed. S~~ao Paulo
  Companhia das Letras, 1994.
 MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto Alegre:
  Artes Médicas, 1990. p. 25-69.

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Lembranças de família

  • 1.
  • 2. Equipe  Jaqueline Miranda dos Santos.  José Edion da Silva Pinto.  Maria Ivaneide Santana.  Nívia Carla Ribeiro. Apresentado a professora Aucicleia Melo da Ponte.
  • 3. O que seria uma família normal hoje????
  • 4. Conceito histórico de família  O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada.  No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e filhos. Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna.  Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e, com a Revolução Industrial, tornaram- se freqüentes os movimentos migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais . Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num cenário similar ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa, integrando a população ativa, e a educação dos filhos é partilhada com as escolas. Os idosos deixam também de poder contar com o apoio direto dos familiares nos moldes pré-Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de instituições de assistência (cf. MOREIRA, 2001). Na altura, a família era definida como um “agregado doméstico (…) composto por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou outros laços sociais, podendo ser restrita ou alargada” (MOREIRA, 2001, p. 22). Nesta definição, nota-se a ambiguidade motivada pela transição entre o período anterior às revoluções, representada pelas referências à família alargada, com a tendência reducionista que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de aliança matrimonial.
  • 5.  Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no casamento e na adoção). Muitos etnólogos argumentam que a noção de "sangue" como elemento de unificação familiar deve ser entendida metaforicamente; dizem que em muitas sociedades e culturas não-ocidentais a família é definida por outros conceitos que não "sangue". A família poderia assim se constituir de uma instituição normalizada por uma série de regulamentos de afiliação e aliança, aceitos pelos membros. Alguns destes regulamentos envolvem: a exogamia, a endogamia, o incesto, a monogamia, a poligamia, e a poliandria.  A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas. Esta é um espaço sócio-cultural que deve ser continuamente renovado e reconstruído; o conceito de próximo encontra-se realizado mais que em outro espaço social qualquer, e deve ser visto como um espaço político de natureza criativa e inspiradora.
  • 6.  Funções de família Como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas famílias, como já foi referido. As famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas circunstâncias sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros (MINUCHIN, 1990).
  • 7.
  • 8. Bisavô Zeferino recebeu uns amigos em sua casa num domingo após a missa das oito horas. Eram ao todo uns quinze homens para o almoço e bisavó com as respectivas esposas e comadres, ficaram lidando na cozinha, sobrecarregadas, preparando os quitutes ... para o grande festim ...  Seu Cavalcanti levou para testar com os amigos sua mais recente novidade: uma espingarda nova! Todos foram para o quintal, bem depois da horta ... O local escolhido para colocar um alvo, foi uma pequena elevação do terreno, onde existia uma grande pedra. O alvo foi estrategicamente colocado em cima da tal pedra. Era um soar de tiros que não acabava mais ... o que já estava irritando minha bisavó que detestava armas em casa ... Os homens foram chamados para o almoço pelo grande sino da fazenda, ... mas permaneceram lá fora ... Daí há pouco, chega o Sr. José Eduardo com uma arma na mão... - Cumadi, chamou, a senhora não quer experimentar e dá uns tirinhos ? - Deus me livre compadre, vira isso pra lá ... e chama o povo pro almoço, por favor.
  • 9.  Volto as minhas reminiscências da  Dentre os fatos maiores ocorridos em mocidade. Vejo-me no bonde pequenino 1930, devo destacar, também, o e inseguro que me levava ao internato, casamento da minha prima Lourdes onde fiz parte do curso secundário. com Afonsinho Camargo. Este era  Meu pai experimentou os três regimes filho do governador do Estado e, comigo: era aluno comum ou semi- possivelmente, o moço disponível e interno e interno. Os dois últimos me dos sonhos de cada donzela curitibana. causavam pavor. Ficar o dia inteiro Saudável, bonito, viril, o jovem enjaulado em imóvel frio, impessoal, de Camargo ficara famoso por suas altas paredes, entregues as normas de tropelias no belo sexo. Era o terror e, disciplina rígidas e impessoais também. ainda, a esperança sussurrada das  De qualquer forma, meio aturdido pela famílias que tinha uma jovem surpresa, ali estava eu, prisioneiro das casadoura. Pois bem. O namoro com a notas baixas do passado, sobretudo na prima, também mato-grossense e de aritmética, e sofria com a disciplina. rara beleza, marcou-se pela rapidez Fora colocado entre os alunos menores, fulminante. Em pouco tempo, para submetido por acréscimo à vigilância desespero das rivais, a Lourdes levava dos médios e dos maiores. o Afonsinho ao altar.
  • 10.  Porquê será que quando os anos nos chegam , sempre entramos em uma fase de reflexão de tudo o que fizemos e deixamos de fazer ao longo de nossa existência ? ... das injustiças e dos erros que cometemos, das palavras de carinho que não falamos, e das mágoas que causamos às pessoas que amamos ... Nisso resume a grande sabedoria de Deus ! Depois que os anos passam, e os cabelos brancos começam a surgir, vez por outra, retrocedemos ao passado querendo consertar aquilo que não fizemos e, também não fomos. Sempre me vem as lembranças da família, do tempo juntos, das brincadeiras de esconde-esconde, dos irmãos, de roubar frutas nos quintais da vizinhança, do primeiro beijo roubado, das noites sentados ao lado dos pais à beira do fogão à lenha ouvindo aquelas historinhas ... ... de beliscar o bolo ainda quente que a mamãe tão bem sabia fazer, de lambuzar a cara rapando o tacho de doce, de nadar e brincar no rio, de arrumar todas manhãs para ir à escola, de deitar no colo e desejar um carinho, um afago ... Hoje, depois que o tempo castigou minha juventude e, observando os erros que meus filhos e netos cometem, percebo que são exatamente iguais àquilo que fui também no passado. Entendi depois de muito tempo, que não posso exigir de ninguém que nos ame, esse sentimento é próprio de cada um ... Autoria : Soélis Sanches
  • 11.
  • 12. Referências  BOSI, Ecléa. Mémória e sociedade: lembranças de velhos. 3ed. S~~ao Paulo Companhia das Letras, 1994.  MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. p. 25-69.