1. O documento descreve a obra literária Vidas Secas de Graciliano Ramos, contextualizando a época em que foi escrita e os temas abordados. 2. A obra retrata a vida de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca em busca de sobrevivência, mostrando a exploração e desumanização dos sertanejos. 3. Escrita em 1963, a obra utiliza uma linguagem realista e crua para criticar a miséria no sertão e os efeitos da seca e da exploração sobre os mais
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
Vidas secas - Graciliano Ramos
1.
2. Graciliano Ramos
Hiroshi Fujihara
Gabriel Goudak
Gustavo de Melo
Mateus Ferreira
Vinicius Campos
Retirantes (1944),
Cândido Portinari
3. Início do século XX: incipiente industrialização.
Até 1930, o Brasil viveu a República Velha – domínio das oligarquias cafeeiras que
defendem interesses particulares.
Em 1930, Getúlio Vargas dá um golpe de Estado que instaura a República Nova
e substitui o Estado oligárquico.
1937: Estado Novo – endurece ainda mais o regime.
No Nordeste, de 1919 até 1938, Lampião e seu bando faziam “justiça com as
próprias mãos”.
4. Semana de 22: profunda renovação na literatura e arte brasileira.
Geração de 30:
Não mantém o experimentalismo dos vanguardistas.
Porém, considera irreversíveis conquistas como:
O interesse por temas nacionais;
A busca de uma linguagem mais brasileira (Semana de 22)
O interesse pela vida cotidiana.
6. Em 1963 o cineasta
Nélson Pereira dos
santos assinou a
adaptação do romance
para o cinema, com os
atores Átila Lório e Maria
Ribeiro como Fabiano e
Sinha Vitória.
7. “...no começo de 1937 utilizei num conto a
lembrança de um cachorro sacrificado na
Maniçoba, interior de Pernambuco, há muitos
anos. Transformei o velho Pero Ferro, meu
avô, no vaqueiro Fabiano, minha avô tomou a
figura de Sinha Vitória, meus tios pequenos,
machos e fêmeas, reduziram-se a dois
meninos...”
Trecho da carta que Graciliano escreveu, em 1944, a João Condé,
para uma coluna que o mesmo mantinha na revista O Cruzeiro.
8. Duplamente vitimados – pela seca e pela exploração
econômica;
Ignorância, incapacidade verbal e falta de autoconsciência –
animalização;
Carência total – não têm direito nem à terra nem à linguagem;
Desumanização – tornam-se seres brutos, coisificados,
reificados (do latim res, coisa);
Perambulam por um mundo incompreensível, em busca
unicamente da sobrevivência;
Suas trajetórias oscilam do nada ao nada – ao invés de do
nada ao ser;
Indivíduos fechados, semimudos, presos à ignorância e ao
analfabetismo.
9.
10. Representa o sertanejo sofredor e explorado;
Identifica-se com os animais – bicho;
Coisa, escravo – não possui terra e é obrigado a trabalhar para
os outros;
sente-se mal perante outras pessoas – vive isolado do mundo,
acostumado à incomunicabilidade dos animais (choque de
civilizações);
Interage com o mundo por meio da experiência sensitiva;
Incapaz de se comunicar verbalmente – utiliza uma linguagem
gestual e onomatopéica.
Explorado pelo poder de autoridade do Soldado Amarelo.
Explorado economicamente pelo Patrão.
11.
12. Ironia do nome – “vitória” aponta para uma
existência feliz;
Sinha Vitória – vencida pelo meio natural e
pelo meio humano;
Ambições pequenas e limites estreitos – sua
aspiração maior era ter uma cama;
Esperança: apega-se a sonhos como válvula
de escape para sua realidade miserável.
13.
14. Os meninos não têm nome – são chamados apenas de
“menino mais velho” e “menino mais novo”;
desumanização total – são coisas, não precisam de nomes;
por serem meninos, ainda não “produzem”;
por não produzirem, nada significam.
MENINO MAIS NOVO: sonha em ser como o pai.
MENINO MAIS VELHO: sonha em ter um amigo e quer
“entender coisas que os pais não podiam explicar”.
15.
16. Função de guia, companheira e responsável pela
sobrevivência do grupo ao caçar;
seu nome é o contrário de si mesma – franzina e
habitante de um local árido e seco;
mais capaz de se comunicar que os seres humanos;
apresenta sentimentos e pensamentos;
animal humanizado (antropomorfização) x seres
humanos animalizados (zoomorfização).
17.
18. Simboliza a autoridade do Governo e a
injustiça contra os mais fracos e
oprimidos.
19.
20. Simboliza a opressão dos poderosos e o
poder da exploração do trabalho alheio.
Ele engana Fabiano nas contas.
21. Não chega a aparecer na história.
É apenas sugerido nas falas e
pensamentos de Fabiano e Sinhá Vitória.
Simboliza o desejo de ascensão social e
econômica da família: fala com perfeição,
tem muitos livros e uma cama de madeira
e couro.
23. Único livro do autor em terceira pessoa – ONISCIÊNCIA
ABSOLUTA que permite mergulhar na alma das
personagens;
Capítulos relativamente independentes – gênero
intermediário entre o romance e o conto - QUADROS;
O romance surge a partir de um conto que se
transformaria no capítulo “Baleia”;
Característica circular, cíclica dos retirantes – começa em
“Mudança” e termina em “Fuga”.
24. Temas
O principal tema é, sem dúvida, a seca. Esse fenômeno climático é a fonte
principal das preocupações das personagens, que lutam contra o meio agreste
e procuram a sobrevivência.
• A problemática da marginalização social (a miséria e o êxodo rural).
• Opressão versus submissão.
• A incomunicabilidade e a incompreensão nas relações familiares.
• A desumanização das personagens.
• A impotência do homem.
• A revolta contra as injustiças.
• A solidão do homem.
25. 1. Mudança
A História começa com a família fugindo da seca.
O menino mais velho deita no chão
Fabiano pensou em matar o filho, queria responsabilizar alguém pela
desgraça
Era 6 Personagens, mataram o papagaio e comeram ele, pois a família
estava faminta.
Chegam ao pátio de uma fazenda abandonada
Baleia caça um preá, Sinha Vitória lambe o focinho de baleia todo cheio
de sangue para agradecimento e fome.
Sonho de esperança de uma vida melhor, uma chuva mudaria tudo.
26. 2.Fabiano
“..Fabiano, você é um homem!..”
“..Você é um bicho Fabiano..”
Isso era motivo de orgulho, ele vencera diversas
dificuldades.
Vivia longe dos homens, se dava bem com os animais, ele
se considerava m animal (zoomorfização).
Cita Seu Tomas da Bolandeira, o exalta, por ser um
homem que não mandava, ele pedia.
27. 3. Cadeia
Foi á cidade comprar mantimentos, mais foi ao bar beber
pinga, seu Inácio serviu a pinga batizada á ele.
Soldado amarelo o convida para jogar 31, como ele respeita
a autoridade ele aceita.
Fabiano perde o jogo e sai sem cumprimentar seus
companheiros, Soldado Amarelo fica irritado e vai atrás e
Fabiano, no qual acaba indo para a cadeia e apanhando
injustiçadamente.
28. 4. SinhaVitória
Aqui Baleia já da sinal de ser considerada gente,
pois ele se ergue nas pernas traseiras imitando
gente, e vai em direção a Vitória, no qual expulsa
Baleia (Antropomorfização), por raiva de Fabiano
não dar uma cama de couro á ela.
Ele deseja muita uma cama igual de Seu
Tomás de Bolandeira, uma Cama de Couro.
29. 5. O Menino Mais Novo
Monta um um Bode Velho para tentar imitar o pai
vaqueiro, e acaba caindo na ribanceira.
Ele tem o sonho de ser igualzinho ao pai, pois admira-o
muito.
6. O Menino Mais Velho
É mais ágil que o irmão, e muito curioso.
Ele pergunta para a mãe oque significa a palavra
Inferno, ele acha a palavra bonita, mais a mãe não
responde, deixando o menino revoltado.
30. Temos a descrição de uma noite chuvosa e os temores e
devaneios que desperta na família de Fabiano. A chuva
inundava tudo, quase inundava a casa deles também,
mas eles sabiam que dentro em pouco a seca tomaria
conta de suas vidas outra vez.
Criam um pouco de esperança que a seca vá embora,
assim descrevendo diversos sonhos de Sinha Vitoria.
31. 8.Festa
AFamília vão a festa de Natal na cidade.
As pessoas ignoram a família de Fabiano, pois são
marginalizados e excluídos, segundo a visão das
pessoas.
A Família se sente humilhada e volta para a fazenda.
32. 9. Baleia
O Capitulo Narra a Morte de Baleia, um dos capítulos mais
importantes da narrativa.
Baleia adoece, uma doença parecida com um tipo de raiva.
Sinha Vitoria se apegou a Virgem Maria, e juntou as crianças
debaixo na cama, elas gritando e clamavam ao nome de Baleia.
Perder Baleia, era como perder um ente da Família, pois Baleia era
sinônimo de sobrevivência, era ela que caçava os preás e trazia
comida á família nas condições mais difíceis.
“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de
preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As
crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio
enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de
preás, gordos, enormes.”
33. 10. Contas
Fabiano vai a cidade para acertar as contas com o patrão.
Os cálculos de Sinha não batem com o do patrão, sendo
que ela era a mais esperta da família.
Fabiano volta a falar com o patrão, o mesmo diz que
tinha descontado os juros, mais Fabiano não fica contente
e volta a falar com o patrão, que manda Fabiano
encontrar outra fazenda.
Fabiano recua, como obedece as autoridades, como visto
no Capitulo Cadeia, ele se contenta e vai embora.
34. 11. O Soldado Amarelo
O Reencontro de Fabiano com o Soldado Amarelo
acontece na catinga, quando o Soldado estava perdido.
Fabiano era mais forte fisicamente.
O Soldado imaginou vingança de Fabiano, mais Fabiano
demonstra uma grandeza de caráter e mostra o caminho
certo para o Soldado Amarelo.
35. 12. O mundo coberto de penas
A preocupação da seca volta quando as aves de
irrigação cobre o céu, em busca de agua, elas são
o prenuncio da seca, que vai acabar água, assim
estão á procura dela.
Sinha Vitória e Fabiano ficam preocupados e
nervosos, Fabiano até tenta afastar as aves com
tiro, por conta de seu nervosismo.
36. 13. Fuga
Fabiano pede por oração um milagre.
Decidem fugir da fazenda, e novamente voltar a viagem.
Matou o bezerro, guardou a carne e partem, sem se despedir do patrão, esta
cansado de ser explorado, por isso decide fugir sem dar explicação ao patrão.
Fabiano e Sinha Vitória alimenta a ESPERANÇA de uma vida melhor, uma
vida nova.
“Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-
iam num sitio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no
mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma
cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles..”
Eles tem sonho, quer apenas uma melhora de vida, o básico, uma casa,
comida, água, escola pra por os filhos, não quer grandes projetos.
37. Caatinga, fazenda, cidade, cadeia.
O espaço é indeterminado – caráter universal
da experiência da seca no sertão;
relação entre paisagem hostil e vida humana
miserável;
determinismo (naturalismo) - influência do
meio sobre o homem que o habita;
espaço hostil = homem animalizado.
38. Indeterminado – confere caráter universal à narrativa;
A ação decorre entre dois períodos de estiagem;
história em ciclo, espiral – inicia-se com a fuga de uma
seca e termina com a fuga de outra;
caráter incessante dos tormentos da seca sobre a vida
do sertanejo, como se ela (a seca) fosse eterna;
o tempo predominante não é cronológico, os fatos não
ocorrem na ordem em que são narrados;
39. Linguagem das personagens: enxuta e seca, como a
realidade retratada;
Vocabulário pobre e mirrado como a realidade morta do
sertão;
economia de linguagem, falas o mínimo necessário –
dificuldade de comunicação das próprias personagens.
Linguagem do narrador: alterna objetividade e lirismo.
40. Personagens carentes de linguagem, quase mudos –
aproximam-se dos bichos;
Desprovidos de linguagem e pensamento – deixam de
ser seres racionais;
Busca pela linguagem – meio de compreender a
realidade que os cerca (a natureza hostil e a autoridade
injusta);
Seu Tomás da Bolandeira – poder, inteligência.