SlideShare a Scribd company logo
1 of 14
Direção e distâncias
em Astronomia



        Núcleo de Astronomia Galileu Galilei
  Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus – Leiria
A esfera celeste
A astronomia é uma ciência essencialmente observacional, ao contrário de
outras ciências físicas que utilizam o método experimental. Apesar de a
astronomia actual não se limitar à observação e catalogação dos objectos
observados, esta ciência foi no seu início quase exclusivamente observacional,
assim se mantendo durante séculos ou mesmo milénios. Na verdade desde
cedo se tornou necessário o registo das direcções dos objectos que iam sendo
observados em número cada vez maior. Para isso, isto é, para efectuar o
registo dessas direcções, considerou-se vantajoso utilizar uma esfera de raio
arbitrário, a esfera celeste, ocupando a Terra (o observador) o seu centro. Os
objectos astronómicos supõem-se projectados nesta esfera.
Na superfície da esfera celeste, para além de se assinalarem as
posições dos objectos observados convém igualmente localizar alguns
pontos de referência importantes, de entre os quais se destacam:
o pólo norte celeste (PNC) e pólo sul celeste (PSC) que resultam
da intersecção do eixo de rotação da Terra com a superfície da esfera
celeste;
o zénite (Z) e o nadir (N) que resultam da intersecção da superfície
da esfera celeste com a vertical do observador - o zénite fica acima do
observador (e daí, visível), o nadir, por ficar abaixo do observador é
invisível.
Por outro lado, da intersecção de alguns planos de referência com a
esfera celeste podem resultar:
círculos máximos, se os planos passarem pelo centro da esfera;


círculos   menores, se os planos não passarem pelo centro da
esfera.

De entre os planos, ou círculos correspondentes, assumem maior
importância os seguintes:
o equador é o círculo máximo ortogonal ao eixo de rotação da Terra;
um    círculo horário é qualquer círculo máximo, cujo plano
correspondente contém a direcção do eixo de rotação da Terra, isto é
a             direcção          PNC              -             PSC;

o   meridiano de um lugar é o círculo horário cujo plano contém a
vertical do lugar, e que portanto intersecta o plano do horizonte
segundo a direcção Norte - Sul;
paralelo   é qualquer círculo menor que resulta da intersecção da
esfera celeste com um plano paralelo ao equador;
o   horizonte é o círculo máximo ortogonal à vertical do lugar;
círculo  de altura é qualquer círculo menor resultante da intersecção
da esfera celeste com um plano paralelo ao horizonte;
um    círculo vertical é qualquer círculo máximo cujo plano
correspondente contém a direcção da vertical;
o  primeiro vertical é o vertical ortogonal ao plano do meridiano e
portanto intersecta o horizonte segundo a direcção Este - Oeste.
Estes pontos e planos (ou círculos) de referência servem para
caracterizar alguns dos sistemas de coordenadas mais utilizados em
astronomia.
A direção dos Astros
Sistemas de coordenadas
Os sistemas de referência podem ser classificados de acordo com a
localização da sua origem. De entre as diversas possibilidades
destacam-se as seguintes:
um referencial chama-se topocêntrico se a sua origem coincide com
a posição do observador à superfície da Terra;
um referencial é designado por referencial geocêntrico quando se
escolhe para origem o centro da Terra;
um referencial para o qual a origem adoptada é o centro do Sol é
designado por referencial heliocêntrico.
Para localizar pontos na superfície de uma esfera (a esfera celeste),
duas coordenadas esféricas são necessárias e suficientes para definir
a posição desses pontos. Assim, os sistemas de referência
astronómicos ficam completamente caracterizados quando é definido o
seu plano fundamental, o qual determina univocamente a direção
fundamental, que é a direcção perpendicular ao plano fundamental.
Na Terra, o sistema de coordenadas geográficas (esféricas) tem o
plano do equador como plano fundamental, sendo a direcção
fundamental a direcção do eixo de rotação.
O sistema equatorial celeste
 Para resolver o problema levantado no sistema de referência
 equatorial local, quanto à dependência de uma das suas
 coordenadas com o observador, considera-se um outro plano que,
 tal como o equador, é também independente do local de
 observação. esse plano é o plano da órbita da Terra, isto é, o plano
 definido pelo centro do Sol e o pelo vector velocidade heliocêntrica
 do centro de massa do sistema Terra - Lua. É o chamado plano da
 eclíptica.
Este plano faz um ângulo e com o plano do equador, designado por
obliquidade da eclíptica e cujo valor é 23,5º. A intersecção entre o
plano do equador e o plano da eclíptica define uma direcção, que é
naturalmente independente do observador, a linha dos equinócios,
que por sua vez determina, na superfície da esfera celeste, a posição
do equinócio da Primavera e do equinócio do Outono.
O equinócio da Primavera, também designado por ponto vernal (γ), é
o ponto em que o Sol, no seu movimento aparente, atravessa o plano
do equador de Sul para Norte. O equinócio do Outono é, naturalmente,
o ponto em que o Sol, ao efectuar aquele movimento, atravessa o
plano do equador de Norte para Sul. Ficam assim igualmente definidos
sobre o plano da eclíptica os pontos dos solstícios que distam 90º dos
pontos dos equinócios.
Considerando então um sistema de referência em que o plano
fundamental continua a ser o equador e em que a origem da segunda
coordenada, a que é medida sobre o equador, é o ponto vernal,
obtemos um sistema de coordenadas independente do local de
observação. este sistema de referência a que se dá o nome de sistema
equatorial celeste, é semelhante ao sistema equatorial local, tendo em
comum uma das coordenadas, a declinação δ. No entanto, a
coordenada medida sobre o equador é contada a partir de uma nova
origem, o ponto vernal γ, que é independente do observador. Esta
coordenada tem o nome de ascensão reta, representa-se por a, e é
medida em sentido oposto ao de H, isto é, em sentido directo. A
ascensão recta α, tem valores no mesmo intervalo que o ângulo horário,
isto é:

                           0h ≤ α ≤ 24h
Uma vez que no sistema equatorial celeste as coordenadas são
independentes da posição do observador, as coordenadas de uma
mesma estrela são constantes neste referencial. Este facto tem
inúmeras vantagens. Em particular permite:
elaborar catálogos de estrelas e galáxias, por exemplo, utilizáveis por
qualquer observador;
comparar observações independentes, isto é, efectuadas por
diversos observadores em diferentes locais de observação.

More Related Content

What's hot

Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Thommas Kevin
 
Topografia (direções de referência, medição de angulo e distância, altimetri...
Topografia (direções de  referência, medição de angulo e distância, altimetri...Topografia (direções de  referência, medição de angulo e distância, altimetri...
Topografia (direções de referência, medição de angulo e distância, altimetri...Renata Araújo
 
A localização absoluta
A localização absolutaA localização absoluta
A localização absolutaGina Espenica
 
5 projecoes cartograficas
5 projecoes cartograficas5 projecoes cartograficas
5 projecoes cartograficasLucas Cechinel
 
Cartografia aula 9 - sistemas de coordenadas - utm
Cartografia   aula 9 - sistemas de coordenadas - utmCartografia   aula 9 - sistemas de coordenadas - utm
Cartografia aula 9 - sistemas de coordenadas - utmFabrício Almeida
 
Apresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terraApresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terracrisdinis
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Thommas Kevin
 
Apresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terraApresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terracrisdinis
 
Apresentaçao cartografia
Apresentaçao cartografiaApresentaçao cartografia
Apresentaçao cartografiaLucas pk'
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Thommas Kevin
 
A terra e seus movimentos cap 1
A terra e seus movimentos cap 1A terra e seus movimentos cap 1
A terra e seus movimentos cap 1J R Messias
 
Localização absoluta conceitos
Localização absoluta conceitosLocalização absoluta conceitos
Localização absoluta conceitosGeografias Geo
 
Aula introdução cartografia
Aula   introdução cartografiaAula   introdução cartografia
Aula introdução cartografiaOmar Fürst
 
Localização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º DLocalização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º Dabarros
 

What's hot (19)

6º ano (caps. 4 e 5)
6º ano (caps. 4 e 5)6º ano (caps. 4 e 5)
6º ano (caps. 4 e 5)
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
 
Topografia (direções de referência, medição de angulo e distância, altimetri...
Topografia (direções de  referência, medição de angulo e distância, altimetri...Topografia (direções de  referência, medição de angulo e distância, altimetri...
Topografia (direções de referência, medição de angulo e distância, altimetri...
 
A localização absoluta
A localização absolutaA localização absoluta
A localização absoluta
 
5 projecoes cartograficas
5 projecoes cartograficas5 projecoes cartograficas
5 projecoes cartograficas
 
Esferas
EsferasEsferas
Esferas
 
Cartografia aula 9 - sistemas de coordenadas - utm
Cartografia   aula 9 - sistemas de coordenadas - utmCartografia   aula 9 - sistemas de coordenadas - utm
Cartografia aula 9 - sistemas de coordenadas - utm
 
Apresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terraApresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terra
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
 
Apresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terraApresentação elementos geométricos da terra
Apresentação elementos geométricos da terra
 
Coordenadas geo
Coordenadas geoCoordenadas geo
Coordenadas geo
 
Apresentaçao cartografia
Apresentaçao cartografiaApresentaçao cartografia
Apresentaçao cartografia
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
 
ProjeçõEs2010
ProjeçõEs2010ProjeçõEs2010
ProjeçõEs2010
 
A terra e seus movimentos cap 1
A terra e seus movimentos cap 1A terra e seus movimentos cap 1
A terra e seus movimentos cap 1
 
Localização absoluta conceitos
Localização absoluta conceitosLocalização absoluta conceitos
Localização absoluta conceitos
 
Aula introdução cartografia
Aula   introdução cartografiaAula   introdução cartografia
Aula introdução cartografia
 
Localização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º DLocalização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º D
 

Viewers also liked

DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEK
DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEKDEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEK
DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEKtim_grootes
 
intervencion socieducativa
intervencion socieducativaintervencion socieducativa
intervencion socieducativaliliana reyes
 
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global Consulting
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global ConsultingAlta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global Consulting
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global ConsultingEthika Global Consulting
 
MakeYourHome Doppelboden
MakeYourHome DoppelbodenMakeYourHome Doppelboden
MakeYourHome DoppelbodenRalf Böwing
 
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazeta
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazetaImprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazeta
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazetaLeonardo Gomez
 
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivity
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - ProductivityContent Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivity
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivityfglynn
 
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazeta
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazetaJornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazeta
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazetaLeonardo Gomez
 
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.indd
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.inddJornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.indd
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.inddLeonardo Gomez
 

Viewers also liked (8)

DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEK
DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEKDEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEK
DEGERO ENGINEERING | MEET & REGELTECHNIEK
 
intervencion socieducativa
intervencion socieducativaintervencion socieducativa
intervencion socieducativa
 
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global Consulting
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global ConsultingAlta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global Consulting
Alta volatilidad en los mercados. Artículo de Ethika Global Consulting
 
MakeYourHome Doppelboden
MakeYourHome DoppelbodenMakeYourHome Doppelboden
MakeYourHome Doppelboden
 
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazeta
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazetaImprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazeta
Imprensa livre ed-106_outubro_2012_formato_gazeta
 
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivity
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - ProductivityContent Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivity
Content Storage Black Hole - Box Sharepoint - Productivity
 
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazeta
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazetaJornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazeta
Jornal espirito santo_ed-05_maio_2012_formato_gazeta
 
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.indd
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.inddJornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.indd
Jornal espirito santo_ed-04_abril_2012_formato_gazeta.indd
 

Similar to Direcões e distâncias em Astronomia

A terrano sistemaplanetario
A terrano sistemaplanetarioA terrano sistemaplanetario
A terrano sistemaplanetarioPetroleoecologia
 
Localizacao Absoluta
Localizacao AbsolutaLocalizacao Absoluta
Localizacao AbsolutaCarla Rocha
 
Movimentos e orbitas_dos_planetas
Movimentos e orbitas_dos_planetasMovimentos e orbitas_dos_planetas
Movimentos e orbitas_dos_planetasRosário Duarte
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Thommas Kevin
 
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauer
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauerCiências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauer
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauerFrancisco Javier Cervigon Ruckauer
 
Cartografia 2011
Cartografia 2011Cartografia 2011
Cartografia 2011caroline-f
 
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civil
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civilAula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civil
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civildebvieir
 
distc3a2ncias1 (1).ppsx
distc3a2ncias1 (1).ppsxdistc3a2ncias1 (1).ppsx
distc3a2ncias1 (1).ppsxMariaCandeias8
 
Geofísica
GeofísicaGeofísica
GeofísicaUFES
 
Calculos de Navegação
Calculos de NavegaçãoCalculos de Navegação
Calculos de NavegaçãoPaulo Cruz
 
Equação do tempo (1)
Equação do tempo (1)Equação do tempo (1)
Equação do tempo (1)Fausto Fonseca
 
Aula 2 Orientação e localização
Aula 2 Orientação e localizaçãoAula 2 Orientação e localização
Aula 2 Orientação e localizaçãoPéricles Penuel
 
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISTERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISFábio Ribeiro
 
Geografia cartografia e geomorfologia
Geografia cartografia e geomorfologiaGeografia cartografia e geomorfologia
Geografia cartografia e geomorfologiaBriefCase
 

Similar to Direcões e distâncias em Astronomia (20)

A terrano sistemaplanetario
A terrano sistemaplanetarioA terrano sistemaplanetario
A terrano sistemaplanetario
 
Astronomia para iniciantes
Astronomia para iniciantesAstronomia para iniciantes
Astronomia para iniciantes
 
Localizacao Absoluta
Localizacao AbsolutaLocalizacao Absoluta
Localizacao Absoluta
 
Movimentos e orbitas_dos_planetas
Movimentos e orbitas_dos_planetasMovimentos e orbitas_dos_planetas
Movimentos e orbitas_dos_planetas
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
 
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauer
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauerCiências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauer
Ciências cartográficas guião de vídeo francisco javier cervigon ruckauer
 
Cartografia 2011
Cartografia 2011Cartografia 2011
Cartografia 2011
 
Aula 01 introdução a navegação aérea
Aula 01 introdução a navegação aéreaAula 01 introdução a navegação aérea
Aula 01 introdução a navegação aérea
 
Movimentos da terra
Movimentos da terraMovimentos da terra
Movimentos da terra
 
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civil
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civilAula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civil
Aula de topografia 1 - módulo 1 - Engenharia civil
 
distc3a2ncias1 (1).ppsx
distc3a2ncias1 (1).ppsxdistc3a2ncias1 (1).ppsx
distc3a2ncias1 (1).ppsx
 
Geofísica
GeofísicaGeofísica
Geofísica
 
Calculos de Navegação
Calculos de NavegaçãoCalculos de Navegação
Calculos de Navegação
 
Trabalho sobre GPS II
Trabalho sobre GPS IITrabalho sobre GPS II
Trabalho sobre GPS II
 
Equação do tempo (1)
Equação do tempo (1)Equação do tempo (1)
Equação do tempo (1)
 
Orientação no Espaço Geografico
Orientação no Espaço GeograficoOrientação no Espaço Geografico
Orientação no Espaço Geografico
 
Aula 2 Orientação e localização
Aula 2 Orientação e localizaçãoAula 2 Orientação e localização
Aula 2 Orientação e localização
 
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISTERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 
Geografia cartografia e geomorfologia
Geografia cartografia e geomorfologiaGeografia cartografia e geomorfologia
Geografia cartografia e geomorfologia
 
Slides rivancley
Slides   rivancleySlides   rivancley
Slides rivancley
 

More from Fernando Martins

More from Fernando Martins (8)

Ciclo das rochas
Ciclo das rochasCiclo das rochas
Ciclo das rochas
 
Eclipses
EclipsesEclipses
Eclipses
 
Introdução ao Estudo da Astronomia
Introdução ao Estudo da AstronomiaIntrodução ao Estudo da Astronomia
Introdução ao Estudo da Astronomia
 
Meteoritos
MeteoritosMeteoritos
Meteoritos
 
Mina da Guimarota - Leiria
Mina da Guimarota - LeiriaMina da Guimarota - Leiria
Mina da Guimarota - Leiria
 
Vulcanismo 2012 13
Vulcanismo 2012 13Vulcanismo 2012 13
Vulcanismo 2012 13
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 
Iniciação ao Estudo da Astronomia
Iniciação ao Estudo da AstronomiaIniciação ao Estudo da Astronomia
Iniciação ao Estudo da Astronomia
 

Recently uploaded

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfHELENO FAVACHO
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxLeonardoGabriel65
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAJulianeMelo17
 

Recently uploaded (20)

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 

Direcões e distâncias em Astronomia

  • 1. Direção e distâncias em Astronomia Núcleo de Astronomia Galileu Galilei Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus – Leiria
  • 2. A esfera celeste A astronomia é uma ciência essencialmente observacional, ao contrário de outras ciências físicas que utilizam o método experimental. Apesar de a astronomia actual não se limitar à observação e catalogação dos objectos observados, esta ciência foi no seu início quase exclusivamente observacional, assim se mantendo durante séculos ou mesmo milénios. Na verdade desde cedo se tornou necessário o registo das direcções dos objectos que iam sendo observados em número cada vez maior. Para isso, isto é, para efectuar o registo dessas direcções, considerou-se vantajoso utilizar uma esfera de raio arbitrário, a esfera celeste, ocupando a Terra (o observador) o seu centro. Os objectos astronómicos supõem-se projectados nesta esfera.
  • 3. Na superfície da esfera celeste, para além de se assinalarem as posições dos objectos observados convém igualmente localizar alguns pontos de referência importantes, de entre os quais se destacam: o pólo norte celeste (PNC) e pólo sul celeste (PSC) que resultam da intersecção do eixo de rotação da Terra com a superfície da esfera celeste; o zénite (Z) e o nadir (N) que resultam da intersecção da superfície da esfera celeste com a vertical do observador - o zénite fica acima do observador (e daí, visível), o nadir, por ficar abaixo do observador é invisível.
  • 4. Por outro lado, da intersecção de alguns planos de referência com a esfera celeste podem resultar: círculos máximos, se os planos passarem pelo centro da esfera; círculos menores, se os planos não passarem pelo centro da esfera. De entre os planos, ou círculos correspondentes, assumem maior importância os seguintes: o equador é o círculo máximo ortogonal ao eixo de rotação da Terra;
  • 5. um círculo horário é qualquer círculo máximo, cujo plano correspondente contém a direcção do eixo de rotação da Terra, isto é a direcção PNC - PSC; o meridiano de um lugar é o círculo horário cujo plano contém a vertical do lugar, e que portanto intersecta o plano do horizonte segundo a direcção Norte - Sul; paralelo é qualquer círculo menor que resulta da intersecção da esfera celeste com um plano paralelo ao equador; o horizonte é o círculo máximo ortogonal à vertical do lugar;
  • 6. círculo de altura é qualquer círculo menor resultante da intersecção da esfera celeste com um plano paralelo ao horizonte; um círculo vertical é qualquer círculo máximo cujo plano correspondente contém a direcção da vertical; o primeiro vertical é o vertical ortogonal ao plano do meridiano e portanto intersecta o horizonte segundo a direcção Este - Oeste. Estes pontos e planos (ou círculos) de referência servem para caracterizar alguns dos sistemas de coordenadas mais utilizados em astronomia.
  • 7. A direção dos Astros Sistemas de coordenadas Os sistemas de referência podem ser classificados de acordo com a localização da sua origem. De entre as diversas possibilidades destacam-se as seguintes: um referencial chama-se topocêntrico se a sua origem coincide com a posição do observador à superfície da Terra; um referencial é designado por referencial geocêntrico quando se escolhe para origem o centro da Terra; um referencial para o qual a origem adoptada é o centro do Sol é designado por referencial heliocêntrico.
  • 8. Para localizar pontos na superfície de uma esfera (a esfera celeste), duas coordenadas esféricas são necessárias e suficientes para definir a posição desses pontos. Assim, os sistemas de referência astronómicos ficam completamente caracterizados quando é definido o seu plano fundamental, o qual determina univocamente a direção fundamental, que é a direcção perpendicular ao plano fundamental. Na Terra, o sistema de coordenadas geográficas (esféricas) tem o plano do equador como plano fundamental, sendo a direcção fundamental a direcção do eixo de rotação.
  • 9. O sistema equatorial celeste Para resolver o problema levantado no sistema de referência equatorial local, quanto à dependência de uma das suas coordenadas com o observador, considera-se um outro plano que, tal como o equador, é também independente do local de observação. esse plano é o plano da órbita da Terra, isto é, o plano definido pelo centro do Sol e o pelo vector velocidade heliocêntrica do centro de massa do sistema Terra - Lua. É o chamado plano da eclíptica.
  • 10. Este plano faz um ângulo e com o plano do equador, designado por obliquidade da eclíptica e cujo valor é 23,5º. A intersecção entre o plano do equador e o plano da eclíptica define uma direcção, que é naturalmente independente do observador, a linha dos equinócios, que por sua vez determina, na superfície da esfera celeste, a posição do equinócio da Primavera e do equinócio do Outono.
  • 11. O equinócio da Primavera, também designado por ponto vernal (γ), é o ponto em que o Sol, no seu movimento aparente, atravessa o plano do equador de Sul para Norte. O equinócio do Outono é, naturalmente, o ponto em que o Sol, ao efectuar aquele movimento, atravessa o plano do equador de Norte para Sul. Ficam assim igualmente definidos sobre o plano da eclíptica os pontos dos solstícios que distam 90º dos pontos dos equinócios.
  • 12. Considerando então um sistema de referência em que o plano fundamental continua a ser o equador e em que a origem da segunda coordenada, a que é medida sobre o equador, é o ponto vernal, obtemos um sistema de coordenadas independente do local de observação. este sistema de referência a que se dá o nome de sistema equatorial celeste, é semelhante ao sistema equatorial local, tendo em comum uma das coordenadas, a declinação δ. No entanto, a coordenada medida sobre o equador é contada a partir de uma nova origem, o ponto vernal γ, que é independente do observador. Esta coordenada tem o nome de ascensão reta, representa-se por a, e é medida em sentido oposto ao de H, isto é, em sentido directo. A ascensão recta α, tem valores no mesmo intervalo que o ângulo horário, isto é: 0h ≤ α ≤ 24h
  • 13.
  • 14. Uma vez que no sistema equatorial celeste as coordenadas são independentes da posição do observador, as coordenadas de uma mesma estrela são constantes neste referencial. Este facto tem inúmeras vantagens. Em particular permite: elaborar catálogos de estrelas e galáxias, por exemplo, utilizáveis por qualquer observador; comparar observações independentes, isto é, efectuadas por diversos observadores em diferentes locais de observação.