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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO


                  1º PARTE


          Raphael Andrade de Castro
            Medico Veterinário - Sanitarista
              Profilaxia da Raiva Humana
       Zoonoses – Setor de Agravos Transmissíveis
RAIVA
RAIVA
• Agente etiológico
  Vírus:
 gênero Lyssavirus;

 família Rhabdoviridae.

  forma de projétil;
  seu genoma é constituído
   por acido ribonucléico –
   RNA envolvido por duas
   capas de natureza lipídica.
                    Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA

• Neurotrópico

  – 25 a 50mm/dia.


• Encefalomielite aguda
  – Corpúsculo de Negri:
     • Neurônios e;
     • Cel. Purkinje.


                        Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA

• Fisiopatogenia:
  – Inoculação do vírus através da mordida;

  – Replicação viral no local;

  – SNP;

  – SNC;

  – Órgãos e Glândulas

    Salivares.
                      Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA

• Classificação epidemiológica:




  – Antropozoonose




                     Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Ciclo epidemiológico de transmissão:




            Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissores:
                                                    OUTROS
                                                    ANIMAIS
                                                   SILVESTRES




                   Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissão:



                 MORDEDURA!


                 ARRANHADURA!


                  LAMBEDURA!


                   Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissão:
 Oito casos comprovados de transmissão interhumana que ocorreram por
 meio de transplante de córnea.

 Em 2004 e 2005, nos Estados Unidos e na Alemanha, respectivamente, foram
  registrados casos de raiva humana devido a transplantes de órgãos.

 Nos Estados Unidos, morreram quatro pessoas que receberam fígado, dois
  rins e artéria ilíaca de um doador infectado pelo vírus e, na Alemanha, três
  que receberam pulmão, rim e pâncreas de um mesmo doador infectado.

 Outras vias de transmissão (respiratória, sexual, vertical) também são
  relatadas, mas tem probabilidades muito remotas de ocorrência em seres
  humanos.

 Existe relato de transmissão por via digestiva somente em animais.


                             Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissão:




                 Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissão:




                 Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• Transmissão:




                 Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM




             Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM

                PERÍODO DE INCUBAÇÃO


 Variável, podendo variar de um mês a um ano; a maioria dos casos
 ocorre entre duas semanas (14 dias) a três meses (90 dias) após a
                              agressão.




                         Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
                         PRÓDROMOS
• Duração de dois a quatro dias:
   • São inespecíficos:
     Mal-estar geral;
     Pequeno aumento de temperatura;
     Anorexia;
     Cefaléia;
     Náuseas;
                                   Hiperestesia e
     Dor de garganta;             Parestesia
     Entorpecimento;                (no trajeto de nervos periféricos,
     Irritabilidade;                próximos ao local da mordedura, e
     Inquietude;                    alterações de comportamento)
     Sensação de angústia;
                          Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
                     FASE NEUROLÓGICA

• Formas clássicas da doença:

    Furiosa
     (relacionada principalmente com vírus transmitidos por canídeos)

    Paralítica
      (associada, na maioria dos casos, a vírus transmitidos por morcegos)




                           Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
                            FORMA FURIOSA
  •   Manifestações de ansiedade e
  •   Hiperexcitabilidade crescentes,
  •   Febre,
  •   Delírios,
  •   Espasmos musculares involuntários generalizados
  •   Convulsões.
  •   Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua
         (ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido - hidrofobia)
  • Apresenta concomitantemente:
       • Sialorréia intensa,
       • Disfagia,
       • Aerofobia,
       • Hiperacusia,
       • Fotofobia.
                               Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
                      FORMA PARALÍTICA
  •   Parestesia,
  •   Dor,
  •   Prurido no sítio da mordedura,
  •   Paralisia muscular flácida precoce,
  •   Em geral a sensibilidade é preservada,
  •   A febre também é marcante, geralmente elevada e intermitente.
  •   O quadro de paralisia leva a alterações:
       – Cardiorespiratórias,
       – Retenção urinária,
       – Obstipação intestinal,
       – Embora se observem espasmos musculares (especialmente laringe e
         faringe), não se observa claramente a hidrofobia,
       – A consciência é preservada na maioria dos casos.

                           Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
                                        MORTE

 Principais causas de morte
 • A disautonomia
  (bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial)
 • E a insuficiência respiratória
               PODE OCORRER NAS DUAS FORMAS.

 Sem suporte cardiorespiratório, o paciente evolui a óbito:
 • Entre 5 a 7 dias na forma furiosa e,
 • Até 14 dias na forma paralítica.
                                  Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
              VÍNCULO EPIDEMIOLÓGICO



 Paciente com manifestação clínica sugestiva de raiva, COM
 antecedentes de exposição de ATÉ UM ANO a uma provável
 fonte de infecção OU procedente de regiões com comprovada
 circulação de vírus rábico.




                     Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
       PROFILAXIA ANTIRRÁBICA INADEQUADA

 • Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição
   antirrábico;

 • Esquema de pós-exposição incompleto;

 • Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição em
   tempo oportuno.



                       Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
        Coleta e remessa de material para diagnóstico
• FOLÍCULO PILOSO: amostras de biópsia de pele (0,5 a 1,0cm2) da região da nuca,
  próxima ao couro cabeludo, devem ser coletadas com bisturi descartável. Os bisturis
  e tubos não devem ser reutilizados, nem mesmo para coletar diferentes amostras de
  um mesmo paciente. Amostras de folículo piloso devem ser acondicionadas em
  frascos, separado dos demais tecidos e fluidos, e congeladas a -20°C ou, quando
  possível, -70°C.
• SALIVA: coletar 2 mL de saliva e acondicionar em tubos hermeticamente fechados
  e congelar a -20°C ou, quando possível, -70°C. Essa coleta deve ser realizada antes da
  higienização bucal do paciente, da aspiração e dos procedimentos fisioterápicos.
• SORO: coletar 5mL de sangue e obter imediatamente o soro, para minimizar
  hemólise. Deve ser congelado a -20°C.
• LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR): a coleta do LCR (2mL) será feita através de
  punção na região lombar, procedendo, a seguir, o seu congelamento a -20°C.
                   (colher duas amostras de cada espécime clínico).

                                 Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
        CRITÉRIO DE EXCLUSÃO AO TRATAMENTO

•   Paciente sem história de febre;
•   Com história de doença superior a 14 dias;
•   Com doença que não tenha vínculo epidemiológico com a raiva;
•   Com esquema profilático de pós-exposição completo em tempo
    oportuno;
•   Confirmada outra doença (ver diagnóstico diferencial);
•   Pacientes com doença associada grave ou incurável;
•   Sequela neurológica prévia limitante;
•   Que o investimento terapêutico seja contra-indicado.


                          Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO HOMEM
           ÚNICO CASO DE SUCESSO NO BRASIL
      Marciano Menezes da Silva

Idade: 16 anos, município de Floresta, no
Sertão do Estado de Pernambuco.
Agressão: Morcego.
Período de Incubação: 29 dias.
Passou 7 meses internado no setor de
isolamento da unidade. E 4 meses na UTI,
em coma induzido.
Este adolescente é o terceiro paciente no
mundo a sobreviver à doença.
Segundo especialistas, a raiva mata em
até 15 dias.
                             Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
 QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)

• A duração da doença é de 1 a 11 dias.

• Fase inicial:

  – Alterações de comportamento;

  – Agitação;

  – Anorexia.

                         Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
 QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)

• Em 1 a 3 dias os sintomas acentuam-se:
  – Mais agressivo (atacando o próprio dono);
  – Incordenação motora;
  – Paralisia dos músculos da deglutição e da mandíbula
  (salivação e dificuldade de deglutição);
  – Pode caminhar grandes distâncias;
  – O latido bitonal é um sinal importante.




                              Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
 QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina)

 • O animal morre por convulsões e paralisia.




                          Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
 QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos)

 • Duração da doença: 2 a 5 dias, podendo chegar a 10.

 • Inicialmente, sintomatologia inespecífica:
    –   Inapetência,
    –   Lacrimejamento,
    –   Isolamento do rebanho e
    –   Andar cambaleante.




                            Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
 QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos)

 • Posteriormente:
    – Incordenação e
    – Contrações de musculatura do pescoço.


 • Com o agravamento do quadro de
   paralisia, o animal mostra o sinal de
   pedalagem.




                           Dr. Raphael Andrade de Castro
RAIVA
• A DOENÇA NO ANIMAL
            RAIVA PARALÍTICA

            OUTRAS IMAGEMS




              Dr. Raphael Andrade de Castro
OBRIGADO!!!
 Raphael Andrade de Castro, MDV, MSc
    Médico Veterinário – Sanitarista
     Mestre em Medicina Veterinária
  raphaelcastro.sanitarista@gmail.com
          Cel.: (21) 9707-1709

Coordenação de Vigilância Epidemiológica
               Tel.: 2668-4516
     E-mail: vigepidemio.ni@gmail.com

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Profilaxia da raiva humana 2012 reduzido parte 1

  • 1. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO 1º PARTE Raphael Andrade de Castro Medico Veterinário - Sanitarista Profilaxia da Raiva Humana Zoonoses – Setor de Agravos Transmissíveis
  • 3. RAIVA • Agente etiológico  Vírus: gênero Lyssavirus; família Rhabdoviridae.  forma de projétil;  seu genoma é constituído por acido ribonucléico – RNA envolvido por duas capas de natureza lipídica. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 4. RAIVA • Neurotrópico – 25 a 50mm/dia. • Encefalomielite aguda – Corpúsculo de Negri: • Neurônios e; • Cel. Purkinje. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 5. RAIVA • Fisiopatogenia: – Inoculação do vírus através da mordida; – Replicação viral no local; – SNP; – SNC; – Órgãos e Glândulas Salivares. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 6. RAIVA • Classificação epidemiológica: – Antropozoonose Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 7. RAIVA • Ciclo epidemiológico de transmissão: Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 8. RAIVA • Transmissores: OUTROS ANIMAIS SILVESTRES Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 9. RAIVA • Transmissão: MORDEDURA! ARRANHADURA! LAMBEDURA! Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 10. RAIVA • Transmissão:  Oito casos comprovados de transmissão interhumana que ocorreram por meio de transplante de córnea.  Em 2004 e 2005, nos Estados Unidos e na Alemanha, respectivamente, foram registrados casos de raiva humana devido a transplantes de órgãos.  Nos Estados Unidos, morreram quatro pessoas que receberam fígado, dois rins e artéria ilíaca de um doador infectado pelo vírus e, na Alemanha, três que receberam pulmão, rim e pâncreas de um mesmo doador infectado.  Outras vias de transmissão (respiratória, sexual, vertical) também são relatadas, mas tem probabilidades muito remotas de ocorrência em seres humanos.  Existe relato de transmissão por via digestiva somente em animais. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 11. RAIVA • Transmissão: Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 12. RAIVA • Transmissão: Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 13. RAIVA • Transmissão: Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 14. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 15. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM PERÍODO DE INCUBAÇÃO Variável, podendo variar de um mês a um ano; a maioria dos casos ocorre entre duas semanas (14 dias) a três meses (90 dias) após a agressão. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 16. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM PRÓDROMOS • Duração de dois a quatro dias: • São inespecíficos:  Mal-estar geral;  Pequeno aumento de temperatura;  Anorexia;  Cefaléia;  Náuseas;  Hiperestesia e  Dor de garganta;  Parestesia  Entorpecimento; (no trajeto de nervos periféricos,  Irritabilidade; próximos ao local da mordedura, e  Inquietude; alterações de comportamento)  Sensação de angústia; Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 17. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM FASE NEUROLÓGICA • Formas clássicas da doença:  Furiosa (relacionada principalmente com vírus transmitidos por canídeos)  Paralítica (associada, na maioria dos casos, a vírus transmitidos por morcegos) Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 18. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM FORMA FURIOSA • Manifestações de ansiedade e • Hiperexcitabilidade crescentes, • Febre, • Delírios, • Espasmos musculares involuntários generalizados • Convulsões. • Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua (ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido - hidrofobia) • Apresenta concomitantemente: • Sialorréia intensa, • Disfagia, • Aerofobia, • Hiperacusia, • Fotofobia. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 19. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM FORMA PARALÍTICA • Parestesia, • Dor, • Prurido no sítio da mordedura, • Paralisia muscular flácida precoce, • Em geral a sensibilidade é preservada, • A febre também é marcante, geralmente elevada e intermitente. • O quadro de paralisia leva a alterações: – Cardiorespiratórias, – Retenção urinária, – Obstipação intestinal, – Embora se observem espasmos musculares (especialmente laringe e faringe), não se observa claramente a hidrofobia, – A consciência é preservada na maioria dos casos. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 20. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM MORTE Principais causas de morte • A disautonomia (bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial) • E a insuficiência respiratória PODE OCORRER NAS DUAS FORMAS. Sem suporte cardiorespiratório, o paciente evolui a óbito: • Entre 5 a 7 dias na forma furiosa e, • Até 14 dias na forma paralítica. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 21. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM VÍNCULO EPIDEMIOLÓGICO Paciente com manifestação clínica sugestiva de raiva, COM antecedentes de exposição de ATÉ UM ANO a uma provável fonte de infecção OU procedente de regiões com comprovada circulação de vírus rábico. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 22. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM PROFILAXIA ANTIRRÁBICA INADEQUADA • Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição antirrábico; • Esquema de pós-exposição incompleto; • Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição em tempo oportuno. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 23. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM Coleta e remessa de material para diagnóstico • FOLÍCULO PILOSO: amostras de biópsia de pele (0,5 a 1,0cm2) da região da nuca, próxima ao couro cabeludo, devem ser coletadas com bisturi descartável. Os bisturis e tubos não devem ser reutilizados, nem mesmo para coletar diferentes amostras de um mesmo paciente. Amostras de folículo piloso devem ser acondicionadas em frascos, separado dos demais tecidos e fluidos, e congeladas a -20°C ou, quando possível, -70°C. • SALIVA: coletar 2 mL de saliva e acondicionar em tubos hermeticamente fechados e congelar a -20°C ou, quando possível, -70°C. Essa coleta deve ser realizada antes da higienização bucal do paciente, da aspiração e dos procedimentos fisioterápicos. • SORO: coletar 5mL de sangue e obter imediatamente o soro, para minimizar hemólise. Deve ser congelado a -20°C. • LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR): a coleta do LCR (2mL) será feita através de punção na região lombar, procedendo, a seguir, o seu congelamento a -20°C. (colher duas amostras de cada espécime clínico). Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 24. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM CRITÉRIO DE EXCLUSÃO AO TRATAMENTO • Paciente sem história de febre; • Com história de doença superior a 14 dias; • Com doença que não tenha vínculo epidemiológico com a raiva; • Com esquema profilático de pós-exposição completo em tempo oportuno; • Confirmada outra doença (ver diagnóstico diferencial); • Pacientes com doença associada grave ou incurável; • Sequela neurológica prévia limitante; • Que o investimento terapêutico seja contra-indicado. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 25. RAIVA • A DOENÇA NO HOMEM ÚNICO CASO DE SUCESSO NO BRASIL Marciano Menezes da Silva Idade: 16 anos, município de Floresta, no Sertão do Estado de Pernambuco. Agressão: Morcego. Período de Incubação: 29 dias. Passou 7 meses internado no setor de isolamento da unidade. E 4 meses na UTI, em coma induzido. Este adolescente é o terceiro paciente no mundo a sobreviver à doença. Segundo especialistas, a raiva mata em até 15 dias. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 26. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina) • A duração da doença é de 1 a 11 dias. • Fase inicial: – Alterações de comportamento; – Agitação; – Anorexia. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 27. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina) • Em 1 a 3 dias os sintomas acentuam-se: – Mais agressivo (atacando o próprio dono); – Incordenação motora; – Paralisia dos músculos da deglutição e da mandíbula (salivação e dificuldade de deglutição); – Pode caminhar grandes distâncias; – O latido bitonal é um sinal importante. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 28. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL QUADRO CLÍNICO - RAIVA FURIOSA (canina e felina) • O animal morre por convulsões e paralisia. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 29. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos) • Duração da doença: 2 a 5 dias, podendo chegar a 10. • Inicialmente, sintomatologia inespecífica: – Inapetência, – Lacrimejamento, – Isolamento do rebanho e – Andar cambaleante. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 30. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL QUADRO CLÍNICO - RAIVA PARALÍTICA (bovina e equinos) • Posteriormente: – Incordenação e – Contrações de musculatura do pescoço. • Com o agravamento do quadro de paralisia, o animal mostra o sinal de pedalagem. Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 31. RAIVA • A DOENÇA NO ANIMAL RAIVA PARALÍTICA OUTRAS IMAGEMS Dr. Raphael Andrade de Castro
  • 32. OBRIGADO!!! Raphael Andrade de Castro, MDV, MSc Médico Veterinário – Sanitarista Mestre em Medicina Veterinária raphaelcastro.sanitarista@gmail.com Cel.: (21) 9707-1709 Coordenação de Vigilância Epidemiológica Tel.: 2668-4516 E-mail: vigepidemio.ni@gmail.com

Editor's Notes

  1. Apatogenia da raiva é semelhante em todas as espécies de mamíferos. Ovírus se replica no local da inoculação, inicialmente nas células musculares ou nas células do tecido subepitelial, até que atinja concentração suficiente para alcançar as terminações nervosas, sendo este período de replicação extraneural responsável pelo período de incubação relativamente longo da raiva. Nas junções neuromusculares, o vírus rábico, por meio da glicoproteína, se liga especificamente ao receptor nicotínico da acetilcolina. Após essa fase, os vírus atingem os nervos periféricos, seguindo um trajeto centrípeto, em direção ao sistema nervoso central (SNC). Ovírus segue o fluxo axoplasmático retrógrado e o transporte é célula a célula. Estima-se que o genoma viral tenha um deslocamento de 25 a 50mm por dia, até chegar ao sistema nervoso central. Adistribuição do vírus rábico não é homogênea no SNC e, por tal razão, a porção de eleição para encaminhamento ao laboratório de diagnóstico varia de espécie para espécie. As regiões mais habitualmente atingidas são: o hipocampo, o tronco cerebral e as células de Purkinje, no cerebelo. Muitas vezes, os sintomas estão associados com a localização anatômica no cérebro.