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“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João, 8:32)
Separei alguma coisa muito importante para nossa reflexão. Vou falar um
pouco sobre LIBERDADE, à luz dos conceitos trazidos pela Doutrina
Espírita.
Na declaração universal dos direitos do homem, adotada e proclamada na
Assembleia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 1948, importante
documento, que todos os países membros da ONU se propõem respeitar, a
liberdade aparece em destaque, sendo diversas vezes mencionada no
prefácio e em vários dos trinta artigos que integram a declaração.
Fala-se muito em liberdade hoje em dia. A busca dessa liberdade sempre
foi uma constante na história humana; constitui uma aspiração natural do
homem.
Compõe o conjunto dos elementos que habitualmente o ser humano
imagina que sejam necessários ao bem-estar dele.
Todos nós gostamos de escolher nossos caminhos, livres da interferência de
terceiros, não é mesmo? Cada um formulando o seu próprio conceito em
torno da liberdade, não se preocupando muito com os reflexos que tal
conceito possam ter na coletividade. Para ser livre, muitas vezes, o homem
trilha caminhos tortuosos. A maioria das revoluções foi levada a efeito sob
o pretexto de livrar os povos de tiranos que os subjugavam. Os sistemas
obscurantistas sempre exerceram predomínio sobre massas, predomínio
esse que, em alguns casos, atingiu as raias do inconcebível.
No mundo atual, com os valores em constante mutação, ser livre persiste
como uma meta a ser atingida. Mas resta saber se o que o ser humano está
querendo realmente possui o condão de libertá-lo.
Tudo na Criação está em permanente processo de transformação e
aperfeiçoamento. Assim também ocorre com o ser humano. Em sua
condição de espírito, trilha marcha ascendente rumo à angelitude. Foi
criado em estado de absoluta simplicidade e ignorância, mas possui, desde
o princípio, os embriões de todas as virtudes. Gradualmente, toma ciência
de seu potencial e passa a fazer opções. O progresso espiritual pressupõe o
desenvolvimento da faculdade de discernir o bem e o mal.
Para aquisição desse senso moral, para crescer em entendimento e
compreensão, é imprescindível a liberdade de opção. Quanto mais o
espírito burila seu intelecto e exerce sua vontade mais liberdade tem.
As leis humanas são frequentemente burladas e enganadas, contudo, nos
estatutos divinos não há qualquer falha. Sendo as leis divinas inscritas na
consciência de cada homem, elas jamais serão burladas, porque ninguém
escapará de si próprio.
A estima e a valorização de nossa própria liberdade pressupõem o respeito
à liberdade alheia, sem o quê não seria possível a ordem indispensável à
vida social
Nosso direito de agir vai até onde começa o direito do próximo, facilmente
identificado por aquele limite que, em condições idênticas, não gostaríamos
que alguém ultrapassasse para conosco. Geralmente a consideração dos
fatores internos fica esquecida; aqueles fatores que estão no nosso íntimo,
igualmente ou até mais importantes para que se possa ser realmente livre.
Nesse sentido, não é raro verem-se indivíduos clamando, exigindo
liberdade para serem escravos dos vícios, dos preconceitos, de vivência
desequilibrada e dos apegos às vãs tradições, numa evidente demonstração
de desconhecimento do verdadeiro significado de liberdade. Enquanto não
se libertar da tutela dessas viciações e desatinos, o homem continuará
subjugado por esses monstros, responsáveis pela afronta à sociedade e pela
frieza do amor na Terra.
Na Doutrina Espírita, esse assunto mereceu todo um capítulo (Capítulo X)
em O Livro dos Espíritos. É importante notar que os instrutores espirituais,
ao lado do direito à liberdade, fizeram questão de mencionar os deveres a
ela associados, como se vê nas questões a seguir:
825 – Haverá no mundo posições em que o homem possa jactar-se de gozar
de absoluta liberdade?
“Não, porque todos precisais uns dos outros, tanto dos pequenos como dos
grandes”.
826 – Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade?
“Nas do eremita no deserto”.
Complementam os Espíritos: “Desde que juntos estejam dois homens, há
entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar; não mais,
portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta”.
827 – A obrigação de respeitar os direitos alheios tira do homem o de
pertencer-se a si mesmo?
“De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da natureza”.
E os comentários prosseguem mostrando que liberdade, possibilidade de
agir e de escolher, é um apanágio do Espírito, e ela se desenvolve à medida
que amadurecemos, ou seja, à medida que compreendermos melhor a nós
mesmos, sobretudo ao nosso semelhante e às circunstâncias que nos
rodeiam.
O tratamento dado à liberdade em O Livro dos Espíritos ressalta sempre a
responsabilidade associada a esta liberdade. Nós somos livres em certos
limites para agir, mas somos responsáveis pelo que fazemos. É a colheita
ligada à semeadura. Foi este o conceito que Jesus ensinou no seu
messianismo na Terra, conceito esse que apreciável parcela da Humanidade
está longe de assimilar, o da libertação espiritual, através do conhecimento
da verdade. Por mais que seja dúbio o significado da expressão
LIBERDADE, ela, com certeza, não se identifica com a adoção de hábitos
que conduzem à desarmonia. Jesus proclamou: “Conheça a verdade, e a
verdade vos libertará, não só do jugo do pecado (conforme asseverou
Paulo em sua Epístola aos Romanos 6:22), ...
Mas também como veículo libertador das atitudes que levam aos erros e ao
transviamento”. De fato, uma compreensão mais aprofundada das leis da
vida, despindo o homem de suas ilusões, livra-o da mesquinhez, do
egoísmo e do orgulho. Como esses vícios são os que tornam mais penosa a
convivência na Terra, suas ausências implicariam em imediato acréscimo
do bem-estar para todos. Tendo em vista que a árvore se identifica pelos
seus frutos, a liberdade sob esse prisma é algo muito desejável. Foi
seguindo as diretrizes de Jesus que alguns personagens citados nos
Evangelhos se libertaram de vários jugos: Maria de Magdala, pela sua
predisposição em mudar a direção de sua vida, foi libertada do jugo de uma
legião de espíritos obsessores;
Zaqueu, atormentado pelo remorso do enriquecimento ilícito, foi libertado
das garras da avareza; Paulo de Tarso, instrumento da majestosa
manifestação espiritual da Estrada de Damasco, conseguiu tornar-se o
paradigma da mais estrondosa libertação que a história registra; livrou-se
da influência dos dogmas, dos preconceitos, do fanatismo do falso zelo
religioso e do apego às vãs tradições, transformando-se no homem novo
que jamais tergiversaria com a verdade, não tolerando, dali por diante,
quaisquer deturpações doutrinárias e movimentos paralelos que viessem a
diminuir o impacto das verdades renovadoras trazidas pelo Cristo. Ao ser
pressionado para que exarasse o seu julgamento sobre a mulher adúltera,
Jesus expressou o único veredicto compatível:
“Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra”, o que
representou autêntica lição a seus interpeladores, ensinando-os como se
libertarem do jugo da injustiça e das ordenações aberrantes. Com este e
muitos outros exemplos, Jesus nos ensinou como travar conhecimento com
a verdade para que, um dia, quando os nossos espíritos estiverem mais
aptos a entender a mensagem imorredoura do Evangelho do Cristo,
possamos ser libertados por ela.
Assim, ao buscar sua libertação, reflita sobre o que ela significa. A
completa libertação possível é a das paixões, dos instintos inferiores, que
tanto infelicitam a Humanidade.
A movimentação do livre-arbítrio jamais deve causar sofrimento e coerção
para outrem. Quem se permite infelicitar o semelhante, infelicita a si
próprio. Reflita na responsabilidade que você possui, em sua condição de
homem livre.
Assim sendo, é dever de cada ser humano libertar-se do cárcere de sombra
e dor, da prisão sem barras em que se mantém, e desenvolver as asas de luz
das virtudes que lhe possibilitará o voo definitivo da liberdade sem limites.
Muita Paz!
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  • 1.
  • 2. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João, 8:32) Separei alguma coisa muito importante para nossa reflexão. Vou falar um pouco sobre LIBERDADE, à luz dos conceitos trazidos pela Doutrina Espírita. Na declaração universal dos direitos do homem, adotada e proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 1948, importante documento, que todos os países membros da ONU se propõem respeitar, a liberdade aparece em destaque, sendo diversas vezes mencionada no prefácio e em vários dos trinta artigos que integram a declaração. Fala-se muito em liberdade hoje em dia. A busca dessa liberdade sempre foi uma constante na história humana; constitui uma aspiração natural do homem.
  • 3. Compõe o conjunto dos elementos que habitualmente o ser humano imagina que sejam necessários ao bem-estar dele. Todos nós gostamos de escolher nossos caminhos, livres da interferência de terceiros, não é mesmo? Cada um formulando o seu próprio conceito em torno da liberdade, não se preocupando muito com os reflexos que tal conceito possam ter na coletividade. Para ser livre, muitas vezes, o homem trilha caminhos tortuosos. A maioria das revoluções foi levada a efeito sob o pretexto de livrar os povos de tiranos que os subjugavam. Os sistemas obscurantistas sempre exerceram predomínio sobre massas, predomínio esse que, em alguns casos, atingiu as raias do inconcebível.
  • 4. No mundo atual, com os valores em constante mutação, ser livre persiste como uma meta a ser atingida. Mas resta saber se o que o ser humano está querendo realmente possui o condão de libertá-lo. Tudo na Criação está em permanente processo de transformação e aperfeiçoamento. Assim também ocorre com o ser humano. Em sua condição de espírito, trilha marcha ascendente rumo à angelitude. Foi criado em estado de absoluta simplicidade e ignorância, mas possui, desde o princípio, os embriões de todas as virtudes. Gradualmente, toma ciência de seu potencial e passa a fazer opções. O progresso espiritual pressupõe o desenvolvimento da faculdade de discernir o bem e o mal.
  • 5. Para aquisição desse senso moral, para crescer em entendimento e compreensão, é imprescindível a liberdade de opção. Quanto mais o espírito burila seu intelecto e exerce sua vontade mais liberdade tem. As leis humanas são frequentemente burladas e enganadas, contudo, nos estatutos divinos não há qualquer falha. Sendo as leis divinas inscritas na consciência de cada homem, elas jamais serão burladas, porque ninguém escapará de si próprio. A estima e a valorização de nossa própria liberdade pressupõem o respeito à liberdade alheia, sem o quê não seria possível a ordem indispensável à vida social
  • 6. Nosso direito de agir vai até onde começa o direito do próximo, facilmente identificado por aquele limite que, em condições idênticas, não gostaríamos que alguém ultrapassasse para conosco. Geralmente a consideração dos fatores internos fica esquecida; aqueles fatores que estão no nosso íntimo, igualmente ou até mais importantes para que se possa ser realmente livre. Nesse sentido, não é raro verem-se indivíduos clamando, exigindo liberdade para serem escravos dos vícios, dos preconceitos, de vivência desequilibrada e dos apegos às vãs tradições, numa evidente demonstração de desconhecimento do verdadeiro significado de liberdade. Enquanto não se libertar da tutela dessas viciações e desatinos, o homem continuará subjugado por esses monstros, responsáveis pela afronta à sociedade e pela frieza do amor na Terra.
  • 7. Na Doutrina Espírita, esse assunto mereceu todo um capítulo (Capítulo X) em O Livro dos Espíritos. É importante notar que os instrutores espirituais, ao lado do direito à liberdade, fizeram questão de mencionar os deveres a ela associados, como se vê nas questões a seguir: 825 – Haverá no mundo posições em que o homem possa jactar-se de gozar de absoluta liberdade? “Não, porque todos precisais uns dos outros, tanto dos pequenos como dos grandes”. 826 – Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade? “Nas do eremita no deserto”.
  • 8. Complementam os Espíritos: “Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar; não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta”. 827 – A obrigação de respeitar os direitos alheios tira do homem o de pertencer-se a si mesmo? “De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da natureza”. E os comentários prosseguem mostrando que liberdade, possibilidade de agir e de escolher, é um apanágio do Espírito, e ela se desenvolve à medida que amadurecemos, ou seja, à medida que compreendermos melhor a nós mesmos, sobretudo ao nosso semelhante e às circunstâncias que nos rodeiam.
  • 9. O tratamento dado à liberdade em O Livro dos Espíritos ressalta sempre a responsabilidade associada a esta liberdade. Nós somos livres em certos limites para agir, mas somos responsáveis pelo que fazemos. É a colheita ligada à semeadura. Foi este o conceito que Jesus ensinou no seu messianismo na Terra, conceito esse que apreciável parcela da Humanidade está longe de assimilar, o da libertação espiritual, através do conhecimento da verdade. Por mais que seja dúbio o significado da expressão LIBERDADE, ela, com certeza, não se identifica com a adoção de hábitos que conduzem à desarmonia. Jesus proclamou: “Conheça a verdade, e a verdade vos libertará, não só do jugo do pecado (conforme asseverou Paulo em sua Epístola aos Romanos 6:22), ...
  • 10. Mas também como veículo libertador das atitudes que levam aos erros e ao transviamento”. De fato, uma compreensão mais aprofundada das leis da vida, despindo o homem de suas ilusões, livra-o da mesquinhez, do egoísmo e do orgulho. Como esses vícios são os que tornam mais penosa a convivência na Terra, suas ausências implicariam em imediato acréscimo do bem-estar para todos. Tendo em vista que a árvore se identifica pelos seus frutos, a liberdade sob esse prisma é algo muito desejável. Foi seguindo as diretrizes de Jesus que alguns personagens citados nos Evangelhos se libertaram de vários jugos: Maria de Magdala, pela sua predisposição em mudar a direção de sua vida, foi libertada do jugo de uma legião de espíritos obsessores;
  • 11. Zaqueu, atormentado pelo remorso do enriquecimento ilícito, foi libertado das garras da avareza; Paulo de Tarso, instrumento da majestosa manifestação espiritual da Estrada de Damasco, conseguiu tornar-se o paradigma da mais estrondosa libertação que a história registra; livrou-se da influência dos dogmas, dos preconceitos, do fanatismo do falso zelo religioso e do apego às vãs tradições, transformando-se no homem novo que jamais tergiversaria com a verdade, não tolerando, dali por diante, quaisquer deturpações doutrinárias e movimentos paralelos que viessem a diminuir o impacto das verdades renovadoras trazidas pelo Cristo. Ao ser pressionado para que exarasse o seu julgamento sobre a mulher adúltera, Jesus expressou o único veredicto compatível:
  • 12. “Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra”, o que representou autêntica lição a seus interpeladores, ensinando-os como se libertarem do jugo da injustiça e das ordenações aberrantes. Com este e muitos outros exemplos, Jesus nos ensinou como travar conhecimento com a verdade para que, um dia, quando os nossos espíritos estiverem mais aptos a entender a mensagem imorredoura do Evangelho do Cristo, possamos ser libertados por ela. Assim, ao buscar sua libertação, reflita sobre o que ela significa. A completa libertação possível é a das paixões, dos instintos inferiores, que tanto infelicitam a Humanidade.
  • 13. A movimentação do livre-arbítrio jamais deve causar sofrimento e coerção para outrem. Quem se permite infelicitar o semelhante, infelicita a si próprio. Reflita na responsabilidade que você possui, em sua condição de homem livre. Assim sendo, é dever de cada ser humano libertar-se do cárcere de sombra e dor, da prisão sem barras em que se mantém, e desenvolver as asas de luz das virtudes que lhe possibilitará o voo definitivo da liberdade sem limites. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br