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Mala Pedagógica de Apoio à Formação
Segurança,
Higiene e Saúde
no Trabalho
Sector da
Construção Civil
Manual do Formando
Autor. Hugo Monteiro
Introdução
Conteúdo do conjunto didáctico
Objectivos
Público-alvo
Metodologia formativa
Avaliação
Suporte digital
Objectivos específicos do conjunto didáctico - 1ª Parte
Glossário
DL 273/2003 de 29 de Outubro
Acidente de trabalho
Álcool no trabalho
Ruído
Organização do estaleiro
Manutenção do estaleiro
Manutenção de equipamentos
Armazenamento
Sinalização de segurança
Objectivos específicos do conjunto didáctico - 2ª Parte
Movimentação mecânica de cargas
Movimentação manual de cargas
Máquinas/Ferramentas portáteis
Escadas de mão
Utilização de ar comprimido
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Substâncias perigosas
Trabalhos na proximidade de água
Trabalhos na proximidade de trânsito
Trabalhos em altura
Andaimes
Equipamentos de protecção individual
Objectivos específicos do conjunto didáctico - 2ª Parte
Interferência com infra-estruturas
Escavações
Escavação de valas
Trabalhos com electricidade
Demolições
Espaços confinados
Execução de trabalhos de estrutura
Execução de trabalhos de alvenaria
Trabalhos de montagem de instalações especiais
Trabalhos em Coberturas
Trabalhos de aplicação de pavimentos e revestimentos
Trabalhos de carpintaria (limpos)
Trabalhos de serralharia
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Índice
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
“Precisam-se homens para jornada perigosa.
Baixo salário, frio intenso, longas horas de completa escuridão.
Regresso em segurança não garantido.
Honra e reconhecimento em caso de sucesso”
Anúncio de trabalho publicado no jornal London Times, início do século XX
Ao contrário da realidade à um século atrás, o objectivo hoje dos técnicos de segurança é garantir
uma qualidade de vida aos trabalhadores de forma a que estes terminem cada jornada de trabalho
sãos e salvos.
Pretende-se com este manual contribuir para a melhoria das condições de trabalho, criando uma
ferramenta que possibilite aos trabalhadores, a identificação de perigos e/ou de situações perigo-
sas, desenvolvendo desta forma uma cultura de segurança e, assim, transformar cada local de
trabalho num Lugar Seguro, tanto para estes como para todos os que nele trabalhem.
Manual do Formando
Introdução
Atendendo ao elevado número de acidentes
de trabalho e de doenças profissionais que se
verificam, à falta de formação dos trabalha-
dores, à pequena dimensão das empresas, à
disponibilidade reduzida dos trabalhadores para
a formação, ao tempo e aos custos elevados
envolvidosnos processos de formação, a elabo-
ração de um instrumento de fácil aprendizagem,
esclarecedor e que acompanhe os ritmos de
aprendizagem de cada trabalhador; conciliando
imagens com explicações práticas de como
proceder e actuar, tem como finalidade contri-
buir para que, os trabalhadores vejam melhora-
das as suas competências no âmbito da segu-
rança higiene e saúde no trabalho. Pretende-se
ainda contribuir para a redução do número de
acidentes que se verifica neste sector de ac-
tividade tão flagelado. Este produto tem como
finalidade promover a utilização generalizada,
autónoma e reflectida das medidas preventivas
pelos trabalhadores Pretende-se que, de forma
autónoma e responsável, o trabalhador invista
na sua aprendizagem ao longo da vida.
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Conteúdo do conjunto
didático
O conjunto didáctico sobre regras de seguran-
ça higiene e saúde no trabalho, para o sector
da construção civil é composto pelos seguintes
elementos:
Manual do formando
Este guia de formação constitui o principal ins-
trumento do conjunto e contem:
• Neste manual são descritos os riscos e
medidas preventivas que usualmente se en-
contram em actividades de construção civil e
obras públicas.
• Actividades didácticas para os formandos.
CD-ROM
Este suporte electrónico contem o conjunto dos
documentos que compõem o presente manual,
adaptados aos formatos adequados.
Figura em anexo ao guia de formação um vídeo
ilustrando situações reais de obra
Objectivos
O projecto tem como finalidade transmitir de
uma forma clara e precisa informação aos tra-
balhadores. Os objectivos de desenvolvimen-
to que podem ser alcançados utilizando este
conjunto de ferramentas de formação são os
seguintes:
• Consciencialização dos trabalhadores para
a segurança e saúde;
• Mudar práticas e vícios adquiridos;
• Diminuição dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais;
• Identificação das medidas preventivas a uti-
lizar perante determinada situação;
• Melhorar a movimentação manual de cargas;
• Melhorar a movimentação mecânica de cargas;
• Utilização correcta de máquinas e equipa-
mentos;
• Identificar os perigos eléctricos;
• Actuação em situações de acidente e de
emergência;
• Identificar a sinalética e rotulagem.
Público alvo
Este conjunto foi preparado para os trabalha-
dores encarregues de dirigir trabalhos nas fren-
tes de obra, encarregados e/ou chefes de equipa.
Metodologia formativa
Os métodos de ensino tradicionais são funda-
mentalmente baseados na transmissão dos con-
hecimentos, e na recepção passiva do conheci-
mento.
Neste manual, a formação é construída tanto a
partir dos conteúdos programáticos, como de
experiências dos formandos que constituem
uma contribuição essencial para o processo
de formação. Pretende-se desta forma trans-
cender a “fronteira” da formação tradicional.
Decorre daí que a formação está centrada no
participante, e que o formador desempenha o
papel de “facilitador”, guiando e apoiando o
processo de aprendizagem na transmissão das
competências técnicas que devem interagir
com a experiência do formando.
Avaliação
Estão previstos diversos exercícios que fun-
cionam como avaliação durante o decorrer da
formação, com a finalidade de controlar os di-
versos elementos e de modo a contribuir devi-
damente para o cumprimento dos objectivos
gerais da formação.
Manual do Formando
• Mudar práticas e vícios adquiridos;
• Identificar práticas erradas;
• Identificar práticas adequadas a cada tipo
de trabalho.
• Diminuição dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais;
• Identificar um acidente de trabalho;
• Identificar as principais causas de aciden-
tes de trabalho;
• Identificar as consequências de um aci-
dente de trabalho;
• Identificar a sinalética e rotulagem.
• Identificar os diferentes tipos de sinalização
existente.
• Adoptar a sinalização adequada a cada
situação;
• Identificar a informação existente na rotulagem;
• Identificar á simbologia dos rótulos.
No final do manual existe um exercício de ava-
liação que abrange a totalidade dos conteúdos
do manual.
Suporte Digital - CD-ROM
O CD-ROM contido neste conjunto foi conce-
bido de modo a desenvolver e publicar os con-
teúdos da formação em formato electrónico
para que os formandos possam usufruir das
ferramentas informáticas para explorar o ma-
nual de formação.
Neste CD-ROM, encontrarão a totalidade dos
módulos do manual de formação.
São estabelecidos vínculos dentro destes do-
cumentos e entre documentos, para permitir
ao utilizador “navegar” facilmente através dos
distintos conteúdos.
Objectivos específicos do
conjunto didáctico
A esta primeira parte do manual de formação
engloba um conjunto de temas relacionados
com o enquadramento da segurança nos es-
taleiros de construção civil e a organização da
segurança nos estaleiros.
Ao final deste primeiro ciclo de formação, o for-
mando deverá atingir os seguintes objectivos:
• Consciencialização dos trabalhadores para
a segurança e saúde;
• Identificar a especificidade do sector da
construção;
• Situar o lugar e o papel de cada um dos
intervenientes numa obra de construção;
• Percepção dos riscos existentes na activi-
dade desenvolvida;
• Percepção das consequências de um aci-
dente de trabalho;
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Glossário
Acidente de Trabalho
Acidente que se verifique no local e tempo de
trabalho e produza directa ou indirectamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doen-
ça de que resulte redução na capacidade de
trabalho ou de ganho ou a morte.
Risco
Expressa uma probabilidade de possíveis da-
nos dentro de um período específico de tempo
ou número de ciclos operacionais.
Risco aceitável
Risco que foi reduzido a um nível que possa
ser aceite pela Empresa, tendo por objectivo
o cumprimento da legislação aplicável e a sua
própria política da Segurança, se aplicável.
Perigo
Fonte ou situação para o dano, em termos de
lesões ou ferimentos para o corpo humano ou
de danos para a saúde, para o património, para
o ambiente do local de trabalho, ou uma com-
binação destes.
Danos
É a gravidade (severidade) da perda humana,
material, ambiental ou financeira que pode
resultar, caso não exista controle sobre um
risco.
Causa
Poderá ser de carácter humano, material ou
fortuito relacionado com o evento catastrófico
(acidente ou falha), resultante da materialização
de um risco, provocando danos.
Segurança
Imunidade à ocorrência de danos resultantes
de um risco inaceitável. É frequentemente
definida como isenção de riscos. No entanto, é
praticamente impossível a eliminação comple-
ta de todos os riscos. Segurança é, portanto,
um compromisso de uma relativa protecção de
exposição a riscos.
Perdas
É o prejuízo sofrido por uma empresa, sem ga-
rantia de ressarcimento por seguro ou outros
meios.
Incidente de trabalho
Acontecimento que esteve na origem de um
potencial acidente de trabalho, gerando ape-
nas danos materiais. Este pode ser designado
por “quase acidente”.
Manual do Formando
DL 273/2003 de 29 de
Outubro
As condições de segurança no trabalho desen-
volvido em estaleiros temporários ou móveis
são, frequentemente, deficientes e estão na
origem de um elevado número de acidentes de
trabalho com consequências graves e mortais,
provocados, sobretudo por quedas em altura,
esmagamentos e soterramentos.
O plano de segurança e saúde constitui um dos
instrumentos fundamentais do planeamento e
da organização da segurança no trabalho em
estaleiros temporários ou móveis. Este plano
deve ser elaborado a partir da fase projecto da
obra, sendo posteriormente desenvolvido e es-
pecificado antes de se passar à execução da
obra, com a abertura do estaleiro.
Trata-se assim de um único plano de seguran-
ça e saúde para a obra, cuja elaboração acom-
panha a evolução desde a fase de projecto da
obra para a fase de execução, até à conclusão
da mesma.
O desenvolvimento do Plano de Segurança e
Saúde (PSS) da fase de projecto para a exe-
cução da obra é da responsabilidade da enti-
dade executante.
Caberá ao coordenador de segurança em obra
validar tecnicamente o desenvolvimento e as
eventuais alterações ao plano, cuja aprovação
competirá sempre ao dono de obra.
A coordenação de segurança divide-se em
duas fases, fase de projecto e fase de obra,
cabendo ao dono de obra a sua nomeação e
divulgação em obra através da afixação da co-
municação prévia.
O coordenador de segurança em obra e plano
de segurança e saúde não são obrigatórios em
todas as obras. Contudo, se houver neces-
sidade de executar trabalhos que apresentem
riscos especiais, a entidade executante deve
dispor de fichas de procedimentos de segu-
rança que indiquem as medidas de prevenção
necessárias para executar esses trabalhos.
O artigo 7º do decreto-lei 273/2003 de 29 de
Outubro define que trabalhos com riscos espe-
ciais, são trabalhos que:
• exponham os trabalhadores a risco de so-
terramento, de afundamento ou queda em
altura;
• exponhamos trabalhadores a riscos quími-
cos ou biológicos susceptíveis de causar
doenças profissionais;
• exponham os trabalhadores a radiações
ionizantes;
• sejam efectuados na proximidade de linhas
eléctricas de média ou alta tensão;
• sejam efectuados em vias ferroviárias ou
rodoviárias que se encontrem em utilização
ou na sua proximidade;
• de mergulho com aparelhagem ou que im-
pliquem risco de afogamento;
• em poços, túneis, galerias ou caixões de ar
comprimido;
• envolvam a utilização de explosivos ou at-
mosferas explosivas;
• sejam de montagem e desmontagem de ele-
mentos prefabricados ou outros;
• o dono de obra, o autor do projecto ou coorde-
nadores de segurança entenda considerá-los.
10 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Acidente de trabalho
Por quê prevenir os acidentes? Porque prevenir
é mais económico e sensato que corrigir.
Acidente de Trabalho, é um acidente ou sinis-
tro, entendido como acontecimento súbito
e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se
verifique no local e no tempo de trabalho.
Descaracterização do Acidente de Trabalho
Existem casos em que o acidente pode apa-
recer formalmente como de trabalho, mas em
que a lei o descaracteriza como tal. Há uma
causa inerente ao trabalho, mas há, também,
uma causa estranha que com ela se combina
e, dada a sua importância, a lei retira à primeira
a sua protecção.
A legislação indica-nos os casos em que o aci-
dente deixa de se considerar de trabalho, não
dando, em consequência, lugar a reparação:
• o que for dolosamente provocado pelo sinis-
trado ou provier de um seu acto ou omissão,
que importe violação, sem causa justificativa,
das condições de segurança estabelecidas
pela entidade empregadora ou previstas na
lei;
• o que provier exclusivamente de negligên-
cia grosseira do sinistrado;
• o que resultar de privação permanente ou
acidental do uso da razão do sinistrado, nos
termos da lei civil, salvo se tal privação derivar
da própria prestação do trabalho, ou se a en-
tidade empregadora ou o seu representante,
conhecendo o estado do sinistrado, consentir
na prestação;
• o que provier de caso de força maior.
• Os acidentes de trabalho podem ter várias
causas:
• Causas humanas (faltas de atenção, des-
cuidos, etc.);
• Causas técnicas ou materiais (deficiente
protecção de máquinas,
avarias súbitas, mau estado do equipamen-
to, etc.);
• Causas fortuitas (factores causais).
Consequências de um acidente:
Embora sejam muitas as consequências de um
acidente de trabalho, o maior prejudicado é o
trabalhador. Os prejuízos materiais podem ser
reparados com a compra e reposição dos ob-
jectos ou máquinas danificadas, mas o traba-
lhador não pode ser recuperado com a mesma
facilidade.
Álcool no trabalho
O trabalho na construção civil envolve um ele-
vado número de riscos devido à realização de
operações perigosas, tais como: trabalhos em
Plano Humano Plano Material
Sinistrado
Sofrimento físi-
co; Sofrimento
moral
Perda de salário;
Diminuição de
potencial: profis-
sional
Família Diminuição das
faculdades do
sinistrado
Dificuldades
financeiras
Empresa
Perda de ima-
gem; Desmotiva-
ção do pessoal
Perda de
produção;
Agravamento
dos custos;
Diminuição do
Património
País
Diminuição
do potencial
humano
Agravamento
dos custos
com Segurança
Social; Custos
de reinserção
social
11Manual do Formando
altura, trabalho em espaços confinados, es-
cavações, etc.
O consumo de drogas e álcool aumenta o risco
de acidente. Esta situação é particularmente
grave quando consumido por quem manuseia/
manobra máquinas e/ou equipamentos. Pois a
ocorrência de um acidente pode ter consequên-
cias graves sobre os outros trabalhadores.
O tempo de absorção do álcool pelo organismo
depende da quantidade de álcool e alimentos
ingeridos.
A maior quantidade de álcool é absorvida pelo
estômago e pelo intestino.
O álcool absorvido entra na corrente sanguínea
e é transportado para os vários órgãos, sendo
decomposto na sua maior parte pelo fígado e
o restante excretado através dos rins, dos pul-
mões e das fezes.
A absorção do álcool pelo organismo começa
com a ingestão do primeiro golo. Cerca de 10 a
15 minutos após o primeiro golo o organismo já
absorveu 50% da totalidade de álcool ingerido,
e após meia hora a quantidade de álcool in-
gerida atinge os 2/3. Uma hora após o início da
ingestão, a absorção do álcool é total.
A ingestão de álcool combinada com a ingestão
de alimentos não anulam os efeitos do álcool,
apenas retardam a sua absorção por parte do
organismo.
Efeitos do álcool a curto prazo:
• Redução da percepção e dos reflexos;
• Retarda as reacções;
• Diminui o poder de concentração;
• Altera as noções de distâncias;
• Altera o equilíbrio;
• Altera o campo de visão.
Ruído
O som é uma vibração que se propaga pelo
ar em forma de ondas e que é percebida pelo
ouvido humano. É uma sensação agradável,
quando em nível suportável e que não irrita.
O som pode ser mais ou menos perigoso de-
pendendo da sua frequência e intensidade.
O ruído é um som prejudicial à saúde humana,
que causa sensação desagradável e irritante. O
grau de risco também depende de outros fac-
tores como tempo de exposição.
A intensidade, medida em decibel (dB), é a
força ou pressão que o som exerce nos nossos
ouvidos. É conhecido como altura ou volume.
Um lugar tranquilo tem sons de baixa intensi-
dade, enquanto que uma máquina ruidosa pro-
duz sons de alta intensidade.
Quando a intensidade alcança valores altos,
o som transforma-se em risco para a audição
dos trabalhadores.
Factores que influenciam:
• Tempo de exposição: Quanto maior for este
tempo maior o risco;
• Distância à fonte geradora: Quanto mais
próximo da origem do ruído maior é a ex-
posição ao risco;
• Intensidade: Quanto maior a intensidade,
maior o risco para o trabalhador.
A exposição ao ruído provoca a perda de
audição por:
• Danos nas células nervosas do ouvido in-
terno;
• Redução gradual da sensibilidade da audição.
A perda de audição é IRREVERSÍVEL
12 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Utilização de protectores auriculares (tampões) durante uma
operação de furação.
Outros efeitos:
• Aceleração da pulsação;
• Aumento da pressão sanguínea;
• Estreitamento dos vasos sanguíneos;
• Dilatação da pupila;
• Aumento do ritmo cardíaco;
• Reacções musculares;
Medidas preventivas / protecção
Intervenção na fonte emissora:
• Eliminar ou substituir as máquinas ruidosas;
• Realizar manutenção preventiva de modo a
evitar o aumento de ruído produzido pelos equi-
pamentos devido à degradação dos mesmos.
Intervenção sobre a propagação:
• Utilização de painéis absorventes;
• Encapsulamento (blindagem) dos elemen-
tos ruidosos;
• Aumentar a distância à fonte emissora;
Intervenção sobre o trabalhador:
• Diminuir o tempo de exposição;
• Utilização de Equipamento de Protecção
Individual.
Utilização de protectores auriculares (abafadores) em operação
de demolição. Protecção combinada com capacete de pro-
tecção e óculos de protecção.
Organização do estaleiro
Durante a fase de construção de uma obra
torna-se necessária a montagem de um esta-
leiro de apoio. Na montagem/desmontagem e
utilização do estaleiro existe um conjunto de
riscos, que devem ser tidos em consideração
para definição das medidas de prevenção a
implementar de modo a evitar a ocorrência de
acidentes.
Riscos mais frequentes:
• Acidentes de viação;
• Electrocussão;
• Atropelamento;
• Entalamento;
• Quedas ao mesmo nível;
• Cortes/ perfurações;
• Incêndio.
Medidas preventivas / prevenção (es-
taleiro):
• Manter o estaleiro limpo e arrumado;
• Organizar as actividades no estaleiro de
modo a evitar sobreposição de actividades;
13Manual do Formando
• Implementar um plano de sinalização glo-
bal que inclua sinalização de segurança bem
como sinalização rodoviária;
• Efectuar a manutenção e limpeza das vias
de circulação;
• Prever vias de circulação distintas para tra-
balhadores e veículos.
Medidas preventivas / prevenção (es-
critórios):
• Instalar meios de combate a incêndio ade-
quados;
• Instalar iluminação adequada às tarefas a
serem desenvolvidas;
• Prever a ventilação das instalações, assim
como um ambiente térmico dentro dos parâ-
metros de conforto;
• Prever instalações sanitárias de acordo com o
número de trabalhadores presentes em estaleiro.
Manutenção do estaleiro
As operações de manutenção e limpeza do esta-
leiro têm por objectivo garantir as condições de
salubridade para todos os intervenientes.
A limpeza e arrumação é da responsabilidade de
todos. Deste modo, todos devem contribuir para:
• Que as zonas de trabalho estejam limpas e
arrumadas, sem objectos que possam causar
lesões;
• Que sejam removidos os pregos das tábuas
ou armazenar as tábuas de forma a evitar aci-
dentes;
• Limpar combustíveis, óleos, gorduras,
químicos o mais rapidamente possível, e co-
locar sinais de aviso nos locais de derrame;
• Que as instalações e os acessos estejam
adequados aos diferentes equipamentos do
estaleiro;
• Que os caminhos de circulação devem es-
tar desimpedidos e limpos.
• Que a iluminação deve estar adequada tan-
to ao trabalho nocturno, como diurno ou de
fraca visibilidade;
• Que a iluminação danificada deve substituída;
• Garantir o acesso a veículos e equipas de
emergência a todos os locais do estaleiro;
• Que a sucata e o lixo devem ser retirados das
zonas de trabalho o mais rapidamente possí-
vel e são colocados nos locais definidos.
Armazenamento de materiais efectuado sem definição dos
caminhos de circulação. Caminhos de circulação impedidos.
14 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Manutenção de equipamentos
As operações de manutenção de equipamentos
nos estaleiros temporários representam um fac-
tor de risco acrescido, uma vez que estes locais
não se encontram concebidos como oficinas de
mecânica.
Assim sendo, por forma a minimizar os riscos
decorrentes desta actividade:
• As reparações nos equipamentos só podem
ser efectuadas por técnicos habilitados:
• A manutenção deve ser efectuada em local
definido para o efeito.
• Antes de efectuar a manutenção, isolar o lo-
cal, verificar a pressão hidráulica, efectuar o
corte geral,…
• Assinalar e informar os responsáveis das fa-
lhas detectadas nos veículos;
• Devem ser tomados cuidados especiais no
manuseamento de lubrificantes, materiais e
componentes a alta temperatura.
• Os óleos usados devem ser armazenados
em bacias de retenção e recolhidos por opera-
dores autorizados para efectuar a reciclagem.
Estabilização incorrecta. Em caso de colisão o equipamento
pode cair.
Armazenamento
Uma correcta organização do estaleiro reduz a
probabilidade de ocorrência de acidentes.
Deverão ser criadas zonas específicas de ar-
mazenamento, diferenciando os materiais
pelas suas características, nomeadamente,
tipo, dimensão e forma dos mesmos.
• Os materiais devem ser arrumados e orde-
nados nos locais definidos e de acordo com
as indicações do fabricante;
• Prever acessos adequados que devem ser
mantidos em boas condições, para movimen-
tação dos materiais, bem como para situa-
ções de emergência, etc…
• Os materiais devem ser correctamente em-
pilhados, por forma a que não caiam;
• Os materiais de maior dimensão devem fi-
car na base e os de menor no topo;
• As substâncias perigosas devem ser arma-
zenadas tendo em atenção a ficha de dados
de segurança;
• Os materiais devem ser armazenados por
forma a evitar a movimentação sucessiva;
• Sempre que possível, os locais de arma-
zenagem devem estar fechados, evitando o
acesso de pessoas não autorizadas;
• Os locais de armazenagem devem estar
devidamente sinalizados.
• Os materiais com arestas cortantes devem
ser protegidos;
Armazenamento de varões de aço.
15Manual do Formando
• obrigações;
• meios de salvamento ou de socorro;
• equipamento de combate a incêndios;
• assinalar recipientes e tubagens;
• riscos de choque ou queda;
• vias de circulação.
A sinalização deve ser ocasional para:
• assinalar acontecimentos perigosos;
• chamada de pessoas (bombeiros, enfermei-
ros, etc.);
• evacuação de emergência;
• orientação dos trabalhadores que efectuam
manobras.
Meios e dispositivos de sinalização
• Os meios e os dispositivos de sinalização
devem ser regularmente limpos, conserva-
dos, verificados e, se necessário, reparados
ou substituídos;
• O bom funcionamento dos sinais luminosos
e acústicos devem ser verificados antes da
sua entrada em serviço e, posteriormente,
devem ser alvo de verificações periódicas;
• O número e a localização dos meios ou
dispositivos de sinalização dependem da im-
portância dos riscos, dos perigos e da exten-
são da zona a cobrir.
• No caso de dispositivos de sinalização que
funcionem através de uma fonte de energia
deve ser assegurada uma alimentação alter-
nativa de emergência;
• O sinal luminoso ou acústico que indique o
início de uma determinada acção deve pro-
• Sempre que necessário devem ser utiliza-
dos equipamentos de protecção individual
adequados para transportar os materiais ar-
mazenados;
Sinalização de Segurança
A utilização de sinais, sonoros, luminosos ou
visuais, é entendida como um processo de co-
municação rápida e eficaz.
A sinalização de segurança é aquela que, rela-
cionada com um objecto ou uma situação de-
terminada, dá ao trabalhador uma indicação
por meio de um som, uma cor ou de um sinal
de segurança.
Objectivo da sinalização de segurança
A sinalização de segurança tem como objec-
tivo, chamar a atenção, de uma forma rápida
e inteligível, para objectos e situações suscep-
tíveis de provocar determinados riscos.
A sinalização, não dispensa, nunca, a neces-
sidade de aplicação de medidas de protecção
impostas por diplomas legais.
A sinalização deve ser permanente para:
• proibições;
• avisos;
Recolha selectiva de . resíduos de obra
16 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
longar-se durante o tempo que a situação o
exigir e deve ser rearmado imediatamente
após cada utilização;
• As zonas, as salas ou os recintos utilizados
para armazenagem de substâncias perigosas
devem ser assinalados com sinais de aviso,
excepto nos casos em que a rotulagem das
embalagens ou dos recipientes for suficiente
para o efeito.
Condições de utilização dos sinais
• Os sinais devem ser instalados em local
bem iluminado, a uma altura e em posição
adequadas, tendo em conta eventuais im-
pedimentos à sua visibilidade;
• Em caso de iluminação deficiente devem
usar-se cores fosforescentes, materiais re-
flectores ou iluminação artificial na sinaliza-
ção de segurança;
• Os sinais devem ser retirados sempre que a situ-
ação que os justificava deixar de se verificar.
A utilização de diferentes cores na sinalização
de segurança tem como objectivo uma rápida
percepção da finalidade da mesma:
Sinais de Proibição
Cor Plano Humano
• Vermelho
Sinal de proibição
Perigo - Alarme
Material e equipamento de com-
bate a incêndios
• Amarelo
ou Amarelo
alaranjado
Sinal de obrigação
• Azul
Sinal de aviso
• Verde
Sinal de Salvamento ou de
socorro
Situação de segurança
Proibição de fumar
Proibição de fazer lume e de
fumar
Passagem proibida a peões
Proibição de apagar com água
Proibida a entrada a pessoas
não autorizadas
Passagem proibida a veículos
de movimento de cargas
Água não potável
Não tocar
17Manual do Formando
Substâncias inflamáveis
Substâncias explosivas
Substâncias tóxicas
Veículos de movimentação de
carga
Perigo de electrocussão
Perigos vários
Radiações não ionizantes
Forte campo magnético
Tropeçamento
Substâncias corrosivas
Substâncias radioactivas
Perigo de explosão
Queda com desnível
Risco biológico
Substâncias comburentes
Baixa temperatura
Sinais de Aviso
18 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Substâncias nocivas ou irri-
tantes
Cargas suspensas
Protecção obrigatória dos olhos
Protecção obrigatória de cabeça
Protecção obrigatória dos ou-
vidos
Protecção obrigatória dos pés
Protecção obrigatória das maos
Protecção obrigatória do corpo
Protecção individual obrigatória
contra quedas
Obrigações várias (acompan-
hada eventualmente de uma
placa adicional
Passagem obrigatória para
peões
Protecção obrigatória das vias
respiratórias
Protecção obrigatória do rosto
Utilização obrigatória de co-
lete de sinalização
Sinais de Obrigação
19Manual do Formando
Significado Descrição Ilustração
INÍCIO
Atenção
Comando As-
sumido
Ambos os braços
abertos horizon-
talmente, palmas
das mãos voltadas
para a frente
STOP
Interrupção
Fim do movi-
mento
Braço direito le-
vantado, palma da
mão direita para a
frente
FIM
das operações
Mãos juntas ao
nível do peito
Sinais gestuais
Em diversas situações, está também prevista a
utilização de sinais gestuais nos estaleiros, nas
empresas ou em qualquer outra actividade.
CARACTERÍSTICAS DOS SINAIS GESTUAIS
• Um sinal gestual deve ser simples, preciso,
fácil de executar e de compreender;
• O sinal gestual deve ser diferente de; outros
sinais;
• A utilização dos dois braços pode ser si-
multânea, simétrica e para um único sinal;
• Podem ser utilizados outros sinais gestuais
habitualmente utilizados mas, com um signifi-
cado e uma compreensão equivalentes.
Regras de Utilização
Distinguem-se dois tipos de intervenientes:
• O sinaleiro:
• Deve poder seguir o conjunto das mano-
bras comandadas sem ser posto em perigo
por elas;
• Deve dedicar-se exclusivamente ao co-
mando das manobras.
• O operador:
• É o receptor dos sinais, que executa a
manobra;
• Deve suspender a manobra, caso esta não
possa ser executada com segurança, e pe-
dir novas instruções.
Para que o sinaleiro possa ser facilmente visto
pelo operador, devem ser usados os seguintes
acessórios: casaco, capacete, mangas, braça-
deiras, etc..
Gestos de carácter geral
Movimentos verticais
Significado Descrição Ilustração
SUBIR
Braço direito este-
ndido para cima,
com a palma da
mão virada para a
frente descre-
vendo um círculo
lentamente
DESCER
Braço direito esten-
dido para baixo,
com a palma da
mão virada para
dentro descre-
vendo um círculo
lentamente
DISTÂNCIA
VERTICAL
Mãos colocadas
de modo a indicar
a distância
20 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Significado Descrição Ilustração
PERIGO
Stop ou
paragem de
emergência
Ambos os braços
estendidos para cima
com as palmas das
mãos voltadas para
a frente
MOVIMENTO
RÁPIDO
Os gestos codifica-
dos que comandam
os movimentos são
executados com
rapidez
MOVIMENTO
LENTO
Os gestos que codi-
ficados que coman-
dam os movimentos
são exeutados muito
lentamente
Significado Descrição Ilustração
AVANÇAR
Ambos os braços
dobrados, palmas
das mãos voltadas
para dentro; os an-
tebraços fazem movi-
mentos lentos em
direcção ao corpo
RECUAR
Ambos os braços do-
brados, palmas das
mãos voltadas para
fora; os antebraços
fazem movimentos
lentos afastando-se
ao corpo
PARA A DIREITA
relativamente ao
sinaleiro
Braço direito esten-
dido mais ou menos
horizontalmente,
com a palma da
mão direita voltada
para baixo, fazendo
pequenos movi-
mentos lentos na
direcção pretendida
PARA A ES-
QUERDA
relativamente ao
sinaleiro
Braço esquerdo este-
ndido mais ou menos
horizontalmente,
com a palma da mão
esquerda voltada
para baixo, fazendo
pequenos movi-
mentos lentos na
direcção pretendida
DISTÂNCIA
HORIZONTAL
Mãos colocadas de
modo a indicar a
distância
Movimentos horizontais Perigo
Comunicação verbal
A comunicação verbal só deve ser utilizada
quando o ruído ambiente é pouco elevado e a
distância entre os intervenientes é reduzida.
A partir do momento em que um ruído ambi-
ente ou a distância interferem com a comuni-
cação, é mais prudente utilizar a comunicação
gestual.
A comunicação verbal deverá cumprir as
seguintes características:
• Uma linguagem constituída por textos cur-
tos, de grupos de palavras ou de palavras
eventualmente codificadas;
• A comunicação deve ser segura: palavras
simples, claras e suficientes;
• Comunicação directa ou indirecta: interco-
municador, megafone ou telemóvel.
21Manual do Formando
Avaliação de conhecimentos - Ficha nº 1
Para as frases que se apresentam, indique se as considera verdadeiras (V) ou falsas (F).
O Perigo é a fonte ou
situação para o dano, em
termos de lesões ou feri-
mentos para o corpo hu-
mano ou de danos para a
saúde, para o património,
para o ambiente do lo-
cal de trabalho, ou uma
combinação destes.
V F
O plano de segurança e
saúde constitui um dos
instrumentos fundamen-
tais do planeamento e
da organização da se-
gurança no trabalho em
estaleiros temporários ou
móveis.
São trabalhos com ris-
cos especiais, os traba-
lhos que exponham os
trabalhadores a risco de
soterramento, de afun-
damento ou queda em
altura.
Se um acidente de traba-
lho tiver como causa, a
negligência grosseira do
sinistrado, este ainda as-
sim é considerado como
acidente de trabalho.
O álcool não altera as
noções de distâncias
V F
Quanto maior o tempo
de exposição ao ruído
maior o risco.
Deve prever-se vias de
circulação largas para que
a circulação de trabalha-
dores e veículos se possa
realizar na mesma via.
Um sinal gestual deve
ser simples, preciso, fácil
de executar e de com-
preender
Asmanutençõespodemser
efectuadas em qualquer
local desdeque seja den-
tro do estaleiro da obra.
A sinalização de segu-
rança tem como objec-
tivo, chamar a atenção,
de uma forma rápida e
inteligível, para objectos
e situações susceptíveis
de provocar determina-
dos riscos.
22 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Objectivos específicos do
conjunto didáctico - 2º Parte
A segunda parte do manual de formação en-
globa um conjunto de temas relacionados com
a utilização de equipamentos e ferramentas
de trabalho, assim como de equipamentos de
protecção, nomeadamente Equipamentos de
Protecção Individual (EPI).
Ao final deste segundo ciclo de formação, o
formando deverá ter atingido ao seguintes ob-
jectivos:
• Movimentação manual de cargas;
• Identificar os riscos da incorrecta movi-
mentação manual de cargas.
• Identificar a metodologia correcta para re-
alizar movimentação manual de cargas.
• Movimentação mecânica de cargas;
• Identificar os riscos inerentes à movimen-
tação mecânica de cargas.
• Identificar a metodologia correcta de movi-
mentação mecânica de cargas.
• Identificar os itens de segurança que os
equipamentos devem possuir.
• Utilização de máquinas e equipamentos;
• Identificar os riscos inerentes à utilização
de máquinas e equipamentos.
• Identificar a metodologia correcta de uti-
lização de máquinas e equipamentos.
• Identificar as medidas preventivas.
Movimentação mecânica
de cargas
A movimentação de cargas pesadas assume
particulares riscos, nomeadamente quando se
trata de elementos pré-fabricados em betão,
aço ou madeira.
Na carga, descarga, circulação, transporte e
armazenagem de materiais, devem ser utiliza-
dos meios técnicos apropriados (capacidade
de carga, alcance) de forma a evitar, na medida
do possível, os esforços físicos.
A movimentação mecânica de cargas consiste
num conjunto de acções, de materiais e de
meios que permitem de um modo planeado e
seguro, movimentar cargas de um determinado
ponto para outro.
Esta operação compreende as seguintes fases:
• Elevação (ou carga);
• Manobra livre (ou movimentação);
• Assentamento (ou descarga).
Riscos mais frequentes:
• Queda da carga;
• Quedas de altura;
• Choque com objectos;
• Rotação da carga;
• Entalamento;
• Electrocussão;
• Cortes.
23Manual do Formando
Medidas preventivas preliminares:
• Antes de instalar qualquer equipamento de
movimentação de cargas deve ser efectuado
um rigoroso exame a todas as suas partes;
• Assegurar que o equipamento é adequado
ao fim a que se destina;
• Em dias de chuva ou geada devem ser sem-
pre verificados, os travões e o mecanismo ele-
vador (quando expostos; travões por atrito);
Medidas preventivas:
• Devem ser sempre verificados, os travões e
o mecanismo elevador quando equipamento
se encontre inactivo por período de tempo
prolongado (superiores a 1 mês);
• Nunca deixar cargas suspensas abandonadas;
• Verificar que os pontos de amarração estão
devidamente ajustados antes de içar;
• Certificar que a carga se encontra equili-
brada antes de a içar;
• Evitar qualquer choque de elementos do
equipamento com qualquer objecto;
• Os movimentos de rotação, subida e des-
cida de cargas muito pesadas devem ser
efectuados com cuidados acrescidos e com
velocidades muito reduzidas;
• Sempre que necessário as cargas devem
ser guiadas por cordas guia amarradas à
própria carga;
• Com velocidades de vento superiores a 60
km/h devem ser suspensos quaisquer traba-
lhos de movimentação de cargas suspensas;
• Sempre que necessário deverão ser utiliza-
dos sinais sonoros de modo a indicar que o
equipamento se encontra em manobra;
• Sempre que necessário deverão ser utiliza-
dos sinaleiros para auxiliar as manobras;
• É proibida qualquer alteração aos elemen-
tos do equipamento de movimentação de
cargas;
• Respeitar sempre o plano de manutenção
assim como os limites de carga do equipa-
mento;
• O manobrador deve possuir formação ade-
quada;
• Utilizar de acessórios (correntes, etc.) ade-
quados (capacidade de carga, dimensão) ás
cargas a movimentar;
• Não devem ser colocadas lonas publici-
tárias na torre e/ou lança das gruas torres;
• Verificar a existência de patilha de seguran-
ça em bom estado de funcionamento.
Itens de segurança que o equipamento deve
possuir:
• Limitador de momento máximo;
• Limitador de carga máxima;
• Limitador de fim de curso para o carro da
lança nas duas extremidades.
• Limitador de altura que permita frenagem
segura para o moitão.
• Alarme sonoro para ser accionado pelo ope-
rador em situações de risco e alerta bem como
de accionamento automático por actuação
dos limitadores;
Partilha de segurança
24 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
• Placas indicativas de carga admissível ao
longo da lança;
• Cabos guia para fixação dos cabos de se-
gurança para acesso à torre, lança e contra-
lança.
• Para movimentação vertical na torre da grua
deve ser instalado cabo de aço para permitir
o uso de dispositivo anti-quedas;
• Limitador de Giro;
• Anemómetro;
• No final da jornada de trabalho, a grua deve
ficar com o limitador de giro desligado.
Movimentação manual de
cargas
O levantamento e o transporte manual de car-
gas pesadas devem ser evitados e realizados
por equipamentos mecânicos. Se isto não for
possível, o trabalho deve ser organizado de
forma a que várias pessoas possam executar
o trabalho em conjunto.
A movimentação manual de cargas entende-se
como uma operação de elevação, transporte
e sustentação de uma carga, por um ou mais
trabalhadores, que, devido às suas característi-
Operação de movimentação de materiais - palete de tijolo.
cas ou condições ergonómicas desfavoráveis,
apresente riscos para os mesmos, nomeada-
mente na região dorso-lombar.
A ocorrência de acidentes neste tipo de ope-
ração é consequência de movimentos incor-
rectos ou de esforços físicos exagerados, de
grandes distâncias de elevação, do abaixa-
mento e transporte, bem como de períodos
insuficientes de repouso.
Riscos mais frequentes:
• Sobre esforços ou movimentos incorrectos;
• Choque com objectos;
• Queda de objectos;
• Contusão ou ferimentos diversos.
Medidas gerais de prevenção
Antes de executar o levantamento e transporte
de uma carga:
• Avaliar o peso, dimensão e forma da carga
(solicitar ajuda sempre que necessário);
• Verificar se não existem pontas aguçadas
ou rebarbas;
• Definir o trajecto e verificar se o caminho se
encontra desimpedido;
• Seleccionar caminhos com piso duro e nivelado;
• Definir “onde” e “como” se irá colocar a carga.
• Sinalizar as zonas de passagem perigosas.
Levantamento e transporte de uma carga
• Utilizar ferramentas que facilitem o manuse-
amento de carga;
• Usar a força das pernas. Os músculos das
pernas devem ser usados em primeiro lugar
em qualquer elevação;
• Evitar curvar o corpo para a frente ou para
trás. A coluna vertebral deve servir de ele-
mento de suporte e não elemento de articu-
lação;
• Evitar movimentos de torção em torno do
eixo vertical do corpo;
25Manual do Formando
• Orientar os pés. Quando uma carga é le-
vantada e em seguida deslocada, é preciso
orientar os pés no sentido em que se vai efec-
tuar a marcha, a fim de encadear o desloca-
mento com o levantamento;
• Escolher a direcção de impulso da carga. O
impulso pode ser usado para ajudar a deslo-
car ou empilhar uma carga;
• Evitar carregar pesos só com uma mão, a
carga deve ser distribuída simetricamente em
ambos os braços;
• Adoptar uma postura correcta:
• Ombros para trás;
• Costas direitas;
• Joelhos dobrados.
• Manter a carga na posição mais próxima
possível do corpo;
• Fazer trabalhar os braços em travão sim-
ples, isto é, estendidos. Devem, acima de
tudo, suster a carga e não levantá-la.
Trabalho em equipa (dois ou mais trabalha-
dores):
• Deve ser designado um responsável de
manobra:
• Avaliar o peso da carga para determinar o
número de trabalhadores necessário;
• Repartir os trabalhadores por ordem de
estatura, o mais baixo à frente.
• Durante o transporte da carga em equipa,
os movimentos dos trabalhadores devem
estar devidamente coordenados.
Máquinas / Ferramentas
portáteis
Uma grande parte das lesões que se verificam
nos locais de trabalho, estão relacionadas com
a utilização de ferramentas, quer estas sejam
manuais ou motorizadas.
Os martelos pneumáticos, rebarbadoras, má-
quinas de furar e moto-serras são dos equipa-
mentos que maior perigo representam para os
trabalhadores.
As causas mais comuns na origem de lesões são:
• Utilização incorrecta das ferramentas (ex.:
para fins que a máquina não está destinada);
• Utilização de ferramentas defeituosas;
• Utilização de ferramentas de fraca qualidade;
• Transporte e armazenamento incorrecto.
Os perigos mais comuns:
• Contacto com elementos cortantes;
• Projecção de fragmentos/partículas;
• Ruído;
• Quedas por esforço excessivo.
Medidas de preventivas:
Ferramentas manuais
• Usar a ferramenta correcta, com tamanho
Máquina sem protecção
26 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
adequado para a tarefa a realizar;
• As ferramentas devem estar nas devidas
condições e serem usadas correctamente;
• Nunca utilizar emendas para prolongar ala-
vancas;
• Manter as lâminas afastadas ao máximo do
corpo;
• Nunca atirar ferramentas para outros traba-
lhadores;
• As ferramentas de corte devem ser devi-
damente guardadas e protegidas de outros
trabalhadores.
Ferramentas eléctricas
• Optar pelo uso de ferramentas de qualidade
(optar por ferramentas certificadas);
• Usar as ferramentas somente para o fim a
que se destinam, não improvise;
• Verificar se existe algum defeito antes de
utilizar o equipamento;
• Antes de começar a tarefa, organizar e efec-
tuar a limpeza da zona de trabalho;
• Todas as protecções devem estar coloca-
das, nomeadamente os resguardos, botões
de ligar e desligar e de emergência;
• Os controlos de emergência têm que ser op-
eracionais, acessíveis e claramente marcados;
• Verificar todas as ligações eléctricas, óleos
e combustível antes de iniciar a tarefa;
• Mantenha os equipamentos secos, não os uti-
lize em condições de humidade ou com água;
• Os equipamentos devem ser desligados da
corrente eléctrica antes de efectuarem ma-
nutenções ou troca de ferramentas;
• As ferramentas de corte devem desligadas
quando não estão em uso;
• Usar equipamentos de protecção individual
adequado à tarefa a realizar.
Escadas de mão
A realização de trabalhos sobre uma escada de
mão, como posto de trabalho em altura, deve
ser limitado a:
• Intervenções pontuais de curta duração e
em que o nível do risco é reduzido;
• Quando as características existentes não
permitem que o trabalho se realize de outra
forma.
Riscos mais frequentes:
• Queda de altura;
• Electrocussão (trabalhos com electricidade);
• Queda de materiais.
Medidas preventivas:
• As escadas devem ser colocadas de forma a
garantir a sua estabilidade durante a utilização.
• Os apoios das escadas de mão devem as-
sentar em suporte estável e resistente, de di-
mensão adequada e imóvel, de forma que os
degraus se mantenham em posição horizon-
tal durante a utilização.
• Durante a utilização de escadas portáteis,
deve ser impedido o deslizamento dos apoios
inferiores através da fixação da parte superior
ou inferior dos montantes, através de um de
dispositivo antiderrapante ou outro meio de
eficácia equivalente.
• As escadas utilizadas como meio de acesso
devem ter o comprimento necessário para ul-
trapassar em, pelo menos, 1,00 m o nível de
acesso, salvo se houver outro dispositivo que
garanta um apoio seguro.
Escada de abrir, escada extensível e escada de mão
27Manual do Formando
• A distância entre o apoio inferior e a pruma-
da do apoio superior deverá ser cerca de 1/4
da altura da base da escada a esse apoio;
• As escadas de enganchar com vários seg-
mentos e as escadas telescópicas devem ser
utilizadas de modo a garantir a imobilização
do conjunto dos segmentos;
• As escadas só devem ser utilizadas por um
trabalhador de cada vez;
• As escadas devem ser sinalizadas, sempre
que colocadas na proximidade de caminhos
de circulação;
• Escadas de metal não devem ser usadas, se
existir risco eléctrico;
• As escadas não devem ser usadas para su-
portar tábuas como plataformas de trabalho;
• Não deve transportar nada nas mãos quan-
do sobe ou desce uma escada portátil. O
transporte de ferramentas deve ser efectuado
utilizando cintos apropriados;
• Não coloque escadas de mão ou escadotes
atrás das portas ou em locais de passagem
ou circulação;
• As escadas de mão não devem ser utiliza-
das na proximidade de aberturas, em varan-
das, terraços, junto a escadas e caixas de
elevador.
Utilização incorrecta de escada de mão:
· Escada de mão sobre plataforma;
· Inclinação excessiva.
Utilização ide escada de mão em zona sem protecção contra
queda de altura.
Utilização de ar comprimido
O ar comprimido é usado em inúmeras tarefas.
Este ar é usado para múltiplos fins, mas nunca
deverá ser usado para limpeza de roupas de
trabalho, para tirar o pó ou sujidade do cabelo
ou do corpo.
A utilização de ar comprimido sobre o corpo
humano pode provocar lesões fatais, pois
quando este penetra no corpo através dos
poros da pele pode causar lesões nos órgãos
internos.
Cuidados a ter na utilização de ar comprimido:
• Um jacto de ar comprimido pode empurrar
ou arremessar partículas de metal, gravilhas
ou outros materiais, a velocidades elevadas,
tornando-se perigosos para o corpo, em par-
ticular para o rosto e olhos;
• O ar comprimido pode conter impurezas,
tais como, partículas de óleo, produtos quími-
cos e outras partículas muito pequenas. Um
jacto de ar comprimido sobre a pele introduz
28 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
essas impurezas através dos poros, podendo
causar inflamações nos tecidos;
• Ao usar o ar comprimido tenha muito cui-
dado, mantendo o jacto de ar longe de seus
ouvidos, nariz, olhos etc... .
Ao utilizar ar comprimido deve:
• Utilizar EPI’s adequados para proteger os
olhos e os ouvidos;
• Desligar o ar comprimido quando se mudam
os acessórios, nunca dobrar as mangueiras;
• Verificar o estado de conservação das
mangueiras, ligações e ferramentas antes de
iniciar o trabalho;
• As mangueiras devem se protegidas de ma-
teriais e da circulação de pessoas e veículos;
• Proteger as mangueiras contra desengates
acidentais;
• No final do trabalho, desligar o sistema e
esvaziar o ar das mangueiras.
Engate entre mangueiras para evitar desprendimento acidental.
Substâncias perigosas
Sempre que se armazenem ou manipulem
substâncias e/ou preparações perigosas, é
essencial estar informado sobre os principais
riscos representados pela utilização desses
produtos.
Informação fornecida pelo rótulo:
• Conforme consta da legislação, o rótulo
deve conter as seguintes informações, redigi-
das em língua portuguesa:
• Nome da substância ou designação com-
ercial da preparação;
• Origem da substância ou preparação
(nome e morada completa do fabricante.
importador ou distribuidor);
• Símbolos e indicações de perigo que apre-
senta o uso da substância ou da prepara-
ção;
• Frases-tipo indicando os riscos específi-
cos que derivam dos perigos que apresenta
o uso da substância (frases”R”);
• Frases-tipo indicando os conselhos de
prudência relativamente ao uso da substân-
cia (frases”S”);
• Número CE, quando atribuído.
A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de Dezembro
obriga os fabricantes e ou importadores e for-
necedores dos produtos assim classificados a
29Manual do Formando
fornecerem ao utilizador a designada FICHA
DE DADOS DE SEGURANÇA, que trans-
mite informações fundamentais sob o ponto de
vista da segurança, designadamente:
• Identificação do fabricante;
• Identificação do perigos;
• Primeiros socorros;
• Medidas de combate a incêndios;
• Medidas a tomar em caso de fugas acidentais;
• Manuseamento e armazenamento;
• Controlo da exposição / protecção individual;
• Propriedades físico-químicas;
• Estabilidade e reactividade;
• Informação toxicológica;
• Informação ecológica;
• Informações relativas à eliminação;
• Informações relativas ao transporte;
• Informação sobre regulamentação;
• Outras informações.
Medidas preventivas:
• Reunir as fichas de dados de segurança;
• Conhecer os procedimentos de segurança e
ter, em caso de acidente, os equipamentos de
primeiros socorros adequados disponíveis;
• Colocar as embalagens armazenadas em
local destinado para o efeito. Prever tinas de
retenção para conter derrames acidentais;
• Proceder ao tratamento ambiental das em-
balagens vazias. Não colocar junto com o lixo
comum;
• Não armazenar juntamente substâncias in-
compatíveis ou susceptíveis de reagir.
Tinas de retenção para conter eventuais derrames de produtos
líquidos.
30 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
SIMBOLOS E INDICAÇÕES DE PERIGO
Significado Riscos Medidas preventivas
T
tóxico
• Substâncias e preparações que, quando inaladas,
ingeridas ou absorvidas através da pele, mesmo
em pequena quantidade podem causar a morte ou
risco de afecções agudas ou crónicas.
• Penetram no organismo por nalação, ingestão e
através da pele.
• Aplica-se o símbolo de tóxico quando o produto
acrescentar um grave efeito sobre a saúde, mesmo
em pequenas quantidades.
• Evitar contacto com a pele,
utilizar EPI´s: luvas, viseira, fato de
trabalho, etc.
• Trabalhar de preferência no exte-
rior ou em local bem arejado.
• Lavar as mãos após utilização dos
produtos e nunca correr ou fumar
durante a utilização.
Xn
nocivo
Xi
irritante
Sustâncias e preparações não corrosivas que, em
contacto directo, prolongado ou repitido com a
pele ou com as mucosas, podem provocar uma
reacção inflamatória.
• Conservar sempre os produtos na
embalagem de origem.
• Acondicionar devidamente as
embalagnes.
• Proteja os olhos e a pele dos
salpicos.
• Utilize EPI´s.
• Após utilização do produto lave as
mãos e a cara.
C
corrosivo
Sustâncias e preparações que, em contacto com
tecidos vivos, podem exercer sobre estes acções
destrutivas.
E
explosivo
Substâncias e preparações sólidas, líquidas,
pastosas ou gelatinadas que podem reagir exo-
termicamente e com rápida libertação de gases,
mesmo com intervenção do oxigénio do ar, e que,
em determinadas condições de ensaio, detonam,
deflagram rapidamente ou, sob efeito de calor,
explodem em caso de confinamento parcial.
• Evitar sobreaquecimento e
choques.
• Proteger das radiações solares.
• Afastar de fontes de calor.
• Proibido furar.
N
perigoso para o
ambiente
Substâncias e preparações sólidas que, se
presentes no ambiente, representam ou podem
representar um risco imediato ou diferido para um
ou mais compartimentos do ambiente.
• Eliminar os produtos como se se
tratasse de um produto perigoso.
• Prevenir a ocorrência de der-
rames através de armazenagem
adequada.
O
comburente
Substâncias ou preparações que em contacto com
outras substâncias inflamáveis, apresentam uma
reacção fortemente exotérmica.
• Armazenar produtos em local
arejado.
• Não aproximar de fontes de calor.
• Proibido fumar.
• Não utilizar vestuário de nylon e
manter um extintor.
• Armazenar os produtos separan-
do combustíveis de comburentes.
F
muito inflamável
Substâncias e preparações cujo ponto de inflama-
ção é muito baixo.
31Manual do Formando
Trabalhos na proximidade
da água
A execução de trabalhos na proximidade de
água não é comum mas pode ocorrer em duas
situações distintas: na proximidade de uma
linha de água ou pela presença de água nos
solos.
O aumento da concentração de água e os tra-
balhos de escavação fazem diminuir a resistên-
cia do solo ao corte e quando a pressão verti-
cal exercida pelo peso das terras e/ou cargas
exercidas é superior à resistência total ao corte
do terreno, poderão ocorrer:
Riscos mais frequentes:
• Afundamento;
• Atolamento de máquinas;
• Capotamento de máquinas;
• Desmoronamento de taludes, muros de su-
porte e acessos;
• Desabamento / deslizamento de estruturas
e fundações;
• Escorregamento;
• Afogamento;
Medidas de prevenção:
• Identificar a natureza dos solos;
• Identificar a eventual presença de lençóis
de água;
• Identificar as linhas de água;
• Rebaixamento do nível freático;
• Sanear os elementos instáveis;
• Utilização de equipamentos adequados às
condições do terreno;
• Disponibilizar coletes e bóias de salvamento
colocados estrategicamente;
• Estabelecer procedimentos de resgate;
• Garantir a existência de equipamentos de
emergência.
Trabalhos na proximidade
do trânsito
As obras e obstáculos na via pública, pelo peri-
go que representam para os utentes, devem
ser sinalizados de forma adequada, tendo em
vista assegurar melhores condições de circula-
ção e segurança rodoviária.
Características gerais:
• Todos os sinais verticais devem ser de ma-
terial retrorreflector;
• Os suportes dos sinais devem garantir esta-
bilidade e resistência adequadas.
Na sinalização vertical podem ser utilizados os
seguintes sinais:
• sinais de perigo;
• sinais de regulamentação:
• cedência de passagem;
• proibição;
• obrigação;
• sinais indicação;
• painéis adicionais.
NOTA: Colocar obrigatoriamente, de noite e
sempre que a visibilidade for insuficiente, nos
vértices superiores do primeiro sinal dispositivos
luminosos de cor amarela, de luz intermitente.
Sinalização de Aproximação
Pré-sinalização
A pré-sinalização deve utilizar-se sempre que
32 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
haja necessidade de se fazer desvio de circula-
ção ou mudança de via de tráfego.
Sinalização Avançada
A sinalização avançada deve ser colocada
após a pré-sinalização.
Este tipo de sinalização pode ser dispensada
apenas nos casos em que as obras e obstácu-
los ocasionais não impliquem condicionalismo
de trânsito e possam ser identificados com se-
gurança através de sinalização de posição.
Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de
perigo:
NOTA: É sempre obrigatória a colocação do si-
nal, Trabalhos na estrada.
Sinalização Intermédia
A sinalização intermédia precede a sinalização
de posição.
Este tipo de sinalização deve ser utilizada sem-
pre que, devido às condições de via ou à na-
tureza das obras e obstáculos, necessitem de
limitação de velocidade, proibição de ultrapas-
sar ou outras proibições.
Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de
proibição:
Nos limites máximos de velocidade pode ser
estabelecida uma limitação degressiva e es-
calonada, para que a diferença entre os limites
máximos de velocidade sucessiva seja de 20
km/h.
A proibição de ultrapassar deve ser associada
a uma limitação de velocidade e ser aplicada
sempre que:
• exista um estreitamento considerável da
faixa de rodagem;
• seja suprimido uma via de tráfego à circulação;
• exista desvio de circulação.
Sinalização de Posição
A sinalização de posição deve ser utilizada
sempre que haja quaisquer obras ou obstácu-
los ocasionais na via pública.
Esta sinalização deve delimitar conveniente-
mente o obstáculo ou a zona de obras, assim
como as suas mediações:
• por forma bem definida;
• na direcção paralela ao eixo da via;
• na direcção perpendicular ao eixo da via.
Sinalização Final
A sinalização final deve ser utilizada logo que
seja possível o regresso às condições normais.
Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de
fim de proibição:
33Manual do Formando
Medidas preventivas:
• Os trabalhadores devem posicionar-se,
sempre que possível, pelo interior das guar-
das de segurança ou PMB´s;
• O atravessamento de vias em funcionamen-
to deve ser evitado;
Caso não seja possível deve ser reduzido ao
mínimo;
• Antes de atravessar uma via em funciona-
mento olhe para ambos os lados;
• As viaturas devem possuir sinalização lumi-
nosa rotativa (pirilampo);
• A circulação dos trabalhadores deve fazer-
-se sempre de frente para os automobilistas,
de forma a permitir uma maior visibilidade de
ambas as partes;
• Não antecipe que os condutores abrandam
ao avistar trabalhos na estrada;
• Os trabalhadores devem utilizar vestuário
de alta visibilidade;
• Os trabalhadores devem estar atentos aos
ruídos do trânsito, aparelhos de aviso, buzi-
nas, etc.;
• Antes de iniciar os trabalhos assegure-se
que a sinalização de trabalhos temporários
está devidamente colocada.
Sinalização de posição
Trabalhos em altura
As quedas em trabalhos de altura, representam
a maior causa de mortalidade por acidentes de
trabalho. As medidas de protecção colectivas
contra quedas de altura são obrigatórias e pri-
oritárias. Em locais onde isso não seja possível,
o trabalhador deve usar equipamento de pro-
tecção individual contra queda de altura.
As medidas de protecção colectiva, devem ter
prioridade, conforme determina a legislação,
face ás medidas de protecção individual uma
vez que beneficiam todos os trabalhadores, in-
diferentemente. Pelo contrário, os equipamen-
tos de protecção individual (EPI) apenas pro-
tege o trabalhador que utiliza o equipamento.
Na maioria dos casos, a colocação de guarda
corpos, redes ou EPI’s são os diferentes tipos
de protecção a implementar.
Deve haver o cuidado de proteger os traba-
lhadores contra o risco de queda de altura não
apenas na bordadura de lajes mas também da
queda através de aberturas existentes no interior
ou da queda de objectos de níveis superiores.
Locais onde devem ser prevista protecção
contra queda de altura:
• Acessos, rampas e zonas de passagem;
• Aberturas nos pavimentos;
• Bordaduras de lajes;
• Escavações;
• Plataformas de betonagem;
• Telhados e coberturas.
34 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Guarda corpos
A colocação de guarda-corpos é uma das
soluções mais utilizadas na protecção contra
queda de altura.
Apresenta-se como uma solução de baixo cus-
to e de fácil execução.
Apresenta ainda a vantagem de ser uma
solução que impede a queda ao invés de am-
parar a mesma, eliminando deste modo a ne-
cessidade de operações de resgate.
As aberturas deverão ser protegidas por um
ou mais guarda-corpos e ainda um guarda-ca-
beças.
Os guarda-corpos, devem ter secção transver-
sal de 0,30 m2 (15,0 x 2,0 cm) pelo menos e
ser colocados à altura mínima de 1 m acima do
pavimento, não podendo, o vão abaixo deles
ultrapassar a medida de 0,85 m.
A altura do guarda-cabeças deve ser superior
a 0, 14 m.
Os elementos de guarda corpos deverão ter
resistência suficiente de modo a suportar o im-
pulso da queda de um trabalhador.
Guarda corpos correctamente colocado
Redes
As redes de segurança têm como função
“apanhar” o trabalhador quando este cai. De-
vem por isso ser previstas operações de res-
gate em caso de queda de um trabalhador so-
bre as redes.
As redes de segurança:
• Devem ter resistência suficiente para parar
a queda de um trabalhador;
• As aberturas da rede de segurança deverão
ter dimensão que impeça que um trabalhador
atravesse a mesma;
• Deverão estar colocadas de modo a que o
impacto na rede não provoque lesões ao tra-
balhador (a altura de queda máxima não deve
ultrapassar os 6,0 m);
• Deverão estar colocadas de modo a evitar
que os trabalhadores passem entre a rede e
os pontos de fixação.
35Manual do Formando
Protecção pessoal
Os programas de protecção individual contra
queda de altura devem identificar os locais onde
os métodos tradicionais de protecção contra
queda de altura não podem ser utilizados.
Os sistemas de protecção individual contra
quedas de altura são constituídos por um arnês
colocado no corpo do trabalhador, que deverá
estar ligado a uma linha de vida ou ponto fixo.
Alguns requisitos a respeitar na utilização de
sistemas de protecção individual contra queda
de altura:
• A altura de queda máxima não deverá ultra-
passar 1,0 m;
• Deverão estar previstos meios de salvamen-
to em caso de queda;
• Todo o sistema (arnês, linha de vida e an-
coragem) deverá ser inspeccionado antes de
cada utilização;
• A linha de vida deve estar ligada a elementos
com resistência adequada;
• O dimensionamento da linha de vida deverá
ter em conta o número de trabalhadores que
estarão, em simultâneo, ligados a esta;
• Os trabalhadores que utilizam estes equipa-
mentos deverão possuir formação específica.
Andaimes
Um andaime caracteriza-se por ser uma es-
trutura que se destina a viabilizar o acesso a
locais elevados.
Um andaime deve possuir, além dos elementos
de estrutura de base, elementos de segurança,
destinados a prevenir a ocorrência de acidentes.
Riscos mais frequentes:
• Queda durante a montagem ou desmonta-
gem;
• Queda ou desmoronamento do andaime;
• Queda em altura;
• Queda de materiais;
• Electrização da estrutura.
Medidas de Prevenção:
• Inspeccionar, elemento por elemento, todas
as peças, antes da montagem;
• Proceder sempre à montagem do andaime
segundo instruções do fabricante;
• A montagem e desmontagem de andaimes
devem ser executadas por trabalhadores es-
pecializados e equipados com EPI’s adequa-
dos;
• Caso exista linhas eléctricas aéreas nas
proximidades, respeitar as distâncias de se-
gurança (3 m se a tensão da rede for inferior a
30000 V e 5 m se for superior);
• Delimitar a zona envolvente dos andaime
36 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
tábuas ou plataformas, superiores a 1 cm.
• Dotar os andaimes de guarda-corpos a 45
cm e 100 cm e rodapés com 15 cm.
• Devem ser montadas redes de protecção
e anteparos na estrutura dos andaimes de
forma a assegurar que não existirá risco de
queda de materiais para a via pública ou zo-
nas de circulação do estaleiro;
• Os acessos verticais entre pisos devem
ser feitos por escadas interiores, através de
alçapões existentes nas plataformas. As es-
cadas devem ser solidamente presas na ex-
tremidade superior e não devem ultrapassar a
cota do piso a que dá acesso;
• Não sobrecarregar o andaime com materi-
ais e/ou pessoas;
• Ligar a estrutura dos andaimes à terra por
cabo condutor de diâmetro superior a 0,6 cm.
• A seguir a temporais ou interrupções de uso
por mais de oito dias, o andaime deve ser ex-
aminado.
de forma a impossibilitar qualquer circulação
junto à base do mesmo quando estiverem a
desenrolar-se trabalhos;
• As bases de assentamento das estruturas
devem dispor de dimensões suficientemente
largas que permitam degradar a carga.
• As bases de apoio dos andaimes devem ser
ajustáveis em altura, de modo a permitir nive-
lar a estrutura;
• Não devem ser misturadas peças de vários
fabricantes e/ou modelos de andaimes;
• Deve ser feita uma ancoragem por cada 20
m2 de estrutura montada ou sempre que a
altura livre seja superior a quatro vezes a di-
mensão menor da base.
• A distância do andaime à construção não
deve ser superior a 45 cm. Caso não seja
possível, devem ser montados guarda-cor-
pos no lado interior;
• A largura do piso não deve ser inferior a
60 cm e não são admitidas aberturas, entre
37Manual do Formando
Equipamento de protecção
individual
Definição:
Entende-se por equipamento de protecção
individual todo o equipamento, bem como
qualquer complemento ou acessório, desti-
nado a ser utilizado pelo trabalhador para se
proteger dos riscos, para a sua segurança e
para a sua saúde.
A definição anterior não abrange o vestuário vul-
gar de trabalho e uniformes não destinados à pro-
tecção da segurança e da saúde do trabalhador.
Princípio geral
Os EPI devem ser utilizados quando os riscos
existentes não puderem ser evitados ou sufi-
cientemente limitados por meios técnicos de
protecção colectiva ou por medidas de pro-
tecção intrínsecas, métodos ou processos de
organização do trabalho. O EPI é então a última
barreira de segurança para o trabalhador.
Regras gerais
• Os EPI’s devem:
• Estar conforme com as normas aplicáveis
à sua concepção e fabrico em matéria de
segurança e saúde;
• Ser adequado aos riscos a prevenir e às
condições existentes no local de trabalho, sem
implicar por si próprio um aumento de risco;
• Atender às exigências ergonómicas e de
saúde do trabalhador;
• Os EPI utilizados simultaneamente devem
ser compatíveis entre si e manter a sua
eficácia relativamente aos riscos contra os
quais se visa proteger o trabalhador.
• O EPI é de uso pessoal. Em casos devida-
mente justificados, o EPI pode ser utilizado
por mais que um trabalhador, devendo, nes-
tes casos, ser tomadas medidas apropriadas
para salvaguardar das condições de higiene
e de saúde dos diferentes utilizadores.
• As condições de utilização do EPI, nome-
adamente no que se refere à sua duração,
são determinadas em função da gravidade do
risco, da frequência da exposição ao mesmo
e das características do posto de trabalho.
• O EPI deve ser usado de acordo com as
instruções do fabricante.
Obrigações
Constitui obrigação do empregador:
• Fornecer equipamento de protecção indi-
vidual e garantir o seu bom funcionamento;
• Fornecer e manter disponível nos locais de
trabalho informação adequada sobre cada
equipamento de protecção individual;
• Informar os trabalhadores dos riscos contra
os quais o equipamento de protecção indi-
vidual os visa proteger;
• Assegurar a formação sobre a utilização dos
equipamentos de protecção individual, organi-
zando, se necessário, exercícios de segurança;
• Consultar os trabalhadores na escolha dos EPI’s;
Constitui obrigação dos trabalhadores:
• Utilizar correctamente o equipamento de
protecção individual de acordo com as ins-
truções que lhe forem fornecidas;
• Conservar e manter em bom estado o equi-
pamento que lhe for distribuído;
• Participar de imediato todas as avarias ou
deficiências do equipamento de que tenha
conhecimento.
38 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL
Equipamento Aplicação Observações
Capacete
Aplicação:
Protecção da cabeça
Duração esperada:
1,5 a 2 anos
Utilização permanente em TODOS os
trabalhos nos estaleiros.
Óculos / Viseira
Aplicação:
Utilizados para proteger a face e /ou os
olhos, em trabalhos que envolvam risco
de projecção de partículas, de materiais
quentes ou cáusticos, de poeiras e
fumos perigosos ou incómodos.
Duração esperada:
2 anos
Devem ser utilizados sempre que se uti-
lizem ferramentas ou equipamentos que
projectem partículas ou materiais.
Máscaras de filtros
físicos
Aplicação:
Utilizados para proteger as vias res-
piratórias de ambientes com poeiras,
aerossóis sólidos e líquidos.
Duração esperada:
Em função do ritmo de respiração e do
ambiente.
Definição caso a caso da classe dos fil-
tors (classe 1, 2 ou 3)
Abafadores
Aplicação:
Utilizados para proteger os ouvidos,
devendo ser implementados em zonas
em que a exposição pessoal diária for
susceptivel de exceder 85dB.
Duração esperada:
1 ano
Vantagens:Melhor atenuação das altas-
frequências, facilidade de uso e adapta-
ção, facilidade de colocação, facilmente
controlável o seu uso, mantêm-se bem
ajustados mais tempo.
Desvantagens:Quentes; adaptação
rígida à cabeça, dificuldade de uso com
outros EPI, desconforto em utilização
prolongada.
Tampões
Aplicação:
Utilizados para proteger os ouvidos, de-
vendo ser implentados em zonas em que
a exposição pessoal diária for susceptível
de exceder 85dB.
Duração esperada:
4 meses (excepto descartáveis)
Vantagens: Tamanho e leveza; facilidade
de uso com outros EPI; mais frescos e
confortáveis; melhor atenuação baixas
frequências.
Desvantagens: São aliviados pela
conversação, mais difícil de adaptar, in-
dividualizados, dif´cil de controlar o uso,
cuidados de limpeza.
Botas com palmilha e
biqueira de aço
Aplicação:
Utilização em todos os trabalhos nos
estaleiros, para protecção dos pés da
queda de materiais pesado ou cortantes.
Duração esperada:
1 ano
Utilização permanente em TODOS os
trabalhos nos estaleiros.
39Manual do Formando
Equipamento Aplicação Observações
Luvas protecção
mecânica
Aplicação:
Utilização em todos os trabalhos de
manuseamento de cargas ou objectos,
com arestas expostas, saliências, etc.
Duração esperada:
1 mês
Impermeáveis
Aplicação:
Utilização em trabalhos exteriores com
chuva. Utilização de fatos em PVC em
trabalhos que envolvam projecção de
líquidos cáusticos ou corrosivos.
Duração esperada:
1 ano
Coletes reflectores
Aplicação:
Trabalhos nocturnos, ou nas proximi-
dades de vias.
Duração esperada:
1 ano
Sempre que se verifique a circulação de
viaturas ou equipamentos os trabalha-
dores devem utilizar colete reflector.
Botas de borracha
Aplicação:
Utilização em trabalhos em zonas
inundadas, ou com líquidos cáusticos
ou corrosivos, para proecção dos pés e
membros inferiores.
Duração esperada:
1 ano
arnês
Aplicação:
Em todos os trabalhos que apresentem
o risco de queda livre e em que não
possam ser utilizados outros tipos de
equipamentos de protecção (nomeada-
mente colectiva).
Duração esperada:
4 meses (excepto descartáveis)
A Utilização do cinto de segurança
pode ser combinada com dispositivos
amortecedores de quedas.
40 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Avaliação de conhecimentos - Ficha nº 2
Para as frases que se apresentam, indique se as considera verdadeiras (V) ou falsas (F).
Na movimentação mecâ-
nica de cargas um dos
riscos mais frequentes é
o de queda da carga.
V F
Um dos riscos mais fre-
quentes na movimenta-
ção manual de cargas
são os sobre esforços ou
movimentos incorrectos.
A utilização de ferramen-
tas de fraca qualidade
aumenta o risco de aci-
dentes.
Uma escada pode ser
utilizada por vários tra-
balhadores ao mesmo
tempo.
Se os trabalhos não
ocuparem a via, não é
obrigatória a colocação
do sinal, Trabalhos na
estrada.
V F
Os trabalhadores devem
utilizar vestuário de alta
visibilidade apenas nas
vias em que o trânsito
circula com excesso de
velocidade.
As medidas de protecção
colectiva, devem ter priori-
dades, face às medidas de
protecção individual.
A distância do andaime à
construção não deve ser
superior a 60 cm. Caso não
seja possível tomar esta
medida devem ser monta-
dos guarda-corpos no lado
interior.
Equipamento de pro-
tecção individual é todo o
equipamento, bem como
qualquer complemento
ou acessório, destinado
a ser utilizado pelo traba-
lhador para se proteger
dos riscos.
As fichas de dados de
segurança dos produtos
químicos perigosos são
informações fundamen-
tais sob o ponto de vista
da segurança.
O trabalho sobre uma es-
cada como posto de tra-
balho é uma boa alterna-
tiva ao uso de andaimes
para alturas reduzidas.
41Manual do Formando
Objectivos específicos do
conjunto didáctico - 3º Parte
Esta terceira parte do manual de formação en-
globa um conjunto de temas relacionados com
tarefas/actividades que se desenvolvem em
estaleiros de construção civil.
No final desta terceiro fase de formação, o for-
mando deverá ter atingido ao seguintes objec-
tivos:
• Identificação das medidas preventivas a
utilizar perante determinados contextos de
trabalho:
• Identificar os riscos associados aos trabalhos;
• Identificar os riscos associados ao esta-
leiro, sua manutenção e organização;
• Identificar os riscos associados a ferra-
mentas e equipamentos;
• Identificar as medidas preventivas adequa-
das para cada situação.
Interferência com infra-es-
truturas
A interferência com infra-estruturas pode ocor-
rer na execução de trabalhos de abertura de
caboucos, valas ou covas, junto a vias públicas
de aglomerados habitacionais ou outras edifi-
cações.
Riscos mais frequentes:
• Rotura de condutas;
• Inundação;
• Desabamento;
• Electrocussão;
• Intoxicação;
• Infecções.
Medidas preventivas:
• Antes de iniciar qualquer escavação todas
as infra-estruturas devem estar identificadas
e claramente marcadas;
• Informar os trabalhadores das infra-estrutu-
ras existentes;
• As linhas eléctricas devem estar desacti-
vadas quando decorrem trabalhos na sua
proximidade;
• Se necessário solicitar ao proprietário da in-
fra-estruturas a consignação ou desactivação
das mesmas;
• As infra-estruturas existentes não devem
servir de apoio aos trabalhadores;
• Testar a tensão das linhas eléctricas antes
de iniciar os trabalhos;
• Todas os quadros eléctricos deverão estar
trancados;
• Parar os trabalhos, se for afectada uma infra-
estrutura e contactar os serviços responsáveis;
• Se afectarmos uma infra-estrutura, deve se
feita uma protecção ao local, por forma a evi-
tar mais danos e proteger as pessoas;
• Recomeçar os trabalhos, só depois de devi-
damente autorizados.
Escavações
A escavação constitui um trabalho particular de
movimentação de terras destinado a aprofun-
dar a cota natural do solo para uma cota infe-
rior, den acordo com o definido no projecto.
Esta tarefa englobas as actividades de des-
monte, corte e retirada de camadas de solo e
transporte dos materiais para aterro.
Antes de iniciar os trabalhos, devem ser recol-
hidas informações acerca de:
• Características geológicas do solo, nome-
adamente, caracterização das camadas, ân-
42 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
gulo de atrito, coesão, níveis freáticos, teor de
humidade, etc.);
• A envolvente (proximidade de construções,
linhas de água, vias de comunicação, etc.);
• Infra-estruturas, nomeadamente, se exis-
tem enterrados cabos eléctricos ou telefónic-
os, redes de água ou gás, etc;
Durante a execução dos trabalhos:
• Testar os comandos dos equipamentos an-
tes do início dos trabalhos;
• O trabalho deve ser organizado de tal modo,
que no raio de acção previsível da máquina,
não existam outras tarefas em simultâneo;
• Se durante a escavação forem encontradas
redes enterradas não previstas no projecto
deve parar de imediato os trabalhos até que
seja definida estratégia segura para continuar
os mesmos;
• Vedar/sinalizar e iluminar (durante o período
nocturno e em situações de deficiente visi-
bilidade) convenientemente a escavação nos
locais onde exista circulação de veículos e
pessoas;
• Na presença de elementos de estabilidade
duvidosa realizar o saneamento do talude;
• Utilizar equipamentos munidos de ROPS e
FOPS;
• Inspeccionar estabilidade dos taludes. Se
houver necessidade de recorrer a entivação,
esta deve ser calculada;
• Dotar a escavação com entivações e aces-
sos (que poderão ser escadas de mão) e
colocá-los na abertura de modo a assegurar
caminhos de fuga suficientes, de tal modo
que a distância máxima a percorrer na vala
para atingir uma escada não seja superior a
7,5 metros;
• Não permitir a colocação de materiais bem
como sobrecargas significativas a uma dis-
tância do coroamento inferior a 1/3 da pro-
fundidade da escavação;
• Não ultrapassar a capacidade de carga dos
equipamentos.
• Criar batentes que garantam a paragem de
veículos aquando da aproximação ao bordo
da escavação para remoção de materiais;
• Manter a frente de trabalho devidamente
organizada e livre de obstáculos;
• Definir caminhos de circulação para pessoas
de acordo com os definidos para as viaturas;
• Respeitar os taludes definidos.
Apresenta-se de seguida tabela com ângulo de
atrito do talude natural para diferentes tipos de
solo. Este ângulo corresponde ao ângulo máxi-
mo para o qual está garantida a estabilidade do
mesmo, não devendo ser ultrapassado pois.
Para inclinações superiores não está garantida
a segurança dos trabalhadores.
ÂNGULO DO TALUDE NATURAL
Tipo de terreno Terreno Seco Muito Húmido
Rocha Dura 80º - 90º 80º
Rocha Branda 55º 55º
Aterro Compacto 45º 40º
Terra Vegetal 45º 30º
Argila e Marga 40º 20º
Areia Fina 30º 20º
43Manual do Formando
Escavações de valas
A construção de redes subterrâneas inclui a
abertura de escavações (valas ou trincheiras)
que envolvem condições particulares (distintas
de uma escavação corrente) de risco para os
trabalhadores.
A abertura de escavações na via pública ou em
locais de passagem, apresenta também um
risco para terceiros como os peões e viaturas,
pelo que as medidas de segurança previstas
devem contemplar a segurança tanto dos tra-
balhadores como de terceiros.
Riscos mais frequentes:
• Desabamento de estruturas vizinhas;
• Queda de pessoas;
• Queda de materiais;
• Projecção de materiais;
• Desprendimento de terras;
• Soterramento;
• Interferência com redes técnicas (electrici-
dade, telefones, águas,
gás, etc.);
• Asfixia por enchimento da vala com gases
mais pesados que o ar (ex.:gases de escapes).
Antes do início dos trabalhos:
• Obter informação sobre a existência de re-
des técnicas (gás, electricidade, água, etc.);
• Eliminar, remover ou proteger todos os objec-
tos que ofereçam risco de desprendimento na
fase de escavação (ex. árvores, postes, muros);
• Se necessário, abrir uma valeta impermeá-
vel a uma distância razoável do perímetro da
escavação para evitar que esta seja inundada
por uma linha de água.
Medidas de Prevenção:
• Proteger e sinalizar todo o perímetro da es-
cavação;
• Assinalar e balizar as redes, efectuando as
últimas desobstruções com meios manuais;
• Materiais ou resíduos devem ser deposita-
dos, sempre que possível, afastados, pelo
menos 60 cm ou 1/3 da profundidade, dos
bordos da vala, de modo a:
• Não criar risco de desmoronamento para
dentro da vala;
• Não impedir a circulação;
44 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
• As escavações abertas perto de caminhos
públicos, devem ser protegidas com pai-
néis, redes ou guarda corpos, com altura e
resistência adequadas, colocadas a uma dis-
tância adequada do perímetro da escavação,
de forma a garantir a segurança dos peões
ou viaturas;
• Colocar passadiços nos locais de passa-
gem. Os passadiços devem estar protegidas
com guardas laterais;
• Afastar da escavação as máquinas gerado-
ras de vibrações como: compactador vibra-
dor; martelo pneumático; máquinas estáticas
como compressores, geradores, etc… ;
• Evitar as emanações de gases de escape ou
outros gases, demasiado perto da escavação.
• Utilizar máquinas com protecção do tipo
FOPS e ROPS;
• Verificar as máquinas e acessórios de elevação;
• Proibir a passagem de cargas por cima do
pessoal ou das máquinas;
• Bombear as infiltrações de água.
Medidas de Prevenção (Entivação):
• Toda a escavação com mais de 1,20 m de
profundidade deve ser entivada.
• Para escavações com menor profundidade,
a necessidade de entivação é ditada pela na-
tureza do terreno e pelos factores envolven-
tes, como sejam a proximidade de circulação
de veículos (vibrações que afectam a coesão
do terreno), a proximidade de linhas de águas
pluviais.
• Nas escavações efectuadas nas faixas de
rodagem ou perto destas a entivação deve
ser sempre realizada.
• Prolongar a entivação acima da superfície
da escavação (pelo menos 15 cm).
Sistema de entivação SBH
45Manual do Formando
Trabalho com electricidade
A electricidade é uma das energias mais uti-
lizadas sendo elevados os riscos relacionados
com a sua utilização, razão pela qual importa
conhecer a forma de os prevenir.
Contactos com electricidade
• Contactos directos
• Riscos do contacto com partes activas dos
materiais ou aparelhos eléctricos (ex: Contac-
to directo em dois condutores nus, a tensões
diferentes).
• Contactos indirectos
• Riscos para as pessoas pelo facto das
massas ficarem acidentalmente sob tensão
(ex: Contacto com a massa ou partes da
estrutura dos equipamentos eléctricos com
defeito de isolamento).
Consequências possíveis dos choques
eléctricos
• Com passagem de corrente pelo corpo:
• Morte por fibrilaçao ventricular ou por asfixia;
• Tetanização muscular;
• Queimaduras internas e externas (mortais
ou não);
• Bloqueio renal por efeitos tóxicos das
queimaduras;
• Embolias por efeito electrolítico;
• Lesões físicas secundarias por quedas,
golpes, etc;
• Lesões oftalmológicas por radiações de
arcos eléctricos;
Como evitar contactos com electricidade
• Para evitar os contactos directos:
• Garantir uma distância de segurança entre
condutores nus e peças sob tensão e os uti-
lizadores ou trabalhadores;
• Afastar os cabos e as ligações dos locais
de trabalho e de passagem;
• As peças em tensão deverão estar protegi-
das com coberturas, etc.;
• Garantir o isolamento adequado dos con-
dutores.
• Para evitar os contactos indirectos:
• A ligação à terra: Ligação à terra das es-
truturas metálicas dos equipamentos: De-
verá ser feita ao eléctrodo de terra de pro-
tecção;
• O disjuntor diferencial: Controlo da tensão
de defeito (instalação de disjuntores).
• Controladores permanentes de isolamento
(ICP) – que emitem sinais luminosos e so-
noros sempre que a tensão de defeito seja
ultrapassada.
Medidas de prevenção básicas
• Os trabalhos de electricidade devem ser
feitos por pessoas devidamente habilitadas e
autorizadas para tal;
• Mantenha sempre a distância de segurança
em relação a fios eléctricos;
• Os equipamentos e meios de protecção a
utilizar devem ser certificados;
• Use apenas aparelhos eléctricos portáteis
com tensão reduzida de segurança sempre
que o local de trabalho seja metálico ou molhado;
• Verifique regularmente as condições de se-
46 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
gurança do seu meio ambiente de trabalho.
Quando estiver a efectuar trabalhos de ma-
nutenção em máquinas:
1. Corte todas as fontes sobre tensão;
2. Bloqueie os aparelhos de corte;
3. Verifique a ausência de tensão;
4. Ligue à terra e pôr em curto-circuito todas
as fontes de tensão possíveis;
5. Delimite e sinalize a zona de trabalho.
Demolições
A demolição deve ser dirigida por um técnico
responsável que deverá elaborar o plano de
demolição, assim como avaliar da resistência e
estabilidade de cada uma das partes da cons-
trução.
Tipos de demolições:
• Gerais ou completas: Demolição da totali-
dade da construção existente.
• Sectoriais ou parciais: Demolição de uma
parte significante da construção existente (re-
construções, remodelações).
Processo de demolição:
• Manual – Quando se utilizam ferramentas
manuais (Picaretas, pás, etc.) ou máquinas
portáteis, tais como o martelo percussor.
• Mecânica – Qunado efectuadas por equipa-
mentos não portáteis.
• Expansão – Quando se utiliza uma fonte de
energia (explosivos) que desintegram os ele-
mentos da construção.
Providências preliminares:
• Cortar o fornecimento de água, gás, electri-
cidade, telefones, etc.;
• O Fornecimento de água e electricidade
para os trabalhos deve ser efectuado de for-
ma a evitar que estas instalações passem nas
zonas de trabalho;
• Retirar todos os elementos frágeis: vidros,
portas, janelas, etc.;
• Colocar vedação física dos trabalhos/via pública;
• Implementar sinalização dos trabalhos;
• Sempre que se verifique necessário definir
percurso alternativo para peões.
Medidas preventivas:
• A demolição deve ser realizada de cima
para baixo, sendo demolidos em primeiro
lugar os elementos suportados e em seguida
os elementos suportantes;
• Elementos tais como paredes, muros e
chaminés não podem ser abandonados em
posição de desequilíbrio;
• Remover os produtos de demolição para
fora do edifício;
• Os escombros devem ser descidos por
meio de caleiras;
47Manual do Formando
• O material de escombro deve ser rapida-
mente retirado de forma a evitar a sua acumu-
lação sobre outros elementos da construção;
• Quando for necessária a montagem de an-
daimes, estes devem estar desligados dos
elementos a demolir;
• Deve ser evitada a circulação e permanên-
cia de pessoas sob os elementos a demolir;
• Os trabalhadores não devem apoiar-se nos
elementos a demolir.
Espaços confinados
Um espaço confinado é qualquer área não a-
dequada para ocupação normal de seres hu-
manos. A sua característica principal é a de
oferecer dificuldades para entrar e sair do seu
interior, elevando-se desta maneira, o potencial
de risco.
Um espaço confinado nem sempre é fácil de
identificar já que estes espaços tomam diferen-
tes formas.
Um espaço confinado é um local com uma ven-
tilação natural inexistente, combinado com po-
tencial de acumulação de fontes geradoras ou
de escape de gases. A combinação destes fac-
tores torna a atmosfera destes locais perigosas.
Para identificarmos um espaço confinado, é
necessário conhecermos o potencial de risco
do ambiente assim como dos processos e
produtos a utilizar nesse local.
Espaço Confinado:
• Não é um posto trabalho normal;
• Local de entrada e saída restrita;
• Atmosfera e ventilação deficiente e/ou uma
atmosfera pressurizada.
Riscos mais frequentes:
• Materiais tóxicos e/ou inflamáveis;
• O trabalho pode gerar perigos: soldadura,
corte, fumos, etc.;
• Falta de oxigénio;
• Riscos eléctricos;
• Iluminação deficiente;
• Posturas inadequadas;
• Poeiras.
Antes de entrar num espaço confinado deve
ser verificado:
• O nível de oxigénio.
• Existência de gases tóxicos.
• Existência de poeiras e vapores.
• Perigo de incêndio e explosão.
• Temperatura.
48 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Regras de trabalho em espaços confinados:
• Identificar e sinalizar os espaços confina-
dos, para evitar o acesso de pessoas não
autorizadas;
• Implementar procedimentos de controlo de
entrada nestes espaços;
• Definir um responsável com formação espe-
cífica, para supervisionamento dos trabalhos;
• Monitorizar a atmosfera dos espaços con-
finados, para verificar se as condições de
acesso e permanência são seguras;
• É proibida a realização de qualquer trabalho
de forma individualizada ou isolada;
• Afixar um informação à entrada, que alerte
para os perigos existentes no local;
• Proibir a ventilação do local com oxigénio;
• Testar e calibrar os equipamentos, antes da
sua entrada no local;
• As monitorizações devem ser efectuadas
com equipamentos estanques (protegidos
contra radiações electromagnéticas..);
• Todos os equipamentos luminosos utiliza-
dos nestes espaços devem ser estanques;
• Definir um plano de emergência e socorro,
para um eventual resgate das vítimas.
• Utilização de uma máscara para respiração
autónoma, com fornecimento de ar sempre
que os níveis de oxigénio ou de gases tóxicos
ultrapassem os limites;
• Equipamentos filtrantes não podem ser uti-
lizados em ambientes cujo teor de oxigénio
seja reduzido, ou então que contenha gases
tóxicos ou nocivos.
Execução de trabalhos de
estrutura
Em qualquer obra podemos distinguir, sob
ponto de vista construtivo, uma sucessão de
elementos ou partes perfeitamente diferentes
entre si.
No caso mais vulgar, que é a construção de um
edifício, estes elementos são: as fundações, as
paredes, os tectos, os vãos, as coberturas, as
escadas, etc.
As principais causas na origem dos acidentes
associados com a execução de trabalhos de
estrutura são:
• Desorganização do estaleiro;
• Desarrumação;
• Retirar protecções às máquinas;
• Armazenamento incorrecto dos varões de
aço e elementos moldados;
• Trabalho desorganizado;
• Utilização de meios mecânicos de forma inad-
equada (ex.: utilizar os equipamentos para além
das capacidades indicadas pelo fabricante);
• Utilização de andaimes improvisados ou in-
devidamente montados;
• Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
• Não utilizar os EPI (s) necessários;
49Manual do Formando
Perigos / Riscos mais frequentes:
• Queda de pessoas a nível diferente;
• Queda de pessoas ao mesmo nível;
• Queda de objectos;
• Choque ou pancadas;
• Projecção de fragmentos ou partículas;
• Entalamento ou esmagamento;
Trabalhos de armação de ferro (corte,
dobragem e moldagem de armaduras)
Medidas de Prevenção Aconselhadas:
• Os varões devem ser armazenados em local
acessível à grua. O armazenamento deve ser or-
ganizado por baías indicadoras de diâmetro.
• Os molhos devem ser depositados em cima
de barrotes de madeira (e não directamente
no solo), correctamente alinhados e, a altura
das pilhas não deve ultrapassar 1,50m;
• Os elementos moldados devem ser arma-
zenados em local acessível à grua e, a altura
das pilhas não deve colocar problemas de
estabilidade;
• Os desperdícios (pontas, arames, ...) devem
ser acondicionados em contentor específico
e, periodicamente, devem ser enviados para
o exterior;
• O trabalho deve ser organizado de forma
a evitar interferências entre tarefas comple-
mentares, descarga, armazenagem, corte,
moldagem, armação e movimentação dos
elementos préfabricados (armados) para
aplicação em obra e a aglomeração de pes-
soal em determinadas áreas (usualmente na
moldagem);
• As bancadas de trabalho deve ter dimensões
suficientes para os elementos a moldar e armar
e altura adequada (entre 75 e 90 cm), de forma
a evitar posturas de trabalho incorrectas;
• Os postos de trabalho fixos devem ter uma
cobertura tipo telheiro, montada de forma a
não interferir com as movimentações mecâni-
cas do varão e dos elementos armados e asse-
gurando a luminosidade e ventilação naturais;
• A descarga dos molhos de varões deve ser
realizada, suspendendo-os por dois pontos
equidistantes e com resistência adequada,
através de um pórtico indeformável suspenso
do gancho;
• Deve ser proibida a permanência de traba-
lhadores debaixo de cargas suspensas;
• Os elementos armados devem ser trans-
portados suspensos por lingas fixadas em
pontos cujo afastamento seja suficiente para
evitar deformações ou deslocamentos não
desejados;
•Deve ser proibido trepar pelos elementos
armados;
•Devem ser instaladas pranchas com uma
tábua de largura (± 30 cm) para circular em
cima de armaduras de lajes;
•As pontas dos ferros em espera devem ser
cortadas ou devidamente protegidas.
Desorganização do estaleiro de ferro impedindo a circulação
em segurança.
50 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
Trabalhos de cofragem e descofragem
Medidas de Prevenção Aconselhadas
• O tipo de cofragem a utilizar deve ser se-
leccionado tendo em conta o elemento a ser
construído e a envolvente do local onde vai
ser construído;
• A madeira e/ou os painéis de cofragem de-
vem ser armazenados em local acessível aos
meios mecânicos.
• O armazenamento deve ser organizado por
dimensões, os materiais devem estar cor-
rectamente alinhados e, a altura das pilhas não
deve colocar em causa a sua estabilidade.
• Devem ser usados meios mecânicos para
elevação e transporte das cargas. As sus-
pensões não devem ser feitas por um único
ponto;
• Os pregos existentes em madeira usada de-
vem ser retirados ou batidos;
• A equipa que vai executar os trabalhos deve
conhecer bem o sistema de cofragem a uti-
lizar;
• A zona de trabalho deve ser limpa, diari-
amente e, os desperdícios devem ser acondi-
cionados em local apropriado e enviados.
Armazenamento incorrecto de escoras por se encontrarem de-
masiado próximas do vão existindo risco de queda de materiais
Desarrumação do local de trabalho, potenciando riscos de que-
da ao mesmo nível
Operação de descofragem de laje - Desarrumação do local de
trabalho, potenciando riscos de queda ao mesmo nível.
• O espaço da carpintaria de toscos deve ser
dimensionado, para que as máquinas dis-
ponham, entre si, de espaço suficiente para
manusear a madeira sem interferências;
• A carpintaria de toscos deve ser delimitada
e sinalizada, para que os restantes trabalha-
dores não circulem num local onde possam,
potencialmente, ser atingidos pela queda de
materiais;
• As folhas de corte das serras e serrotes de-
vem ser inspeccionadas diariamente;
• Os painéis devem ter olhais com resistência
51Manual do Formando
adequada ao peso dos painéis a movimentar,
devendo o seu estado de conservação ser
verificado antes de iniciar a sua elevação;
• Na sua recepção, os painéis devem ser posi-
cionados com recurso a cordas guia. Deve
ser proibido guiar os painéis com as mãos;
• Deve ser proibida a permanência de traba-
lhadores nas zonas de passagem de cargas
suspensas;
• A descofragem deve ser efectuada com re-
curso a «arranca pregos » ou «pés de cabra»
com dimensão suficiente para alavancar as
tábuas sem risco de sobre-esforço para os
trabalhadores;
• A subida e descida dos trabalhadores aos
elementos cofrados deve ser efectuada com
recurso a escadas de mão normalizadas.
• Para alturas superiores a 6 m, deve ser
montada uma escada com patamares in-
termédios e equipada com guarda-costas e
guarda-cabeças;
• As plataformas de trabalho devem ter uma
largura mínima de 80 cm, permitir a mobili-
dade necessária para efectuar o trabalho em
segurança e permitir a rápida evacuação no
caso de surgir uma situação de emergência;
• Os ferros em espera deverão ser dobrados,
cortados ou protegidos;
• O escoramento deve estar dimensionado
para resistir aos esforços previstos, com uma
margem de segurança de 150%. As sapatas e
calços devem ter solidez para resistir aos esfor-
ços e os prumos devem estar bem verticais;
• A movimentação mecânica dos painéis
deve ser suspensa sempre que sopre vento
com velocidade superior a 60 km/h ou que o
manobrador não consiga acompanhar, visu-
almente, a carga durante todo o seu percurso
(chuva ou nevoeiro);
• A montagem da cofragem deve ser reali-
zada numa sequência tal que não permita
que fiquem «aberturas para trás». Se for ne-
cessário deixar zonas por cofrar, devem ser
protegidas com guardacorpos ou redes;
• A desmontagem das cofragens deve ser exe-
cutada com as plataformas protegidas contra
quedas em altura. Em situações não seja pos-
sível manter as protecções colectivas, os tra-
balhadores devem usar arnês anti-queda, a-
marrado a um ponto com solidez adequada.
Trabalhos de betonagem
Medidas de Prevenção Aconselhadas
• Deve ser elaborado um plano de betonagem
definindo os equipamentos, os modos opera-
tórios e os meios humanos necessários;
• Devem ser assegurados acessos adequa-
dos aos locais de betonagem que permitam
a mobilidade necessária para efectuar o tra-
balho em segurança e a rápida evacuaçãono
caso de surgir uma situação de emergência;
• Antes do início dos trabalhos, deve verificar-
-se o bom estado dos equipamentos de pro-
tecção colectiva (guarda-corpos e/ou redes)
e das plataformas de trabalho;
• O comportamento da cofragem e do cimbreEscora correctamente colocada
Escora colocada incorrectamente em posição não vertical
52 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil
deve ser constantemente vigiado, suspen-
dendo a betonagem sempre que se detecte
qualquer falha. O trabalho só deve ser reto-
mado depois de se restabelecer a estabili-
dade e solidez necessárias;
• Os vibradores de betão, demais equipa-
mentos eléctricos e respectivos cabos devem
estar em bom estado e protegidos por disjun-
tores diferenciais de 30 mA;
• Deve ser interdito o acesso à zona de esco-
ramento enquanto decorre a betonagem.
Execução de trabalhos de
alvenarias
Perigos mais frequentes:
• Queda de altura;
• Queda de pessoas ao mesmo nível;
• Queda de objectos;
• Choque ou pancadas;
• Entalamento ou esmagamento;
• Sobre esforços
Medidas de Prevenção Aconselhadas
• Deve ser garantida a existência de platafor-
mas de descarga de materiais (nos pisos) com
solidez e estabilidade adequadas às cargas a
movimentar e, dotadas de guarda-corpos e
guardacabeças e fecho na parte frontal;
• Deve ser proibido o trabalho junto aos bor-
dos das lajes, antes da instalação de pro-
tecção contra queda de altura;
• Os entulhos devem ser depositados em lo-
cal específico e, periodicamente, devem ser
enviados para o exterior;
• Deve ser garantida a existência de condutas
de descarga de entulho com troços nunca su-
periores à altura de 2 pisos. Os trabalhadores
nunca devem retirar o material das calhas
usando as mãos;
• As paletes de material devem ser movimen-
tadas com meios mecânicos e distribuídas
junto dos locais onde vão ser utilizadas;
• As plataformas de trabalho com altura su-
perior a 2 m devem ser dotadas de guarda-
corpos e guarda-cabeças;
• Deve haver o cuidado de não romper o
plástico de protecção das paletes de tijolo
antes de as içar.
• Deve ser proibido improvisar plataformas
de trabalho com bidões, caixas, tijolos, es-
cadotes...;
• Deve ser garantida a limpeza diária das zo-
nas de trabalho, de forma a evitar acumula-
ções de argamassa que solidificará.
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Mala pedagógica de apoio à formação manual do formando

  • 1. Mala Pedagógica de Apoio à Formação Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Sector da Construção Civil Manual do Formando Autor. Hugo Monteiro
  • 2. Introdução Conteúdo do conjunto didáctico Objectivos Público-alvo Metodologia formativa Avaliação Suporte digital Objectivos específicos do conjunto didáctico - 1ª Parte Glossário DL 273/2003 de 29 de Outubro Acidente de trabalho Álcool no trabalho Ruído Organização do estaleiro Manutenção do estaleiro Manutenção de equipamentos Armazenamento Sinalização de segurança Objectivos específicos do conjunto didáctico - 2ª Parte Movimentação mecânica de cargas Movimentação manual de cargas Máquinas/Ferramentas portáteis Escadas de mão Utilização de ar comprimido 5 6 6 6 6 6 7 7 8 9 10 10 11 12 13 14 14 15 22 22 24 25 26 27
  • 3. Substâncias perigosas Trabalhos na proximidade de água Trabalhos na proximidade de trânsito Trabalhos em altura Andaimes Equipamentos de protecção individual Objectivos específicos do conjunto didáctico - 2ª Parte Interferência com infra-estruturas Escavações Escavação de valas Trabalhos com electricidade Demolições Espaços confinados Execução de trabalhos de estrutura Execução de trabalhos de alvenaria Trabalhos de montagem de instalações especiais Trabalhos em Coberturas Trabalhos de aplicação de pavimentos e revestimentos Trabalhos de carpintaria (limpos) Trabalhos de serralharia 28 31 31 33 35 37 41 41 41 43 45 46 47 48 52 53 54 55 56 57 Índice
  • 4. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil “Precisam-se homens para jornada perigosa. Baixo salário, frio intenso, longas horas de completa escuridão. Regresso em segurança não garantido. Honra e reconhecimento em caso de sucesso” Anúncio de trabalho publicado no jornal London Times, início do século XX Ao contrário da realidade à um século atrás, o objectivo hoje dos técnicos de segurança é garantir uma qualidade de vida aos trabalhadores de forma a que estes terminem cada jornada de trabalho sãos e salvos. Pretende-se com este manual contribuir para a melhoria das condições de trabalho, criando uma ferramenta que possibilite aos trabalhadores, a identificação de perigos e/ou de situações perigo- sas, desenvolvendo desta forma uma cultura de segurança e, assim, transformar cada local de trabalho num Lugar Seguro, tanto para estes como para todos os que nele trabalhem.
  • 5. Manual do Formando Introdução Atendendo ao elevado número de acidentes de trabalho e de doenças profissionais que se verificam, à falta de formação dos trabalha- dores, à pequena dimensão das empresas, à disponibilidade reduzida dos trabalhadores para a formação, ao tempo e aos custos elevados envolvidosnos processos de formação, a elabo- ração de um instrumento de fácil aprendizagem, esclarecedor e que acompanhe os ritmos de aprendizagem de cada trabalhador; conciliando imagens com explicações práticas de como proceder e actuar, tem como finalidade contri- buir para que, os trabalhadores vejam melhora- das as suas competências no âmbito da segu- rança higiene e saúde no trabalho. Pretende-se ainda contribuir para a redução do número de acidentes que se verifica neste sector de ac- tividade tão flagelado. Este produto tem como finalidade promover a utilização generalizada, autónoma e reflectida das medidas preventivas pelos trabalhadores Pretende-se que, de forma autónoma e responsável, o trabalhador invista na sua aprendizagem ao longo da vida.
  • 6. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Conteúdo do conjunto didático O conjunto didáctico sobre regras de seguran- ça higiene e saúde no trabalho, para o sector da construção civil é composto pelos seguintes elementos: Manual do formando Este guia de formação constitui o principal ins- trumento do conjunto e contem: • Neste manual são descritos os riscos e medidas preventivas que usualmente se en- contram em actividades de construção civil e obras públicas. • Actividades didácticas para os formandos. CD-ROM Este suporte electrónico contem o conjunto dos documentos que compõem o presente manual, adaptados aos formatos adequados. Figura em anexo ao guia de formação um vídeo ilustrando situações reais de obra Objectivos O projecto tem como finalidade transmitir de uma forma clara e precisa informação aos tra- balhadores. Os objectivos de desenvolvimen- to que podem ser alcançados utilizando este conjunto de ferramentas de formação são os seguintes: • Consciencialização dos trabalhadores para a segurança e saúde; • Mudar práticas e vícios adquiridos; • Diminuição dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais; • Identificação das medidas preventivas a uti- lizar perante determinada situação; • Melhorar a movimentação manual de cargas; • Melhorar a movimentação mecânica de cargas; • Utilização correcta de máquinas e equipa- mentos; • Identificar os perigos eléctricos; • Actuação em situações de acidente e de emergência; • Identificar a sinalética e rotulagem. Público alvo Este conjunto foi preparado para os trabalha- dores encarregues de dirigir trabalhos nas fren- tes de obra, encarregados e/ou chefes de equipa. Metodologia formativa Os métodos de ensino tradicionais são funda- mentalmente baseados na transmissão dos con- hecimentos, e na recepção passiva do conheci- mento. Neste manual, a formação é construída tanto a partir dos conteúdos programáticos, como de experiências dos formandos que constituem uma contribuição essencial para o processo de formação. Pretende-se desta forma trans- cender a “fronteira” da formação tradicional. Decorre daí que a formação está centrada no participante, e que o formador desempenha o papel de “facilitador”, guiando e apoiando o processo de aprendizagem na transmissão das competências técnicas que devem interagir com a experiência do formando. Avaliação Estão previstos diversos exercícios que fun- cionam como avaliação durante o decorrer da formação, com a finalidade de controlar os di- versos elementos e de modo a contribuir devi- damente para o cumprimento dos objectivos gerais da formação.
  • 7. Manual do Formando • Mudar práticas e vícios adquiridos; • Identificar práticas erradas; • Identificar práticas adequadas a cada tipo de trabalho. • Diminuição dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais; • Identificar um acidente de trabalho; • Identificar as principais causas de aciden- tes de trabalho; • Identificar as consequências de um aci- dente de trabalho; • Identificar a sinalética e rotulagem. • Identificar os diferentes tipos de sinalização existente. • Adoptar a sinalização adequada a cada situação; • Identificar a informação existente na rotulagem; • Identificar á simbologia dos rótulos. No final do manual existe um exercício de ava- liação que abrange a totalidade dos conteúdos do manual. Suporte Digital - CD-ROM O CD-ROM contido neste conjunto foi conce- bido de modo a desenvolver e publicar os con- teúdos da formação em formato electrónico para que os formandos possam usufruir das ferramentas informáticas para explorar o ma- nual de formação. Neste CD-ROM, encontrarão a totalidade dos módulos do manual de formação. São estabelecidos vínculos dentro destes do- cumentos e entre documentos, para permitir ao utilizador “navegar” facilmente através dos distintos conteúdos. Objectivos específicos do conjunto didáctico A esta primeira parte do manual de formação engloba um conjunto de temas relacionados com o enquadramento da segurança nos es- taleiros de construção civil e a organização da segurança nos estaleiros. Ao final deste primeiro ciclo de formação, o for- mando deverá atingir os seguintes objectivos: • Consciencialização dos trabalhadores para a segurança e saúde; • Identificar a especificidade do sector da construção; • Situar o lugar e o papel de cada um dos intervenientes numa obra de construção; • Percepção dos riscos existentes na activi- dade desenvolvida; • Percepção das consequências de um aci- dente de trabalho;
  • 8. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Glossário Acidente de Trabalho Acidente que se verifique no local e tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doen- ça de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. Risco Expressa uma probabilidade de possíveis da- nos dentro de um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais. Risco aceitável Risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela Empresa, tendo por objectivo o cumprimento da legislação aplicável e a sua própria política da Segurança, se aplicável. Perigo Fonte ou situação para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local de trabalho, ou uma com- binação destes. Danos É a gravidade (severidade) da perda humana, material, ambiental ou financeira que pode resultar, caso não exista controle sobre um risco. Causa Poderá ser de carácter humano, material ou fortuito relacionado com o evento catastrófico (acidente ou falha), resultante da materialização de um risco, provocando danos. Segurança Imunidade à ocorrência de danos resultantes de um risco inaceitável. É frequentemente definida como isenção de riscos. No entanto, é praticamente impossível a eliminação comple- ta de todos os riscos. Segurança é, portanto, um compromisso de uma relativa protecção de exposição a riscos. Perdas É o prejuízo sofrido por uma empresa, sem ga- rantia de ressarcimento por seguro ou outros meios. Incidente de trabalho Acontecimento que esteve na origem de um potencial acidente de trabalho, gerando ape- nas danos materiais. Este pode ser designado por “quase acidente”.
  • 9. Manual do Formando DL 273/2003 de 29 de Outubro As condições de segurança no trabalho desen- volvido em estaleiros temporários ou móveis são, frequentemente, deficientes e estão na origem de um elevado número de acidentes de trabalho com consequências graves e mortais, provocados, sobretudo por quedas em altura, esmagamentos e soterramentos. O plano de segurança e saúde constitui um dos instrumentos fundamentais do planeamento e da organização da segurança no trabalho em estaleiros temporários ou móveis. Este plano deve ser elaborado a partir da fase projecto da obra, sendo posteriormente desenvolvido e es- pecificado antes de se passar à execução da obra, com a abertura do estaleiro. Trata-se assim de um único plano de seguran- ça e saúde para a obra, cuja elaboração acom- panha a evolução desde a fase de projecto da obra para a fase de execução, até à conclusão da mesma. O desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde (PSS) da fase de projecto para a exe- cução da obra é da responsabilidade da enti- dade executante. Caberá ao coordenador de segurança em obra validar tecnicamente o desenvolvimento e as eventuais alterações ao plano, cuja aprovação competirá sempre ao dono de obra. A coordenação de segurança divide-se em duas fases, fase de projecto e fase de obra, cabendo ao dono de obra a sua nomeação e divulgação em obra através da afixação da co- municação prévia. O coordenador de segurança em obra e plano de segurança e saúde não são obrigatórios em todas as obras. Contudo, se houver neces- sidade de executar trabalhos que apresentem riscos especiais, a entidade executante deve dispor de fichas de procedimentos de segu- rança que indiquem as medidas de prevenção necessárias para executar esses trabalhos. O artigo 7º do decreto-lei 273/2003 de 29 de Outubro define que trabalhos com riscos espe- ciais, são trabalhos que: • exponham os trabalhadores a risco de so- terramento, de afundamento ou queda em altura; • exponhamos trabalhadores a riscos quími- cos ou biológicos susceptíveis de causar doenças profissionais; • exponham os trabalhadores a radiações ionizantes; • sejam efectuados na proximidade de linhas eléctricas de média ou alta tensão; • sejam efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização ou na sua proximidade; • de mergulho com aparelhagem ou que im- pliquem risco de afogamento; • em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido; • envolvam a utilização de explosivos ou at- mosferas explosivas; • sejam de montagem e desmontagem de ele- mentos prefabricados ou outros; • o dono de obra, o autor do projecto ou coorde- nadores de segurança entenda considerá-los.
  • 10. 10 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Acidente de trabalho Por quê prevenir os acidentes? Porque prevenir é mais económico e sensato que corrigir. Acidente de Trabalho, é um acidente ou sinis- tro, entendido como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho. Descaracterização do Acidente de Trabalho Existem casos em que o acidente pode apa- recer formalmente como de trabalho, mas em que a lei o descaracteriza como tal. Há uma causa inerente ao trabalho, mas há, também, uma causa estranha que com ela se combina e, dada a sua importância, a lei retira à primeira a sua protecção. A legislação indica-nos os casos em que o aci- dente deixa de se considerar de trabalho, não dando, em consequência, lugar a reparação: • o que for dolosamente provocado pelo sinis- trado ou provier de um seu acto ou omissão, que importe violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pela entidade empregadora ou previstas na lei; • o que provier exclusivamente de negligên- cia grosseira do sinistrado; • o que resultar de privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos da lei civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, ou se a en- tidade empregadora ou o seu representante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação; • o que provier de caso de força maior. • Os acidentes de trabalho podem ter várias causas: • Causas humanas (faltas de atenção, des- cuidos, etc.); • Causas técnicas ou materiais (deficiente protecção de máquinas, avarias súbitas, mau estado do equipamen- to, etc.); • Causas fortuitas (factores causais). Consequências de um acidente: Embora sejam muitas as consequências de um acidente de trabalho, o maior prejudicado é o trabalhador. Os prejuízos materiais podem ser reparados com a compra e reposição dos ob- jectos ou máquinas danificadas, mas o traba- lhador não pode ser recuperado com a mesma facilidade. Álcool no trabalho O trabalho na construção civil envolve um ele- vado número de riscos devido à realização de operações perigosas, tais como: trabalhos em Plano Humano Plano Material Sinistrado Sofrimento físi- co; Sofrimento moral Perda de salário; Diminuição de potencial: profis- sional Família Diminuição das faculdades do sinistrado Dificuldades financeiras Empresa Perda de ima- gem; Desmotiva- ção do pessoal Perda de produção; Agravamento dos custos; Diminuição do Património País Diminuição do potencial humano Agravamento dos custos com Segurança Social; Custos de reinserção social
  • 11. 11Manual do Formando altura, trabalho em espaços confinados, es- cavações, etc. O consumo de drogas e álcool aumenta o risco de acidente. Esta situação é particularmente grave quando consumido por quem manuseia/ manobra máquinas e/ou equipamentos. Pois a ocorrência de um acidente pode ter consequên- cias graves sobre os outros trabalhadores. O tempo de absorção do álcool pelo organismo depende da quantidade de álcool e alimentos ingeridos. A maior quantidade de álcool é absorvida pelo estômago e pelo intestino. O álcool absorvido entra na corrente sanguínea e é transportado para os vários órgãos, sendo decomposto na sua maior parte pelo fígado e o restante excretado através dos rins, dos pul- mões e das fezes. A absorção do álcool pelo organismo começa com a ingestão do primeiro golo. Cerca de 10 a 15 minutos após o primeiro golo o organismo já absorveu 50% da totalidade de álcool ingerido, e após meia hora a quantidade de álcool in- gerida atinge os 2/3. Uma hora após o início da ingestão, a absorção do álcool é total. A ingestão de álcool combinada com a ingestão de alimentos não anulam os efeitos do álcool, apenas retardam a sua absorção por parte do organismo. Efeitos do álcool a curto prazo: • Redução da percepção e dos reflexos; • Retarda as reacções; • Diminui o poder de concentração; • Altera as noções de distâncias; • Altera o equilíbrio; • Altera o campo de visão. Ruído O som é uma vibração que se propaga pelo ar em forma de ondas e que é percebida pelo ouvido humano. É uma sensação agradável, quando em nível suportável e que não irrita. O som pode ser mais ou menos perigoso de- pendendo da sua frequência e intensidade. O ruído é um som prejudicial à saúde humana, que causa sensação desagradável e irritante. O grau de risco também depende de outros fac- tores como tempo de exposição. A intensidade, medida em decibel (dB), é a força ou pressão que o som exerce nos nossos ouvidos. É conhecido como altura ou volume. Um lugar tranquilo tem sons de baixa intensi- dade, enquanto que uma máquina ruidosa pro- duz sons de alta intensidade. Quando a intensidade alcança valores altos, o som transforma-se em risco para a audição dos trabalhadores. Factores que influenciam: • Tempo de exposição: Quanto maior for este tempo maior o risco; • Distância à fonte geradora: Quanto mais próximo da origem do ruído maior é a ex- posição ao risco; • Intensidade: Quanto maior a intensidade, maior o risco para o trabalhador. A exposição ao ruído provoca a perda de audição por: • Danos nas células nervosas do ouvido in- terno; • Redução gradual da sensibilidade da audição. A perda de audição é IRREVERSÍVEL
  • 12. 12 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Utilização de protectores auriculares (tampões) durante uma operação de furação. Outros efeitos: • Aceleração da pulsação; • Aumento da pressão sanguínea; • Estreitamento dos vasos sanguíneos; • Dilatação da pupila; • Aumento do ritmo cardíaco; • Reacções musculares; Medidas preventivas / protecção Intervenção na fonte emissora: • Eliminar ou substituir as máquinas ruidosas; • Realizar manutenção preventiva de modo a evitar o aumento de ruído produzido pelos equi- pamentos devido à degradação dos mesmos. Intervenção sobre a propagação: • Utilização de painéis absorventes; • Encapsulamento (blindagem) dos elemen- tos ruidosos; • Aumentar a distância à fonte emissora; Intervenção sobre o trabalhador: • Diminuir o tempo de exposição; • Utilização de Equipamento de Protecção Individual. Utilização de protectores auriculares (abafadores) em operação de demolição. Protecção combinada com capacete de pro- tecção e óculos de protecção. Organização do estaleiro Durante a fase de construção de uma obra torna-se necessária a montagem de um esta- leiro de apoio. Na montagem/desmontagem e utilização do estaleiro existe um conjunto de riscos, que devem ser tidos em consideração para definição das medidas de prevenção a implementar de modo a evitar a ocorrência de acidentes. Riscos mais frequentes: • Acidentes de viação; • Electrocussão; • Atropelamento; • Entalamento; • Quedas ao mesmo nível; • Cortes/ perfurações; • Incêndio. Medidas preventivas / prevenção (es- taleiro): • Manter o estaleiro limpo e arrumado; • Organizar as actividades no estaleiro de modo a evitar sobreposição de actividades;
  • 13. 13Manual do Formando • Implementar um plano de sinalização glo- bal que inclua sinalização de segurança bem como sinalização rodoviária; • Efectuar a manutenção e limpeza das vias de circulação; • Prever vias de circulação distintas para tra- balhadores e veículos. Medidas preventivas / prevenção (es- critórios): • Instalar meios de combate a incêndio ade- quados; • Instalar iluminação adequada às tarefas a serem desenvolvidas; • Prever a ventilação das instalações, assim como um ambiente térmico dentro dos parâ- metros de conforto; • Prever instalações sanitárias de acordo com o número de trabalhadores presentes em estaleiro. Manutenção do estaleiro As operações de manutenção e limpeza do esta- leiro têm por objectivo garantir as condições de salubridade para todos os intervenientes. A limpeza e arrumação é da responsabilidade de todos. Deste modo, todos devem contribuir para: • Que as zonas de trabalho estejam limpas e arrumadas, sem objectos que possam causar lesões; • Que sejam removidos os pregos das tábuas ou armazenar as tábuas de forma a evitar aci- dentes; • Limpar combustíveis, óleos, gorduras, químicos o mais rapidamente possível, e co- locar sinais de aviso nos locais de derrame; • Que as instalações e os acessos estejam adequados aos diferentes equipamentos do estaleiro; • Que os caminhos de circulação devem es- tar desimpedidos e limpos. • Que a iluminação deve estar adequada tan- to ao trabalho nocturno, como diurno ou de fraca visibilidade; • Que a iluminação danificada deve substituída; • Garantir o acesso a veículos e equipas de emergência a todos os locais do estaleiro; • Que a sucata e o lixo devem ser retirados das zonas de trabalho o mais rapidamente possí- vel e são colocados nos locais definidos. Armazenamento de materiais efectuado sem definição dos caminhos de circulação. Caminhos de circulação impedidos.
  • 14. 14 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Manutenção de equipamentos As operações de manutenção de equipamentos nos estaleiros temporários representam um fac- tor de risco acrescido, uma vez que estes locais não se encontram concebidos como oficinas de mecânica. Assim sendo, por forma a minimizar os riscos decorrentes desta actividade: • As reparações nos equipamentos só podem ser efectuadas por técnicos habilitados: • A manutenção deve ser efectuada em local definido para o efeito. • Antes de efectuar a manutenção, isolar o lo- cal, verificar a pressão hidráulica, efectuar o corte geral,… • Assinalar e informar os responsáveis das fa- lhas detectadas nos veículos; • Devem ser tomados cuidados especiais no manuseamento de lubrificantes, materiais e componentes a alta temperatura. • Os óleos usados devem ser armazenados em bacias de retenção e recolhidos por opera- dores autorizados para efectuar a reciclagem. Estabilização incorrecta. Em caso de colisão o equipamento pode cair. Armazenamento Uma correcta organização do estaleiro reduz a probabilidade de ocorrência de acidentes. Deverão ser criadas zonas específicas de ar- mazenamento, diferenciando os materiais pelas suas características, nomeadamente, tipo, dimensão e forma dos mesmos. • Os materiais devem ser arrumados e orde- nados nos locais definidos e de acordo com as indicações do fabricante; • Prever acessos adequados que devem ser mantidos em boas condições, para movimen- tação dos materiais, bem como para situa- ções de emergência, etc… • Os materiais devem ser correctamente em- pilhados, por forma a que não caiam; • Os materiais de maior dimensão devem fi- car na base e os de menor no topo; • As substâncias perigosas devem ser arma- zenadas tendo em atenção a ficha de dados de segurança; • Os materiais devem ser armazenados por forma a evitar a movimentação sucessiva; • Sempre que possível, os locais de arma- zenagem devem estar fechados, evitando o acesso de pessoas não autorizadas; • Os locais de armazenagem devem estar devidamente sinalizados. • Os materiais com arestas cortantes devem ser protegidos; Armazenamento de varões de aço.
  • 15. 15Manual do Formando • obrigações; • meios de salvamento ou de socorro; • equipamento de combate a incêndios; • assinalar recipientes e tubagens; • riscos de choque ou queda; • vias de circulação. A sinalização deve ser ocasional para: • assinalar acontecimentos perigosos; • chamada de pessoas (bombeiros, enfermei- ros, etc.); • evacuação de emergência; • orientação dos trabalhadores que efectuam manobras. Meios e dispositivos de sinalização • Os meios e os dispositivos de sinalização devem ser regularmente limpos, conserva- dos, verificados e, se necessário, reparados ou substituídos; • O bom funcionamento dos sinais luminosos e acústicos devem ser verificados antes da sua entrada em serviço e, posteriormente, devem ser alvo de verificações periódicas; • O número e a localização dos meios ou dispositivos de sinalização dependem da im- portância dos riscos, dos perigos e da exten- são da zona a cobrir. • No caso de dispositivos de sinalização que funcionem através de uma fonte de energia deve ser assegurada uma alimentação alter- nativa de emergência; • O sinal luminoso ou acústico que indique o início de uma determinada acção deve pro- • Sempre que necessário devem ser utiliza- dos equipamentos de protecção individual adequados para transportar os materiais ar- mazenados; Sinalização de Segurança A utilização de sinais, sonoros, luminosos ou visuais, é entendida como um processo de co- municação rápida e eficaz. A sinalização de segurança é aquela que, rela- cionada com um objecto ou uma situação de- terminada, dá ao trabalhador uma indicação por meio de um som, uma cor ou de um sinal de segurança. Objectivo da sinalização de segurança A sinalização de segurança tem como objec- tivo, chamar a atenção, de uma forma rápida e inteligível, para objectos e situações suscep- tíveis de provocar determinados riscos. A sinalização, não dispensa, nunca, a neces- sidade de aplicação de medidas de protecção impostas por diplomas legais. A sinalização deve ser permanente para: • proibições; • avisos; Recolha selectiva de . resíduos de obra
  • 16. 16 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil longar-se durante o tempo que a situação o exigir e deve ser rearmado imediatamente após cada utilização; • As zonas, as salas ou os recintos utilizados para armazenagem de substâncias perigosas devem ser assinalados com sinais de aviso, excepto nos casos em que a rotulagem das embalagens ou dos recipientes for suficiente para o efeito. Condições de utilização dos sinais • Os sinais devem ser instalados em local bem iluminado, a uma altura e em posição adequadas, tendo em conta eventuais im- pedimentos à sua visibilidade; • Em caso de iluminação deficiente devem usar-se cores fosforescentes, materiais re- flectores ou iluminação artificial na sinaliza- ção de segurança; • Os sinais devem ser retirados sempre que a situ- ação que os justificava deixar de se verificar. A utilização de diferentes cores na sinalização de segurança tem como objectivo uma rápida percepção da finalidade da mesma: Sinais de Proibição Cor Plano Humano • Vermelho Sinal de proibição Perigo - Alarme Material e equipamento de com- bate a incêndios • Amarelo ou Amarelo alaranjado Sinal de obrigação • Azul Sinal de aviso • Verde Sinal de Salvamento ou de socorro Situação de segurança Proibição de fumar Proibição de fazer lume e de fumar Passagem proibida a peões Proibição de apagar com água Proibida a entrada a pessoas não autorizadas Passagem proibida a veículos de movimento de cargas Água não potável Não tocar
  • 17. 17Manual do Formando Substâncias inflamáveis Substâncias explosivas Substâncias tóxicas Veículos de movimentação de carga Perigo de electrocussão Perigos vários Radiações não ionizantes Forte campo magnético Tropeçamento Substâncias corrosivas Substâncias radioactivas Perigo de explosão Queda com desnível Risco biológico Substâncias comburentes Baixa temperatura Sinais de Aviso
  • 18. 18 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Substâncias nocivas ou irri- tantes Cargas suspensas Protecção obrigatória dos olhos Protecção obrigatória de cabeça Protecção obrigatória dos ou- vidos Protecção obrigatória dos pés Protecção obrigatória das maos Protecção obrigatória do corpo Protecção individual obrigatória contra quedas Obrigações várias (acompan- hada eventualmente de uma placa adicional Passagem obrigatória para peões Protecção obrigatória das vias respiratórias Protecção obrigatória do rosto Utilização obrigatória de co- lete de sinalização Sinais de Obrigação
  • 19. 19Manual do Formando Significado Descrição Ilustração INÍCIO Atenção Comando As- sumido Ambos os braços abertos horizon- talmente, palmas das mãos voltadas para a frente STOP Interrupção Fim do movi- mento Braço direito le- vantado, palma da mão direita para a frente FIM das operações Mãos juntas ao nível do peito Sinais gestuais Em diversas situações, está também prevista a utilização de sinais gestuais nos estaleiros, nas empresas ou em qualquer outra actividade. CARACTERÍSTICAS DOS SINAIS GESTUAIS • Um sinal gestual deve ser simples, preciso, fácil de executar e de compreender; • O sinal gestual deve ser diferente de; outros sinais; • A utilização dos dois braços pode ser si- multânea, simétrica e para um único sinal; • Podem ser utilizados outros sinais gestuais habitualmente utilizados mas, com um signifi- cado e uma compreensão equivalentes. Regras de Utilização Distinguem-se dois tipos de intervenientes: • O sinaleiro: • Deve poder seguir o conjunto das mano- bras comandadas sem ser posto em perigo por elas; • Deve dedicar-se exclusivamente ao co- mando das manobras. • O operador: • É o receptor dos sinais, que executa a manobra; • Deve suspender a manobra, caso esta não possa ser executada com segurança, e pe- dir novas instruções. Para que o sinaleiro possa ser facilmente visto pelo operador, devem ser usados os seguintes acessórios: casaco, capacete, mangas, braça- deiras, etc.. Gestos de carácter geral Movimentos verticais Significado Descrição Ilustração SUBIR Braço direito este- ndido para cima, com a palma da mão virada para a frente descre- vendo um círculo lentamente DESCER Braço direito esten- dido para baixo, com a palma da mão virada para dentro descre- vendo um círculo lentamente DISTÂNCIA VERTICAL Mãos colocadas de modo a indicar a distância
  • 20. 20 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Significado Descrição Ilustração PERIGO Stop ou paragem de emergência Ambos os braços estendidos para cima com as palmas das mãos voltadas para a frente MOVIMENTO RÁPIDO Os gestos codifica- dos que comandam os movimentos são executados com rapidez MOVIMENTO LENTO Os gestos que codi- ficados que coman- dam os movimentos são exeutados muito lentamente Significado Descrição Ilustração AVANÇAR Ambos os braços dobrados, palmas das mãos voltadas para dentro; os an- tebraços fazem movi- mentos lentos em direcção ao corpo RECUAR Ambos os braços do- brados, palmas das mãos voltadas para fora; os antebraços fazem movimentos lentos afastando-se ao corpo PARA A DIREITA relativamente ao sinaleiro Braço direito esten- dido mais ou menos horizontalmente, com a palma da mão direita voltada para baixo, fazendo pequenos movi- mentos lentos na direcção pretendida PARA A ES- QUERDA relativamente ao sinaleiro Braço esquerdo este- ndido mais ou menos horizontalmente, com a palma da mão esquerda voltada para baixo, fazendo pequenos movi- mentos lentos na direcção pretendida DISTÂNCIA HORIZONTAL Mãos colocadas de modo a indicar a distância Movimentos horizontais Perigo Comunicação verbal A comunicação verbal só deve ser utilizada quando o ruído ambiente é pouco elevado e a distância entre os intervenientes é reduzida. A partir do momento em que um ruído ambi- ente ou a distância interferem com a comuni- cação, é mais prudente utilizar a comunicação gestual. A comunicação verbal deverá cumprir as seguintes características: • Uma linguagem constituída por textos cur- tos, de grupos de palavras ou de palavras eventualmente codificadas; • A comunicação deve ser segura: palavras simples, claras e suficientes; • Comunicação directa ou indirecta: interco- municador, megafone ou telemóvel.
  • 21. 21Manual do Formando Avaliação de conhecimentos - Ficha nº 1 Para as frases que se apresentam, indique se as considera verdadeiras (V) ou falsas (F). O Perigo é a fonte ou situação para o dano, em termos de lesões ou feri- mentos para o corpo hu- mano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do lo- cal de trabalho, ou uma combinação destes. V F O plano de segurança e saúde constitui um dos instrumentos fundamen- tais do planeamento e da organização da se- gurança no trabalho em estaleiros temporários ou móveis. São trabalhos com ris- cos especiais, os traba- lhos que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afun- damento ou queda em altura. Se um acidente de traba- lho tiver como causa, a negligência grosseira do sinistrado, este ainda as- sim é considerado como acidente de trabalho. O álcool não altera as noções de distâncias V F Quanto maior o tempo de exposição ao ruído maior o risco. Deve prever-se vias de circulação largas para que a circulação de trabalha- dores e veículos se possa realizar na mesma via. Um sinal gestual deve ser simples, preciso, fácil de executar e de com- preender Asmanutençõespodemser efectuadas em qualquer local desdeque seja den- tro do estaleiro da obra. A sinalização de segu- rança tem como objec- tivo, chamar a atenção, de uma forma rápida e inteligível, para objectos e situações susceptíveis de provocar determina- dos riscos.
  • 22. 22 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Objectivos específicos do conjunto didáctico - 2º Parte A segunda parte do manual de formação en- globa um conjunto de temas relacionados com a utilização de equipamentos e ferramentas de trabalho, assim como de equipamentos de protecção, nomeadamente Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Ao final deste segundo ciclo de formação, o formando deverá ter atingido ao seguintes ob- jectivos: • Movimentação manual de cargas; • Identificar os riscos da incorrecta movi- mentação manual de cargas. • Identificar a metodologia correcta para re- alizar movimentação manual de cargas. • Movimentação mecânica de cargas; • Identificar os riscos inerentes à movimen- tação mecânica de cargas. • Identificar a metodologia correcta de movi- mentação mecânica de cargas. • Identificar os itens de segurança que os equipamentos devem possuir. • Utilização de máquinas e equipamentos; • Identificar os riscos inerentes à utilização de máquinas e equipamentos. • Identificar a metodologia correcta de uti- lização de máquinas e equipamentos. • Identificar as medidas preventivas. Movimentação mecânica de cargas A movimentação de cargas pesadas assume particulares riscos, nomeadamente quando se trata de elementos pré-fabricados em betão, aço ou madeira. Na carga, descarga, circulação, transporte e armazenagem de materiais, devem ser utiliza- dos meios técnicos apropriados (capacidade de carga, alcance) de forma a evitar, na medida do possível, os esforços físicos. A movimentação mecânica de cargas consiste num conjunto de acções, de materiais e de meios que permitem de um modo planeado e seguro, movimentar cargas de um determinado ponto para outro. Esta operação compreende as seguintes fases: • Elevação (ou carga); • Manobra livre (ou movimentação); • Assentamento (ou descarga). Riscos mais frequentes: • Queda da carga; • Quedas de altura; • Choque com objectos; • Rotação da carga; • Entalamento; • Electrocussão; • Cortes.
  • 23. 23Manual do Formando Medidas preventivas preliminares: • Antes de instalar qualquer equipamento de movimentação de cargas deve ser efectuado um rigoroso exame a todas as suas partes; • Assegurar que o equipamento é adequado ao fim a que se destina; • Em dias de chuva ou geada devem ser sem- pre verificados, os travões e o mecanismo ele- vador (quando expostos; travões por atrito); Medidas preventivas: • Devem ser sempre verificados, os travões e o mecanismo elevador quando equipamento se encontre inactivo por período de tempo prolongado (superiores a 1 mês); • Nunca deixar cargas suspensas abandonadas; • Verificar que os pontos de amarração estão devidamente ajustados antes de içar; • Certificar que a carga se encontra equili- brada antes de a içar; • Evitar qualquer choque de elementos do equipamento com qualquer objecto; • Os movimentos de rotação, subida e des- cida de cargas muito pesadas devem ser efectuados com cuidados acrescidos e com velocidades muito reduzidas; • Sempre que necessário as cargas devem ser guiadas por cordas guia amarradas à própria carga; • Com velocidades de vento superiores a 60 km/h devem ser suspensos quaisquer traba- lhos de movimentação de cargas suspensas; • Sempre que necessário deverão ser utiliza- dos sinais sonoros de modo a indicar que o equipamento se encontra em manobra; • Sempre que necessário deverão ser utiliza- dos sinaleiros para auxiliar as manobras; • É proibida qualquer alteração aos elemen- tos do equipamento de movimentação de cargas; • Respeitar sempre o plano de manutenção assim como os limites de carga do equipa- mento; • O manobrador deve possuir formação ade- quada; • Utilizar de acessórios (correntes, etc.) ade- quados (capacidade de carga, dimensão) ás cargas a movimentar; • Não devem ser colocadas lonas publici- tárias na torre e/ou lança das gruas torres; • Verificar a existência de patilha de seguran- ça em bom estado de funcionamento. Itens de segurança que o equipamento deve possuir: • Limitador de momento máximo; • Limitador de carga máxima; • Limitador de fim de curso para o carro da lança nas duas extremidades. • Limitador de altura que permita frenagem segura para o moitão. • Alarme sonoro para ser accionado pelo ope- rador em situações de risco e alerta bem como de accionamento automático por actuação dos limitadores; Partilha de segurança
  • 24. 24 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil • Placas indicativas de carga admissível ao longo da lança; • Cabos guia para fixação dos cabos de se- gurança para acesso à torre, lança e contra- lança. • Para movimentação vertical na torre da grua deve ser instalado cabo de aço para permitir o uso de dispositivo anti-quedas; • Limitador de Giro; • Anemómetro; • No final da jornada de trabalho, a grua deve ficar com o limitador de giro desligado. Movimentação manual de cargas O levantamento e o transporte manual de car- gas pesadas devem ser evitados e realizados por equipamentos mecânicos. Se isto não for possível, o trabalho deve ser organizado de forma a que várias pessoas possam executar o trabalho em conjunto. A movimentação manual de cargas entende-se como uma operação de elevação, transporte e sustentação de uma carga, por um ou mais trabalhadores, que, devido às suas característi- Operação de movimentação de materiais - palete de tijolo. cas ou condições ergonómicas desfavoráveis, apresente riscos para os mesmos, nomeada- mente na região dorso-lombar. A ocorrência de acidentes neste tipo de ope- ração é consequência de movimentos incor- rectos ou de esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de elevação, do abaixa- mento e transporte, bem como de períodos insuficientes de repouso. Riscos mais frequentes: • Sobre esforços ou movimentos incorrectos; • Choque com objectos; • Queda de objectos; • Contusão ou ferimentos diversos. Medidas gerais de prevenção Antes de executar o levantamento e transporte de uma carga: • Avaliar o peso, dimensão e forma da carga (solicitar ajuda sempre que necessário); • Verificar se não existem pontas aguçadas ou rebarbas; • Definir o trajecto e verificar se o caminho se encontra desimpedido; • Seleccionar caminhos com piso duro e nivelado; • Definir “onde” e “como” se irá colocar a carga. • Sinalizar as zonas de passagem perigosas. Levantamento e transporte de uma carga • Utilizar ferramentas que facilitem o manuse- amento de carga; • Usar a força das pernas. Os músculos das pernas devem ser usados em primeiro lugar em qualquer elevação; • Evitar curvar o corpo para a frente ou para trás. A coluna vertebral deve servir de ele- mento de suporte e não elemento de articu- lação; • Evitar movimentos de torção em torno do eixo vertical do corpo;
  • 25. 25Manual do Formando • Orientar os pés. Quando uma carga é le- vantada e em seguida deslocada, é preciso orientar os pés no sentido em que se vai efec- tuar a marcha, a fim de encadear o desloca- mento com o levantamento; • Escolher a direcção de impulso da carga. O impulso pode ser usado para ajudar a deslo- car ou empilhar uma carga; • Evitar carregar pesos só com uma mão, a carga deve ser distribuída simetricamente em ambos os braços; • Adoptar uma postura correcta: • Ombros para trás; • Costas direitas; • Joelhos dobrados. • Manter a carga na posição mais próxima possível do corpo; • Fazer trabalhar os braços em travão sim- ples, isto é, estendidos. Devem, acima de tudo, suster a carga e não levantá-la. Trabalho em equipa (dois ou mais trabalha- dores): • Deve ser designado um responsável de manobra: • Avaliar o peso da carga para determinar o número de trabalhadores necessário; • Repartir os trabalhadores por ordem de estatura, o mais baixo à frente. • Durante o transporte da carga em equipa, os movimentos dos trabalhadores devem estar devidamente coordenados. Máquinas / Ferramentas portáteis Uma grande parte das lesões que se verificam nos locais de trabalho, estão relacionadas com a utilização de ferramentas, quer estas sejam manuais ou motorizadas. Os martelos pneumáticos, rebarbadoras, má- quinas de furar e moto-serras são dos equipa- mentos que maior perigo representam para os trabalhadores. As causas mais comuns na origem de lesões são: • Utilização incorrecta das ferramentas (ex.: para fins que a máquina não está destinada); • Utilização de ferramentas defeituosas; • Utilização de ferramentas de fraca qualidade; • Transporte e armazenamento incorrecto. Os perigos mais comuns: • Contacto com elementos cortantes; • Projecção de fragmentos/partículas; • Ruído; • Quedas por esforço excessivo. Medidas de preventivas: Ferramentas manuais • Usar a ferramenta correcta, com tamanho Máquina sem protecção
  • 26. 26 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil adequado para a tarefa a realizar; • As ferramentas devem estar nas devidas condições e serem usadas correctamente; • Nunca utilizar emendas para prolongar ala- vancas; • Manter as lâminas afastadas ao máximo do corpo; • Nunca atirar ferramentas para outros traba- lhadores; • As ferramentas de corte devem ser devi- damente guardadas e protegidas de outros trabalhadores. Ferramentas eléctricas • Optar pelo uso de ferramentas de qualidade (optar por ferramentas certificadas); • Usar as ferramentas somente para o fim a que se destinam, não improvise; • Verificar se existe algum defeito antes de utilizar o equipamento; • Antes de começar a tarefa, organizar e efec- tuar a limpeza da zona de trabalho; • Todas as protecções devem estar coloca- das, nomeadamente os resguardos, botões de ligar e desligar e de emergência; • Os controlos de emergência têm que ser op- eracionais, acessíveis e claramente marcados; • Verificar todas as ligações eléctricas, óleos e combustível antes de iniciar a tarefa; • Mantenha os equipamentos secos, não os uti- lize em condições de humidade ou com água; • Os equipamentos devem ser desligados da corrente eléctrica antes de efectuarem ma- nutenções ou troca de ferramentas; • As ferramentas de corte devem desligadas quando não estão em uso; • Usar equipamentos de protecção individual adequado à tarefa a realizar. Escadas de mão A realização de trabalhos sobre uma escada de mão, como posto de trabalho em altura, deve ser limitado a: • Intervenções pontuais de curta duração e em que o nível do risco é reduzido; • Quando as características existentes não permitem que o trabalho se realize de outra forma. Riscos mais frequentes: • Queda de altura; • Electrocussão (trabalhos com electricidade); • Queda de materiais. Medidas preventivas: • As escadas devem ser colocadas de forma a garantir a sua estabilidade durante a utilização. • Os apoios das escadas de mão devem as- sentar em suporte estável e resistente, de di- mensão adequada e imóvel, de forma que os degraus se mantenham em posição horizon- tal durante a utilização. • Durante a utilização de escadas portáteis, deve ser impedido o deslizamento dos apoios inferiores através da fixação da parte superior ou inferior dos montantes, através de um de dispositivo antiderrapante ou outro meio de eficácia equivalente. • As escadas utilizadas como meio de acesso devem ter o comprimento necessário para ul- trapassar em, pelo menos, 1,00 m o nível de acesso, salvo se houver outro dispositivo que garanta um apoio seguro. Escada de abrir, escada extensível e escada de mão
  • 27. 27Manual do Formando • A distância entre o apoio inferior e a pruma- da do apoio superior deverá ser cerca de 1/4 da altura da base da escada a esse apoio; • As escadas de enganchar com vários seg- mentos e as escadas telescópicas devem ser utilizadas de modo a garantir a imobilização do conjunto dos segmentos; • As escadas só devem ser utilizadas por um trabalhador de cada vez; • As escadas devem ser sinalizadas, sempre que colocadas na proximidade de caminhos de circulação; • Escadas de metal não devem ser usadas, se existir risco eléctrico; • As escadas não devem ser usadas para su- portar tábuas como plataformas de trabalho; • Não deve transportar nada nas mãos quan- do sobe ou desce uma escada portátil. O transporte de ferramentas deve ser efectuado utilizando cintos apropriados; • Não coloque escadas de mão ou escadotes atrás das portas ou em locais de passagem ou circulação; • As escadas de mão não devem ser utiliza- das na proximidade de aberturas, em varan- das, terraços, junto a escadas e caixas de elevador. Utilização incorrecta de escada de mão: · Escada de mão sobre plataforma; · Inclinação excessiva. Utilização ide escada de mão em zona sem protecção contra queda de altura. Utilização de ar comprimido O ar comprimido é usado em inúmeras tarefas. Este ar é usado para múltiplos fins, mas nunca deverá ser usado para limpeza de roupas de trabalho, para tirar o pó ou sujidade do cabelo ou do corpo. A utilização de ar comprimido sobre o corpo humano pode provocar lesões fatais, pois quando este penetra no corpo através dos poros da pele pode causar lesões nos órgãos internos. Cuidados a ter na utilização de ar comprimido: • Um jacto de ar comprimido pode empurrar ou arremessar partículas de metal, gravilhas ou outros materiais, a velocidades elevadas, tornando-se perigosos para o corpo, em par- ticular para o rosto e olhos; • O ar comprimido pode conter impurezas, tais como, partículas de óleo, produtos quími- cos e outras partículas muito pequenas. Um jacto de ar comprimido sobre a pele introduz
  • 28. 28 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil essas impurezas através dos poros, podendo causar inflamações nos tecidos; • Ao usar o ar comprimido tenha muito cui- dado, mantendo o jacto de ar longe de seus ouvidos, nariz, olhos etc... . Ao utilizar ar comprimido deve: • Utilizar EPI’s adequados para proteger os olhos e os ouvidos; • Desligar o ar comprimido quando se mudam os acessórios, nunca dobrar as mangueiras; • Verificar o estado de conservação das mangueiras, ligações e ferramentas antes de iniciar o trabalho; • As mangueiras devem se protegidas de ma- teriais e da circulação de pessoas e veículos; • Proteger as mangueiras contra desengates acidentais; • No final do trabalho, desligar o sistema e esvaziar o ar das mangueiras. Engate entre mangueiras para evitar desprendimento acidental. Substâncias perigosas Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou preparações perigosas, é essencial estar informado sobre os principais riscos representados pela utilização desses produtos. Informação fornecida pelo rótulo: • Conforme consta da legislação, o rótulo deve conter as seguintes informações, redigi- das em língua portuguesa: • Nome da substância ou designação com- ercial da preparação; • Origem da substância ou preparação (nome e morada completa do fabricante. importador ou distribuidor); • Símbolos e indicações de perigo que apre- senta o uso da substância ou da prepara- ção; • Frases-tipo indicando os riscos específi- cos que derivam dos perigos que apresenta o uso da substância (frases”R”); • Frases-tipo indicando os conselhos de prudência relativamente ao uso da substân- cia (frases”S”); • Número CE, quando atribuído. A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de Dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e for- necedores dos produtos assim classificados a
  • 29. 29Manual do Formando fornecerem ao utilizador a designada FICHA DE DADOS DE SEGURANÇA, que trans- mite informações fundamentais sob o ponto de vista da segurança, designadamente: • Identificação do fabricante; • Identificação do perigos; • Primeiros socorros; • Medidas de combate a incêndios; • Medidas a tomar em caso de fugas acidentais; • Manuseamento e armazenamento; • Controlo da exposição / protecção individual; • Propriedades físico-químicas; • Estabilidade e reactividade; • Informação toxicológica; • Informação ecológica; • Informações relativas à eliminação; • Informações relativas ao transporte; • Informação sobre regulamentação; • Outras informações. Medidas preventivas: • Reunir as fichas de dados de segurança; • Conhecer os procedimentos de segurança e ter, em caso de acidente, os equipamentos de primeiros socorros adequados disponíveis; • Colocar as embalagens armazenadas em local destinado para o efeito. Prever tinas de retenção para conter derrames acidentais; • Proceder ao tratamento ambiental das em- balagens vazias. Não colocar junto com o lixo comum; • Não armazenar juntamente substâncias in- compatíveis ou susceptíveis de reagir. Tinas de retenção para conter eventuais derrames de produtos líquidos.
  • 30. 30 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil SIMBOLOS E INDICAÇÕES DE PERIGO Significado Riscos Medidas preventivas T tóxico • Substâncias e preparações que, quando inaladas, ingeridas ou absorvidas através da pele, mesmo em pequena quantidade podem causar a morte ou risco de afecções agudas ou crónicas. • Penetram no organismo por nalação, ingestão e através da pele. • Aplica-se o símbolo de tóxico quando o produto acrescentar um grave efeito sobre a saúde, mesmo em pequenas quantidades. • Evitar contacto com a pele, utilizar EPI´s: luvas, viseira, fato de trabalho, etc. • Trabalhar de preferência no exte- rior ou em local bem arejado. • Lavar as mãos após utilização dos produtos e nunca correr ou fumar durante a utilização. Xn nocivo Xi irritante Sustâncias e preparações não corrosivas que, em contacto directo, prolongado ou repitido com a pele ou com as mucosas, podem provocar uma reacção inflamatória. • Conservar sempre os produtos na embalagem de origem. • Acondicionar devidamente as embalagnes. • Proteja os olhos e a pele dos salpicos. • Utilize EPI´s. • Após utilização do produto lave as mãos e a cara. C corrosivo Sustâncias e preparações que, em contacto com tecidos vivos, podem exercer sobre estes acções destrutivas. E explosivo Substâncias e preparações sólidas, líquidas, pastosas ou gelatinadas que podem reagir exo- termicamente e com rápida libertação de gases, mesmo com intervenção do oxigénio do ar, e que, em determinadas condições de ensaio, detonam, deflagram rapidamente ou, sob efeito de calor, explodem em caso de confinamento parcial. • Evitar sobreaquecimento e choques. • Proteger das radiações solares. • Afastar de fontes de calor. • Proibido furar. N perigoso para o ambiente Substâncias e preparações sólidas que, se presentes no ambiente, representam ou podem representar um risco imediato ou diferido para um ou mais compartimentos do ambiente. • Eliminar os produtos como se se tratasse de um produto perigoso. • Prevenir a ocorrência de der- rames através de armazenagem adequada. O comburente Substâncias ou preparações que em contacto com outras substâncias inflamáveis, apresentam uma reacção fortemente exotérmica. • Armazenar produtos em local arejado. • Não aproximar de fontes de calor. • Proibido fumar. • Não utilizar vestuário de nylon e manter um extintor. • Armazenar os produtos separan- do combustíveis de comburentes. F muito inflamável Substâncias e preparações cujo ponto de inflama- ção é muito baixo.
  • 31. 31Manual do Formando Trabalhos na proximidade da água A execução de trabalhos na proximidade de água não é comum mas pode ocorrer em duas situações distintas: na proximidade de uma linha de água ou pela presença de água nos solos. O aumento da concentração de água e os tra- balhos de escavação fazem diminuir a resistên- cia do solo ao corte e quando a pressão verti- cal exercida pelo peso das terras e/ou cargas exercidas é superior à resistência total ao corte do terreno, poderão ocorrer: Riscos mais frequentes: • Afundamento; • Atolamento de máquinas; • Capotamento de máquinas; • Desmoronamento de taludes, muros de su- porte e acessos; • Desabamento / deslizamento de estruturas e fundações; • Escorregamento; • Afogamento; Medidas de prevenção: • Identificar a natureza dos solos; • Identificar a eventual presença de lençóis de água; • Identificar as linhas de água; • Rebaixamento do nível freático; • Sanear os elementos instáveis; • Utilização de equipamentos adequados às condições do terreno; • Disponibilizar coletes e bóias de salvamento colocados estrategicamente; • Estabelecer procedimentos de resgate; • Garantir a existência de equipamentos de emergência. Trabalhos na proximidade do trânsito As obras e obstáculos na via pública, pelo peri- go que representam para os utentes, devem ser sinalizados de forma adequada, tendo em vista assegurar melhores condições de circula- ção e segurança rodoviária. Características gerais: • Todos os sinais verticais devem ser de ma- terial retrorreflector; • Os suportes dos sinais devem garantir esta- bilidade e resistência adequadas. Na sinalização vertical podem ser utilizados os seguintes sinais: • sinais de perigo; • sinais de regulamentação: • cedência de passagem; • proibição; • obrigação; • sinais indicação; • painéis adicionais. NOTA: Colocar obrigatoriamente, de noite e sempre que a visibilidade for insuficiente, nos vértices superiores do primeiro sinal dispositivos luminosos de cor amarela, de luz intermitente. Sinalização de Aproximação Pré-sinalização A pré-sinalização deve utilizar-se sempre que
  • 32. 32 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil haja necessidade de se fazer desvio de circula- ção ou mudança de via de tráfego. Sinalização Avançada A sinalização avançada deve ser colocada após a pré-sinalização. Este tipo de sinalização pode ser dispensada apenas nos casos em que as obras e obstácu- los ocasionais não impliquem condicionalismo de trânsito e possam ser identificados com se- gurança através de sinalização de posição. Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de perigo: NOTA: É sempre obrigatória a colocação do si- nal, Trabalhos na estrada. Sinalização Intermédia A sinalização intermédia precede a sinalização de posição. Este tipo de sinalização deve ser utilizada sem- pre que, devido às condições de via ou à na- tureza das obras e obstáculos, necessitem de limitação de velocidade, proibição de ultrapas- sar ou outras proibições. Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de proibição: Nos limites máximos de velocidade pode ser estabelecida uma limitação degressiva e es- calonada, para que a diferença entre os limites máximos de velocidade sucessiva seja de 20 km/h. A proibição de ultrapassar deve ser associada a uma limitação de velocidade e ser aplicada sempre que: • exista um estreitamento considerável da faixa de rodagem; • seja suprimido uma via de tráfego à circulação; • exista desvio de circulação. Sinalização de Posição A sinalização de posição deve ser utilizada sempre que haja quaisquer obras ou obstácu- los ocasionais na via pública. Esta sinalização deve delimitar conveniente- mente o obstáculo ou a zona de obras, assim como as suas mediações: • por forma bem definida; • na direcção paralela ao eixo da via; • na direcção perpendicular ao eixo da via. Sinalização Final A sinalização final deve ser utilizada logo que seja possível o regresso às condições normais. Nesta sinalização deve-se utilizar os sinais de fim de proibição:
  • 33. 33Manual do Formando Medidas preventivas: • Os trabalhadores devem posicionar-se, sempre que possível, pelo interior das guar- das de segurança ou PMB´s; • O atravessamento de vias em funcionamen- to deve ser evitado; Caso não seja possível deve ser reduzido ao mínimo; • Antes de atravessar uma via em funciona- mento olhe para ambos os lados; • As viaturas devem possuir sinalização lumi- nosa rotativa (pirilampo); • A circulação dos trabalhadores deve fazer- -se sempre de frente para os automobilistas, de forma a permitir uma maior visibilidade de ambas as partes; • Não antecipe que os condutores abrandam ao avistar trabalhos na estrada; • Os trabalhadores devem utilizar vestuário de alta visibilidade; • Os trabalhadores devem estar atentos aos ruídos do trânsito, aparelhos de aviso, buzi- nas, etc.; • Antes de iniciar os trabalhos assegure-se que a sinalização de trabalhos temporários está devidamente colocada. Sinalização de posição Trabalhos em altura As quedas em trabalhos de altura, representam a maior causa de mortalidade por acidentes de trabalho. As medidas de protecção colectivas contra quedas de altura são obrigatórias e pri- oritárias. Em locais onde isso não seja possível, o trabalhador deve usar equipamento de pro- tecção individual contra queda de altura. As medidas de protecção colectiva, devem ter prioridade, conforme determina a legislação, face ás medidas de protecção individual uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, in- diferentemente. Pelo contrário, os equipamen- tos de protecção individual (EPI) apenas pro- tege o trabalhador que utiliza o equipamento. Na maioria dos casos, a colocação de guarda corpos, redes ou EPI’s são os diferentes tipos de protecção a implementar. Deve haver o cuidado de proteger os traba- lhadores contra o risco de queda de altura não apenas na bordadura de lajes mas também da queda através de aberturas existentes no interior ou da queda de objectos de níveis superiores. Locais onde devem ser prevista protecção contra queda de altura: • Acessos, rampas e zonas de passagem; • Aberturas nos pavimentos; • Bordaduras de lajes; • Escavações; • Plataformas de betonagem; • Telhados e coberturas.
  • 34. 34 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Guarda corpos A colocação de guarda-corpos é uma das soluções mais utilizadas na protecção contra queda de altura. Apresenta-se como uma solução de baixo cus- to e de fácil execução. Apresenta ainda a vantagem de ser uma solução que impede a queda ao invés de am- parar a mesma, eliminando deste modo a ne- cessidade de operações de resgate. As aberturas deverão ser protegidas por um ou mais guarda-corpos e ainda um guarda-ca- beças. Os guarda-corpos, devem ter secção transver- sal de 0,30 m2 (15,0 x 2,0 cm) pelo menos e ser colocados à altura mínima de 1 m acima do pavimento, não podendo, o vão abaixo deles ultrapassar a medida de 0,85 m. A altura do guarda-cabeças deve ser superior a 0, 14 m. Os elementos de guarda corpos deverão ter resistência suficiente de modo a suportar o im- pulso da queda de um trabalhador. Guarda corpos correctamente colocado Redes As redes de segurança têm como função “apanhar” o trabalhador quando este cai. De- vem por isso ser previstas operações de res- gate em caso de queda de um trabalhador so- bre as redes. As redes de segurança: • Devem ter resistência suficiente para parar a queda de um trabalhador; • As aberturas da rede de segurança deverão ter dimensão que impeça que um trabalhador atravesse a mesma; • Deverão estar colocadas de modo a que o impacto na rede não provoque lesões ao tra- balhador (a altura de queda máxima não deve ultrapassar os 6,0 m); • Deverão estar colocadas de modo a evitar que os trabalhadores passem entre a rede e os pontos de fixação.
  • 35. 35Manual do Formando Protecção pessoal Os programas de protecção individual contra queda de altura devem identificar os locais onde os métodos tradicionais de protecção contra queda de altura não podem ser utilizados. Os sistemas de protecção individual contra quedas de altura são constituídos por um arnês colocado no corpo do trabalhador, que deverá estar ligado a uma linha de vida ou ponto fixo. Alguns requisitos a respeitar na utilização de sistemas de protecção individual contra queda de altura: • A altura de queda máxima não deverá ultra- passar 1,0 m; • Deverão estar previstos meios de salvamen- to em caso de queda; • Todo o sistema (arnês, linha de vida e an- coragem) deverá ser inspeccionado antes de cada utilização; • A linha de vida deve estar ligada a elementos com resistência adequada; • O dimensionamento da linha de vida deverá ter em conta o número de trabalhadores que estarão, em simultâneo, ligados a esta; • Os trabalhadores que utilizam estes equipa- mentos deverão possuir formação específica. Andaimes Um andaime caracteriza-se por ser uma es- trutura que se destina a viabilizar o acesso a locais elevados. Um andaime deve possuir, além dos elementos de estrutura de base, elementos de segurança, destinados a prevenir a ocorrência de acidentes. Riscos mais frequentes: • Queda durante a montagem ou desmonta- gem; • Queda ou desmoronamento do andaime; • Queda em altura; • Queda de materiais; • Electrização da estrutura. Medidas de Prevenção: • Inspeccionar, elemento por elemento, todas as peças, antes da montagem; • Proceder sempre à montagem do andaime segundo instruções do fabricante; • A montagem e desmontagem de andaimes devem ser executadas por trabalhadores es- pecializados e equipados com EPI’s adequa- dos; • Caso exista linhas eléctricas aéreas nas proximidades, respeitar as distâncias de se- gurança (3 m se a tensão da rede for inferior a 30000 V e 5 m se for superior); • Delimitar a zona envolvente dos andaime
  • 36. 36 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil tábuas ou plataformas, superiores a 1 cm. • Dotar os andaimes de guarda-corpos a 45 cm e 100 cm e rodapés com 15 cm. • Devem ser montadas redes de protecção e anteparos na estrutura dos andaimes de forma a assegurar que não existirá risco de queda de materiais para a via pública ou zo- nas de circulação do estaleiro; • Os acessos verticais entre pisos devem ser feitos por escadas interiores, através de alçapões existentes nas plataformas. As es- cadas devem ser solidamente presas na ex- tremidade superior e não devem ultrapassar a cota do piso a que dá acesso; • Não sobrecarregar o andaime com materi- ais e/ou pessoas; • Ligar a estrutura dos andaimes à terra por cabo condutor de diâmetro superior a 0,6 cm. • A seguir a temporais ou interrupções de uso por mais de oito dias, o andaime deve ser ex- aminado. de forma a impossibilitar qualquer circulação junto à base do mesmo quando estiverem a desenrolar-se trabalhos; • As bases de assentamento das estruturas devem dispor de dimensões suficientemente largas que permitam degradar a carga. • As bases de apoio dos andaimes devem ser ajustáveis em altura, de modo a permitir nive- lar a estrutura; • Não devem ser misturadas peças de vários fabricantes e/ou modelos de andaimes; • Deve ser feita uma ancoragem por cada 20 m2 de estrutura montada ou sempre que a altura livre seja superior a quatro vezes a di- mensão menor da base. • A distância do andaime à construção não deve ser superior a 45 cm. Caso não seja possível, devem ser montados guarda-cor- pos no lado interior; • A largura do piso não deve ser inferior a 60 cm e não são admitidas aberturas, entre
  • 37. 37Manual do Formando Equipamento de protecção individual Definição: Entende-se por equipamento de protecção individual todo o equipamento, bem como qualquer complemento ou acessório, desti- nado a ser utilizado pelo trabalhador para se proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua saúde. A definição anterior não abrange o vestuário vul- gar de trabalho e uniformes não destinados à pro- tecção da segurança e da saúde do trabalhador. Princípio geral Os EPI devem ser utilizados quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou sufi- cientemente limitados por meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas de pro- tecção intrínsecas, métodos ou processos de organização do trabalho. O EPI é então a última barreira de segurança para o trabalhador. Regras gerais • Os EPI’s devem: • Estar conforme com as normas aplicáveis à sua concepção e fabrico em matéria de segurança e saúde; • Ser adequado aos riscos a prevenir e às condições existentes no local de trabalho, sem implicar por si próprio um aumento de risco; • Atender às exigências ergonómicas e de saúde do trabalhador; • Os EPI utilizados simultaneamente devem ser compatíveis entre si e manter a sua eficácia relativamente aos riscos contra os quais se visa proteger o trabalhador. • O EPI é de uso pessoal. Em casos devida- mente justificados, o EPI pode ser utilizado por mais que um trabalhador, devendo, nes- tes casos, ser tomadas medidas apropriadas para salvaguardar das condições de higiene e de saúde dos diferentes utilizadores. • As condições de utilização do EPI, nome- adamente no que se refere à sua duração, são determinadas em função da gravidade do risco, da frequência da exposição ao mesmo e das características do posto de trabalho. • O EPI deve ser usado de acordo com as instruções do fabricante. Obrigações Constitui obrigação do empregador: • Fornecer equipamento de protecção indi- vidual e garantir o seu bom funcionamento; • Fornecer e manter disponível nos locais de trabalho informação adequada sobre cada equipamento de protecção individual; • Informar os trabalhadores dos riscos contra os quais o equipamento de protecção indi- vidual os visa proteger; • Assegurar a formação sobre a utilização dos equipamentos de protecção individual, organi- zando, se necessário, exercícios de segurança; • Consultar os trabalhadores na escolha dos EPI’s; Constitui obrigação dos trabalhadores: • Utilizar correctamente o equipamento de protecção individual de acordo com as ins- truções que lhe forem fornecidas; • Conservar e manter em bom estado o equi- pamento que lhe for distribuído; • Participar de imediato todas as avarias ou deficiências do equipamento de que tenha conhecimento.
  • 38. 38 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL Equipamento Aplicação Observações Capacete Aplicação: Protecção da cabeça Duração esperada: 1,5 a 2 anos Utilização permanente em TODOS os trabalhos nos estaleiros. Óculos / Viseira Aplicação: Utilizados para proteger a face e /ou os olhos, em trabalhos que envolvam risco de projecção de partículas, de materiais quentes ou cáusticos, de poeiras e fumos perigosos ou incómodos. Duração esperada: 2 anos Devem ser utilizados sempre que se uti- lizem ferramentas ou equipamentos que projectem partículas ou materiais. Máscaras de filtros físicos Aplicação: Utilizados para proteger as vias res- piratórias de ambientes com poeiras, aerossóis sólidos e líquidos. Duração esperada: Em função do ritmo de respiração e do ambiente. Definição caso a caso da classe dos fil- tors (classe 1, 2 ou 3) Abafadores Aplicação: Utilizados para proteger os ouvidos, devendo ser implementados em zonas em que a exposição pessoal diária for susceptivel de exceder 85dB. Duração esperada: 1 ano Vantagens:Melhor atenuação das altas- frequências, facilidade de uso e adapta- ção, facilidade de colocação, facilmente controlável o seu uso, mantêm-se bem ajustados mais tempo. Desvantagens:Quentes; adaptação rígida à cabeça, dificuldade de uso com outros EPI, desconforto em utilização prolongada. Tampões Aplicação: Utilizados para proteger os ouvidos, de- vendo ser implentados em zonas em que a exposição pessoal diária for susceptível de exceder 85dB. Duração esperada: 4 meses (excepto descartáveis) Vantagens: Tamanho e leveza; facilidade de uso com outros EPI; mais frescos e confortáveis; melhor atenuação baixas frequências. Desvantagens: São aliviados pela conversação, mais difícil de adaptar, in- dividualizados, dif´cil de controlar o uso, cuidados de limpeza. Botas com palmilha e biqueira de aço Aplicação: Utilização em todos os trabalhos nos estaleiros, para protecção dos pés da queda de materiais pesado ou cortantes. Duração esperada: 1 ano Utilização permanente em TODOS os trabalhos nos estaleiros.
  • 39. 39Manual do Formando Equipamento Aplicação Observações Luvas protecção mecânica Aplicação: Utilização em todos os trabalhos de manuseamento de cargas ou objectos, com arestas expostas, saliências, etc. Duração esperada: 1 mês Impermeáveis Aplicação: Utilização em trabalhos exteriores com chuva. Utilização de fatos em PVC em trabalhos que envolvam projecção de líquidos cáusticos ou corrosivos. Duração esperada: 1 ano Coletes reflectores Aplicação: Trabalhos nocturnos, ou nas proximi- dades de vias. Duração esperada: 1 ano Sempre que se verifique a circulação de viaturas ou equipamentos os trabalha- dores devem utilizar colete reflector. Botas de borracha Aplicação: Utilização em trabalhos em zonas inundadas, ou com líquidos cáusticos ou corrosivos, para proecção dos pés e membros inferiores. Duração esperada: 1 ano arnês Aplicação: Em todos os trabalhos que apresentem o risco de queda livre e em que não possam ser utilizados outros tipos de equipamentos de protecção (nomeada- mente colectiva). Duração esperada: 4 meses (excepto descartáveis) A Utilização do cinto de segurança pode ser combinada com dispositivos amortecedores de quedas.
  • 40. 40 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Avaliação de conhecimentos - Ficha nº 2 Para as frases que se apresentam, indique se as considera verdadeiras (V) ou falsas (F). Na movimentação mecâ- nica de cargas um dos riscos mais frequentes é o de queda da carga. V F Um dos riscos mais fre- quentes na movimenta- ção manual de cargas são os sobre esforços ou movimentos incorrectos. A utilização de ferramen- tas de fraca qualidade aumenta o risco de aci- dentes. Uma escada pode ser utilizada por vários tra- balhadores ao mesmo tempo. Se os trabalhos não ocuparem a via, não é obrigatória a colocação do sinal, Trabalhos na estrada. V F Os trabalhadores devem utilizar vestuário de alta visibilidade apenas nas vias em que o trânsito circula com excesso de velocidade. As medidas de protecção colectiva, devem ter priori- dades, face às medidas de protecção individual. A distância do andaime à construção não deve ser superior a 60 cm. Caso não seja possível tomar esta medida devem ser monta- dos guarda-corpos no lado interior. Equipamento de pro- tecção individual é todo o equipamento, bem como qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo traba- lhador para se proteger dos riscos. As fichas de dados de segurança dos produtos químicos perigosos são informações fundamen- tais sob o ponto de vista da segurança. O trabalho sobre uma es- cada como posto de tra- balho é uma boa alterna- tiva ao uso de andaimes para alturas reduzidas.
  • 41. 41Manual do Formando Objectivos específicos do conjunto didáctico - 3º Parte Esta terceira parte do manual de formação en- globa um conjunto de temas relacionados com tarefas/actividades que se desenvolvem em estaleiros de construção civil. No final desta terceiro fase de formação, o for- mando deverá ter atingido ao seguintes objec- tivos: • Identificação das medidas preventivas a utilizar perante determinados contextos de trabalho: • Identificar os riscos associados aos trabalhos; • Identificar os riscos associados ao esta- leiro, sua manutenção e organização; • Identificar os riscos associados a ferra- mentas e equipamentos; • Identificar as medidas preventivas adequa- das para cada situação. Interferência com infra-es- truturas A interferência com infra-estruturas pode ocor- rer na execução de trabalhos de abertura de caboucos, valas ou covas, junto a vias públicas de aglomerados habitacionais ou outras edifi- cações. Riscos mais frequentes: • Rotura de condutas; • Inundação; • Desabamento; • Electrocussão; • Intoxicação; • Infecções. Medidas preventivas: • Antes de iniciar qualquer escavação todas as infra-estruturas devem estar identificadas e claramente marcadas; • Informar os trabalhadores das infra-estrutu- ras existentes; • As linhas eléctricas devem estar desacti- vadas quando decorrem trabalhos na sua proximidade; • Se necessário solicitar ao proprietário da in- fra-estruturas a consignação ou desactivação das mesmas; • As infra-estruturas existentes não devem servir de apoio aos trabalhadores; • Testar a tensão das linhas eléctricas antes de iniciar os trabalhos; • Todas os quadros eléctricos deverão estar trancados; • Parar os trabalhos, se for afectada uma infra- estrutura e contactar os serviços responsáveis; • Se afectarmos uma infra-estrutura, deve se feita uma protecção ao local, por forma a evi- tar mais danos e proteger as pessoas; • Recomeçar os trabalhos, só depois de devi- damente autorizados. Escavações A escavação constitui um trabalho particular de movimentação de terras destinado a aprofun- dar a cota natural do solo para uma cota infe- rior, den acordo com o definido no projecto. Esta tarefa englobas as actividades de des- monte, corte e retirada de camadas de solo e transporte dos materiais para aterro. Antes de iniciar os trabalhos, devem ser recol- hidas informações acerca de: • Características geológicas do solo, nome- adamente, caracterização das camadas, ân-
  • 42. 42 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil gulo de atrito, coesão, níveis freáticos, teor de humidade, etc.); • A envolvente (proximidade de construções, linhas de água, vias de comunicação, etc.); • Infra-estruturas, nomeadamente, se exis- tem enterrados cabos eléctricos ou telefónic- os, redes de água ou gás, etc; Durante a execução dos trabalhos: • Testar os comandos dos equipamentos an- tes do início dos trabalhos; • O trabalho deve ser organizado de tal modo, que no raio de acção previsível da máquina, não existam outras tarefas em simultâneo; • Se durante a escavação forem encontradas redes enterradas não previstas no projecto deve parar de imediato os trabalhos até que seja definida estratégia segura para continuar os mesmos; • Vedar/sinalizar e iluminar (durante o período nocturno e em situações de deficiente visi- bilidade) convenientemente a escavação nos locais onde exista circulação de veículos e pessoas; • Na presença de elementos de estabilidade duvidosa realizar o saneamento do talude; • Utilizar equipamentos munidos de ROPS e FOPS; • Inspeccionar estabilidade dos taludes. Se houver necessidade de recorrer a entivação, esta deve ser calculada; • Dotar a escavação com entivações e aces- sos (que poderão ser escadas de mão) e colocá-los na abertura de modo a assegurar caminhos de fuga suficientes, de tal modo que a distância máxima a percorrer na vala para atingir uma escada não seja superior a 7,5 metros; • Não permitir a colocação de materiais bem como sobrecargas significativas a uma dis- tância do coroamento inferior a 1/3 da pro- fundidade da escavação; • Não ultrapassar a capacidade de carga dos equipamentos. • Criar batentes que garantam a paragem de veículos aquando da aproximação ao bordo da escavação para remoção de materiais; • Manter a frente de trabalho devidamente organizada e livre de obstáculos; • Definir caminhos de circulação para pessoas de acordo com os definidos para as viaturas; • Respeitar os taludes definidos. Apresenta-se de seguida tabela com ângulo de atrito do talude natural para diferentes tipos de solo. Este ângulo corresponde ao ângulo máxi- mo para o qual está garantida a estabilidade do mesmo, não devendo ser ultrapassado pois. Para inclinações superiores não está garantida a segurança dos trabalhadores. ÂNGULO DO TALUDE NATURAL Tipo de terreno Terreno Seco Muito Húmido Rocha Dura 80º - 90º 80º Rocha Branda 55º 55º Aterro Compacto 45º 40º Terra Vegetal 45º 30º Argila e Marga 40º 20º Areia Fina 30º 20º
  • 43. 43Manual do Formando Escavações de valas A construção de redes subterrâneas inclui a abertura de escavações (valas ou trincheiras) que envolvem condições particulares (distintas de uma escavação corrente) de risco para os trabalhadores. A abertura de escavações na via pública ou em locais de passagem, apresenta também um risco para terceiros como os peões e viaturas, pelo que as medidas de segurança previstas devem contemplar a segurança tanto dos tra- balhadores como de terceiros. Riscos mais frequentes: • Desabamento de estruturas vizinhas; • Queda de pessoas; • Queda de materiais; • Projecção de materiais; • Desprendimento de terras; • Soterramento; • Interferência com redes técnicas (electrici- dade, telefones, águas, gás, etc.); • Asfixia por enchimento da vala com gases mais pesados que o ar (ex.:gases de escapes). Antes do início dos trabalhos: • Obter informação sobre a existência de re- des técnicas (gás, electricidade, água, etc.); • Eliminar, remover ou proteger todos os objec- tos que ofereçam risco de desprendimento na fase de escavação (ex. árvores, postes, muros); • Se necessário, abrir uma valeta impermeá- vel a uma distância razoável do perímetro da escavação para evitar que esta seja inundada por uma linha de água. Medidas de Prevenção: • Proteger e sinalizar todo o perímetro da es- cavação; • Assinalar e balizar as redes, efectuando as últimas desobstruções com meios manuais; • Materiais ou resíduos devem ser deposita- dos, sempre que possível, afastados, pelo menos 60 cm ou 1/3 da profundidade, dos bordos da vala, de modo a: • Não criar risco de desmoronamento para dentro da vala; • Não impedir a circulação;
  • 44. 44 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil • As escavações abertas perto de caminhos públicos, devem ser protegidas com pai- néis, redes ou guarda corpos, com altura e resistência adequadas, colocadas a uma dis- tância adequada do perímetro da escavação, de forma a garantir a segurança dos peões ou viaturas; • Colocar passadiços nos locais de passa- gem. Os passadiços devem estar protegidas com guardas laterais; • Afastar da escavação as máquinas gerado- ras de vibrações como: compactador vibra- dor; martelo pneumático; máquinas estáticas como compressores, geradores, etc… ; • Evitar as emanações de gases de escape ou outros gases, demasiado perto da escavação. • Utilizar máquinas com protecção do tipo FOPS e ROPS; • Verificar as máquinas e acessórios de elevação; • Proibir a passagem de cargas por cima do pessoal ou das máquinas; • Bombear as infiltrações de água. Medidas de Prevenção (Entivação): • Toda a escavação com mais de 1,20 m de profundidade deve ser entivada. • Para escavações com menor profundidade, a necessidade de entivação é ditada pela na- tureza do terreno e pelos factores envolven- tes, como sejam a proximidade de circulação de veículos (vibrações que afectam a coesão do terreno), a proximidade de linhas de águas pluviais. • Nas escavações efectuadas nas faixas de rodagem ou perto destas a entivação deve ser sempre realizada. • Prolongar a entivação acima da superfície da escavação (pelo menos 15 cm). Sistema de entivação SBH
  • 45. 45Manual do Formando Trabalho com electricidade A electricidade é uma das energias mais uti- lizadas sendo elevados os riscos relacionados com a sua utilização, razão pela qual importa conhecer a forma de os prevenir. Contactos com electricidade • Contactos directos • Riscos do contacto com partes activas dos materiais ou aparelhos eléctricos (ex: Contac- to directo em dois condutores nus, a tensões diferentes). • Contactos indirectos • Riscos para as pessoas pelo facto das massas ficarem acidentalmente sob tensão (ex: Contacto com a massa ou partes da estrutura dos equipamentos eléctricos com defeito de isolamento). Consequências possíveis dos choques eléctricos • Com passagem de corrente pelo corpo: • Morte por fibrilaçao ventricular ou por asfixia; • Tetanização muscular; • Queimaduras internas e externas (mortais ou não); • Bloqueio renal por efeitos tóxicos das queimaduras; • Embolias por efeito electrolítico; • Lesões físicas secundarias por quedas, golpes, etc; • Lesões oftalmológicas por radiações de arcos eléctricos; Como evitar contactos com electricidade • Para evitar os contactos directos: • Garantir uma distância de segurança entre condutores nus e peças sob tensão e os uti- lizadores ou trabalhadores; • Afastar os cabos e as ligações dos locais de trabalho e de passagem; • As peças em tensão deverão estar protegi- das com coberturas, etc.; • Garantir o isolamento adequado dos con- dutores. • Para evitar os contactos indirectos: • A ligação à terra: Ligação à terra das es- truturas metálicas dos equipamentos: De- verá ser feita ao eléctrodo de terra de pro- tecção; • O disjuntor diferencial: Controlo da tensão de defeito (instalação de disjuntores). • Controladores permanentes de isolamento (ICP) – que emitem sinais luminosos e so- noros sempre que a tensão de defeito seja ultrapassada. Medidas de prevenção básicas • Os trabalhos de electricidade devem ser feitos por pessoas devidamente habilitadas e autorizadas para tal; • Mantenha sempre a distância de segurança em relação a fios eléctricos; • Os equipamentos e meios de protecção a utilizar devem ser certificados; • Use apenas aparelhos eléctricos portáteis com tensão reduzida de segurança sempre que o local de trabalho seja metálico ou molhado; • Verifique regularmente as condições de se-
  • 46. 46 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil gurança do seu meio ambiente de trabalho. Quando estiver a efectuar trabalhos de ma- nutenção em máquinas: 1. Corte todas as fontes sobre tensão; 2. Bloqueie os aparelhos de corte; 3. Verifique a ausência de tensão; 4. Ligue à terra e pôr em curto-circuito todas as fontes de tensão possíveis; 5. Delimite e sinalize a zona de trabalho. Demolições A demolição deve ser dirigida por um técnico responsável que deverá elaborar o plano de demolição, assim como avaliar da resistência e estabilidade de cada uma das partes da cons- trução. Tipos de demolições: • Gerais ou completas: Demolição da totali- dade da construção existente. • Sectoriais ou parciais: Demolição de uma parte significante da construção existente (re- construções, remodelações). Processo de demolição: • Manual – Quando se utilizam ferramentas manuais (Picaretas, pás, etc.) ou máquinas portáteis, tais como o martelo percussor. • Mecânica – Qunado efectuadas por equipa- mentos não portáteis. • Expansão – Quando se utiliza uma fonte de energia (explosivos) que desintegram os ele- mentos da construção. Providências preliminares: • Cortar o fornecimento de água, gás, electri- cidade, telefones, etc.; • O Fornecimento de água e electricidade para os trabalhos deve ser efectuado de for- ma a evitar que estas instalações passem nas zonas de trabalho; • Retirar todos os elementos frágeis: vidros, portas, janelas, etc.; • Colocar vedação física dos trabalhos/via pública; • Implementar sinalização dos trabalhos; • Sempre que se verifique necessário definir percurso alternativo para peões. Medidas preventivas: • A demolição deve ser realizada de cima para baixo, sendo demolidos em primeiro lugar os elementos suportados e em seguida os elementos suportantes; • Elementos tais como paredes, muros e chaminés não podem ser abandonados em posição de desequilíbrio; • Remover os produtos de demolição para fora do edifício; • Os escombros devem ser descidos por meio de caleiras;
  • 47. 47Manual do Formando • O material de escombro deve ser rapida- mente retirado de forma a evitar a sua acumu- lação sobre outros elementos da construção; • Quando for necessária a montagem de an- daimes, estes devem estar desligados dos elementos a demolir; • Deve ser evitada a circulação e permanên- cia de pessoas sob os elementos a demolir; • Os trabalhadores não devem apoiar-se nos elementos a demolir. Espaços confinados Um espaço confinado é qualquer área não a- dequada para ocupação normal de seres hu- manos. A sua característica principal é a de oferecer dificuldades para entrar e sair do seu interior, elevando-se desta maneira, o potencial de risco. Um espaço confinado nem sempre é fácil de identificar já que estes espaços tomam diferen- tes formas. Um espaço confinado é um local com uma ven- tilação natural inexistente, combinado com po- tencial de acumulação de fontes geradoras ou de escape de gases. A combinação destes fac- tores torna a atmosfera destes locais perigosas. Para identificarmos um espaço confinado, é necessário conhecermos o potencial de risco do ambiente assim como dos processos e produtos a utilizar nesse local. Espaço Confinado: • Não é um posto trabalho normal; • Local de entrada e saída restrita; • Atmosfera e ventilação deficiente e/ou uma atmosfera pressurizada. Riscos mais frequentes: • Materiais tóxicos e/ou inflamáveis; • O trabalho pode gerar perigos: soldadura, corte, fumos, etc.; • Falta de oxigénio; • Riscos eléctricos; • Iluminação deficiente; • Posturas inadequadas; • Poeiras. Antes de entrar num espaço confinado deve ser verificado: • O nível de oxigénio. • Existência de gases tóxicos. • Existência de poeiras e vapores. • Perigo de incêndio e explosão. • Temperatura.
  • 48. 48 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Regras de trabalho em espaços confinados: • Identificar e sinalizar os espaços confina- dos, para evitar o acesso de pessoas não autorizadas; • Implementar procedimentos de controlo de entrada nestes espaços; • Definir um responsável com formação espe- cífica, para supervisionamento dos trabalhos; • Monitorizar a atmosfera dos espaços con- finados, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras; • É proibida a realização de qualquer trabalho de forma individualizada ou isolada; • Afixar um informação à entrada, que alerte para os perigos existentes no local; • Proibir a ventilação do local com oxigénio; • Testar e calibrar os equipamentos, antes da sua entrada no local; • As monitorizações devem ser efectuadas com equipamentos estanques (protegidos contra radiações electromagnéticas..); • Todos os equipamentos luminosos utiliza- dos nestes espaços devem ser estanques; • Definir um plano de emergência e socorro, para um eventual resgate das vítimas. • Utilização de uma máscara para respiração autónoma, com fornecimento de ar sempre que os níveis de oxigénio ou de gases tóxicos ultrapassem os limites; • Equipamentos filtrantes não podem ser uti- lizados em ambientes cujo teor de oxigénio seja reduzido, ou então que contenha gases tóxicos ou nocivos. Execução de trabalhos de estrutura Em qualquer obra podemos distinguir, sob ponto de vista construtivo, uma sucessão de elementos ou partes perfeitamente diferentes entre si. No caso mais vulgar, que é a construção de um edifício, estes elementos são: as fundações, as paredes, os tectos, os vãos, as coberturas, as escadas, etc. As principais causas na origem dos acidentes associados com a execução de trabalhos de estrutura são: • Desorganização do estaleiro; • Desarrumação; • Retirar protecções às máquinas; • Armazenamento incorrecto dos varões de aço e elementos moldados; • Trabalho desorganizado; • Utilização de meios mecânicos de forma inad- equada (ex.: utilizar os equipamentos para além das capacidades indicadas pelo fabricante); • Utilização de andaimes improvisados ou in- devidamente montados; • Trabalhar em condições atmosféricas adversas; • Não utilizar os EPI (s) necessários;
  • 49. 49Manual do Formando Perigos / Riscos mais frequentes: • Queda de pessoas a nível diferente; • Queda de pessoas ao mesmo nível; • Queda de objectos; • Choque ou pancadas; • Projecção de fragmentos ou partículas; • Entalamento ou esmagamento; Trabalhos de armação de ferro (corte, dobragem e moldagem de armaduras) Medidas de Prevenção Aconselhadas: • Os varões devem ser armazenados em local acessível à grua. O armazenamento deve ser or- ganizado por baías indicadoras de diâmetro. • Os molhos devem ser depositados em cima de barrotes de madeira (e não directamente no solo), correctamente alinhados e, a altura das pilhas não deve ultrapassar 1,50m; • Os elementos moldados devem ser arma- zenados em local acessível à grua e, a altura das pilhas não deve colocar problemas de estabilidade; • Os desperdícios (pontas, arames, ...) devem ser acondicionados em contentor específico e, periodicamente, devem ser enviados para o exterior; • O trabalho deve ser organizado de forma a evitar interferências entre tarefas comple- mentares, descarga, armazenagem, corte, moldagem, armação e movimentação dos elementos préfabricados (armados) para aplicação em obra e a aglomeração de pes- soal em determinadas áreas (usualmente na moldagem); • As bancadas de trabalho deve ter dimensões suficientes para os elementos a moldar e armar e altura adequada (entre 75 e 90 cm), de forma a evitar posturas de trabalho incorrectas; • Os postos de trabalho fixos devem ter uma cobertura tipo telheiro, montada de forma a não interferir com as movimentações mecâni- cas do varão e dos elementos armados e asse- gurando a luminosidade e ventilação naturais; • A descarga dos molhos de varões deve ser realizada, suspendendo-os por dois pontos equidistantes e com resistência adequada, através de um pórtico indeformável suspenso do gancho; • Deve ser proibida a permanência de traba- lhadores debaixo de cargas suspensas; • Os elementos armados devem ser trans- portados suspensos por lingas fixadas em pontos cujo afastamento seja suficiente para evitar deformações ou deslocamentos não desejados; •Deve ser proibido trepar pelos elementos armados; •Devem ser instaladas pranchas com uma tábua de largura (± 30 cm) para circular em cima de armaduras de lajes; •As pontas dos ferros em espera devem ser cortadas ou devidamente protegidas. Desorganização do estaleiro de ferro impedindo a circulação em segurança.
  • 50. 50 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil Trabalhos de cofragem e descofragem Medidas de Prevenção Aconselhadas • O tipo de cofragem a utilizar deve ser se- leccionado tendo em conta o elemento a ser construído e a envolvente do local onde vai ser construído; • A madeira e/ou os painéis de cofragem de- vem ser armazenados em local acessível aos meios mecânicos. • O armazenamento deve ser organizado por dimensões, os materiais devem estar cor- rectamente alinhados e, a altura das pilhas não deve colocar em causa a sua estabilidade. • Devem ser usados meios mecânicos para elevação e transporte das cargas. As sus- pensões não devem ser feitas por um único ponto; • Os pregos existentes em madeira usada de- vem ser retirados ou batidos; • A equipa que vai executar os trabalhos deve conhecer bem o sistema de cofragem a uti- lizar; • A zona de trabalho deve ser limpa, diari- amente e, os desperdícios devem ser acondi- cionados em local apropriado e enviados. Armazenamento incorrecto de escoras por se encontrarem de- masiado próximas do vão existindo risco de queda de materiais Desarrumação do local de trabalho, potenciando riscos de que- da ao mesmo nível Operação de descofragem de laje - Desarrumação do local de trabalho, potenciando riscos de queda ao mesmo nível. • O espaço da carpintaria de toscos deve ser dimensionado, para que as máquinas dis- ponham, entre si, de espaço suficiente para manusear a madeira sem interferências; • A carpintaria de toscos deve ser delimitada e sinalizada, para que os restantes trabalha- dores não circulem num local onde possam, potencialmente, ser atingidos pela queda de materiais; • As folhas de corte das serras e serrotes de- vem ser inspeccionadas diariamente; • Os painéis devem ter olhais com resistência
  • 51. 51Manual do Formando adequada ao peso dos painéis a movimentar, devendo o seu estado de conservação ser verificado antes de iniciar a sua elevação; • Na sua recepção, os painéis devem ser posi- cionados com recurso a cordas guia. Deve ser proibido guiar os painéis com as mãos; • Deve ser proibida a permanência de traba- lhadores nas zonas de passagem de cargas suspensas; • A descofragem deve ser efectuada com re- curso a «arranca pregos » ou «pés de cabra» com dimensão suficiente para alavancar as tábuas sem risco de sobre-esforço para os trabalhadores; • A subida e descida dos trabalhadores aos elementos cofrados deve ser efectuada com recurso a escadas de mão normalizadas. • Para alturas superiores a 6 m, deve ser montada uma escada com patamares in- termédios e equipada com guarda-costas e guarda-cabeças; • As plataformas de trabalho devem ter uma largura mínima de 80 cm, permitir a mobili- dade necessária para efectuar o trabalho em segurança e permitir a rápida evacuação no caso de surgir uma situação de emergência; • Os ferros em espera deverão ser dobrados, cortados ou protegidos; • O escoramento deve estar dimensionado para resistir aos esforços previstos, com uma margem de segurança de 150%. As sapatas e calços devem ter solidez para resistir aos esfor- ços e os prumos devem estar bem verticais; • A movimentação mecânica dos painéis deve ser suspensa sempre que sopre vento com velocidade superior a 60 km/h ou que o manobrador não consiga acompanhar, visu- almente, a carga durante todo o seu percurso (chuva ou nevoeiro); • A montagem da cofragem deve ser reali- zada numa sequência tal que não permita que fiquem «aberturas para trás». Se for ne- cessário deixar zonas por cofrar, devem ser protegidas com guardacorpos ou redes; • A desmontagem das cofragens deve ser exe- cutada com as plataformas protegidas contra quedas em altura. Em situações não seja pos- sível manter as protecções colectivas, os tra- balhadores devem usar arnês anti-queda, a- marrado a um ponto com solidez adequada. Trabalhos de betonagem Medidas de Prevenção Aconselhadas • Deve ser elaborado um plano de betonagem definindo os equipamentos, os modos opera- tórios e os meios humanos necessários; • Devem ser assegurados acessos adequa- dos aos locais de betonagem que permitam a mobilidade necessária para efectuar o tra- balho em segurança e a rápida evacuaçãono caso de surgir uma situação de emergência; • Antes do início dos trabalhos, deve verificar- -se o bom estado dos equipamentos de pro- tecção colectiva (guarda-corpos e/ou redes) e das plataformas de trabalho; • O comportamento da cofragem e do cimbreEscora correctamente colocada Escora colocada incorrectamente em posição não vertical
  • 52. 52 Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Sector da Construção Civil deve ser constantemente vigiado, suspen- dendo a betonagem sempre que se detecte qualquer falha. O trabalho só deve ser reto- mado depois de se restabelecer a estabili- dade e solidez necessárias; • Os vibradores de betão, demais equipa- mentos eléctricos e respectivos cabos devem estar em bom estado e protegidos por disjun- tores diferenciais de 30 mA; • Deve ser interdito o acesso à zona de esco- ramento enquanto decorre a betonagem. Execução de trabalhos de alvenarias Perigos mais frequentes: • Queda de altura; • Queda de pessoas ao mesmo nível; • Queda de objectos; • Choque ou pancadas; • Entalamento ou esmagamento; • Sobre esforços Medidas de Prevenção Aconselhadas • Deve ser garantida a existência de platafor- mas de descarga de materiais (nos pisos) com solidez e estabilidade adequadas às cargas a movimentar e, dotadas de guarda-corpos e guardacabeças e fecho na parte frontal; • Deve ser proibido o trabalho junto aos bor- dos das lajes, antes da instalação de pro- tecção contra queda de altura; • Os entulhos devem ser depositados em lo- cal específico e, periodicamente, devem ser enviados para o exterior; • Deve ser garantida a existência de condutas de descarga de entulho com troços nunca su- periores à altura de 2 pisos. Os trabalhadores nunca devem retirar o material das calhas usando as mãos; • As paletes de material devem ser movimen- tadas com meios mecânicos e distribuídas junto dos locais onde vão ser utilizadas; • As plataformas de trabalho com altura su- perior a 2 m devem ser dotadas de guarda- corpos e guarda-cabeças; • Deve haver o cuidado de não romper o plástico de protecção das paletes de tijolo antes de as içar. • Deve ser proibido improvisar plataformas de trabalho com bidões, caixas, tijolos, es- cadotes...; • Deve ser garantida a limpeza diária das zo- nas de trabalho, de forma a evitar acumula- ções de argamassa que solidificará.