O documento fornece um resumo sobre raiva em 3 frases:
1) A raiva é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central de humanos e animais, sendo transmitida principalmente por mordidas de animais infectados.
2) Em humanos, a raiva causa sintomas neurológicos graves como hidrofobia e paralisia que podem levar à morte se não tratada.
3) Em animais, a raiva pode se apresentar nas formas furiosa ou paralítica, causando agressividade, paralisia
3. RAIVA
• Agente etiológico
Vírus:
gênero Lyssavirus;
família Rhabdoviridae.
forma de projétil;
seu genoma é constituído
por acido ribonucléico –
RNA envolvido por duas
capas de natureza lipídica.
Dr. Raphael Andrade de Castro
4. RAIVA
• Neurotrópico
– 25 a 50mm/dia.
• Encefalomielite aguda
– Corpúsculo de Negri:
• Neurônios e;
• Cel. Purkinje.
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5. RAIVA
• Fisiopatogenia:
– Inoculação do vírus através da mordida;
– Replicação viral no local;
– SNP;
– SNC;
– Órgãos e Glândulas
Salivares.
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9. RAIVA
• Transmissão:
MORDEDURA!
ARRANHADURA!
LAMBEDURA!
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10. RAIVA
• Transmissão:
Oito casos comprovados de transmissão interhumana que ocorreram por
meio de transplante de córnea.
Em 2004 e 2005, nos Estados Unidos e na Alemanha, respectivamente, foram
registrados casos de raiva humana devido a transplantes de órgãos.
Nos Estados Unidos, morreram quatro pessoas que receberam fígado, dois
rins e artéria ilíaca de um doador infectado pelo vírus e, na Alemanha, três
que receberam pulmão, rim e pâncreas de um mesmo doador infectado.
Outras vias de transmissão (respiratória, sexual, vertical) também são
relatadas, mas tem probabilidades muito remotas de ocorrência em seres
humanos.
Existe relato de transmissão por via digestiva somente em animais.
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15. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Variável, podendo variar de um mês a um ano; a maioria dos casos
ocorre entre duas semanas (14 dias) a três meses (90 dias) após a
agressão.
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16. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
PRÓDROMOS
• Duração de dois a quatro dias:
• São inespecíficos:
Mal-estar geral;
Pequeno aumento de temperatura;
Anorexia;
Cefaléia;
Náuseas;
Hiperestesia e
Dor de garganta; Parestesia
Entorpecimento; (no trajeto de nervos periféricos,
Irritabilidade; próximos ao local da mordedura, e
Inquietude; alterações de comportamento)
Sensação de angústia;
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17. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
FASE NEUROLÓGICA
• Formas clássicas da doença:
Furiosa
(relacionada principalmente com vírus transmitidos por canídeos)
Paralítica
(associada, na maioria dos casos, a vírus transmitidos por morcegos)
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18. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
FORMA FURIOSA
• Manifestações de ansiedade e
• Hiperexcitabilidade crescentes,
• Febre,
• Delírios,
• Espasmos musculares involuntários generalizados
• Convulsões.
• Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua
(ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido - hidrofobia)
• Apresenta concomitantemente:
• Sialorréia intensa,
• Disfagia,
• Aerofobia,
• Hiperacusia,
• Fotofobia.
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19. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
FORMA PARALÍTICA
• Parestesia,
• Dor,
• Prurido no sítio da mordedura,
• Paralisia muscular flácida precoce,
• Em geral a sensibilidade é preservada,
• A febre também é marcante, geralmente elevada e intermitente.
• O quadro de paralisia leva a alterações:
– Cardiorespiratórias,
– Retenção urinária,
– Obstipação intestinal,
– Embora se observem espasmos musculares (especialmente laringe e
faringe), não se observa claramente a hidrofobia,
– A consciência é preservada na maioria dos casos.
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20. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
MORTE
Principais causas de morte
• A disautonomia
(bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial)
• E a insuficiência respiratória
PODE OCORRER NAS DUAS FORMAS.
Sem suporte cardiorespiratório, o paciente evolui a óbito:
• Entre 5 a 7 dias na forma furiosa e,
• Até 14 dias na forma paralítica.
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21. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
VÍNCULO EPIDEMIOLÓGICO
Paciente com manifestação clínica sugestiva de raiva, COM
antecedentes de exposição de ATÉ UM ANO a uma provável
fonte de infecção OU procedente de regiões com comprovada
circulação de vírus rábico.
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22. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
PROFILAXIA ANTIRRÁBICA INADEQUADA
• Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição
antirrábico;
• Esquema de pós-exposição incompleto;
• Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição em
tempo oportuno.
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23. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
Coleta e remessa de material para diagnóstico
• FOLÍCULO PILOSO: amostras de biópsia de pele (0,5 a 1,0cm2) da região da nuca,
próxima ao couro cabeludo, devem ser coletadas com bisturi descartável. Os bisturis
e tubos não devem ser reutilizados, nem mesmo para coletar diferentes amostras de
um mesmo paciente. Amostras de folículo piloso devem ser acondicionadas em
frascos, separado dos demais tecidos e fluidos, e congeladas a -20°C ou, quando
possível, -70°C.
• SALIVA: coletar 2 mL de saliva e acondicionar em tubos hermeticamente fechados
e congelar a -20°C ou, quando possível, -70°C. Essa coleta deve ser realizada antes da
higienização bucal do paciente, da aspiração e dos procedimentos fisioterápicos.
• SORO: coletar 5mL de sangue e obter imediatamente o soro, para minimizar
hemólise. Deve ser congelado a -20°C.
• LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR): a coleta do LCR (2mL) será feita através de
punção na região lombar, procedendo, a seguir, o seu congelamento a -20°C.
(colher duas amostras de cada espécime clínico).
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24. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
CRITÉRIO DE EXCLUSÃO AO TRATAMENTO
• Paciente sem história de febre;
• Com história de doença superior a 14 dias;
• Com doença que não tenha vínculo epidemiológico com a raiva;
• Com esquema profilático de pós-exposição completo em tempo
oportuno;
• Confirmada outra doença (ver diagnóstico diferencial);
• Pacientes com doença associada grave ou incurável;
• Sequela neurológica prévia limitante;
• Que o investimento terapêutico seja contra-indicado.
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25. RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
ÚNICO CASO DE SUCESSO NO BRASIL
Marciano Menezes da Silva
Idade: 16 anos, município de Floresta, no
Sertão do Estado de Pernambuco.
Agressão: Morcego.
Período de Incubação: 29 dias.
Passou 7 meses internado no setor de
isolamento da unidade. E 4 meses na UTI,
em coma induzido.
Este adolescente é o terceiro paciente no
mundo a sobreviver à doença.
Segundo especialistas, a raiva mata em
até 15 dias.
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26. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)
• A duração da doença é de 1 a 11 dias.
• Fase inicial:
– Alterações de comportamento;
– Agitação;
– Anorexia.
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27. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)
• Em 1 a 3 dias os sintomas acentuam-se:
– Mais agressivo (atacando o próprio dono);
– Incordenação motora;
– Paralisia dos músculos da deglutição e da mandíbula
(salivação e dificuldade de deglutição);
– Pode caminhar grandes distâncias;
– O latido bitonal é um sinal importante.
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28. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)
• O animal morre por convulsões e paralisia.
Dr. Raphael Andrade de Castro
29. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos)
• Duração da doença: 2 a 5 dias, podendo chegar a 10.
• Inicialmente, sintomatologia inespecífica:
– Inapetência,
– Lacrimejamento,
– Isolamento do rebanho e
– Andar cambaleante.
Dr. Raphael Andrade de Castro
30. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos)
• Posteriormente:
– Incordenação e
– Contrações de musculatura do pescoço.
• Com o agravamento do quadro de
paralisia, o animal mostra o sinal de
pedalagem.
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31. RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
RAIVA PARALÍTICA
OUTRAS IMAGEMS
Dr. Raphael Andrade de Castro
32. OBRIGADO!!!
Raphael Andrade de Castro, MDV, MSc
Médico Veterinário – Sanitarista
Mestre em Medicina Veterinária
raphaelcastro.sanitarista@gmail.com
Cel.: (21) 9707-1709
Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Tel.: 2668-4516
E-mail: vigepidemio.ni@gmail.com
Editor's Notes
Apatogenia da raiva é semelhante em todas as espécies de mamíferos. Ovírus se replica no local da inoculação, inicialmente nas células musculares ou nas células do tecido subepitelial, até que atinja concentração suficiente para alcançar as terminações nervosas, sendo este período de replicação extraneural responsável pelo período de incubação relativamente longo da raiva. Nas junções neuromusculares, o vírus rábico, por meio da glicoproteína, se liga especificamente ao receptor nicotínico da acetilcolina. Após essa fase, os vírus atingem os nervos periféricos, seguindo um trajeto centrípeto, em direção ao sistema nervoso central (SNC). Ovírus segue o fluxo axoplasmático retrógrado e o transporte é célula a célula. Estima-se que o genoma viral tenha um deslocamento de 25 a 50mm por dia, até chegar ao sistema nervoso central. Adistribuição do vírus rábico não é homogênea no SNC e, por tal razão, a porção de eleição para encaminhamento ao laboratório de diagnóstico varia de espécie para espécie. As regiões mais habitualmente atingidas são: o hipocampo, o tronco cerebral e as células de Purkinje, no cerebelo. Muitas vezes, os sintomas estão associados com a localização anatômica no cérebro.