Este documento apresenta uma rede conceptual da ação consciente, definindo seus principais elementos: 1) o agente, que reúne o ato físico e a dimensão mental da ação; 2) a intenção, que define para quê a ação é realizada; e 3) o acontecimento, que é a incursão do agente no mundo podendo alterá-lo.
3. REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
CONSCIENTE
MOTIVO
VONTADE
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noção do ato
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porquê da ação
sujeitomostrarquerer
de
AGENTE
DELIBERAÇÃO
reflexão sobre
as possibilidades
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e diferentes
cursos da ação
DECISÃO
opção
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DECISÃO RACIONAL
opção pela ação com
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melhores razões
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sujeito da ação
aquele que reúne o ato físico
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e a dimensão mental da ação
INTENÇÃO
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para quê
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dimensão mental da ação
ESCOLHA
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realização da ação
ACONTECIMENTO
incursão do agente
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no curso do mundo,
podendo alterá-lo
4. Agente
E também não pode haver ações sem agentes. Uma
ação é formada por agente X e um acontecimento Y, de tal
modo que X tem a intenção que ocorra Y e mediante a sua
interferência consegue que ocorra Y.
Jesús Mosterín (1987). Racionalidad e accíon humana. Madrid: Alianza Editorial, p. 145
(adaptado).
5. Vontade
“Fiz voluntariamente determinada coisa” significa que sem a
minha autorização essa coisa não teria acontecido. É ação
minha, o que não teria acontecido se eu não tivesse querido
que acontecesse.
Fernando Savater (1999). As perguntas da vida. Uma iniciação à reflexão filosófica.
Lisboa: Publicações D. Quixote, p. 143.
6. Intenção
A noção nuclear na estrutura do comportamento
humano é a intencionalidade.
Os movimentos corporais das nossas ações são
causados pelas nossas intenções.
John Searle (1987). Mente, cérebro e ciência. Lisboa: Edições 70, pp. 74 e 79 (adaptado).
7. O conceito de intenção é o conceito-chave, juntamente com
o de motivo e de agente.
Intenção e motivo são noções conexas, o motivo é motivo de
uma intenção.
Intenção e motivo distinguem-se em virtude de não
responderem à mesma pergunta: a intenção responde à pergunta
quê, que fazes? O motivo responde à questão porquê? Tem,
portanto, a função de explicação.
A intenção compreende-se como a intenção de alguém. O
motivo remete também para a noção do agente; que é que levou A a
fazer X?
Paul Ricoeur (1988). O discurso da ação. Lisboa: Edições 70, pp. 50-56 (adaptado).
8. Deliberação
A deliberação é um raciocínio prático, um momento
em que perante vários cursos de ação possíveis, entre vários
desejos que se podem opor entre si, se analisa qual a melhor
decisão.
9. Acontecimento
A ação é, assim, um acontecimento no qual um agente,
consciente e dotado de vontade, impulsionado por um motivo,
causa um ato visível no mundo, do qual pode resultar uma
alteração significativa no curso dos acontecimentos.