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ACIDENTES COM
ANIMAIS
PEÇONHENTOS
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Acidentes por animais peçonhentos

 • Animais peçonhentos são aqueles que possuem
   glândulas     produtoras    de   veneno      ou
   substâncias tóxicas, além de aparelho
   especializado     (dentes     ocos,    ferrões,
   aguilhões ou cerdas), por onde o veneno é
   inoculado.
 • Os animais peçonhentos de importância para a
   saúde pública no Brasil são serpentes, aranhas,
   escorpiões, lagartas, abelhas e alguns animais
   aquáticos que podem determinar diferentes tipos
   de envenenamento.
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Ofidismo
• Os acidentes ofídicos representam problema de
  saúde pública em virtude de sua alta frequência
  e gravidade. A repercussão social se traduz
  pelas sequelas e óbitos que ocorrem
  principalmente em populações rurais.
• Identificar o animal causador do acidente pode
  auxiliar no diagnóstico do acidente.
• Os critérios básicos, como presença de fosseta
  loreal e morfologia da cauda, são utilizados
  para distinguir serpentes peçonhentas de não
  peçonhentas a uma distância segura.
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• Fosseta loreal é o orifício situado entre o olho e
  a narina, daí a denominação popular de
  “serpente de quatro ventas”
• No Brasil, está presente nas serpentes do gênero
  Bothrops, Crotalus e Lachesis. Essas
  serpentes são providas de dentes inoculadores
  bem desenvolvidos.
• Não possuem fosseta loreal as espécies do
  gênero Micrurus, que geralmente possuem
  padrão característico de anéis pretos, vermelhos
  e brancos ou amarelos.
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•   Cauda: entre as serpentes que possuem fosseta
    loreal, a distinção entre os gêneros é feita pelo
    aspecto da cauda, que pode ser:
•   lisa. (A. Bothrops),
•   com escamas eriçadas (B. Lachesis)
•   ou com chocalho (C. Crotalus).
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• O quadro clínico varia, portanto, conforme as
  atividades presentes nos venenos dos diferentes
  gêneros de serpentes peçonhentas.
• O tempo decorrido entre o acidente e o
  atendimento    é    fator   determinante    no
  prognóstico; a ocorrência de complicações e
  óbitos está diretamente relacionada ao
  tratamento realizado tardiamente, em geral, 6
  a 12 horas.
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Acidente Botrópico
• O acidente causado por serpentes do gênero Bothrops constitui o
    mais importante envenenamento ofídico no Brasil, pela
    frequência e amplitude com que ocorre. É responsável por
    72,6% dos acidentes ofídicos que ocorrem no País.
•   Quadro clínico
•   Local: nas primeiras horas após a inoculação do veneno- dor e
    edema no local da picada, de intensidade variável e caráter
    progressivo, podendo acometer todo o membro picado.
•   Equimoses e sangramentos no ponto da picada podem ocorrer, bem
    como adenomegalia regional.
•   Como complicações, a síndrome compartimental, embora rara,
    ocorre precocemente; o edema de grandes proporções pode levar à
    diminuição na perfusão sanguínea, com consequente sofrimento de
    nervos, vasos sanguíneos e músculos de compartimentos de
    membros inferiores ou superiores.
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Acidente Botrópico
• Sistêmico:   a      incoagulabilidade    sanguínea     e
  sangramento de pele e mucosas (equimoses a
  distância,      gengivorragia,       em      ferimentos
  preexistentes) são relativamente comuns, porém a
  presença de hemorragia maciça ou em vísceras
  (pulmonar, uterina, cerebral) determina a gravidade dos
  casos.
• Hipotensão e choque podem ocorrer em decorrência do
  sequestro de líquido para o local da picada, hipovolemia
  por sangramento e liberação de substâncias vasoativas.
  A insuficiência renal aguda pode ocorrer em
  consequência a esses fatores e a principal complicação
  sistêmica neste tipo de acidente.
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      Acidente crotálico
• As serpentes do gênero Crotalus distribuem-se de maneira irregular pelo
    País. Representam a segunda causa de acidentes ofídicos em termos
    de número de casos, porém apresentam a maior letalidade (1,2%). As
    Crotalus preferem ambientes secos e abertos, não sendo comuns nas
    áreas onde as Lachesis predominam.
•   Quadro clínico
•   Local: diferentemente do acidente botrópico e laquético, o local da
    picada não apresenta lesão exuberante. São observados no segmento
    picado edema leve (às vezes ausente), eritema e parestesia, com
    formigamento ou anestesia.
•   Sistêmico: a caracterização clínica mais evidente é a dificuldade de
    manter os olhos abertos, e o paciente apresenta aspecto sonolento,
    visão turva ou dupla, diminuição ou paralisia da movimentação ocular.
•   A progressão da paralisia muscular pode levar à dificuldade de
    movimentação da caixa torácica e insuficiência respiratória aguda.
    O quadro é acompanhado por dores musculares generalizadas,
    sangramento discreto e urina escura, de tonalidade avermelhada ou
    marrom.
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    Acidente laquético
• O gênero Lachesis representa as maiores serpentes peçonhentas existentes nas
  Américas que habitam matas fechadas, sendo encontradas principalmente na
  Amazônia e, mais raramente, na Mata Atlântica. A letalidade (0,7%) é maior
  do que a causada por Bothrops (0,4%). O número de acidentes não é elevado,
  embora o diagnóstico diferencial com o envenenamento botrópico nem
  sempre seja possível nas áreas de floresta onde coabitam os dois gêneros.
• Quadro clínico
• Local: semelhantes às descritas no acidente botrópico, predominando a dor e
  edema. Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-
  hemorrágico, nas primeiras horas após o acidente. As mesmas complicações
  locais, como síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso,
  déficit funcional podem estar presentes em frequência e intensidade maior do
  que no acidente botrópico.
• Sistêmico: todas as manifestações sistêmicas descritas no envenenamento
  botrópico estão também presentes. Além disso, alguns pacientes podem
  apresentar hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão,
  bradicardia, cólicas abdominais e diarreia; a presença da chamada
  “síndrome vagal” possibilita a diferenciação clínica do envenenamento
  laquético.
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   Acidente elapídico
• No   Brasil é causado por serpentes conhecidas como “corais
  verdadeiras”. São pouco frequentes, correspondendo à quarta causa
  de acidentes por serpentes peçonhentas.
• Quadro clínico - Local: as manifestações locais, quando presentes,
  restringem-se à parestesia e eritema discretas. O edema geralmente
  se associa ao uso prévio de torniquetes.
• Sistêmico: o quadro neuroparalítico inicia-se, em geral, poucas horas
  após o acidente,sendo relatadas de acordo com o início e sequência de
  aparecimento: ptose palpebral bilateral, simétrica ou assimétrica;
  dificuldade da acomodação visual, turvação ou borramento da visão;
  oftalmoplegia e anisocoria; dificuldade para deglutição e
  mastigação, sialorreia, diminuição do reflexo do vômito e ptose
  mandibular; diminuição da força muscular dos membros;
  desconforto respiratório até dispneia restritiva e obstrutiva, que
  pode evoluir com insuficiência respiratória.
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Coral verdadeira



                                      Falsa coral
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    Serpentes não-peçonhentas
• As serpentes chamadas não peçonhentas correspondem à maioria
    das serpentes brasileiras.
•   Entre elas estão as famílias Boidae (jiboias e sucuris);
    Leptotyphlopidae (cobracega); Typhlopidae (fura-terra); Aniliidae
    (falsa coral).
•   Entretanto, representantes da família Colubridae (cobra-verde, cobra-
    cipó) possuem dentes inoculadores de veneno localizados na porção
    posterior da boca e podem injetá-lo veneno; os acidentes são leves,
    apenas com repercussão local.
•    Pode ser necessária a administração de antiinflamatórios e
    analgésicos.
•   O acidente por essas serpentes pode causar ferimento traumático ou
    cortocontuso, com risco de infecção, devendo ser adequadamente
    tratado com limpeza local e antibióticos, se necessário
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Primeiros socorros
• O que fazer em caso de acidente ofídico?
• Afastar o acidentado da serpente;
• Sempre que possível manter o acidentado em repouso,
    evitando correr ou que se locomova por seus próprios meios;
•   Manter o membro picado mais elevado do que o restante do
    corpo;
•   Limpar o local com água e sabão;
•   Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência
    cardíaca);
•   Levar o acidentado o quanto antes para um hospital ou serviço de
    saúde mais próximo;
•   Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde
    quanto aos pontos de tratamento com o soro específico;
•   Se for possível, levar o animal causador do acidente ao serviço de
    saúde.
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Primeiros socorros
• O que NÃO fazer em caso de acidente ofídico?
• Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem
  ocasionar maiores complicações (necrose e síndrome
  compartimental), podendo levar, inclusive, à amputação;
• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da
  picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer
  curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência
  de infecções;
• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada. Essas
  medidas podem piorar a hemorragia e causar infecções;
• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos
  como álcool, gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra
  o veneno e podem causar problemas gastrointestinais na vítima.
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Escorpionismo
• Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos,
  predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo,
  com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de
  temperatura e umidade.
• Com a escassez de alimento, esses animais passam a procurar
  alimento e abrigo em residências, terrenos baldios e áreas de
  construção.
• Ocorrem com maior frequência em locais onde há presença
  abundante de baratas, sendo esse inseto o principal alimento do
  escorpião.
• Os grupos mais vulneráveis são de pessoas que atuam na
  construção civil, crianças e donas de casa que permanecem o
  maior período no intra ou peridomicílio. Ainda nas áreas urbanas,
  são sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e
  distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusear objetos e
  alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
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   Quadro clínico
• O escorpionismo deve sempre ser considerado como um agravo que
  necessita de atendimento imediato, pois o início das manifestações
  clínicas é precoce. Felizmente a grande maioria dos acidentes é leve.
• No entanto, crianças abaixo dos 14 anos (principalmente as menores de
  sete anos), em acidentes causados por T. serrulatus (escorpião-
  amarelo), apresentam maior risco de complicações sistêmicas e óbitos.
• Local: O quadro local caracteriza-se por dor de intensidade variável, com
  sinais inflamatórios pouco evidentes, sendo incomum a observação da
  marca do ferrão. De evolução benigna na maioria dos casos, tem duração de
  algumas horas e não requer soroterapia.
• Sistêmico: Agitação desproporcional à dor, sudorese profusa,
  hipertensão e taquicardia podem surgir inicialmente, dando lugar a náuseas
  e vômitos, que prenunciam o aparecimento de manifestações vagais, como
  cólicas abdominais, diarreia e outras que podem dar lugar à hipotensão,
  bradicardia. Os óbitos, quando ocorrem, têm rápida evolução e estão
  associados a hipotensão ou choque, disfunção e lesão cardíaca, bem
  como edema agudo pulmonar.
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  Primeiros socorros
• O que fazer em caso de acidente escorpiônico?
• Limpar o local com água e sabão;
• Aplicar compressa morna no local;
• Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente
(UBS, posto de saúde, hospital de referência);
• Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos
  de tratamento com o soro específico;
• Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.
O que NÃO fazer em caso de acidente escorpiônico?
• Não amarrar ou fazer torniquete;
• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool,
  querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois
  podem favorecer a ocorrência de infecções;
• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool,
  gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o
  quadro.
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   Aranhas
• No Brasil, as aranhas consideradas de interesse para saúde
  pertencem a três gêneros.
• Os venenos dos três gêneros de aranhas de importância em
  saúde (Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus) possuem
  atividades bastante distintas, cujos envenenamentos apresentam
  características que permitem a diferenciação entre os tipos de
  acidente com relativa facilidade.
• Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns,
  porém sem relevância. A maioria vive nas habitações humanas ou
  suas proximidades. As principais representantes desse grupo são
  as aranhas caranguejeiras, aranha-de-grama, aranha-de-
  jardim, aranhalobo ou tarântula, aranha-da-poeira, papa-
  moscas ou aranhas saltadoras.
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   Foneutrismo
• O veneno de Phoneutria promove a despolarização de fibras musculares e
  terminações nervosas da junção neuromuscular, bem como ativação do
  sistema nervoso autônomo, causando a liberação de neurotransmissores
  adrenérgicos e acetilcolina, da mesma forma que o veneno escorpiônico.
  Quadro clínico
• Local: predominam no foneutrismo as manifestações locais. A dor
  imediata é observada na maioria dos casos, às vezes bastante intensa,
  podendo se irradiar até a raiz do membro acometido. Outras manifestações
  são também observadas: edema discreto, eritema, sudorese local,
  parestesia e a marca dos dois pontos de inoculação.
• Sistêmico: manifestações adrenérgicas e colinérgicas podem surgir
  precocemente e determinam a gravidade do envenenamento que ocorre
  principalmente em crianças. No sistema cardiovascular, são observadas
  alterações hemodinâmicas caracterizadas por hipotensão ou
  hipertensão arterial, bradicardia e arritmias. O edema pulmonar agudo e
  o choque são as principais causas de óbito.
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Foneutria - armadeira
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   Loxoscelismo
• O veneno loxoscélico possui uma substância denominada esfingomielinase-
  D, que age sobre o sistema complemento e diferentes células como
  leucócitos, hemácias, plaquetas, sendo a ela atribuída a atividade
  dermonecrótica e a hemólise intravascular.
• Pelo fato das Loxosceles serem pouco agressivas, os acidentes acontecem
  quando as aranhas são comprimidas contra o corpo, no momento em
  que as pessoas vestem roupas, calçados, usam toalhas de banho ou
  dormem.
• Quadro clínico
• Local: a presença de manifestações locais caracteriza a forma cutânea que é
  a mais comumente observada a partir de uma picada pouco dolorosa ou
  despercebida; eritema e edema endurado que progride nas 2-4 horas
  subsequentes, acompanhados de equimose com áreas de palidez,
  formando a chamada “placa marmórea”. O quadro agudo pode evoluir
  com necrose e escara, que, após retirada, deixa uma úlcera com fundo
  granulomatoso e bordos elevados.
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Loxoscelismo
• Sistêmico: manifestações inespecíficas relativamente comuns
  podem aparecer nas primeiras 24 horas, na forma de
  exantema morbiliforme ou escarlatiforme, febre, mal-estar,
  fraqueza, cefaleia, náuseas e vômitos.
• No entanto, o quadro sistêmico é definido pela presença de
  hemólise intravascular, caracterizando a forma cutâneo-
  hemolítica (ou cutaneovisceral), onde, além da lesão
  cutânea, há presença de anemia aguda, icterícia
  cutaneomucosa ou hemoglobinúria, que ocorrem, em
  geral, nas primeiras 72 horas após acidente.
• Complicações como insuficiência renal aguda (IRA) e
  coagulação intravascular disseminada são menos frequentes.
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Loxosceles- aranha marrom
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    Latrodectismo
• O principal componente tóxico do veneno de Latrodectus é
    uma neurotoxina pré-sináptica que atua sobre
    terminações nervosas sensitivas, provocando dor intensa
    no local.
•   Quadro clínico
•   A dor local é imediata, podendo ser intensa, irradiando-
    se aos gânglios linfáticos regionais.
•   Com a progressão do envenenamento, podem ocorrer
    sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, contraturas
    musculares, com fasciculação, opistótono, abdome
    em tábua.
•   São ainda descritos trismo, blefaroconjuntivite, retenção
    urinária, priapismo, bradicardia e choque.
•   No Brasil, os casos com manifestações sistêmicas têm
    sido relacionados a acidentes com L. curacaviensis.
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opistótono                         trismo
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Viúva negra - flamenguinha
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Primeiros socorros
• O tempo entre a picada e o início dos sintomas se revela um
  elemento que pode contribuir para o diagnóstico e é
  determinante para o tratamento, na medida em que somente
  o envenenamento por Loxosceles cursa de maneira
  insidiosa, com o passar de horas.
• Tanto o quadro clínico do foneutrismo como do
  latrodectismo se instalam nos primeiros minutos após a
  picada.
• Diferentemente do que é difundido popularmente, não há
  nenhum embasamento fisiopatológico que justifique a
  suposição de que manifestações de envenenamento possam
  surgir dias após o acidente, ou que múltiplas lesões sejam
  decorrentes da ação do veneno em diferentes partes do corpo,
  a não ser que haja mais de uma picada (evento extremamente
  raro).
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O que fazer
Para que o tratamento seja realizado, é importante que algumas
  medidas sejam tomadas logo após o acidente:
Afastar o acidentado da aranha e, se for possível, capturá-la com muito
  cuidado;
• Limpar o local com água e sabão;
• Levar o acidentado o quanto antes para o serviço de saúde mais
  próximo;
• Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde
  quanto aos pontos de tratamento com o soro específico;
• Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca).
A identificação da aranha causadora do acidente pode ajudar no
  diagnóstico, portanto deve-se levá-la ao serviço de saúde, quando
  capturada.
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O que não fazer
• Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem acentuar
  a dor local;
• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada
  (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina);
• Não fazer curativos que ocluam o local, pois podem favorecer a
  ocorrência de infecções;
• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
• Não esperar para dar atendimento à vítima em serviços de saúde de
  maior complexidade e mais distantes. Deve-se procurar o local mais
  próximo, o quanto antes;
• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como
  álcool, gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno
  e podem causar problemas gastrointestinais na vítima.
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Vigilância epidemiológica
• Segundo a portaria 2104/2011 os casos de acidentes com
 animais peçonhentos devem ser notificados.

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Acidentes com animais peçonhentos

  • 1. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS Prof. Ismael Costa
  • 2. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidentes por animais peçonhentos • Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas produtoras de veneno ou substâncias tóxicas, além de aparelho especializado (dentes ocos, ferrões, aguilhões ou cerdas), por onde o veneno é inoculado. • Os animais peçonhentos de importância para a saúde pública no Brasil são serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, abelhas e alguns animais aquáticos que podem determinar diferentes tipos de envenenamento.
  • 3. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 4. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 5. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Ofidismo • Os acidentes ofídicos representam problema de saúde pública em virtude de sua alta frequência e gravidade. A repercussão social se traduz pelas sequelas e óbitos que ocorrem principalmente em populações rurais. • Identificar o animal causador do acidente pode auxiliar no diagnóstico do acidente. • Os critérios básicos, como presença de fosseta loreal e morfologia da cauda, são utilizados para distinguir serpentes peçonhentas de não peçonhentas a uma distância segura.
  • 6. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com • Fosseta loreal é o orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas” • No Brasil, está presente nas serpentes do gênero Bothrops, Crotalus e Lachesis. Essas serpentes são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos. • Não possuem fosseta loreal as espécies do gênero Micrurus, que geralmente possuem padrão característico de anéis pretos, vermelhos e brancos ou amarelos.
  • 7. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 8. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com • Cauda: entre as serpentes que possuem fosseta loreal, a distinção entre os gêneros é feita pelo aspecto da cauda, que pode ser: • lisa. (A. Bothrops), • com escamas eriçadas (B. Lachesis) • ou com chocalho (C. Crotalus).
  • 9. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 10. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 11. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com • O quadro clínico varia, portanto, conforme as atividades presentes nos venenos dos diferentes gêneros de serpentes peçonhentas. • O tempo decorrido entre o acidente e o atendimento é fator determinante no prognóstico; a ocorrência de complicações e óbitos está diretamente relacionada ao tratamento realizado tardiamente, em geral, 6 a 12 horas.
  • 12. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidente Botrópico • O acidente causado por serpentes do gênero Bothrops constitui o mais importante envenenamento ofídico no Brasil, pela frequência e amplitude com que ocorre. É responsável por 72,6% dos acidentes ofídicos que ocorrem no País. • Quadro clínico • Local: nas primeiras horas após a inoculação do veneno- dor e edema no local da picada, de intensidade variável e caráter progressivo, podendo acometer todo o membro picado. • Equimoses e sangramentos no ponto da picada podem ocorrer, bem como adenomegalia regional. • Como complicações, a síndrome compartimental, embora rara, ocorre precocemente; o edema de grandes proporções pode levar à diminuição na perfusão sanguínea, com consequente sofrimento de nervos, vasos sanguíneos e músculos de compartimentos de membros inferiores ou superiores.
  • 13. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidente Botrópico • Sistêmico: a incoagulabilidade sanguínea e sangramento de pele e mucosas (equimoses a distância, gengivorragia, em ferimentos preexistentes) são relativamente comuns, porém a presença de hemorragia maciça ou em vísceras (pulmonar, uterina, cerebral) determina a gravidade dos casos. • Hipotensão e choque podem ocorrer em decorrência do sequestro de líquido para o local da picada, hipovolemia por sangramento e liberação de substâncias vasoativas. A insuficiência renal aguda pode ocorrer em consequência a esses fatores e a principal complicação sistêmica neste tipo de acidente.
  • 14. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 15. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidente crotálico • As serpentes do gênero Crotalus distribuem-se de maneira irregular pelo País. Representam a segunda causa de acidentes ofídicos em termos de número de casos, porém apresentam a maior letalidade (1,2%). As Crotalus preferem ambientes secos e abertos, não sendo comuns nas áreas onde as Lachesis predominam. • Quadro clínico • Local: diferentemente do acidente botrópico e laquético, o local da picada não apresenta lesão exuberante. São observados no segmento picado edema leve (às vezes ausente), eritema e parestesia, com formigamento ou anestesia. • Sistêmico: a caracterização clínica mais evidente é a dificuldade de manter os olhos abertos, e o paciente apresenta aspecto sonolento, visão turva ou dupla, diminuição ou paralisia da movimentação ocular. • A progressão da paralisia muscular pode levar à dificuldade de movimentação da caixa torácica e insuficiência respiratória aguda. O quadro é acompanhado por dores musculares generalizadas, sangramento discreto e urina escura, de tonalidade avermelhada ou marrom.
  • 16. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 17. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidente laquético • O gênero Lachesis representa as maiores serpentes peçonhentas existentes nas Américas que habitam matas fechadas, sendo encontradas principalmente na Amazônia e, mais raramente, na Mata Atlântica. A letalidade (0,7%) é maior do que a causada por Bothrops (0,4%). O número de acidentes não é elevado, embora o diagnóstico diferencial com o envenenamento botrópico nem sempre seja possível nas áreas de floresta onde coabitam os dois gêneros. • Quadro clínico • Local: semelhantes às descritas no acidente botrópico, predominando a dor e edema. Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero- hemorrágico, nas primeiras horas após o acidente. As mesmas complicações locais, como síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional podem estar presentes em frequência e intensidade maior do que no acidente botrópico. • Sistêmico: todas as manifestações sistêmicas descritas no envenenamento botrópico estão também presentes. Além disso, alguns pacientes podem apresentar hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarreia; a presença da chamada “síndrome vagal” possibilita a diferenciação clínica do envenenamento laquético.
  • 18. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 19. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Acidente elapídico • No Brasil é causado por serpentes conhecidas como “corais verdadeiras”. São pouco frequentes, correspondendo à quarta causa de acidentes por serpentes peçonhentas. • Quadro clínico - Local: as manifestações locais, quando presentes, restringem-se à parestesia e eritema discretas. O edema geralmente se associa ao uso prévio de torniquetes. • Sistêmico: o quadro neuroparalítico inicia-se, em geral, poucas horas após o acidente,sendo relatadas de acordo com o início e sequência de aparecimento: ptose palpebral bilateral, simétrica ou assimétrica; dificuldade da acomodação visual, turvação ou borramento da visão; oftalmoplegia e anisocoria; dificuldade para deglutição e mastigação, sialorreia, diminuição do reflexo do vômito e ptose mandibular; diminuição da força muscular dos membros; desconforto respiratório até dispneia restritiva e obstrutiva, que pode evoluir com insuficiência respiratória.
  • 20. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Coral verdadeira Falsa coral
  • 21. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Serpentes não-peçonhentas • As serpentes chamadas não peçonhentas correspondem à maioria das serpentes brasileiras. • Entre elas estão as famílias Boidae (jiboias e sucuris); Leptotyphlopidae (cobracega); Typhlopidae (fura-terra); Aniliidae (falsa coral). • Entretanto, representantes da família Colubridae (cobra-verde, cobra- cipó) possuem dentes inoculadores de veneno localizados na porção posterior da boca e podem injetá-lo veneno; os acidentes são leves, apenas com repercussão local. • Pode ser necessária a administração de antiinflamatórios e analgésicos. • O acidente por essas serpentes pode causar ferimento traumático ou cortocontuso, com risco de infecção, devendo ser adequadamente tratado com limpeza local e antibióticos, se necessário
  • 22. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 23. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Primeiros socorros • O que fazer em caso de acidente ofídico? • Afastar o acidentado da serpente; • Sempre que possível manter o acidentado em repouso, evitando correr ou que se locomova por seus próprios meios; • Manter o membro picado mais elevado do que o restante do corpo; • Limpar o local com água e sabão; • Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca); • Levar o acidentado o quanto antes para um hospital ou serviço de saúde mais próximo; • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de tratamento com o soro específico; • Se for possível, levar o animal causador do acidente ao serviço de saúde.
  • 24. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Primeiros socorros • O que NÃO fazer em caso de acidente ofídico? • Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem ocasionar maiores complicações (necrose e síndrome compartimental), podendo levar, inclusive, à amputação; • Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções; • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada. Essas medidas podem piorar a hemorragia e causar infecções; • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem causar problemas gastrointestinais na vítima.
  • 25. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Escorpionismo • Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade. • Com a escassez de alimento, esses animais passam a procurar alimento e abrigo em residências, terrenos baldios e áreas de construção. • Ocorrem com maior frequência em locais onde há presença abundante de baratas, sendo esse inseto o principal alimento do escorpião. • Os grupos mais vulneráveis são de pessoas que atuam na construção civil, crianças e donas de casa que permanecem o maior período no intra ou peridomicílio. Ainda nas áreas urbanas, são sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusear objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
  • 26. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 27. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Quadro clínico • O escorpionismo deve sempre ser considerado como um agravo que necessita de atendimento imediato, pois o início das manifestações clínicas é precoce. Felizmente a grande maioria dos acidentes é leve. • No entanto, crianças abaixo dos 14 anos (principalmente as menores de sete anos), em acidentes causados por T. serrulatus (escorpião- amarelo), apresentam maior risco de complicações sistêmicas e óbitos. • Local: O quadro local caracteriza-se por dor de intensidade variável, com sinais inflamatórios pouco evidentes, sendo incomum a observação da marca do ferrão. De evolução benigna na maioria dos casos, tem duração de algumas horas e não requer soroterapia. • Sistêmico: Agitação desproporcional à dor, sudorese profusa, hipertensão e taquicardia podem surgir inicialmente, dando lugar a náuseas e vômitos, que prenunciam o aparecimento de manifestações vagais, como cólicas abdominais, diarreia e outras que podem dar lugar à hipotensão, bradicardia. Os óbitos, quando ocorrem, têm rápida evolução e estão associados a hipotensão ou choque, disfunção e lesão cardíaca, bem como edema agudo pulmonar.
  • 28. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com
  • 29. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Primeiros socorros • O que fazer em caso de acidente escorpiônico? • Limpar o local com água e sabão; • Aplicar compressa morna no local; • Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência); • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de tratamento com o soro específico; • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde. O que NÃO fazer em caso de acidente escorpiônico? • Não amarrar ou fazer torniquete; • Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções; • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada; • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.
  • 30. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Aranhas • No Brasil, as aranhas consideradas de interesse para saúde pertencem a três gêneros. • Os venenos dos três gêneros de aranhas de importância em saúde (Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus) possuem atividades bastante distintas, cujos envenenamentos apresentam características que permitem a diferenciação entre os tipos de acidente com relativa facilidade. • Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem relevância. A maioria vive nas habitações humanas ou suas proximidades. As principais representantes desse grupo são as aranhas caranguejeiras, aranha-de-grama, aranha-de- jardim, aranhalobo ou tarântula, aranha-da-poeira, papa- moscas ou aranhas saltadoras.
  • 31. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Foneutrismo • O veneno de Phoneutria promove a despolarização de fibras musculares e terminações nervosas da junção neuromuscular, bem como ativação do sistema nervoso autônomo, causando a liberação de neurotransmissores adrenérgicos e acetilcolina, da mesma forma que o veneno escorpiônico. Quadro clínico • Local: predominam no foneutrismo as manifestações locais. A dor imediata é observada na maioria dos casos, às vezes bastante intensa, podendo se irradiar até a raiz do membro acometido. Outras manifestações são também observadas: edema discreto, eritema, sudorese local, parestesia e a marca dos dois pontos de inoculação. • Sistêmico: manifestações adrenérgicas e colinérgicas podem surgir precocemente e determinam a gravidade do envenenamento que ocorre principalmente em crianças. No sistema cardiovascular, são observadas alterações hemodinâmicas caracterizadas por hipotensão ou hipertensão arterial, bradicardia e arritmias. O edema pulmonar agudo e o choque são as principais causas de óbito.
  • 32. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Foneutria - armadeira
  • 33. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Loxoscelismo • O veneno loxoscélico possui uma substância denominada esfingomielinase- D, que age sobre o sistema complemento e diferentes células como leucócitos, hemácias, plaquetas, sendo a ela atribuída a atividade dermonecrótica e a hemólise intravascular. • Pelo fato das Loxosceles serem pouco agressivas, os acidentes acontecem quando as aranhas são comprimidas contra o corpo, no momento em que as pessoas vestem roupas, calçados, usam toalhas de banho ou dormem. • Quadro clínico • Local: a presença de manifestações locais caracteriza a forma cutânea que é a mais comumente observada a partir de uma picada pouco dolorosa ou despercebida; eritema e edema endurado que progride nas 2-4 horas subsequentes, acompanhados de equimose com áreas de palidez, formando a chamada “placa marmórea”. O quadro agudo pode evoluir com necrose e escara, que, após retirada, deixa uma úlcera com fundo granulomatoso e bordos elevados.
  • 34. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Loxoscelismo • Sistêmico: manifestações inespecíficas relativamente comuns podem aparecer nas primeiras 24 horas, na forma de exantema morbiliforme ou escarlatiforme, febre, mal-estar, fraqueza, cefaleia, náuseas e vômitos. • No entanto, o quadro sistêmico é definido pela presença de hemólise intravascular, caracterizando a forma cutâneo- hemolítica (ou cutaneovisceral), onde, além da lesão cutânea, há presença de anemia aguda, icterícia cutaneomucosa ou hemoglobinúria, que ocorrem, em geral, nas primeiras 72 horas após acidente. • Complicações como insuficiência renal aguda (IRA) e coagulação intravascular disseminada são menos frequentes.
  • 35. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Loxosceles- aranha marrom
  • 36. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Latrodectismo • O principal componente tóxico do veneno de Latrodectus é uma neurotoxina pré-sináptica que atua sobre terminações nervosas sensitivas, provocando dor intensa no local. • Quadro clínico • A dor local é imediata, podendo ser intensa, irradiando- se aos gânglios linfáticos regionais. • Com a progressão do envenenamento, podem ocorrer sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, contraturas musculares, com fasciculação, opistótono, abdome em tábua. • São ainda descritos trismo, blefaroconjuntivite, retenção urinária, priapismo, bradicardia e choque. • No Brasil, os casos com manifestações sistêmicas têm sido relacionados a acidentes com L. curacaviensis.
  • 37. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com opistótono trismo
  • 38. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Viúva negra - flamenguinha
  • 39. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Primeiros socorros • O tempo entre a picada e o início dos sintomas se revela um elemento que pode contribuir para o diagnóstico e é determinante para o tratamento, na medida em que somente o envenenamento por Loxosceles cursa de maneira insidiosa, com o passar de horas. • Tanto o quadro clínico do foneutrismo como do latrodectismo se instalam nos primeiros minutos após a picada. • Diferentemente do que é difundido popularmente, não há nenhum embasamento fisiopatológico que justifique a suposição de que manifestações de envenenamento possam surgir dias após o acidente, ou que múltiplas lesões sejam decorrentes da ação do veneno em diferentes partes do corpo, a não ser que haja mais de uma picada (evento extremamente raro).
  • 40. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com O que fazer Para que o tratamento seja realizado, é importante que algumas medidas sejam tomadas logo após o acidente: Afastar o acidentado da aranha e, se for possível, capturá-la com muito cuidado; • Limpar o local com água e sabão; • Levar o acidentado o quanto antes para o serviço de saúde mais próximo; • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde quanto aos pontos de tratamento com o soro específico; • Monitorar sinais vitais (pressão arterial e frequência cardíaca). A identificação da aranha causadora do acidente pode ajudar no diagnóstico, portanto deve-se levá-la ao serviço de saúde, quando capturada.
  • 41. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com O que não fazer • Não amarrar ou fazer torniquete, pois essas medidas podem acentuar a dor local; • Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina); • Não fazer curativos que ocluam o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções; • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada; • Não esperar para dar atendimento à vítima em serviços de saúde de maior complexidade e mais distantes. Deve-se procurar o local mais próximo, o quanto antes; • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem causar problemas gastrointestinais na vítima.
  • 42. Produzido por Ismael Costa ismac@globo.com www.blogprofismael.blogspot.com Vigilância epidemiológica • Segundo a portaria 2104/2011 os casos de acidentes com animais peçonhentos devem ser notificados.