1. Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do
barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração
de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se
para todas as artes.
Para alguns historiadores da arte, o termo rococó, indica a fase do Barroco
compreendida entre 1710 e 1780, quando os valores decorativos e ornamentais
são exaltados tanto pelos artistas quanto pelos apreciadores da arte.
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã (as fêtes
galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos
religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e
molduras.
O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de
incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizados originariamente na
decoração de grutas artificiais.
Em português por aproximação o termo rococó significa concha.
Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.
2. Para entender melhor os valores que essa tendência artística passa a
refletir, é preciso voltar ao século XVII e verificar que, durante o reinado
de Luiz XIV, ou seja, entre 1643 e 1715, a frança viveu sob um governo
centralizador e autoritário, que deu às artes uma feição clássica.
Quando Luiz XIV morreu, em 1715, a corte mudou-se de Versalhes para
Paris e ai entrou em contato com os ricos e bem-sucedidos
comerciantes, financistas e banqueiros que, por nascimento, não
pertenciam à aristocracia. Mas, graças à riqueza que possuíam, tinham
condições de proteger os artistas, atitudes que lhes dava prestígio
pessoal para serem aceitos na sociedade aristocrata. Tornaram-se, por
isso, os clientes perfeitos dos artistas, que passaram a produzir quadros
pequenos e as estatuetas de porcelana para uso doméstico, muito ao
gosto da sociedade na época.
A arte rococó refletia, portanto, os valores de uma sociedade fútil que
buscava nas obras de arte algo que lhe desse prazer e a levasse a
esquecer seus problemas reais. Os assuntos explorados pelos artistas
deveriam ser cenas graciosas, realizadas de tal forma que refletissem
uma sensualidade sutil.
3. Uso abundante de formas curvas e pela
profusão de elementos decorativos, tais como
conchas, laços e flores.
Possui leveza, caráter intimista, elegância,
alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.
4. Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi à principal corrente
da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII,
o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na
França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio
apenas um novo estilo decorativo.
Na arquitetura, o rococó manifestou-se principalmente nas decorações de
espaços interiores, que se revestiam de abundante e delicada
ornamentação. As salas e os salões têm, de preferência, a forma oval e
as paredes são cobertas com pinturas de cores claras suaves, espelho e
ornamentos com motivos florais feitos com estuque.
Em oposição a esse interior rico em elementos decorativos, a fachada
dos edifícios reflete um barroco sem exageros ou estilo clássico dos
renascentistas italianos.
São exemplos dessa arquitetura o Hôtel de Soubise, construído por
Germain Boffrand e decorado Nicolas Pineau.
5. Cores vivas foram substituídas por tons pastéis,
a luz difusa inundou os interiores por meio de
numerosas janelas e o relevo abrupto das
superfícies deu lugar a texturas suaves.
A estrutura das construções ganhou leveza e o
espaço interno foi unificado, com maior graça e
intimidade.
1736 e 1739, i o Petit Trianon, construído por Jacques
Ange Gabriel, em Versalhes, entre 1762 e 1768.
6. Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável
pela abadia beneditina de Ottobeuren, marco do
rococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó,
responsável por vários edifícios na Baviera.
Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e
palácios.
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11. Nessa arte, o estilo rococó substituiu os volumes que indicam o vigor e a emergia
barrocos por linhas suaves e graciosas. E escultura, que se torna intimista, geralmente
procura retratar as pessoas mais importantes da época. São famosas, por exemplo, as
esculturas de que Jean-Antoine Houdon fez para retratar Voltaire, Diderot, Rousseau e
tantos outros personagens da história francesa e universal. Dessas esculturas a de
Voltaire é a mais conhecida, por causa da percepção aguda que o artista teve do caráter
desse pensador francês.
Não foi apenas nos retratos que se destacou a escultura rococó. Ela foi a responsável
pela criação das estatuetas decorativas, a partir da invenção da porcelana por dois
cientistas alemães, Tischirnhaus e Boettger, em 1708. Já em 1709 surgiram as
primeiras peças decorativas em porcelana. Durante o século XVIII, os escultores
rococós alemães, franceses, italianos e espanhóis criaram modelos para a manufatura
de estatuetas, reproduzindo temas mitológicos, campestres e da sociedade cortesã.
Entre esses escultores decorativos estão, por exemplo, François Boucher e Étienne-
Maurice Falconet, que criaram modelos de pequenas estátuas de
Vênus, banhistas, ninfas e cupidos para a Manufatura Real de Porcelana de Sèrves.
Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na
arquitetura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o
rococó, quer cronológica, quer estilisticamente.
Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitetura que se
manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras
isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem
para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.
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20. Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor
alemão, membro de um grupo de famílias de
mestres da moldagem no estuque, distinguiu-se
pela criação de santos e anjos de grande tamanho,
obras-primas dos interiores rococós.
Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um
dos maiores representantes do estilo rococó na
Alemanha. Suas esculturas eram em geral feitas
em madeira e a seguir policromadas.
"Anunciação", "Anjo da guarda", "Pietà".
21. Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve
pequeno impacto na escultura e pintura francesas.
Na pintura, são nítidas as diferenças entre o Barroco e o Rococó. Enquanto o
Barroco desenvolvia temas religiosos em que as atitudes dos personagens eram
repletas de conotações dramáticas e heróicas, o Rococó desenvolvia temas
mundanos, ambientados em parques e jardins ou em interiores luxuosos. Os
personagens não são mais de inspiração popular, e sim membros de uma
aristocracia ociosa que vive seus últimos tempos de fausto antes da Revolução
Francesa.
Do ponto de vista técnico também ocorrem transformações na pintura.
Desaparecem os contrastes radicais de claro-escuro e passam a predominar as
tonalidades claras e luminosas. A técnica do pastel passa a ser bastante
utilizada, pois ela permite a produção de “certos efeitos de delicadeza e leveza dos
tecidos, maciez da pele feminina, sedosidade dos cabelos, luzes e brilhos.”
22. Antoine Watteau, (1684-1721), embora nascido em
Flandres, Watteau é considerado um verdadeiro mestre da pintura
do rococó francesa. Seus quadros de cenas amorosas substituem as
pinturas de temas religiosos e históricos. Seus personagens são
joviais e parecem delicados de cultura perfeita e de alegria de um
viver tranqüilo. Mas é indisfarçável neles uma nota de
melancolia, um certo ar de tédio em meio ao prazer. As figuras e
cenas de Watteau se converteram em modelos de um estilo
bastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a
verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX.
23. (1699-1779), tinha uma situação econômica melhor do que a de
Watteau. Esse fato permitiu-lhe uma criação mais livre e
independente dos favores da corte e das expectativas artísticas da
aristocracia. Por isso, seus quadros, em vez de apresentar o
mundo fantasioso e frívolo dos cortesãos, retratam cenas de vida
cotidiana e burguesa da França.
A principal característica de Chardin é a sua composição nítida e
unificadora de todos os elementos retratados.
A pintura de Chardin conserva o mesmo toque luminoso da
pintura de Watteau, mas os temas de interesse desses artistas,
apesar de pertencerem ao mesmo movimento artístico, são muitos
diferentes.
24. (1703-1770), as expressões ingênuas e maliciosas de suas
numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e
atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade
clássica, mas a alegre descontração do estilo rococó. Além dos
quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande
perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de
Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu estúdio").
25. (1732-1806), desenhista e retratista de talento, Fragonard
destacou-se principalmente como pintor do amor e da natureza,
de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos últimos
expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e
sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.