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Certas pessoas pensam e acreditam que Jesus morreu na cruz para nos salvar,
e que o sangue Dele salva os homens. Dizem: estamos salvos porque o Cristo
aqui veio, carregou a sua cruz, foi em holocausto sacrificado, e por isso
salvou a Humanidade. É muito comum ouvirmos isto. Mas o Mestre nos
alertou: “Procureis a verdade e a verdade vos libertará”. O Espiritismo nos dá
orientação e esclarecimento sobre essas palavras do Rabi galileu. Parece que
falta lógica naqueles que pensam que o sangue de Jesus apaga os nossos
pecados e nos livra de todo mal. Porém, encontramos no Novo Testamento o
próprio Jesus dizendo que a cada um será dado segundo suas obras. Então,
não há como pensar que vamos nos livrar dos nossos pecados, das nossas
transgressões porque Ele veio aqui à Terra passar por tantas humilhações, por
tanto sofrimento para nos salvar. Ele veio nos dar exemplos.
Na verdade, nós colhemos aquilo que semeamos. Mas, infelizmente, estamos
plantando a mancheias coisas ruins, e essa semeadura haverá de ser colhida,
obrigatoriamente. Por isso, como eu quero me livrar dos malefícios por mim
praticados, apenas pelo sangue de Jesus? Apenas colocando em seus ombros
a minha culpa. Isto tem lógica? Claro que não tem! A cruz é pessoal e
intransferível. Cada um de nós tem cruzes para carregar. Uns têm cruzes mais
pesadas, outros mais leves, mas todos temos nossas cruzes, confeccionadas
por nós mesmos ao transgredirmos as leis divinas, nesta ou em outras
encarnações. Para nós espíritas, a cruz significa, portanto, o instrumento da
realização do nosso aperfeiçoamento moral, para a conquista da grande meta,
a perfeição relativa.
Nos dois planos da vida não há conquista sem esforço. Assim, para nós,
encarnados, a cruz é qualquer dificuldade que nos aprimore o espírito, seja
uma doença ou qualquer obstáculo de difícil superação em nossa vida. Já para
os desencarnados, são os vícios não superados, os resgates não realizados, a
culpa, o remorso pelas dificuldades não enfrentadas ou mal sofridas,
enquanto militavam no corpo carnal. Muitos querem seguir Jesus, mas para
isso é preciso tomar a sua cruz, ou seja, é preciso trabalhar o desapego ao
bem próprio em proveito do bem de todos; suportando, corajosamente, as
consequências dos atos de ontem e de hoje.
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua
cruz, e siga-me”. (Mateus, XVI:24).
No texto acima, Jesus deixa bem claro que não há uma imposição, mas um
convite. Um importante princípio para todos aqueles que desejam segui-lo e
se tornarem seus discípulos, negar-se a si mesmo. Você já meditou na
profundidade das palavras do Cristo nesse mandamento? A fim de
compreendermos essa declaração do Mestre temos que definir um ponto de
grande importância: em que consiste a verdadeira ideia de tomar a cruz e
negar-se a si mesmo? Esta pergunta pressupõe a existência de vontade e
inclinações que apelam à satisfação, à vida fácil, e, logo, significa, de modo
evidente, que em alguns casos essa satisfação deve ser recusada. Este é o
ponto preciso do texto; uma pessoa que quer seguir a Jesus deve negar-se a si
próprio no sentido de negar-se a satisfação de todas as más inclinações.
Quando Jesus recomenda para negarmos a nós mesmos, não significa que
devemos largar tudo que temos e deixar todas as coisas para trás. Mas, sim,
que devemos largar todo sentimento faccioso (inveja, orgulho, cobiça,
vaidade, avareza, ira, desejo de vingança, vícios e outros sentimentos
abomináveis); negar a si mesmo é oferecer o outro lado da face, é perdoar e
amar os nossos inimigos; negar a si mesmo significa não ser egoísta
priorizando a nossa vontade, mas, sim, a vontade do Pai; negar a si mesmo é
entregar a nossa vida para seguir e mostrar aos demais o verdadeiro caminho,
verdade e vida. E o que significa tomar uma cruz e seguir Jesus? Nossa vida é
rodeada de cruzes, as quais nem sempre as tomamos, nem sempre as
assumimos, nem sempre as aceitamos
Mas essas cruzes não significam a cruz de madeira que o Cristo suportou.
Elas fazem parte do nosso viver, e representam as dificuldades e obstáculos
na vida presente, consequência de nossos erros do passado. A Doutrina
Espírita nos diz que as nossas faltas não podem ser apagadas; não podem ser
perdoadas simplesmente. Elas precisam ser resgatadas. As nossas cruzes são
permitidas por Deus, porque precisamos delas para nos purificar, para baixar
a nossa arrogância, ou mesmo porque as merecemos, pelo mau uso que
fazemos do nosso livre-arbítrio. Ao mesmo tempo, a cruz que hoje
carregamos deve ser, para nós, motivo de júbilo e regozijo, pois é o prenuncio
da libertação que se avizinha, cabendo-nos, portanto, carregá-la com ânimo,
firmeza, alegria e resignação. Para isso, é necessário seguir o roteiro
estabelecido por Jesus.
Negar a si mesmo, tomar a sua cruz, é assumir o compromisso definitivo com
o Evangelho do Cristo. É entrar pela porta estreita. Seguir a Jesus não é tão
fácil como muitos pregam hoje em dia. Como já dissemos, seguir a Jesus
requer renúncia, entrega, desprendimento de si mesmo. Para crescermos
espiritualmente, para nos libertarmos das nossas cruzes, é necessário que
passemos por inúmeras provas. O fato é que temos que fazer as coisas por
nós mesmos, por isso somos testados a toda hora. Enquanto dependermos dos
outros, enquanto vivermos pedindo ajuda para tudo, enquanto implorarmos
por socorro ao menor sinal de dificuldade, seremos reprovados em nossas
provas e teremos que repeti-las indefinidamente.
O que compete a nós somos nós que devemos fazer. Por isso, não devemos
retirar a cruz daquele que caminha conosco na vida, apenas o ajudemos,
aliviando e amenizando um pouco a dor e o peso, como fez Simão, o cirineu,
com Jesus.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

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Carregar a cruz

  • 1.
  • 2. Certas pessoas pensam e acreditam que Jesus morreu na cruz para nos salvar, e que o sangue Dele salva os homens. Dizem: estamos salvos porque o Cristo aqui veio, carregou a sua cruz, foi em holocausto sacrificado, e por isso salvou a Humanidade. É muito comum ouvirmos isto. Mas o Mestre nos alertou: “Procureis a verdade e a verdade vos libertará”. O Espiritismo nos dá orientação e esclarecimento sobre essas palavras do Rabi galileu. Parece que falta lógica naqueles que pensam que o sangue de Jesus apaga os nossos pecados e nos livra de todo mal. Porém, encontramos no Novo Testamento o próprio Jesus dizendo que a cada um será dado segundo suas obras. Então, não há como pensar que vamos nos livrar dos nossos pecados, das nossas transgressões porque Ele veio aqui à Terra passar por tantas humilhações, por tanto sofrimento para nos salvar. Ele veio nos dar exemplos.
  • 3. Na verdade, nós colhemos aquilo que semeamos. Mas, infelizmente, estamos plantando a mancheias coisas ruins, e essa semeadura haverá de ser colhida, obrigatoriamente. Por isso, como eu quero me livrar dos malefícios por mim praticados, apenas pelo sangue de Jesus? Apenas colocando em seus ombros a minha culpa. Isto tem lógica? Claro que não tem! A cruz é pessoal e intransferível. Cada um de nós tem cruzes para carregar. Uns têm cruzes mais pesadas, outros mais leves, mas todos temos nossas cruzes, confeccionadas por nós mesmos ao transgredirmos as leis divinas, nesta ou em outras encarnações. Para nós espíritas, a cruz significa, portanto, o instrumento da realização do nosso aperfeiçoamento moral, para a conquista da grande meta, a perfeição relativa.
  • 4. Nos dois planos da vida não há conquista sem esforço. Assim, para nós, encarnados, a cruz é qualquer dificuldade que nos aprimore o espírito, seja uma doença ou qualquer obstáculo de difícil superação em nossa vida. Já para os desencarnados, são os vícios não superados, os resgates não realizados, a culpa, o remorso pelas dificuldades não enfrentadas ou mal sofridas, enquanto militavam no corpo carnal. Muitos querem seguir Jesus, mas para isso é preciso tomar a sua cruz, ou seja, é preciso trabalhar o desapego ao bem próprio em proveito do bem de todos; suportando, corajosamente, as consequências dos atos de ontem e de hoje. “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. (Mateus, XVI:24).
  • 5. No texto acima, Jesus deixa bem claro que não há uma imposição, mas um convite. Um importante princípio para todos aqueles que desejam segui-lo e se tornarem seus discípulos, negar-se a si mesmo. Você já meditou na profundidade das palavras do Cristo nesse mandamento? A fim de compreendermos essa declaração do Mestre temos que definir um ponto de grande importância: em que consiste a verdadeira ideia de tomar a cruz e negar-se a si mesmo? Esta pergunta pressupõe a existência de vontade e inclinações que apelam à satisfação, à vida fácil, e, logo, significa, de modo evidente, que em alguns casos essa satisfação deve ser recusada. Este é o ponto preciso do texto; uma pessoa que quer seguir a Jesus deve negar-se a si próprio no sentido de negar-se a satisfação de todas as más inclinações.
  • 6. Quando Jesus recomenda para negarmos a nós mesmos, não significa que devemos largar tudo que temos e deixar todas as coisas para trás. Mas, sim, que devemos largar todo sentimento faccioso (inveja, orgulho, cobiça, vaidade, avareza, ira, desejo de vingança, vícios e outros sentimentos abomináveis); negar a si mesmo é oferecer o outro lado da face, é perdoar e amar os nossos inimigos; negar a si mesmo significa não ser egoísta priorizando a nossa vontade, mas, sim, a vontade do Pai; negar a si mesmo é entregar a nossa vida para seguir e mostrar aos demais o verdadeiro caminho, verdade e vida. E o que significa tomar uma cruz e seguir Jesus? Nossa vida é rodeada de cruzes, as quais nem sempre as tomamos, nem sempre as assumimos, nem sempre as aceitamos
  • 7. Mas essas cruzes não significam a cruz de madeira que o Cristo suportou. Elas fazem parte do nosso viver, e representam as dificuldades e obstáculos na vida presente, consequência de nossos erros do passado. A Doutrina Espírita nos diz que as nossas faltas não podem ser apagadas; não podem ser perdoadas simplesmente. Elas precisam ser resgatadas. As nossas cruzes são permitidas por Deus, porque precisamos delas para nos purificar, para baixar a nossa arrogância, ou mesmo porque as merecemos, pelo mau uso que fazemos do nosso livre-arbítrio. Ao mesmo tempo, a cruz que hoje carregamos deve ser, para nós, motivo de júbilo e regozijo, pois é o prenuncio da libertação que se avizinha, cabendo-nos, portanto, carregá-la com ânimo, firmeza, alegria e resignação. Para isso, é necessário seguir o roteiro estabelecido por Jesus.
  • 8. Negar a si mesmo, tomar a sua cruz, é assumir o compromisso definitivo com o Evangelho do Cristo. É entrar pela porta estreita. Seguir a Jesus não é tão fácil como muitos pregam hoje em dia. Como já dissemos, seguir a Jesus requer renúncia, entrega, desprendimento de si mesmo. Para crescermos espiritualmente, para nos libertarmos das nossas cruzes, é necessário que passemos por inúmeras provas. O fato é que temos que fazer as coisas por nós mesmos, por isso somos testados a toda hora. Enquanto dependermos dos outros, enquanto vivermos pedindo ajuda para tudo, enquanto implorarmos por socorro ao menor sinal de dificuldade, seremos reprovados em nossas provas e teremos que repeti-las indefinidamente.
  • 9. O que compete a nós somos nós que devemos fazer. Por isso, não devemos retirar a cruz daquele que caminha conosco na vida, apenas o ajudemos, aliviando e amenizando um pouco a dor e o peso, como fez Simão, o cirineu, com Jesus. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br