1) Jesus revelou seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria Alacoque, pedindo que o primeiro sábado após o Corpus Christi fosse dedicado a honrar seu Coração.
2) A Carta Encíclica de Pio XII descreve o mistério da redenção como um mistério de amor de Cristo por seu Pai e pela humanidade.
3) Devemos aprender a amar, venerar e adorar o Sagrado Coração de Jesus, que tanto sofreu pelos homens, e repará-Lo pelos que não o acol
2. 2
Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano
“EIS O CORAÇÃO QUE TANTO AMOU OS HOMENS...“
A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus
NOTA INTRODUTÓRIA
Findo o tempo Pascal, eis que tornamos ao Tempo Comum, iniciando-o com a Celebração de três
Solenidades: da Santíssima Trindade, do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e do Sagrado Coração
de Jesus. Estas três Solenidades estão intimamente relacionadas: do seio da Trindade surge Jesus
Cristo que, com o Coração cheio de Amor pelos homens, deixa o Seu Corpo e o Sangue como Sacra-
mento de Salvação para todos os que, santamente, o receberem.
Deste modo, há uma dinâmica de Amor por detrás destas celebrações: o Amor de Deus-Pai, que ama
de tal modo a Criação que, para a resgatar das insídias do pecado, envia o Seu Filho ao Mundo; o
Amor de Deus-Filho, que morre para nos salvar e ressuscita para nos levar até Deus; o Amor de Deus
-Espírito Santo, que transporta o sacrifício de Cristo para a vida dos crentes por meio da Eucaristia,
graça indispensável à Salvação das Almas.
Assim, de forma a que meditemos mais profundamente esta dinâmica acima descrita, vamos reto-
mar uma devoção muito querida ao Cristianismo Europeu, sobretudo a partir do século de XVII, isto
é, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a quem, tradicionalmente, é dedicado o Mês de Junho.
Para isso, iremos tomar como textos base os relatos das Aparições do Sagrado Coração de Jesus a
Santa Margarida Maria Alacoque, em Paray le Monial, durante a década de 1670, e também a Carta
Encíclica do Venerável Papa Pio XII Haurietis Aquas, de 15 de Maio de 1956, acerca da Devoção ao
Sagrado Coração de Jesus nos tempos modernos. Assim, pretende-se ouvir, de viva voz, o testemu-
nho de uma mística que recebeu a graça de se lhe ver revelado Cristo, bem como o ensinamento que
3. 3
MEDITAÇÃO II
Do Relato das Aparições a Santa Margarida Maria Alacoque
A chamada Grande Revelação foi feita a Margarida Maria durante a oitava da festa do Corpus Domi-
ni (Corpus Christi) de 1675.
Mostrando o seu Coração divino, Jesus confiou à Santa:
“Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes
testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões,
pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaris-
tia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te
peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa
particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que rece-
beu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”.
“Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aque-
les que Lhe prestarem esta honra”.
4. 4
Da Carta Encíclica Haurietis Aquas do Venerável Papa Pio XII
Com efeito, o mistério da divina redenção é, antes de tudo e pela sua própria natureza, um mistério
de amor: isto é, um mistério de amor justo da parte de Cristo para com seu Pai celeste, a quem o
sacrifício da cruz, oferecido com coração amante e obediente, apresenta uma satisfação superabun-
dante e infinita pelos pecados do gênero humano: Cristo, sofrendo por caridade e obediência, ofere-
ceu à Deus alguma coisa de valor maior do que o exigia a compensação por todas as ofensas feitas a
Deus pelo gênero humano.8 Além disso, o mistério da redenção é um mistério de amor misericor-
dioso da augusta Trindade e do divino Redentor para com a humanidade inteira, visto que, sendo
esta totalmente incapaz de oferecer a Deus uma satisfação condigna pelos seus próprios delitos,9
mediante a imperscrutável riqueza de méritos que nos ganhou com a efusão do seu precioso sangue,
Cristo pode restabelecer e aperfeiçoar aquele pacto de amizade entre Deus e os homens violado pela
primeira vez no paraíso terrestre por culpa de Adão e depois, inúmeras vezes, pela infidelidade do
povo escolhido. Portanto, havendo na sua qualidade de nosso legítimo e perfeito mediador, e sob o
estímulo de uma caridade energética para conosco, conciliando as obrigações e compromissos do
gênero humano com os direitos de Deus, o divino Redentor foi, sem dúvida, o autor daquela maravi-
lhosa reconciliação entre a divina justiça e a divina misericórdia, a qual justamente constitui a abso-
luta transcendência do mistério da nossa salvação, tão sabiamente expresso pelo doutor angélico
com estas palavras: "Convém observar que a libertação do homem, mediante a paixão de Cristo, foi
conveniente tanto para a justiça como para a misericórdia do mesmo Cristo. Antes de tudo para a
justiça, porque com a sua paixão Cristo satisfez pela culpa do gênero humano, e, por conseguinte,
pela justiça de Cristo foi o homem libertado. E, em segundo lugar, para a misericórdia, porque, não
sendo possível ao homem satisfazer pelo pecado, que manchava toda a natureza humana, deu-lhe
Deus um reparador na pessoa de seu Filho. Ora, isto foi, da parte de Deus, um gesto de mais genero-
sa misericórdia do que se ele houvesse perdoado os pecados sem exigir qualquer satisfação. Por isso
está escrito: 'Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo excessivo amor com que nos amou
quando estávamos mortos pelos pecados, deu-nos vida juntamente em Cristo'" (Ef 2, 4).
Meditação
Como é próprio de Deus, também o seu Amor é algo insondável: para além de nos ter deixado o Seu
Corpo e Sangue como o maior dom, continua a manifestar-se através dos agraciados místicos que
recebem as suas mensagens e a transmitem ao povo de Deus. E, contudo, diz-nos o Senhor que não
tem recebido nada da nossa parte senão ingratidões.
Aprendamos a amar este Senhor, aprendamos a venerá-l’O e a adorá-l’O, e dar-Lhe a Glória e o Lou-
vor que a nossa pobre condição nos possibilita e, acima de tudo, amemos o seu Sacratíssimo Cora-
ção, tão sangrado, ferido e agravado pelos homens iníquos e pecadores.
Também está a Mãe Santíssima, a Virgem do Coração Imaculado, Coração esse que guardou e guar-
da todas as palavras, gestos e acções do Seu Santíssimo Filho. Que, a exemplo da Excelsa Virgem, sai-
bamos, com a mesma humildade, guardar tudo o que no diz o Senhor Jesus no íntimo do Coração.
Ó Sacratíssimo Coração de Jesus, que o teu Amor pelos homens seja sempre por nós acolhido e que sai-
bamos reparar-te e desagravar-te por todos aqueles que não o acolhem.