Francisco Félix de Lima (1927-2009), conhecido como Chico Santeiro do Seridó, foi um escultor brasileiro autodidata reconhecido por suas esculturas sacras em madeira. Após se aposentar como soldador, dedicou-se à arte escultórica, criando obras para igrejas e colecionadores privados. Sua arte o levou à fama nacional e internacional, apesar de nunca ter estudado formalmente. Nos últimos 15 anos de vida, ficou cadeirante, mas continuou a esculpir até seu falecimento.

1. FRANCISCO FÉLIX DE LIMA
Francisco Félix de Lima (Chico Santeiro do Seridó), nasceu no dia
08 de agosto de 1927, natural de Bulhões, município de Acarí, Rio Grande
do Norte. Filho de Tomaz Ferreira de Lima e Águida Maria da Conceição.
Desde criança foi fazedor de imagens, com simples argila, revelando uma
vocação artística. Conheceu as primeiras letras com professores volantes na
casa da fazenda.
Casou-se em 1962 com Ana de Medeiros Lima, natural de Currais
Novos/RN, filha de José Galvão de Medeiros e Maria Rosa de Medeiros.
Dessa união nasceram quatro filhas Eufrásia, Francinete, Aurinete e
Aurineide.
Após o casamento mudou-se para cidade de Currais Novos/RN para
trabalhar como funcionário na empresa da Mineração Brejuí como soldador
elétrico até os dias de sua aposentadoria.
Aposentado, Chico Santeiro realizou-se na arte, fez-se homem feliz,
de canivete em punho, foi fazedor de diversas esculturas em madeira de
umburana. Sua arte possuiu tal força, que, mesmo sem ter estudado em
escolas de belas artes, foi solicitado por encomendas dos vários recantos do
país, e até do estrangeiro. Entre as muitas peças de seu trabalho, se faz
necessário destacar algumas obras sacras - o Cristo do Salão Nobre da
Prefeitura Muncipal de Currais Novos RN, a orquestra e imagens sacras no
espaço de cultura popular em Natal/RN, Cristo da Matriz de Carnaúba dos
Dantas, imagens de Santas no Monte do Galo de Carnaúba dos Dantas, O
São Joaquim na Catedral de Caicó, imagem de Santana sobre a encomenda
Mons. Ausônio Araújo na Matriz de Santana de Currais Novos/RN,
diversas peças no acervo particular do Pe. Antenor Cabral em Caicó. Suas
obras tem vida, expressão e movimento.

2. A fase mais difícil de sua vida foi nos últimos 15 anos até a sua
morte, levou uma vida de restrições absolutas, ficou cadeirante, mais não
desistiu de se realizar na arte, o dom da arte marcou-o como tal – prazer e
admiração pelo que sempre foi capaz de fazer, esculturas, restaurações de
gesso e pinturas.
Faleceu no dia 31 de agosto de 2009 às dez horas e trinta minutos no
Hospital Regional Padre João Maria, o velório foi realizado na capela São
Lucas Tadeu e o sepultamento no cemitério Nossa Senhora de Fátima no
dia seguinte.