SlideShare a Scribd company logo
1 of 12
RESPOSTAS IMUNES MEDIADAS POR CÉLULAS – CAPÍTULO 5
Papel de combater as infecções causadas por microorganismos intracelulares, esse tipo de
imunidade é mediada por Linfócitos T.

Existem dois tipos de infecções que podem levar os MOs a encontrarem refúgio no interior de
células.

   a. MO são englobados por fagócitos como parte do mecanismo de defesa inata. Muitas
      bactérias e protozoários são capazes de viver no interior de células e se multiplicarem.
      Eles são fagocitados e ficam alojados em vesículas, alguns MO sobrevivem e se
      dividem dentro delas, outros são capazes de entrar no citoplasma e realizarem suas
      funções lá.
   b. Os vírus se ligam aos receptores de superfície de uma grande variedade de células, e
      são capazes de infectar o citoplasma e nele se multiplicar. Muitas vezes essas céls não
      possuem mecanismos intrínsecos para eliminar os vírus. Alguns desses vírus causam
      infecções latentes, nas quais o DNA viral é integrado ao genoma do hospedeiro e
      proteínas virais, mas não partículas virais infecciosas são produzidas no interior das
      cels infectadas.

A principal maneira do SI de eliminar esses MOs que são fagocitados e são capazes de viver no
citoplasma ou nas vesículas dos fagócitos é através de Linfócitos T na imunidade adaptativa.

       Os Linfócitos T auxiliares CD4+ são capazes também de auxiliar os Linfócitos B a
       produzirem anticorpos.
       Uma característica comum de todas essas reações, é que os Linfócitos T precisam
       interagir com outras células, essas podendo ser, fagócitos, células infectadas ou
       Linfócitos B.
       A especificidade das Cels T está relacionada ao reconhecimento de peptídeos exibidos
       pelas moléculas de MHC, assegurando que essas células identifiquem Antígenos
       ligados associados a outras células e de responder a eles.
       As respostas dos Linfócitos T aos Ag microbianos associados à células consistem uma
       série de etapas seqüenciais:

             reconhecimento
                                 ativação       expansão clonal   diferenciação    funções efetoras
             de um antígeno




                                                                                                  1
Os Linfócitos T virgens recirculam constantemente através dos órgãos linfóides
periféricos em busca de antígenos protéicos estranhos. As células T virgens expressam
receptores para Ag, no entanto, são incapazes de realizar funções efetoras. Para
realizar essas funções, essas células precisam ser ativadas para que se diferenciem em
células efetoras.
Os Ag dos microorganismos são transportados dos portais de entrada dos Mos para os
órgãos Linfóides periféricos onde residem as Cels T. Lá os Ag são processados e
exibidos pelas moléculas de MHC situadas na superfície dos fagócitos (APCs). Assim, o
os linfócitos T virgens encontram pela primeira vez os Ag. Ao mesmo tempo em que
as céls T estão identificando um Ag, elas recebe sinais adicionais provenientes dos MO
u de reações imunológicas inatas aos MOs.
Em resposta a esses estímulos, as células T específicas para o Ag começam a secretar
citocinas. Algumas dessas citocinas têm a função de estimular a proliferação de Cels T
específicas para esse Ag. O resultado dessa proliferação chama-se expansão clonal.
Parte desses Linfócitos T virgens ativados sofrem um processo de diferenciação, que
resulta na conversão de céls T virgens, cuja a função é reconhecer os antígenos, em
uma população de céls T efetoras, cuja a função é eliminar os MOs.
Algumas céls T efetoras ficam no órgão linfóide eliminando as células infectadas
presentes ou fornecendo sinais para as células B que promovem as respostas
humorais. E algumas células T migram para circulação e atingem o local da infecção,
onde são capazes de eliminar a infecção.



                                                                                     2
Outra progênie das células T que proliferam em resposta ao Ag, se tornam células T de
memória. As quais tem vida longa, são funcionalmente inativas e circulam durante
meses ou anos prontas para responder com rapidez a repetidas exposições ao mesmo
MO.
Quando há o fim da infecção e o MO é eliminado, ocorre que os estímulos que
desencadearam a expansão e a diferenciação é eliminado, e gradualmente os clones
morrem, desse modo o SI retorna ao seu estado de equilíbrio.
                  Reconhecimento de um antígeno e co-estimulação
Para que haja uma resposta das células T é preciso que vários receptores localizados
na superfície dessas células reconheçam os ligantes situados na superfície das APCs: o
TCR reconhece Ag associados ao MHC, o co-receptor CD4 ou CD8 reconhece as
moléculas do MHC, as moléculas de adesão reforçam a ligação entre células T e APCs.
Essas moléculas acessórias tem três categorias relacionadas as suas funções:
reconhecimento, sinalização e adesão. Moléculas diferentes ligam-se em ligantes
específicos e cada interação desempenha um papel distinto e complementar na
ativação das células T.
                  Reconhecimento dos peptídeos associados ao MHC
O receptor das células T para antígenos (TCR) e o co-receptor (CD4 ou o CD8)
reconhecem juntos o complexo formado por Ag peptídicos e moléculas de MHC que se
encontra na superfície das APCs, esse reconhecimento produz o primeiro sinal para a
ativação das células T.


                                   CD4                MHC II


                                   TCR
                                     Célula T            APC



Quando os antígenos protéicos são englobados por APCs e confinados em vesículas
citoplasmáticas, são transformados em peptídeos que são exibidos pelas moléculas de
MHC II, quando os antígenos protéicos estão presentes no citoplasma, eles são
transformados em peptídeos e expressos como MHC I.
O TCR consiste em uma cadeia α e outra β, que participam do reconhecimento de Ag.
O TCR reconhece o peptídeo exibido e simultaneamente reconhece os resíduos da
molécula de MHC.
Cada célula T restrita ao MHC que atingiu a fase madura expressa a molécula CD4 ou
CD8 (responsáveis pela adesão e transdução de sinais), que são denominados co-
receptores porque se ligam à molécula do MHC juntamente com o TCR.




                                                                                     3
Ao mesmo tempo em que há o reconhecimento do TCR+MHC/peptídeo, a célula T
CD4+, que agem como células auxiliares produtoras de citocinas, reconhecem os
antígenos extracelulares que foram englobados e são exibidas no MHC II e as células T
CD8+ que atuam como linfócitos citoliticos CTLs , reconhecem peptídeos provenientes
de microorganismos citoplasmáticos que são exibidos pelas moléculas de MHC I.
A especificidade de cada classe de MHC e as distintas vias de processamento dos Ag
vesiculares e citosólicos asseguram que as células T respondam diferentemente aos
MOs.
Dois ou mais TCRs precisam ser acoplados de modo simultâneos para que a resposta
das células T tenha inicio. E essa ligação tem que durar vários minutos ou diversas
vezes para gerar os sinais bioquímicos suficientes para haver a resposta.
O TCR reconhece os antígenos, mas não é capaz de transmitir os sinais bioquímicos
para o interior da célula.
O TCR está associado de forma não covalente a um complexo de três proteínas que
forma o CD3 e a um homodímero de outra proteína denominada de cadeia ζ(zeta). o
TCR, CD3 e a cadeia zeta constituem o complexo TCR.
Na cadeia alfa e beta do TCR ocorre a apresentação de antígeno e a sinalização através
da ligação não covalente da cadeia zeta e do CD3 na molécula de TCR.
Algumas moléculas de TCR expressam ao invés de alfa e beta, γ(gama) e δ(delta). Que
são similares às cadeias alfa e beta dos TCRs das células T, essas variações são
encontradas com freqüência em células epiteliais, a maioria das células T que
apresentam delta e gama ao invés de reconhecem Ag peptídeos de MHC reconhecem
lipídios e outras moléculas que podem ser comum em muitos MOs.




                Papel das moléculas de adesão na ativação das células T
As moléculas de adesão estão na superfície das células T, e reconhecem seus ligantes
nas APCs, e estabilizam a ligação entre Cel T e APCs.
A maioria dos TCRs liga-se com baixa afinidade aos complexos peptídeo-MHC, e para
que haja uma resposta eficaz essa ligação deve ser estável por um certo período de
tempo suficientemente longo, esta estabilização é realizada por moléculas de adesão
expressas na superfície das Cels T. A molécula de adesão mais importante são
denominadas integrinas, que são moléculas de proteínas heterodiméricas (duas
cadeias heterogêneas).
A principal integrina das células T é o antigeno-1 associada à função dos leucócitos
(LFA-1), cujo o seu ligante associado a APC é a molécula de adesão intercelular-
1(ICAM-1).

                                                                                       4
As integrinas desempenham um papel importante na intensificação das respostas
das células T a antígenos microbianos de duas maneiras.
a. Nas cels T virgens em repouso a integrina LFA-1 encontra-se em um estado de
    baixa afinidade. Quando uma cél T é exposta às quimiocinas produzidas cmo parte
    da resposta imune inata, as mleculas de LFA-1 passa para um estado de alta
    afinidade e agrupam-se em minutos, como conseqüência as células T ligam-se
    fortemente às APCs.
b. O reconhecimento por uma cel T também aumenta a afinidade da LFA-1 dessa
    célula. Portanto assim que uma célula T detecta um antígeno, há um aumento na
    força da sua ligação com a APC que está apresentando o antígeno, o que produz
    uma alça de feedback positivo.
As integrinas também desempenham um papel no controle da migração das células T
efetoras da circulação pra os locais da infecção.




                    Papel da co-estimulação na ativação das células T
A ativação total das células T depende do reconhecimento de co-estimuladores
presentes na superfície das APCs.
Esses co-estimuladores seriam como “sinais secundários” para ativação das células T.
O nome co-estimulador deriva do fato de que essas moléculas produzem estímulos
para as céls T, os quais agem em conjunto com a estimulação proveniente do
antígeno.
Esses co-estimuladores são B7-1(CD80) e B7-2(CD86), que são expressas na superfície
das APCs e cuja expressão s torna muito aumentada quando as APCs encontram
microorganismos, essas moléculas se ligam a receptores denominados CD28 expressos
em praticamente todas as células T.
Os sinais resultantes da ligação do CD28(cel T) com a B7(APC) atuam em conjunto com
os sinais gerados pelas ligações (TCR+MHC/peptídeo).
Essa sinalização é fundamental para o início das respostas das células T virgens e na
ausência dessa interação, e o acoplamento isolado do TCR, torna incapaz a ativação
das Céls T e pode levar uma falta de resposta de Cels T de vida longa.
Outro grupo de moléculas são as CD40L(nas células T) e as CD40(nas APCs), participa
na maior expressão de B7 das APCs e faz com que as APCs secretem citocinas, como as
IL-12 que intensificam a diferenciação das Cels T. Assim as interações dessas moléculas
promovem a ativação das células T ao incrementar a ação das APCs.



                                                                                      5
É daí que se tem a necessidade de uso de adjuvantes em vacinas, para provocar uma
ativação de macrófagos e outras APCs, fazendo com que haja uma resposta imune das
células T. Ou seja, a principal função das vacinas adjuvantes é induzir a expressão de
co-estimuladores na superfície das APCs, fazendo com que secretem citocinas que
ativam as células T.
A ativação das células T CD8+ é estimulada pelo reconhecimento dos peptídeos
associados ao MHC I e requer co-estimulação e/ou Céls T auxiliares.
As Cels T CD8+ reconhecem proteínas citoplasmáticas, como as proteínas virais.
A ativação de céls T CD8+ necessita a ativação concomitante de Céls T CD4+, acredita-
se que nessas infecções, as céls infectadas são englobadas pelas APCs, sobretudo por
células dendriticas, e os Ag virais são apresentados de maneira cruzada, a mesma APC
pode apresentar os Ag no citosol em complexos de MHC I e no interior de vesículas
apresentando MHC II, assim tanto as CD8+ quanto as CD4+ são ativadas, as CD4+
podem produzir citocinas que auxiliam a ativação da CD8+, então a ativação de CD8+
para CTLs efetoras e de memória podem depender da ajuda fornecida pelas CD4+.
Esta é uma possível explicação para as respostas incompletas dos CTLs a muitos vírus,
observadas em pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana, a qual
mata as células T CD4+, mas não as células T CD8+. Por motivos desconhecidos parece
que as CTLs não precisam do auxilio das CD4+ em alguns vírus.




               Resposta dos linfócitos T aos antígenos e a co-estimulação
Agora que os estímulos necessários para a ativação dos linfócitos T virgens foram
descritos, o próximo tema será a maneira pela qual as células T respondem a esses
estímulos.


                                                                                     6
O reconhecimento de um antígeno e dos co-estimuladores se dá início a um conjunto
    de resposta que culmina na expansão clonal de linfócitos específicos para antígeno e
    na diferenciação de Cels T virgens para Cels T efetoras e de memória
                 Secreção de citocinas e expressão dos receptores de citocinas
    Quando ativados por Ag e co-estimuladores, os linfócitos, sobretudo o CD4+, secretam
    rapidamente várias citocinas diferentes que tem diversas atividades.
    Citocinas são proteínas que atuam como mediadores da imunidade e da inflamação.
    Nas respostas imunes inatas, as citocinas são produzidas principalmente por
    macrófagos. Na adaptativa, as citocinas são secretadas pelas céls T.
    citocinas diferentes desempenham papéis diferentes nas respostas imunes.
    A primeira citocina a ser produzida pelas CD4+, dentro de 1 a 2 horas após a ativação,
    é a interleucina-2 (IL-2), interleucina pelo fato de ela ser produzida por leucócitos e
    atuam sobre eles. A ativação das céls T aumenta rapidamente a capacidade de se
    ligarem e de responderem a IL-2, por meio da expressão do receptor de IL-2.
    O receptor de IL-2 de alta afinidade é uma molécula de três cadeias, as células T
    expressam duas cadeias sinalizadoras desse receptor, mas não a cadeia que capacita o
    receptor a se ligar à IL-2 com alta afinidade.
    Essa terceira cadeia que torna a célula T capaz de realizar uma ligação com alta
    afinidade com IL-2, é produzida após ativação das células T virgens.
    Essa IL-2 produzida por célula T que foi estimulada por Ag se liga preferencialmente à
    mesma célula T que a produziu e atua sobre ela.
    A principal ação da IL-2 é estimular a proliferação de células T, por isso a IL-2 também
    é chamada de fator de crescimento de células T.
    Essa proliferação leva o aumento de células T específicas para antígeno (expansão
    clonal).
    Parece que os linfócitos T CD8+ que reconhecem antígenos e co-estimuladores não
    secretam grandes quantidades de IL-2, mas, esses linfócitos proliferam de maneira
    prodigiosa durante as respostas imunes. É possível que o reconhecimento de Ag baste
    para determinar a proliferação de CD8+, no entanto, quando as células CD8+
    requerem a de células CD4+ para sua ativação que irá fornecer IL-2.
PROPRIEDADES GERAIS DAS CITOCINAS
Propriedade                                     Mecanismo
Produzidas transitoriamente em resposta O sinal gerado pelo TCR e a co-
a um antígeno                                   estimulação induzem a transcrição do
                                                gene da citocina
Geralmente agem na mesma célula que             A ativação das células T induz a expressão
as produziram (ação autócrina) ou nas           tanto de citocinas quanto de receptores
células vizinhas (ação parácrina)               de alta afinidade para citocinas
Pleiotropismo: cada citocina apresenta          Muitos tipos diferentes de células podem
varias ações biológicas                         expressar receptores para determinada
                                                citocina
Redundância: várias citocinas podem             Muitas citocinas utilizam as mesmas vias
apresentar atividades biológicas iguais ou de sinalização conservada.
semelhantes




                                                                                           7
AÇÕES BIOLÓGICAS DE ALGUMAS CITOCINAS DAS CÉLULAS
CITOCINA                 AÇÃO PRINCIPAL                          FONTE(s) CELULAR(es)
Interleucina-2 (IL-2)    Estimulação do crescimento              Células T CD4+ (maior
                         das células                             produção) e CD8+
IL-4                     Ação sobre as células B                 Células T CD4+ e mastócitos
                         levando à mudança do
                         isotipo para IgE
IL-5                     Ativação de eosinófilos                 Células T CD4+ e mastócitos
Interferon-ϒ (IFN- ϒ)    Ativação de macrófagos                  Células T CD4+ ,CD8+ e
                                                                 células NK
TGF-β                           Inibição da ativação das         Células T CD4+, muitos
                                células T                        outros tipos de células




                                         Expansão clonal
        Um ou 2 dias após a sua ativação os linfócitos começam a se proliferar, resultando na
        expansão de clines específicos para antígenos.
        Fornecendo uma grande população de linfócitos específicos para antígeno.
        A magnitude dessa expansão é notável. Principalmente em relação às CD8+, antes de
        uma infecção o número de células CD8+ específicas para qualquer um dos antígenos
        de MOs e de cerca de 1 para 105 ou 106 linfócitos no corpo no clímax de algumas
        infecções virais, o que pode ocorrer dentro de uma semana, até 10% a 20% de todos
        os linfócitos dos órgãos linfóides podem se tornar específicos para os vírus causadores,
        o que significa que os clones específicos chegam a aumentar 10.000 vezes e que o
        tempo estimado para uma população dobrar é de cerca de 6 horas.
        A expansão das células T CD4+ parece ser muito menor, cerca de 100 a 100 vezes, essa
        diferença pode refletir nas diferenças de funções dessas duas células, as CTLs CD8+ são
        células efetoras que exterminam as células infectadas, e muitas delas podem ser
        necessárias para destruir grandes quantidades de células infectadas. Enquanto, as
        CD4+ efetoras secretam citocinas que ativam outras células efetoras, e talvez só haja
        necessidade de um pequeno número de produtoras de citocinas.




                                                                                               8
Diferenciação de células T virgens em células efetoras
          A progênie das células T que proliferaram após terem sidos estimuladas por Ag,
          começam a se diferenciar em células efetoras, que tem a função de erradicar a
          infecção.
          Esse processo resulta de alterações na expressão de genes.
          A diferenciação começa junto com a expansão clonal, e as células T efetoras surgem
          dentro de 3 a 4 dias após a exposição.
          Essas células deixam os órgãos linfóides e migram para o local da infecção. Lá, as
          células efetoras encontram-se novamente com Ag dos MOs que estimularam seu
          desenvolvimento.
          Ao reconhecer o Ag, as células efetoras respondem erradicando a infecção.
          As células T auxiliares diferenciam-se em células efetoras que respondem ao Ag
          produzindo moléculas de superfície e citocinas cuja principal função é ativar
          macrófagos e linfócitos B.
          A proteína de superfície mais importante envolvida na função saudadora das CD4+ é o
          ligante para a CD40 (CD40L), lembrando que CD40 é expresso pelas APCs e Linfócitos B.
          Nas CD4+ a transcrição do gene CD40L torna-se ativa em resposta ao reconhecimento
          do antígeno e à co-estimulação, e o resultado é a expressão do CD40L na superfície
          das Cels T auxiliares após a ativação. O CD40 receptor é expresso por macrófagos, cels
          dendriticas e Linfócitos B.
          Por isso o CD40L é importante na ativação de macrófagos e linfócitos.
          Haverá o feedback postivo que foi discutido anteriormente na página 5
O sistema imune responde de diversas maneiras a diferentes microorganismos.
Microorganismos intracelulares como as micobactérias, são englobadas por fagócitos porém resistem ao extermínio intracelular.
A reposta imune a tais MOs, resulta na ativação dos fagócitos, e estes, destroem os MOs englobados.
Já em parasitas helmínticos são grandes demais para ser fagocitados e a resposta imune aos helmintos é denominada pela
produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. O IgE cobre (opsoniza) os helmintos, e os eosinófilos utilizam seus
receptores Fc específicos para IgEs para se ligar aos helmintos e destruí-los. Ambos os tipos dependem das células auxiliares
CD4+ , não se sabia como essas células estimulavam diferentes mecanismos imunológicos, esse enigma foi desvendado quando
se descobriu que existem diferentes tipos de células T efetoras CD4+ que realizam funções distintas.
          As células T auxiliares CD4+ se diferenciam em subpopulações de células efetoras que
          produzem grupos distintos de citocinas, os quais realizam funções diferentes.
          As mais bem descritas são as TH1 E TH2 (células T auxiliares do tipo 1 e do tipo 2) as
          citocinas mais importantes produzidas pela TH1 é o IFN-gama (citocina que interfere
          nas infecções virais e potente ativador de macrófagos), também estimula a produção
          de anticorpos que promovem a fagocitose de MOs, pois tais anticorpos ligam-se
          diretamente aos receptores para Fc da superfície dos fagócitos e ativam o
          complemento, gerando produtos que se ligam aos receptores para complemento dos
          fagócitos.
          Portanto as TH1 estimulam o englobamento mediado por fagócitos e o extermínio de
          MOs, componente-chae da imunidade mediada por célula.
          O IFN-gama também estimula a expressão de moléculas do MHC II e de co-
          estimuladores B7 (a ligação de CD40L com CD40 também intensifica a expressão de B7) na superfície das APCs,
          essa ação pode servir para intensificar a ação das células T.
          A TH2 por sua vez produz IL-4 que estimula a produção de IgE, e IL-5 que ativa
          eosinófilos. Ou seja, TH2 é mais eficaz na resposta imune adaptativa independente de
          fagócitos, sendo assim, contra parasitas helmínticos.

                                                                                                                                9
TH2 também produz algumas citocinas que inibem a ativação de macrófagos e
           suprimem a imunidade mediada pelas células TH1, como IL-4, IL-10 e IL-13.
           Por essa razão a eficácia das respostas imunes mediadas por células contra um
           microorganismo pode ser determinada pelo equilíbrio entre ativação das TH1 E TH2
           em resposta a esse microorganismo.
                              TH1                                                              TH2
Produz IFN-ϒ, citocina que combate infecções virais, ativa       Produz IL-4 que estimula a produção de IgE, e é uma citocina
macrófagos, estimula a expressão de B7 das APCs e de             que suprime atividade de macrófagos
moléculas de MHCII, intensificando as respostas das células T.
Estimula produção de Ac que promovem a fagocitose                Produz IL-5, que é um ativador de eosinófilos, produz citocinas
                                                                 supressoras de macrófagos, como IL-4, IL-10 e IL-13.
Concluindo, é um importante mediador da resposta imune           Concluindo, é um mediador da resposta não celular, é eficaz
celular                                                          contra parasitas helmínticos.




           O desenvolvimento das células TH1 e TH2 não é um processo aleatório, e sim um
           processo regulado pelos estímulos que as células T CD4+ virgens recebem quando
           encontram Ag.
           Os macrófagos e células dendriticas respondem a muitas bactérias e vírus com a
           produção de IL-12. Esta promove a diferenciação das células T na subpopulação TH1,
           que em seguida produz IFN-gama para ativar os macrófagos, e estes quando ativados
           destroem os microorganismos.
           Se o microorganismo infeccioso não estimular APCs a produzir IL-12, como talvez
           façam os helmintos, as próprias células produzirão IL-4, que induz a diferenciação em
           TH2.
           Os linfócitos T CD8+ ativados por um antígeno e por co-estimuladores diferenciam-se
           em CTLs que são capazes de destruir as células infectadas que expressam o antígeno.
           Os CTLS efetores secretam proteínas que criam poros nas membranas das células
           infectadas e provocam a fragmentação do DNA e a morte apoptótica dessas células. A
           diferenciação das T CD8+ virgens em CTLs efetoras é acompanhada pela síntese de
           moléculas que destroem as células infectadas.



                                                                                                                                10
Desenvolvimento de linfócitos T de memória
           Uma parte dos linfócitos ativados por antígenos diferencia-se em células T de memória
           de vida longa.
           As células de memória sobrevivem mesmo após a infecção ter sido erradicada, e o
           antígeno assim como a reação imune inata ao patógeno, não estar mais presente.
           Essas células T de memória podem ser encontradas nos tecidos linfóides, nas barreiras
           mucosas e na circulação.
           As células T de memória não continuam a produzir citocinas nem a destruir as células
           infectadas, mas podem fazê-lo rapidamente ao encontrar um antígeno que
           reconhecem.
           Uma subpopulação de células T de memória, chamada de células de memória central,
           povoa os tecidos linfóides e é responsável pela rápida expansão clonal após a
           reexposição ao antígeno.
           Outro subgrupo chamado de células de memória efetoras se localiza na mucosa e
           medeiam as funções efetoras rápidas após novo contato com Ag.
                                           Declínio da resposta imune
           Todo o processo de expansão clonal e diferenciação das células T ocorrem nos órgãos
           linfóides periféricos. As células efetoras e de memória deixam esses tecidos e
           penetram na circulação, aptas a localizar uma infecção em qualquer parte do corpo.
           Quando a infecção é debelada e os estímulos que ativaram os linfócitos desaparecem,
           muitas das células que tinham proliferado em reposta ao Ag perdem os seus fatores de
           sobrevivência e morrem pelo processo de apoptose
           A resposta diminui dentro de 1 ou 2 semanas após a infecção ter sido erradicada, e o
           único sinal de que uma resposta imune mediada por células T ocorreu é a presença da
           população de linfócitos de memória sobrevivente.

           Questões:

1.   Que sinais são necessários para ativar os linfócitos T? Que receptores celulares são utilizados para captar esses
     sinais e responder a eles?
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
2.   Como um pequeno número de células T virgens específicas para qualquer micróbio é convertido em um grande
     número de células T efetoras dotadas da capacidade de eliminar o micróbio?
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________
     ___________________________________________________________________________________________

3.   Que moléculas são produzias pelos linfócitos T que medeiam suas comunicações com outras células, como
     macrófagos e linfócitos B?




                                                                                                                   11
___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

4. Quais são os componentes do complexo TCR? Quais desses componentes são responsáveis pelo
   reconhecimento de um antígeno, e quais são responsáveis pela transdução de sinais?
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

5. Cite algumas das moléculas acessórias utilizadas pelas células T para iniciar suas respostas aos antígenos. Quais
   são as funções dessas moléculas?
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

6. O que é co-estimulação? Qual é o significado fisiológico da co-estimulação? Cite alguns dos pares ligante-
   receptor envolvidos na co-estimulação?
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

7. Qual é o principal fator de crescimento para as células T? por que as células T específicas se expandem mais que
   outras células T (as “espectadoras”) quando expostas por um antígeno?
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

8. Quais as principais subpopulações de células T auxiliares CD4+ e como elas se diferem?
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________

9. Que sinais são necessários para induzir as respostas das células T CD8+?

   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________
   ___________________________________________________________________________________________




                                                                                                                 12

More Related Content

What's hot

4. mec. efetores da imunidade inata
4. mec. efetores da imunidade inata4. mec. efetores da imunidade inata
4. mec. efetores da imunidade inataFAMENE 2018.2b
 
ICSA17 - Ativação de linfócitos T
ICSA17 - Ativação de linfócitos TICSA17 - Ativação de linfócitos T
ICSA17 - Ativação de linfócitos TRicardo Portela
 
Ativação das células T
Ativação das células TAtivação das células T
Ativação das células TLABIMUNO UFBA
 
Sétima aula sist. complemento
Sétima aula   sist. complementoSétima aula   sist. complemento
Sétima aula sist. complementoguestd63ee00
 
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquirida
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquiridaICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquirida
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquiridaRicardo Portela
 
Resposta imune celular
Resposta imune celularResposta imune celular
Resposta imune celularLABIMUNO UFBA
 
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorialPlaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorialNelcivone Soares de Melo
 
Imunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaImunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaLABIMUNO UFBA
 
Histocompatibilidade MHC
Histocompatibilidade MHCHistocompatibilidade MHC
Histocompatibilidade MHCvickmullerven
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFRicardo Portela
 
Aula imunidade-inata-20-03-20121
Aula imunidade-inata-20-03-20121Aula imunidade-inata-20-03-20121
Aula imunidade-inata-20-03-20121Junior Pereira
 
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, Sion
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, SionCytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, Sion
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, SionDr. Komal Lohi
 
Reposta Imune Contra as Infecções
Reposta Imune Contra as InfecçõesReposta Imune Contra as Infecções
Reposta Imune Contra as InfecçõesLABIMUNO UFBA
 
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01   introdução - med resumos - arlindo nettoPatologia 01   introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo nettoJucie Vasconcelos
 

What's hot (20)

4. mec. efetores da imunidade inata
4. mec. efetores da imunidade inata4. mec. efetores da imunidade inata
4. mec. efetores da imunidade inata
 
ICSA17 - Ativação de linfócitos T
ICSA17 - Ativação de linfócitos TICSA17 - Ativação de linfócitos T
ICSA17 - Ativação de linfócitos T
 
Ativação das células T
Ativação das células TAtivação das células T
Ativação das células T
 
Seleção Timica
Seleção TimicaSeleção Timica
Seleção Timica
 
Sétima aula sist. complemento
Sétima aula   sist. complementoSétima aula   sist. complemento
Sétima aula sist. complemento
 
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquirida
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquiridaICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquirida
ICSA17 - Citocinas da imunidade inata e adquirida
 
Imunidade celular
Imunidade celularImunidade celular
Imunidade celular
 
Resposta imune celular
Resposta imune celularResposta imune celular
Resposta imune celular
 
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorialPlaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
Plaquetas fisiologia e avaliacao laboratorial
 
Imunidade Inata
Imunidade InataImunidade Inata
Imunidade Inata
 
Imunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaImunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata Adaptativa
 
Histocompatibilidade MHC
Histocompatibilidade MHCHistocompatibilidade MHC
Histocompatibilidade MHC
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
 
Resposta inflamatória-parte-1
Resposta inflamatória-parte-1Resposta inflamatória-parte-1
Resposta inflamatória-parte-1
 
Aula imunidade-inata-20-03-20121
Aula imunidade-inata-20-03-20121Aula imunidade-inata-20-03-20121
Aula imunidade-inata-20-03-20121
 
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, Sion
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, SionCytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, Sion
Cytokines by Dr. Komal Lohi, LTMMC, Sion
 
Reposta Imune Contra as Infecções
Reposta Imune Contra as InfecçõesReposta Imune Contra as Infecções
Reposta Imune Contra as Infecções
 
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01   introdução - med resumos - arlindo nettoPatologia 01   introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
 
Citoquinas
Citoquinas Citoquinas
Citoquinas
 
Moleculas mhc1
Moleculas mhc1Moleculas mhc1
Moleculas mhc1
 

Similar to Respostas imunes mediadas por células

Receptores linfócitos
Receptores linfócitosReceptores linfócitos
Receptores linfócitosLABIMUNO UFBA
 
Roteiro cooperacao celular
Roteiro cooperacao celularRoteiro cooperacao celular
Roteiro cooperacao celularBruna Raphaela
 
Resposta Imune Adaptativa.pptx
Resposta Imune Adaptativa.pptxResposta Imune Adaptativa.pptx
Resposta Imune Adaptativa.pptxJooSantana94
 
Apostila 1 revisão - Imunologia Básica
Apostila 1 revisão - Imunologia BásicaApostila 1 revisão - Imunologia Básica
Apostila 1 revisão - Imunologia BásicaGenecy Costa
 
Células do Sistema Imune
Células do Sistema ImuneCélulas do Sistema Imune
Células do Sistema ImuneLys Duarte
 
10 - Sistema imunitário 2.1.pptx
10 - Sistema imunitário 2.1.pptx10 - Sistema imunitário 2.1.pptx
10 - Sistema imunitário 2.1.pptxTeresa Cardoso
 
Cap1 imunologia
Cap1 imunologiaCap1 imunologia
Cap1 imunologiaphilhote
 
Aula1 imuno clínica revisional
Aula1 imuno clínica  revisionalAula1 imuno clínica  revisional
Aula1 imuno clínica revisionalAline Garcia
 
Mecanismos De Defesa EspecíFicos (ApresentaçãO Nr. 5)
Mecanismos De Defesa EspecíFicos  (ApresentaçãO Nr. 5)Mecanismos De Defesa EspecíFicos  (ApresentaçãO Nr. 5)
Mecanismos De Defesa EspecíFicos (ApresentaçãO Nr. 5)Nuno Correia
 
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologia
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologiaApostila teoria anatomia_e_ fisiologia
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologiaFabiana Costa
 
Aula Mhc Apc E Interaes Celula
Aula Mhc Apc E Interaes CelulaAula Mhc Apc E Interaes Celula
Aula Mhc Apc E Interaes CelulaP Victor
 
Ativação das células T - imunidade celular
Ativação das células T - imunidade celularAtivação das células T - imunidade celular
Ativação das células T - imunidade celularMikellyBrito
 
Como funcionam as células t regulatórias
Como funcionam as células t regulatóriasComo funcionam as células t regulatórias
Como funcionam as células t regulatóriasRitaViviane
 

Similar to Respostas imunes mediadas por células (20)

Receptores linfócitos
Receptores linfócitosReceptores linfócitos
Receptores linfócitos
 
Roteiro cooperacao celular
Roteiro cooperacao celularRoteiro cooperacao celular
Roteiro cooperacao celular
 
Resposta Imune Adaptativa.pptx
Resposta Imune Adaptativa.pptxResposta Imune Adaptativa.pptx
Resposta Imune Adaptativa.pptx
 
Apostila 1 revisão - Imunologia Básica
Apostila 1 revisão - Imunologia BásicaApostila 1 revisão - Imunologia Básica
Apostila 1 revisão - Imunologia Básica
 
Células do Sistema Imune
Células do Sistema ImuneCélulas do Sistema Imune
Células do Sistema Imune
 
10 - Sistema imunitário 2.1.pptx
10 - Sistema imunitário 2.1.pptx10 - Sistema imunitário 2.1.pptx
10 - Sistema imunitário 2.1.pptx
 
Cap1 imunologia
Cap1 imunologiaCap1 imunologia
Cap1 imunologia
 
Imunologia fiocruz
Imunologia fiocruzImunologia fiocruz
Imunologia fiocruz
 
Aula1 imuno clínica revisional
Aula1 imuno clínica  revisionalAula1 imuno clínica  revisional
Aula1 imuno clínica revisional
 
Mecanismos De Defesa EspecíFicos (ApresentaçãO Nr. 5)
Mecanismos De Defesa EspecíFicos  (ApresentaçãO Nr. 5)Mecanismos De Defesa EspecíFicos  (ApresentaçãO Nr. 5)
Mecanismos De Defesa EspecíFicos (ApresentaçãO Nr. 5)
 
Resumo 1
Resumo 1Resumo 1
Resumo 1
 
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologia
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologiaApostila teoria anatomia_e_ fisiologia
Apostila teoria anatomia_e_ fisiologia
 
Aula 1 geral hq
Aula 1 geral hqAula 1 geral hq
Aula 1 geral hq
 
16 Imun Esp.B T
16 Imun Esp.B T16 Imun Esp.B T
16 Imun Esp.B T
 
Sistema imune
Sistema imuneSistema imune
Sistema imune
 
Sistema imune
Sistema imuneSistema imune
Sistema imune
 
Transplantes
TransplantesTransplantes
Transplantes
 
Aula Mhc Apc E Interaes Celula
Aula Mhc Apc E Interaes CelulaAula Mhc Apc E Interaes Celula
Aula Mhc Apc E Interaes Celula
 
Ativação das células T - imunidade celular
Ativação das células T - imunidade celularAtivação das células T - imunidade celular
Ativação das células T - imunidade celular
 
Como funcionam as células t regulatórias
Como funcionam as células t regulatóriasComo funcionam as células t regulatórias
Como funcionam as células t regulatórias
 

Respostas imunes mediadas por células

  • 1. RESPOSTAS IMUNES MEDIADAS POR CÉLULAS – CAPÍTULO 5 Papel de combater as infecções causadas por microorganismos intracelulares, esse tipo de imunidade é mediada por Linfócitos T. Existem dois tipos de infecções que podem levar os MOs a encontrarem refúgio no interior de células. a. MO são englobados por fagócitos como parte do mecanismo de defesa inata. Muitas bactérias e protozoários são capazes de viver no interior de células e se multiplicarem. Eles são fagocitados e ficam alojados em vesículas, alguns MO sobrevivem e se dividem dentro delas, outros são capazes de entrar no citoplasma e realizarem suas funções lá. b. Os vírus se ligam aos receptores de superfície de uma grande variedade de células, e são capazes de infectar o citoplasma e nele se multiplicar. Muitas vezes essas céls não possuem mecanismos intrínsecos para eliminar os vírus. Alguns desses vírus causam infecções latentes, nas quais o DNA viral é integrado ao genoma do hospedeiro e proteínas virais, mas não partículas virais infecciosas são produzidas no interior das cels infectadas. A principal maneira do SI de eliminar esses MOs que são fagocitados e são capazes de viver no citoplasma ou nas vesículas dos fagócitos é através de Linfócitos T na imunidade adaptativa. Os Linfócitos T auxiliares CD4+ são capazes também de auxiliar os Linfócitos B a produzirem anticorpos. Uma característica comum de todas essas reações, é que os Linfócitos T precisam interagir com outras células, essas podendo ser, fagócitos, células infectadas ou Linfócitos B. A especificidade das Cels T está relacionada ao reconhecimento de peptídeos exibidos pelas moléculas de MHC, assegurando que essas células identifiquem Antígenos ligados associados a outras células e de responder a eles. As respostas dos Linfócitos T aos Ag microbianos associados à células consistem uma série de etapas seqüenciais: reconhecimento ativação expansão clonal diferenciação funções efetoras de um antígeno 1
  • 2. Os Linfócitos T virgens recirculam constantemente através dos órgãos linfóides periféricos em busca de antígenos protéicos estranhos. As células T virgens expressam receptores para Ag, no entanto, são incapazes de realizar funções efetoras. Para realizar essas funções, essas células precisam ser ativadas para que se diferenciem em células efetoras. Os Ag dos microorganismos são transportados dos portais de entrada dos Mos para os órgãos Linfóides periféricos onde residem as Cels T. Lá os Ag são processados e exibidos pelas moléculas de MHC situadas na superfície dos fagócitos (APCs). Assim, o os linfócitos T virgens encontram pela primeira vez os Ag. Ao mesmo tempo em que as céls T estão identificando um Ag, elas recebe sinais adicionais provenientes dos MO u de reações imunológicas inatas aos MOs. Em resposta a esses estímulos, as células T específicas para o Ag começam a secretar citocinas. Algumas dessas citocinas têm a função de estimular a proliferação de Cels T específicas para esse Ag. O resultado dessa proliferação chama-se expansão clonal. Parte desses Linfócitos T virgens ativados sofrem um processo de diferenciação, que resulta na conversão de céls T virgens, cuja a função é reconhecer os antígenos, em uma população de céls T efetoras, cuja a função é eliminar os MOs. Algumas céls T efetoras ficam no órgão linfóide eliminando as células infectadas presentes ou fornecendo sinais para as células B que promovem as respostas humorais. E algumas células T migram para circulação e atingem o local da infecção, onde são capazes de eliminar a infecção. 2
  • 3. Outra progênie das células T que proliferam em resposta ao Ag, se tornam células T de memória. As quais tem vida longa, são funcionalmente inativas e circulam durante meses ou anos prontas para responder com rapidez a repetidas exposições ao mesmo MO. Quando há o fim da infecção e o MO é eliminado, ocorre que os estímulos que desencadearam a expansão e a diferenciação é eliminado, e gradualmente os clones morrem, desse modo o SI retorna ao seu estado de equilíbrio. Reconhecimento de um antígeno e co-estimulação Para que haja uma resposta das células T é preciso que vários receptores localizados na superfície dessas células reconheçam os ligantes situados na superfície das APCs: o TCR reconhece Ag associados ao MHC, o co-receptor CD4 ou CD8 reconhece as moléculas do MHC, as moléculas de adesão reforçam a ligação entre células T e APCs. Essas moléculas acessórias tem três categorias relacionadas as suas funções: reconhecimento, sinalização e adesão. Moléculas diferentes ligam-se em ligantes específicos e cada interação desempenha um papel distinto e complementar na ativação das células T. Reconhecimento dos peptídeos associados ao MHC O receptor das células T para antígenos (TCR) e o co-receptor (CD4 ou o CD8) reconhecem juntos o complexo formado por Ag peptídicos e moléculas de MHC que se encontra na superfície das APCs, esse reconhecimento produz o primeiro sinal para a ativação das células T. CD4 MHC II TCR Célula T APC Quando os antígenos protéicos são englobados por APCs e confinados em vesículas citoplasmáticas, são transformados em peptídeos que são exibidos pelas moléculas de MHC II, quando os antígenos protéicos estão presentes no citoplasma, eles são transformados em peptídeos e expressos como MHC I. O TCR consiste em uma cadeia α e outra β, que participam do reconhecimento de Ag. O TCR reconhece o peptídeo exibido e simultaneamente reconhece os resíduos da molécula de MHC. Cada célula T restrita ao MHC que atingiu a fase madura expressa a molécula CD4 ou CD8 (responsáveis pela adesão e transdução de sinais), que são denominados co- receptores porque se ligam à molécula do MHC juntamente com o TCR. 3
  • 4. Ao mesmo tempo em que há o reconhecimento do TCR+MHC/peptídeo, a célula T CD4+, que agem como células auxiliares produtoras de citocinas, reconhecem os antígenos extracelulares que foram englobados e são exibidas no MHC II e as células T CD8+ que atuam como linfócitos citoliticos CTLs , reconhecem peptídeos provenientes de microorganismos citoplasmáticos que são exibidos pelas moléculas de MHC I. A especificidade de cada classe de MHC e as distintas vias de processamento dos Ag vesiculares e citosólicos asseguram que as células T respondam diferentemente aos MOs. Dois ou mais TCRs precisam ser acoplados de modo simultâneos para que a resposta das células T tenha inicio. E essa ligação tem que durar vários minutos ou diversas vezes para gerar os sinais bioquímicos suficientes para haver a resposta. O TCR reconhece os antígenos, mas não é capaz de transmitir os sinais bioquímicos para o interior da célula. O TCR está associado de forma não covalente a um complexo de três proteínas que forma o CD3 e a um homodímero de outra proteína denominada de cadeia ζ(zeta). o TCR, CD3 e a cadeia zeta constituem o complexo TCR. Na cadeia alfa e beta do TCR ocorre a apresentação de antígeno e a sinalização através da ligação não covalente da cadeia zeta e do CD3 na molécula de TCR. Algumas moléculas de TCR expressam ao invés de alfa e beta, γ(gama) e δ(delta). Que são similares às cadeias alfa e beta dos TCRs das células T, essas variações são encontradas com freqüência em células epiteliais, a maioria das células T que apresentam delta e gama ao invés de reconhecem Ag peptídeos de MHC reconhecem lipídios e outras moléculas que podem ser comum em muitos MOs. Papel das moléculas de adesão na ativação das células T As moléculas de adesão estão na superfície das células T, e reconhecem seus ligantes nas APCs, e estabilizam a ligação entre Cel T e APCs. A maioria dos TCRs liga-se com baixa afinidade aos complexos peptídeo-MHC, e para que haja uma resposta eficaz essa ligação deve ser estável por um certo período de tempo suficientemente longo, esta estabilização é realizada por moléculas de adesão expressas na superfície das Cels T. A molécula de adesão mais importante são denominadas integrinas, que são moléculas de proteínas heterodiméricas (duas cadeias heterogêneas). A principal integrina das células T é o antigeno-1 associada à função dos leucócitos (LFA-1), cujo o seu ligante associado a APC é a molécula de adesão intercelular- 1(ICAM-1). 4
  • 5. As integrinas desempenham um papel importante na intensificação das respostas das células T a antígenos microbianos de duas maneiras. a. Nas cels T virgens em repouso a integrina LFA-1 encontra-se em um estado de baixa afinidade. Quando uma cél T é exposta às quimiocinas produzidas cmo parte da resposta imune inata, as mleculas de LFA-1 passa para um estado de alta afinidade e agrupam-se em minutos, como conseqüência as células T ligam-se fortemente às APCs. b. O reconhecimento por uma cel T também aumenta a afinidade da LFA-1 dessa célula. Portanto assim que uma célula T detecta um antígeno, há um aumento na força da sua ligação com a APC que está apresentando o antígeno, o que produz uma alça de feedback positivo. As integrinas também desempenham um papel no controle da migração das células T efetoras da circulação pra os locais da infecção. Papel da co-estimulação na ativação das células T A ativação total das células T depende do reconhecimento de co-estimuladores presentes na superfície das APCs. Esses co-estimuladores seriam como “sinais secundários” para ativação das células T. O nome co-estimulador deriva do fato de que essas moléculas produzem estímulos para as céls T, os quais agem em conjunto com a estimulação proveniente do antígeno. Esses co-estimuladores são B7-1(CD80) e B7-2(CD86), que são expressas na superfície das APCs e cuja expressão s torna muito aumentada quando as APCs encontram microorganismos, essas moléculas se ligam a receptores denominados CD28 expressos em praticamente todas as células T. Os sinais resultantes da ligação do CD28(cel T) com a B7(APC) atuam em conjunto com os sinais gerados pelas ligações (TCR+MHC/peptídeo). Essa sinalização é fundamental para o início das respostas das células T virgens e na ausência dessa interação, e o acoplamento isolado do TCR, torna incapaz a ativação das Céls T e pode levar uma falta de resposta de Cels T de vida longa. Outro grupo de moléculas são as CD40L(nas células T) e as CD40(nas APCs), participa na maior expressão de B7 das APCs e faz com que as APCs secretem citocinas, como as IL-12 que intensificam a diferenciação das Cels T. Assim as interações dessas moléculas promovem a ativação das células T ao incrementar a ação das APCs. 5
  • 6. É daí que se tem a necessidade de uso de adjuvantes em vacinas, para provocar uma ativação de macrófagos e outras APCs, fazendo com que haja uma resposta imune das células T. Ou seja, a principal função das vacinas adjuvantes é induzir a expressão de co-estimuladores na superfície das APCs, fazendo com que secretem citocinas que ativam as células T. A ativação das células T CD8+ é estimulada pelo reconhecimento dos peptídeos associados ao MHC I e requer co-estimulação e/ou Céls T auxiliares. As Cels T CD8+ reconhecem proteínas citoplasmáticas, como as proteínas virais. A ativação de céls T CD8+ necessita a ativação concomitante de Céls T CD4+, acredita- se que nessas infecções, as céls infectadas são englobadas pelas APCs, sobretudo por células dendriticas, e os Ag virais são apresentados de maneira cruzada, a mesma APC pode apresentar os Ag no citosol em complexos de MHC I e no interior de vesículas apresentando MHC II, assim tanto as CD8+ quanto as CD4+ são ativadas, as CD4+ podem produzir citocinas que auxiliam a ativação da CD8+, então a ativação de CD8+ para CTLs efetoras e de memória podem depender da ajuda fornecida pelas CD4+. Esta é uma possível explicação para as respostas incompletas dos CTLs a muitos vírus, observadas em pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana, a qual mata as células T CD4+, mas não as células T CD8+. Por motivos desconhecidos parece que as CTLs não precisam do auxilio das CD4+ em alguns vírus. Resposta dos linfócitos T aos antígenos e a co-estimulação Agora que os estímulos necessários para a ativação dos linfócitos T virgens foram descritos, o próximo tema será a maneira pela qual as células T respondem a esses estímulos. 6
  • 7. O reconhecimento de um antígeno e dos co-estimuladores se dá início a um conjunto de resposta que culmina na expansão clonal de linfócitos específicos para antígeno e na diferenciação de Cels T virgens para Cels T efetoras e de memória Secreção de citocinas e expressão dos receptores de citocinas Quando ativados por Ag e co-estimuladores, os linfócitos, sobretudo o CD4+, secretam rapidamente várias citocinas diferentes que tem diversas atividades. Citocinas são proteínas que atuam como mediadores da imunidade e da inflamação. Nas respostas imunes inatas, as citocinas são produzidas principalmente por macrófagos. Na adaptativa, as citocinas são secretadas pelas céls T. citocinas diferentes desempenham papéis diferentes nas respostas imunes. A primeira citocina a ser produzida pelas CD4+, dentro de 1 a 2 horas após a ativação, é a interleucina-2 (IL-2), interleucina pelo fato de ela ser produzida por leucócitos e atuam sobre eles. A ativação das céls T aumenta rapidamente a capacidade de se ligarem e de responderem a IL-2, por meio da expressão do receptor de IL-2. O receptor de IL-2 de alta afinidade é uma molécula de três cadeias, as células T expressam duas cadeias sinalizadoras desse receptor, mas não a cadeia que capacita o receptor a se ligar à IL-2 com alta afinidade. Essa terceira cadeia que torna a célula T capaz de realizar uma ligação com alta afinidade com IL-2, é produzida após ativação das células T virgens. Essa IL-2 produzida por célula T que foi estimulada por Ag se liga preferencialmente à mesma célula T que a produziu e atua sobre ela. A principal ação da IL-2 é estimular a proliferação de células T, por isso a IL-2 também é chamada de fator de crescimento de células T. Essa proliferação leva o aumento de células T específicas para antígeno (expansão clonal). Parece que os linfócitos T CD8+ que reconhecem antígenos e co-estimuladores não secretam grandes quantidades de IL-2, mas, esses linfócitos proliferam de maneira prodigiosa durante as respostas imunes. É possível que o reconhecimento de Ag baste para determinar a proliferação de CD8+, no entanto, quando as células CD8+ requerem a de células CD4+ para sua ativação que irá fornecer IL-2. PROPRIEDADES GERAIS DAS CITOCINAS Propriedade Mecanismo Produzidas transitoriamente em resposta O sinal gerado pelo TCR e a co- a um antígeno estimulação induzem a transcrição do gene da citocina Geralmente agem na mesma célula que A ativação das células T induz a expressão as produziram (ação autócrina) ou nas tanto de citocinas quanto de receptores células vizinhas (ação parácrina) de alta afinidade para citocinas Pleiotropismo: cada citocina apresenta Muitos tipos diferentes de células podem varias ações biológicas expressar receptores para determinada citocina Redundância: várias citocinas podem Muitas citocinas utilizam as mesmas vias apresentar atividades biológicas iguais ou de sinalização conservada. semelhantes 7
  • 8. AÇÕES BIOLÓGICAS DE ALGUMAS CITOCINAS DAS CÉLULAS CITOCINA AÇÃO PRINCIPAL FONTE(s) CELULAR(es) Interleucina-2 (IL-2) Estimulação do crescimento Células T CD4+ (maior das células produção) e CD8+ IL-4 Ação sobre as células B Células T CD4+ e mastócitos levando à mudança do isotipo para IgE IL-5 Ativação de eosinófilos Células T CD4+ e mastócitos Interferon-ϒ (IFN- ϒ) Ativação de macrófagos Células T CD4+ ,CD8+ e células NK TGF-β Inibição da ativação das Células T CD4+, muitos células T outros tipos de células Expansão clonal Um ou 2 dias após a sua ativação os linfócitos começam a se proliferar, resultando na expansão de clines específicos para antígenos. Fornecendo uma grande população de linfócitos específicos para antígeno. A magnitude dessa expansão é notável. Principalmente em relação às CD8+, antes de uma infecção o número de células CD8+ específicas para qualquer um dos antígenos de MOs e de cerca de 1 para 105 ou 106 linfócitos no corpo no clímax de algumas infecções virais, o que pode ocorrer dentro de uma semana, até 10% a 20% de todos os linfócitos dos órgãos linfóides podem se tornar específicos para os vírus causadores, o que significa que os clones específicos chegam a aumentar 10.000 vezes e que o tempo estimado para uma população dobrar é de cerca de 6 horas. A expansão das células T CD4+ parece ser muito menor, cerca de 100 a 100 vezes, essa diferença pode refletir nas diferenças de funções dessas duas células, as CTLs CD8+ são células efetoras que exterminam as células infectadas, e muitas delas podem ser necessárias para destruir grandes quantidades de células infectadas. Enquanto, as CD4+ efetoras secretam citocinas que ativam outras células efetoras, e talvez só haja necessidade de um pequeno número de produtoras de citocinas. 8
  • 9. Diferenciação de células T virgens em células efetoras A progênie das células T que proliferaram após terem sidos estimuladas por Ag, começam a se diferenciar em células efetoras, que tem a função de erradicar a infecção. Esse processo resulta de alterações na expressão de genes. A diferenciação começa junto com a expansão clonal, e as células T efetoras surgem dentro de 3 a 4 dias após a exposição. Essas células deixam os órgãos linfóides e migram para o local da infecção. Lá, as células efetoras encontram-se novamente com Ag dos MOs que estimularam seu desenvolvimento. Ao reconhecer o Ag, as células efetoras respondem erradicando a infecção. As células T auxiliares diferenciam-se em células efetoras que respondem ao Ag produzindo moléculas de superfície e citocinas cuja principal função é ativar macrófagos e linfócitos B. A proteína de superfície mais importante envolvida na função saudadora das CD4+ é o ligante para a CD40 (CD40L), lembrando que CD40 é expresso pelas APCs e Linfócitos B. Nas CD4+ a transcrição do gene CD40L torna-se ativa em resposta ao reconhecimento do antígeno e à co-estimulação, e o resultado é a expressão do CD40L na superfície das Cels T auxiliares após a ativação. O CD40 receptor é expresso por macrófagos, cels dendriticas e Linfócitos B. Por isso o CD40L é importante na ativação de macrófagos e linfócitos. Haverá o feedback postivo que foi discutido anteriormente na página 5 O sistema imune responde de diversas maneiras a diferentes microorganismos. Microorganismos intracelulares como as micobactérias, são englobadas por fagócitos porém resistem ao extermínio intracelular. A reposta imune a tais MOs, resulta na ativação dos fagócitos, e estes, destroem os MOs englobados. Já em parasitas helmínticos são grandes demais para ser fagocitados e a resposta imune aos helmintos é denominada pela produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. O IgE cobre (opsoniza) os helmintos, e os eosinófilos utilizam seus receptores Fc específicos para IgEs para se ligar aos helmintos e destruí-los. Ambos os tipos dependem das células auxiliares CD4+ , não se sabia como essas células estimulavam diferentes mecanismos imunológicos, esse enigma foi desvendado quando se descobriu que existem diferentes tipos de células T efetoras CD4+ que realizam funções distintas. As células T auxiliares CD4+ se diferenciam em subpopulações de células efetoras que produzem grupos distintos de citocinas, os quais realizam funções diferentes. As mais bem descritas são as TH1 E TH2 (células T auxiliares do tipo 1 e do tipo 2) as citocinas mais importantes produzidas pela TH1 é o IFN-gama (citocina que interfere nas infecções virais e potente ativador de macrófagos), também estimula a produção de anticorpos que promovem a fagocitose de MOs, pois tais anticorpos ligam-se diretamente aos receptores para Fc da superfície dos fagócitos e ativam o complemento, gerando produtos que se ligam aos receptores para complemento dos fagócitos. Portanto as TH1 estimulam o englobamento mediado por fagócitos e o extermínio de MOs, componente-chae da imunidade mediada por célula. O IFN-gama também estimula a expressão de moléculas do MHC II e de co- estimuladores B7 (a ligação de CD40L com CD40 também intensifica a expressão de B7) na superfície das APCs, essa ação pode servir para intensificar a ação das células T. A TH2 por sua vez produz IL-4 que estimula a produção de IgE, e IL-5 que ativa eosinófilos. Ou seja, TH2 é mais eficaz na resposta imune adaptativa independente de fagócitos, sendo assim, contra parasitas helmínticos. 9
  • 10. TH2 também produz algumas citocinas que inibem a ativação de macrófagos e suprimem a imunidade mediada pelas células TH1, como IL-4, IL-10 e IL-13. Por essa razão a eficácia das respostas imunes mediadas por células contra um microorganismo pode ser determinada pelo equilíbrio entre ativação das TH1 E TH2 em resposta a esse microorganismo. TH1 TH2 Produz IFN-ϒ, citocina que combate infecções virais, ativa Produz IL-4 que estimula a produção de IgE, e é uma citocina macrófagos, estimula a expressão de B7 das APCs e de que suprime atividade de macrófagos moléculas de MHCII, intensificando as respostas das células T. Estimula produção de Ac que promovem a fagocitose Produz IL-5, que é um ativador de eosinófilos, produz citocinas supressoras de macrófagos, como IL-4, IL-10 e IL-13. Concluindo, é um importante mediador da resposta imune Concluindo, é um mediador da resposta não celular, é eficaz celular contra parasitas helmínticos. O desenvolvimento das células TH1 e TH2 não é um processo aleatório, e sim um processo regulado pelos estímulos que as células T CD4+ virgens recebem quando encontram Ag. Os macrófagos e células dendriticas respondem a muitas bactérias e vírus com a produção de IL-12. Esta promove a diferenciação das células T na subpopulação TH1, que em seguida produz IFN-gama para ativar os macrófagos, e estes quando ativados destroem os microorganismos. Se o microorganismo infeccioso não estimular APCs a produzir IL-12, como talvez façam os helmintos, as próprias células produzirão IL-4, que induz a diferenciação em TH2. Os linfócitos T CD8+ ativados por um antígeno e por co-estimuladores diferenciam-se em CTLs que são capazes de destruir as células infectadas que expressam o antígeno. Os CTLS efetores secretam proteínas que criam poros nas membranas das células infectadas e provocam a fragmentação do DNA e a morte apoptótica dessas células. A diferenciação das T CD8+ virgens em CTLs efetoras é acompanhada pela síntese de moléculas que destroem as células infectadas. 10
  • 11. Desenvolvimento de linfócitos T de memória Uma parte dos linfócitos ativados por antígenos diferencia-se em células T de memória de vida longa. As células de memória sobrevivem mesmo após a infecção ter sido erradicada, e o antígeno assim como a reação imune inata ao patógeno, não estar mais presente. Essas células T de memória podem ser encontradas nos tecidos linfóides, nas barreiras mucosas e na circulação. As células T de memória não continuam a produzir citocinas nem a destruir as células infectadas, mas podem fazê-lo rapidamente ao encontrar um antígeno que reconhecem. Uma subpopulação de células T de memória, chamada de células de memória central, povoa os tecidos linfóides e é responsável pela rápida expansão clonal após a reexposição ao antígeno. Outro subgrupo chamado de células de memória efetoras se localiza na mucosa e medeiam as funções efetoras rápidas após novo contato com Ag. Declínio da resposta imune Todo o processo de expansão clonal e diferenciação das células T ocorrem nos órgãos linfóides periféricos. As células efetoras e de memória deixam esses tecidos e penetram na circulação, aptas a localizar uma infecção em qualquer parte do corpo. Quando a infecção é debelada e os estímulos que ativaram os linfócitos desaparecem, muitas das células que tinham proliferado em reposta ao Ag perdem os seus fatores de sobrevivência e morrem pelo processo de apoptose A resposta diminui dentro de 1 ou 2 semanas após a infecção ter sido erradicada, e o único sinal de que uma resposta imune mediada por células T ocorreu é a presença da população de linfócitos de memória sobrevivente. Questões: 1. Que sinais são necessários para ativar os linfócitos T? Que receptores celulares são utilizados para captar esses sinais e responder a eles? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 2. Como um pequeno número de células T virgens específicas para qualquer micróbio é convertido em um grande número de células T efetoras dotadas da capacidade de eliminar o micróbio? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 3. Que moléculas são produzias pelos linfócitos T que medeiam suas comunicações com outras células, como macrófagos e linfócitos B? 11
  • 12. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 4. Quais são os componentes do complexo TCR? Quais desses componentes são responsáveis pelo reconhecimento de um antígeno, e quais são responsáveis pela transdução de sinais? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 5. Cite algumas das moléculas acessórias utilizadas pelas células T para iniciar suas respostas aos antígenos. Quais são as funções dessas moléculas? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 6. O que é co-estimulação? Qual é o significado fisiológico da co-estimulação? Cite alguns dos pares ligante- receptor envolvidos na co-estimulação? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 7. Qual é o principal fator de crescimento para as células T? por que as células T específicas se expandem mais que outras células T (as “espectadoras”) quando expostas por um antígeno? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 8. Quais as principais subpopulações de células T auxiliares CD4+ e como elas se diferem? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 9. Que sinais são necessários para induzir as respostas das células T CD8+? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 12