Apresentação de parte de uma pesquisa envolvendo extratos naturais no tratamento de efluentes líquidos rurais, a moringa como planta estratégica para melhorar as condições de vida no campo.
O uso de extrato de sementes de moringa no tratamento de esgoto sanitário
1. O USO DE UM EXTRATO NATURALO USO DE UM EXTRATO NATURAL
DE SEMENTES DE MORINGA COMO ELEMENTO NODE SEMENTES DE MORINGA COMO ELEMENTO NO
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIOTRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
FELIPE DA SILVA NASCIMENTO – ENGENHEIRO AGRÍCOLA E AMBIENTAL – DEA /UFV
PAOLA V. LO MONACO – PÓS-DOUTORANDA ENGENHARIA AGRÍCOLA – DEA/UFV
IVAN CÉLIO RIBEIRO – GRADUANDO ENGENHARIA AGRÍCOLA – DEA /UFV
RAFAEL ALVES DA SILVA – GRADUANDO ENGENHARIA AGRÍCOLA – DEA /UFV
ANTÔNIO TEIXEIRA DE MATOS – PROFESSOR EFETIVO – DEA/UFV
ANTOVER PANAZZOLO SARMENTO – MESTRANDO – DEA/UFV
Universidade Federal de Viçosa/MGUniversidade Federal de Viçosa/MG
2.
3. IntroduçãoIntrodução
Várias plantas têm sido utilizadas comoVárias plantas têm sido utilizadas como
coagulante e floculante natural em diferentescoagulante e floculante natural em diferentes
países do mundo, principalmente asiáticos,países do mundo, principalmente asiáticos,
africanos e sul-americanos.africanos e sul-americanos.
A possibilidade do uso desses agentes naturais éA possibilidade do uso desses agentes naturais é
de grande importância, para minimizar osde grande importância, para minimizar os
impactos no lançamento de esgoto domésticoimpactos no lançamento de esgoto doméstico
em corpos hídricos nas regiões que não têmem corpos hídricos nas regiões que não têm
sistema de coleta e/ou tratamento.sistema de coleta e/ou tratamento.
4.
5. Introdução (cont.)
Além disso, de acordo com Moraes (2004), os
coagulantes/floculantes naturais têm demonstrado
vantagens em relação aos químicos, especificamente
em relação à biodegradabilidade, baixa toxicidade e
baixo índice de produção de lodos residuais.
No tratamento de esgoto doméstico utilizam-se
sistemas convencionais que incluem tratamento
preliminar, primário e secundário.
6. Introdução (cont.)
Percebe-se a importância de utilizar sistemas
alternativos em comunidades menos beneficiadas por
infraestrutura sanitária.
A Moringa, como agente natural, demonstrou ser
promissora, com vários trabalhos de pesquisa
referentes a essa planta.
Podendo ser produzida no local e com baixo custo
pode diminuir as dificuldades operacionais e
econômicas relacionadas ao tratamento químico
convencional.
7.
8.
9. ObjetivoObjetivo
Avaliar a eficiência de diferentes concentraçõesAvaliar a eficiência de diferentes concentrações
do extrato de sementes de moringa comodo extrato de sementes de moringa como
coagulante na remoção de turbidez e coliformescoagulante na remoção de turbidez e coliformes
de esgoto sanitário.de esgoto sanitário.
10.
11. Material e MétodosMaterial e Métodos
Os ensaios foram realizados utilizando esgotoOs ensaios foram realizados utilizando esgoto
sanitário bruto do bairro Acamari, Viçosa/MG.sanitário bruto do bairro Acamari, Viçosa/MG.
O valor inicial de turbidez foi de 106 UNT.O valor inicial de turbidez foi de 106 UNT.
Foram preparados extratos obtidos com aForam preparados extratos obtidos com a
trituração, em liquidificador, obtendo soluções de 10, 20 etrituração, em liquidificador, obtendo soluções de 10, 20 e
30 g L30 g L-1-1
e filtrando-as em malha de 1 mm.e filtrando-as em malha de 1 mm.
Antes da mistura do coagulante nas águas emAntes da mistura do coagulante nas águas em
estudo, as mesmas foram acidificadas com ácido sulfúricoestudo, as mesmas foram acidificadas com ácido sulfúrico
(1 mol(1 molcc.L.L-1-1
) até se obter pH em torno de 4,2, conforme) até se obter pH em torno de 4,2, conforme
recomendação de Matos et al. (2007) e Chagas et al.recomendação de Matos et al. (2007) e Chagas et al.
(2009).(2009).
12. De cada solução preparada com sementes deDe cada solução preparada com sementes de
moringa foram retiradas alíquotas de 1, 5, 10 e 20 mL emoringa foram retiradas alíquotas de 1, 5, 10 e 20 mL e
aplicadas em 500 mL da água em análise, de modo queaplicadas em 500 mL da água em análise, de modo que
para a concentração de:para a concentração de:
o10 g.L10 g.L-1-1
, as alíquotas equivaleram a 0,02; 0,10; 0,20 e 0,40, as alíquotas equivaleram a 0,02; 0,10; 0,20 e 0,40
g.Lg.L-1-1
;;
o20 g.L20 g.L-1-1
, as alíquotas equivaleram a 0,04; 0,20; 0,40 e 0,80, as alíquotas equivaleram a 0,04; 0,20; 0,40 e 0,80
g.Lg.L-1-1
;;
o30 g.L30 g.L-1-1
, as alíquotas equivaleram a 0,06; 0,03; 0,60 e 1,20, as alíquotas equivaleram a 0,06; 0,03; 0,60 e 1,20
g.Lg.L-1-1
..
Material e MétodosMaterial e Métodos
13. Em seguida, as suspensões foram misturadasEm seguida, as suspensões foram misturadas
nos béqueres e colocadas em agitação no “Jartest”,nos béqueres e colocadas em agitação no “Jartest”,
permanecendo por 30 segundos sob agitação a 160permanecendo por 30 segundos sob agitação a 160
rpm e, posteriormente, por 15 minutos, sob agitação arpm e, posteriormente, por 15 minutos, sob agitação a
15 rpm.15 rpm.
As suspensões foram mantidas por períodos deAs suspensões foram mantidas por períodos de
2 e 24 horas em repouso para a sedimentação do2 e 24 horas em repouso para a sedimentação do
material nos béqueres. Decorrido o período, amostrasmaterial nos béqueres. Decorrido o período, amostras
do sobrenadante foram retiradas dos béqueres parado sobrenadante foram retiradas dos béqueres para
medição da turbidez.medição da turbidez.
Material e MétodosMaterial e Métodos
14. Nas amostras em que foram obtidos osNas amostras em que foram obtidos os
melhores resultados considerando-se o tempo demelhores resultados considerando-se o tempo de
sedimentação e a concentração correspondentes,sedimentação e a concentração correspondentes,
foram feitas as análises de Coliformes Totais (CT) eforam feitas as análises de Coliformes Totais (CT) e
Termotolerantes (CF) da água em análise.Termotolerantes (CF) da água em análise.
Por meio de regressão, foi feito o ajuste dePor meio de regressão, foi feito o ajuste de
equações matemáticas relacionando turbidez (2 h e 24equações matemáticas relacionando turbidez (2 h e 24
h) e contagem de CT e CF (h) e contagem de CT e CF (E. coli,E. coli, 24 h) como função24 h) como função
da concentração do extrato de sementes de moringa.da concentração do extrato de sementes de moringa.
Todas as atividades foram desenvolvidas noTodas as atividades foram desenvolvidas no
Laboratório de Qualidade de Água do DepartamentoLaboratório de Qualidade de Água do Departamento
de Engenharia Agrícola/UFV.de Engenharia Agrícola/UFV.
Material e MétodosMaterial e Métodos
15.
16. ResultadosResultados
Figura 1. Valores de turbidez (T) em função da concentração de sementes de moringa trituradaFigura 1. Valores de turbidez (T) em função da concentração de sementes de moringa triturada
no esgoto doméstico (ED), para 2 e 24 h de repouso da amostra.no esgoto doméstico (ED), para 2 e 24 h de repouso da amostra.
17. A concentração de semente de moringa que proporcionouA concentração de semente de moringa que proporcionou
menor valor de turbidez foi a de 0,4 g Lmenor valor de turbidez foi a de 0,4 g L-1-1
(76,6 UNT), seguido da(76,6 UNT), seguido da
concentração de 0,2 g Lconcentração de 0,2 g L-1-1
(78,9 UNT).(78,9 UNT).
Na Figura 1 estão apresentadas as médias dos valores deNa Figura 1 estão apresentadas as médias dos valores de
turbidez (T) em função da concentração de sementes de moringaturbidez (T) em função da concentração de sementes de moringa
triturada no esgoto doméstico (ED), para 2 e 24 h de repouso datriturada no esgoto doméstico (ED), para 2 e 24 h de repouso da
amostra.amostra.
Para 2 horas de sedimentação, a média obtida foi de 82,4Para 2 horas de sedimentação, a média obtida foi de 82,4
UNT e remoção média de 22,3%. Já para 24 horas deUNT e remoção média de 22,3%. Já para 24 horas de
sedimentação, a média obtida foi de 68,6 UNT e 35,3% de remoçãosedimentação, a média obtida foi de 68,6 UNT e 35,3% de remoção
de turbidez.de turbidez.
ResultadosResultados
18. Silva et al. (2007), ao realizarem um estudo de pós-Silva et al. (2007), ao realizarem um estudo de pós-
tratamentos de efluentes provenientes de reatores anaeróbios detratamentos de efluentes provenientes de reatores anaeróbios de
manta de lodo ao utilizarem coagulantes naturais (Moringamanta de lodo ao utilizarem coagulantes naturais (Moringa
oleífera, Lam) e não-naturais, verificaram que quando utilizaramoleífera, Lam) e não-naturais, verificaram que quando utilizaram
uma concentração de 0,2 g Luma concentração de 0,2 g L-1-1
de sementes de moringa em águade sementes de moringa em água
residuária doméstica bruta foi obtida turbidez de 43 UNT para umresiduária doméstica bruta foi obtida turbidez de 43 UNT para um
tempo de sedimentação de 1,5 h.tempo de sedimentação de 1,5 h.
A eficiência de remoção obtida foi de 60%, valor bemA eficiência de remoção obtida foi de 60%, valor bem
superior ao obtido neste trabalho. Mesmo com a elevada eficiênciasuperior ao obtido neste trabalho. Mesmo com a elevada eficiência
obtida, os autores questionaram a eficiência do uso das sementesobtida, os autores questionaram a eficiência do uso das sementes
de moringa no tratamento físico-químico de esgoto sanitário, jáde moringa no tratamento físico-químico de esgoto sanitário, já
que a máxima remoção de turbidez obtida com o extrato deque a máxima remoção de turbidez obtida com o extrato de
sementes de moringa, utilizando a concentração de 0,2 g Lsementes de moringa, utilizando a concentração de 0,2 g L-1-1
, foi, foi
praticamente igual ao valor encontrado quando foi utilizado opraticamente igual ao valor encontrado quando foi utilizado o
cloreto férrico na concentração de 0,025 g Lcloreto férrico na concentração de 0,025 g L-1-1
..
ResultadosResultados
19. ResultadosResultados
Figura 2. Contagem de Coliformes Totais (A) e Termotolerantes (B) em função das alíquotas daFigura 2. Contagem de Coliformes Totais (A) e Termotolerantes (B) em função das alíquotas da
concentração de sementes de moringa (20 g Lconcentração de sementes de moringa (20 g L-1-1
), num tempo de sedimentação de 24 h, no), num tempo de sedimentação de 24 h, no
esgoto doméstico.esgoto doméstico.
A) B)
20. Nas Figuras 2A e 2B estão apresentadas, respectivamente, as contagensNas Figuras 2A e 2B estão apresentadas, respectivamente, as contagens
de CT e CF em função da concentração de sementes de moringa (20 g Lde CT e CF em função da concentração de sementes de moringa (20 g L-1-1
),),
num tempo de sedimentação de 24 h, no esgoto doméstico.num tempo de sedimentação de 24 h, no esgoto doméstico.
A concentração que proporcionou maior remoção de CT e CF foi a deA concentração que proporcionou maior remoção de CT e CF foi a de
0,04 g L0,04 g L-1-1
, alcançando-se uma remoção de 94,3% e 95,6%,, alcançando-se uma remoção de 94,3% e 95,6%,
respectivamente. Estes resultados foram superiores aos obtidos por Silvarespectivamente. Estes resultados foram superiores aos obtidos por Silva
et al.et al. (2007), que ao avaliarem o pós-tratamento de efluentes(2007), que ao avaliarem o pós-tratamento de efluentes
provenientes de reatores anaeróbios, não verificaram qualquer reduçãoprovenientes de reatores anaeróbios, não verificaram qualquer redução
na contagem de coliformes com a adição de extrato de sementes dena contagem de coliformes com a adição de extrato de sementes de
moringa ao esgoto tratado.moringa ao esgoto tratado.
ResultadosResultados
21. ConclusõesConclusões
No esgoto doméstico, para 2 horas deNo esgoto doméstico, para 2 horas de
sedimentação, a remoção média de turbidez foisedimentação, a remoção média de turbidez foi
de 22,3%; já para 24 horas de sedimentação, ade 22,3%; já para 24 horas de sedimentação, a
remoção foi de 35,3%;remoção foi de 35,3%;
Quanto à remoção de CT e CF de esgotoQuanto à remoção de CT e CF de esgoto
doméstico, a melhor concentração de sementesdoméstico, a melhor concentração de sementes
foi de 0,04 g Lfoi de 0,04 g L-1-1
, alcançando-se remoções de 95,6, alcançando-se remoções de 95,6
e 94,3%, respectivamente.e 94,3%, respectivamente.
22. Obrigado!!Obrigado!!
Felipe Da Silva NascimentoFelipe Da Silva Nascimento
Engenharia Agrícola e Ambiental – DEA/UFVEngenharia Agrícola e Ambiental – DEA/UFV
felipskt@yahoo.com.brfelipskt@yahoo.com.br