2. BIOPESTICIDES
Biopesticidas são organismos vivos (fungos,
bactérias, protozoários, straminipila e vírus),
animais microscópicos (nematoides) e
macrorganismos (predadores e parasitóides,
insetos e ácaros) ou produtos naturais
derivados desses organismos que são usados
na proteção das plantas contra problemas
fitossanitários
Bettiol, W. Biopesticide use and research in Brazil. Outlooks on Pest
Management, p. 280-283, December 2011. DOI:10.1564/22dec10
3. Demanda por
biopesticidas no Brasil
A demanda por biopesticidas para o controle de
pragas, doenças e plantas invasoras tem crescido no
Brasil nos anos recentes, principalmente devido ao
aumento com as preocupações ambientais e a
contaminação de alimentos com pesticidas
químicos sintéticos. ZERO RESIDUOS, NO
RESIDUE…
Também é importante considerar a expansão da
área de agricultura orgânica e o início ou retomada
do movimento para manejo integrado de pragas.
4. MERCADO BRASILEIRO DE PESTICIDAS
Figura 1. Vendas de pesticidas no Brasil, 2006 a 2010
(US$ bilhões de dolares). Fonte: Sindag (2011).
US$7.304 billion
2011: estimativa - US$ 8.3 billion
5. Figura 2. Vendas de pesticidas no Brasil por categoria
de produtos. Em milhões de dolares no ano de 2010.
Fonte: Sindag (2011).
6. Biopesticidas
1% das vendas dos pesticidas químicos
US$ 65 a 75 milhões
Bioagentes para o controle de plantas
invasoras não são disponíveis no mercado.
2% bioagentes para controle de insetos
pragas e doenças de plantas.
7. MERCADO DE PESTICIDAS NO BRASIL
Tabela 1. Número de pesticidas agrícolas
comerciais registrados no Brasil em Agosto de 2011.
8. BIOPESTICIDAS COMERCIALIZADOS NO
BRASIL
Tabela 2. Espécies e número de bioagentes registrados como
biopesticidas no Brasil em Outubro de 2011.
26
9. BIOPESTICIDAS NO BRASIL
Em julho de 2009, foi organizado um workshop pelo Fórum
Permanente para Adequação Fitossanitária da Embrapa Meio
Ambiente e Ministério da Agricultura para discutir
“Vantagens do registro de produtos biológicos para controle
de pragas e doenças”.
Essa ação, concomitantemente com os trabalhos da ABCBIO,
resultou no aumento do número de RETs, que é a primeira
etapa para o registro de um bioagente, nos últimos três anos.
O número de bioagentes registrados no Brasil aumentou
substanciamente nos últimos três anos.
10. BIOPESTICIDAS NO BRASIL
Tabela 2. Espécies e número de bioagentes registrados como
biopesticidas no Brasil em Outubro de 2011.
October 2011
February 2012
+1
4 new BCAs
+2
February 9
30
Neoseiulus californicus - 1 Trichoderma
stromaticum
11. As espécies mais importantes
vendidas no Brasil
Cotesia flavipes [3 milhões ha] e Trichograma galloi [0,5
milhão ha] para controle de Diatraea saccharalis (broca da
cana-de-açúcar) em cana-de-açúcar
Metarhizium anisopliae [2 milhões ha] para o controle de
Mahanarva (cigarrinha) em cana-de-açúcar e Mahanarva
posticata (cigarrinha) em pastagens [60.000 ha]
Trichoderma spp. [2 milhões ha] para o controle de vários
patógenos habitantes do solo
Bacillus thuringiensis [300.000 ha] para controle de lagartas
12. Outros bioagentes
Bacillus subtilis, Bacillus pumilus, Bacillus
thuringiensis, Beauveria bassiana,
Clonostachys rosea, Isaria, Lecanicillium
lecanii, Lecanicillium longisporum,
Metharizium anisopliae, Paecilomyces
lilacinus, Pochonia chlamidosporia,
Trichoderma spp. e outras espécies são
comercializadas sem registro.
13. Demanda para os bioagentes
tem aumentado
Uma indicação do aumento da demanda para bioagentes
pode ser observada com os dados de Trichoderma.
A área tratada com Trichoderma em 2008 foi de 600.000 ha
e em 2010 o número cresceu para mais de 1.200.000 ha,
mostrando um aumento de, aproximadamente, 100%
em três anos. A demanda por esse BCA é devida a alternativa
para o controle do mofo-branco, causado por
Sclerotinia sclerotiorum, em soja, a mais importante
cultura com considerável aumento de área cultivada
2011 – aproximadamente 2,000.000 ha
14. Exemplos de sucesso de biocontrole
Vírus da Tristeza – Desde 1968, plantas de citros com estirpe
fraca do vírus são comercializadas no Brasil e mais de 200
milhões de plantas premunizadas são correntemente
cultivadas.
Controle biológico é utilizado em larga escala desde a
década de 1970s em cana-de-açúcar. Cotesia flavipes e
Trichogramma galloi são utilizados para o controle de
Diatraea saccharalis em cana-de-açúcar – aproximadamente,
3,5 milhões de ha/ano.
Por mais de 50 anos esses bioagentes e outros tem sido
utilizados no Brasil sem registro, sem problemas ambientais
e com sucesso econômico.
15. SITUAÇÃO E DESAFIOS
Esses exemplos ilustram a situação e os desafios para os
biopesticidas no Brasil. É importante resaltar que
necessitamos continuar utilizando biopesticidas, pois são
indispensáveis para o agronegócio; necessitamos
urgentemente regularizar a situação desses e outros
biopesticidas.
O aumento do uso de biopesticidas reduz os impactos
ambientais dos pesticidas químicos e necessitamos
desenvolver novos produtos para aumentar a oferta no
mercado e consequentemente a demanda, o mais rapidamente
possível.
19. VISÃO DA SOCIEDADE EM
RELAÇÃO AO BIOCONTROLE
Nos anos recentes a popularidade do biocontrole tem
aumentado não somente entre os agricultores e diferentes
segmentos da sociedade, mas também entre os técnicos das
companhias de pesticidas químicos. O desenvolvimento de
biopesticidas tornou prioridade em diversas agências de
fomento de pesquisa e desenvolvimento, bem como em
diversas instituições de pesquisa e ensino. Um importante
aspecto é que os agricultores estão havidos por técnicas
alternativas para o controle dos problemas
fitossanitários, pois acreditam que podem reduzir custos e
atender à demanda da sociedade por alimentos livres de
pesticidas químicos.
ZERO RESIDUE AND IPM
20. AGRICULTURA ORGÂNICA
Embora sempre se relacione que a agricultura orgânica
e o biocontrole caminham juntos, no Brasil o maior
mercado para os biopesticidas é a agricultura
convencional.
Contudo, considerando que a área de agricultura
orgânica cresce em torno de 5% ou mais ao ano,
esse sistema agrícola poderá representar um
importante mercado potencial para os
biopesticidas no Brasil
21. O que necessitamos no Brasil para o
desenvolvimento de biopesticidas?
1. Alterar a abordagem/cultura dos agricultores, agrônomos e
pesquisadores e outros em relação ao biocontrole.
2. Pesquisas básicas com os bioagentes, incluindo os impactos
ambientais.
3 . Aumentar o número de laboratórios que trabalham com a
multiplicação de organismos e técnicas de produção para evitar
a baixa qualidade de produtos obtidos nas empresas.
4. Alterar a relação entre as empresas e as instituições de
pesquisa e ensino para o desenvolvimento de projetos conjuntos,
combinando os conhecimentos da indústria em relação ao
mercado e os básicos em microbiologia, entomologia e
agronomia das instituições de pesquisa.
22. 5. Análise de tamanho do mercado e produtos concorrentes.
6. Comercialização de produtos somente após a certeza de sua
eficiência.
7. Controle de qualidade dos produtos comercializados.
8. Ajustar a produção em escala e a logística de distribuição e
transporte.
9. Treinamento para uso e integração dos biopesticidas dentro
dos sistemas de cultivo.
10. Política pública apropriada para biocontrole, por meio de
incentivos fiscais e creditícios.
11. Regulamentação para pesquisa, desenvolvimento e registro
de biopesticidas.
23. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos entomológicos e fitopatológicos aplicados no Brasil
foram e são grandemente influenciados pelos pesticidas
químicos. Dessa forma, há um problema cultural na aceitação
do biocontrole.
O modelo agrícola adotado no Brasil dificulta a implementação
do biocontrole. O modelo está baseado em cultivos continuos
com poucas culturas em grandes extensões de área.
Contudo, esse sistema pode ser benefico para o biocontrole
quando não há disponibilidade do controle químico ou ele não
resolve o problema de doenças e insetos pragas. Por exemplo,
broca da cana de açúcar e mofo-branco da soja.
24. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Necessitamos readotar as práticas de IPM para que o
biocontrole cresça consistemente. UE/2012
Um problema é em relação à Convenção para a
Biodiversidade em relação ao conceito de acesso aos
inimigos naturais para o biocontrole. A maioria dos
pesquisadores em biocontrole no Brasil está ilegal,
tanto devido aos aspectos legais de acesso ao
patrimônio genético, quanto à regulamentação de
registros de biopesticidas.
25. OBRIGADO
SOU OTIMISTA EM RELAÇÃO AO
CRESCIMENTO DO MERCADO DE
BIOPESTICIDAS NO BRASIL E
ESTIMO QUE AS VENDAS DESSES
PRODUTOS PODERÁ ALCANÇAR
10% OU MAIS DO MERCADO DE
PESTICIDAS EM 2020.