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Filosofia – 10°Ano
Tema: A experiência estética
Objecto produzido e valor de mercado da obra de arte
A existência da arte pressupõe o seu financiamento. Mas um artista subsidiado pelo estado
não poderá pôr em causa a sua liberdade de expressão?
Na arte contemporânea encontramos várias expressões de arte tais como: Art Pop,
Happening, Arte conceptual, Minimal Art, Land Art, e Body Art – estas são uma denúncia e
rejeição de todo o tipo de normatividade e valor tradicional economicista da arte. Usam
materiais frágeis, simplicidade, pessoas e corpos.
A economia influencia a produção artística e, por isso, nas sociedades mais
desenvolvidas há leilões onde um público específico adquire obras de arte.
A industrialização da estética na sociedade contemporânea.
Esta industrialização porá em causa o carácter único e irrepetivel da obra de arte?
O que permite distinguir um objecto de uma obra de arte?
Os mass-media aumentam a divulgação das obras de arte entre o público. Mas isto fortalece
a experiência estética ou transforma o prazer estético em diversão?
Na modernidade surge uma nova concepção de indíviduo que produz a obra de arte – surgem
os direitos de autor. Mas cada vez mais, nas sociedades de massas, economicistas, estes
são postos em causa pela publicidade, pelos livros de bolso e pela Internet.
Hoje, os bens culturais são industrializados, os museus são lugares de excursão e é difícil
encontrar um autor único – veja-se o exemplo do cinema em que é difícil definir a autoria de
uma produção artística.
A democratização das sociedades implicou um maior acesso das populações à arte. Há
uma massificação e um consumismo cada vez maior e a arte surge como espetáculo.
Embora o artista seja mais divulgado ele poderá ser esmagado por esse poder.
Pluralidade de sentidos da obra de arte.
Há ou não uma interpretação canônica (modelo) da obra de arte?
NÃO. A obra de arte não se esgota nas interpretações já feitas e suscita sempre inúmeras
interpretações o que a enriquece. A obra de arte exige um esforço de interpretação pessoal já
que ela é intemporal – admirar uma obra de arte do Renascimento continua a ser
enriquecedor. Mas, claro, que há argumentações nas interpretações da obra de arte melhor
fundamentadas que outras – os críticos e o homem comum.Se queremos analisar uma obra
de arte devemos documentar-nos, pois há obras que são ricas de sentidos.
A arte como manifestação da identidade cultural de um povo
Uma obra de arte relaciona-se com a época em que surge e há que situá-la num contexto
social e histórico através dos temas, motivos, material usado pelo artista, objectos, recursos e
políticas culturais que cada época possibilita aos artistas. Cada época valoriza tipos de arte
em detrimento de outros. A arte nascendo num contexto cultural, assume-se como um
esforço de autonomia e liberdade.
A arte como alargamento do horizonte de cada ser humano
A arte ajuda-nos a ver a realidade a partir de ângulos nunca antes experimentados. Através
da arte conhecemos melhor o mundo e a nós mesmos. Ela é construção de mundos e de
realidades de ficção, porque o artista que não copia o real, dá forma, constrói, torna visíveis
realidades, figuras e mundos possíveis.
A arte exige criatividade e muito trabalho, e, muitas vezes, uma dedicação exclusiva por parte
do artista que estuda, experimenta, cria, faz, desfaz e refaz. Cézanne, por exemplo, pintou
muitas vezes a mesma montanha, a várias horas do dia como se nunca estivesse satisfeito na
expressão da sua experiência estética.
Não seriamos hoje o que somos se não tivessem existido todas as obras de arte produzidas
pelos artistas e que são património da humanidade.
Harold Bloom afirmou que “o mundo é como é porque Shakespeare existiu”.
Que mundo seria o nosso sem as figuras, as cores, os sons, as personagens, as formas
e os universos criados pelos artistas?
Como sabemos, o homem é um ser frágil, que, continuamente, doa sentido ao mundo. A
realidade é um mistério que desafia sempre as nossas interpretações.
O homem tem, por isso mesmo, necessidade de, constantemente, de reinventar a arte.
Rosa Sousa
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  • 1. Filosofia – 10°Ano Tema: A experiência estética Objecto produzido e valor de mercado da obra de arte A existência da arte pressupõe o seu financiamento. Mas um artista subsidiado pelo estado não poderá pôr em causa a sua liberdade de expressão? Na arte contemporânea encontramos várias expressões de arte tais como: Art Pop, Happening, Arte conceptual, Minimal Art, Land Art, e Body Art – estas são uma denúncia e rejeição de todo o tipo de normatividade e valor tradicional economicista da arte. Usam materiais frágeis, simplicidade, pessoas e corpos. A economia influencia a produção artística e, por isso, nas sociedades mais desenvolvidas há leilões onde um público específico adquire obras de arte. A industrialização da estética na sociedade contemporânea. Esta industrialização porá em causa o carácter único e irrepetivel da obra de arte? O que permite distinguir um objecto de uma obra de arte? Os mass-media aumentam a divulgação das obras de arte entre o público. Mas isto fortalece a experiência estética ou transforma o prazer estético em diversão? Na modernidade surge uma nova concepção de indíviduo que produz a obra de arte – surgem os direitos de autor. Mas cada vez mais, nas sociedades de massas, economicistas, estes são postos em causa pela publicidade, pelos livros de bolso e pela Internet. Hoje, os bens culturais são industrializados, os museus são lugares de excursão e é difícil encontrar um autor único – veja-se o exemplo do cinema em que é difícil definir a autoria de uma produção artística. A democratização das sociedades implicou um maior acesso das populações à arte. Há uma massificação e um consumismo cada vez maior e a arte surge como espetáculo. Embora o artista seja mais divulgado ele poderá ser esmagado por esse poder. Pluralidade de sentidos da obra de arte. Há ou não uma interpretação canônica (modelo) da obra de arte? NÃO. A obra de arte não se esgota nas interpretações já feitas e suscita sempre inúmeras interpretações o que a enriquece. A obra de arte exige um esforço de interpretação pessoal já que ela é intemporal – admirar uma obra de arte do Renascimento continua a ser enriquecedor. Mas, claro, que há argumentações nas interpretações da obra de arte melhor
  • 2. fundamentadas que outras – os críticos e o homem comum.Se queremos analisar uma obra de arte devemos documentar-nos, pois há obras que são ricas de sentidos. A arte como manifestação da identidade cultural de um povo Uma obra de arte relaciona-se com a época em que surge e há que situá-la num contexto social e histórico através dos temas, motivos, material usado pelo artista, objectos, recursos e políticas culturais que cada época possibilita aos artistas. Cada época valoriza tipos de arte em detrimento de outros. A arte nascendo num contexto cultural, assume-se como um esforço de autonomia e liberdade. A arte como alargamento do horizonte de cada ser humano A arte ajuda-nos a ver a realidade a partir de ângulos nunca antes experimentados. Através da arte conhecemos melhor o mundo e a nós mesmos. Ela é construção de mundos e de realidades de ficção, porque o artista que não copia o real, dá forma, constrói, torna visíveis realidades, figuras e mundos possíveis. A arte exige criatividade e muito trabalho, e, muitas vezes, uma dedicação exclusiva por parte do artista que estuda, experimenta, cria, faz, desfaz e refaz. Cézanne, por exemplo, pintou muitas vezes a mesma montanha, a várias horas do dia como se nunca estivesse satisfeito na expressão da sua experiência estética. Não seriamos hoje o que somos se não tivessem existido todas as obras de arte produzidas pelos artistas e que são património da humanidade. Harold Bloom afirmou que “o mundo é como é porque Shakespeare existiu”. Que mundo seria o nosso sem as figuras, as cores, os sons, as personagens, as formas e os universos criados pelos artistas? Como sabemos, o homem é um ser frágil, que, continuamente, doa sentido ao mundo. A realidade é um mistério que desafia sempre as nossas interpretações. O homem tem, por isso mesmo, necessidade de, constantemente, de reinventar a arte. Rosa Sousa Art & Mathematics de Victor Vasarely