SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 30
O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO:
                      do geral ao particular
                       Disciplina: Teorias Linguísticas
                 Professor: Dr. Ivanaldo Santos Filho
        Mestranda: Francisca Francione Vieira de Brito
VISÃO GERAL DO MODELO
            FUNCIONALISTA
   “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em
    oposição ao estruturalismo e gerativismo, se preocupa
    em estudar a relação entre a estrutura gramatical das
    línguas e os diferentes contextos comunicativos em
    que elas são usadas.” (CUNHA, 2008, p.157).
   O funcionalismo não é uma abordagem monolítica; ao
    contrário, ele reúne um conjunto de subteorias que
    coincidem na postulação de que a língua tem funções
    cognitivas e sociais que desempenham um papel
    central na determinação das estruturas e dos sistemas
    que organizam a gramática de uma língua. (
    CASTILHO, 2012, p.21)
RAÍZES
   primeira metade do séc. XX (1916)
   Ciclo Lingüístico de Praga, com os primeiros estudos no
    campo da fonologia e principalmente com as teorias
    Roman Jakobson
   De acordo com Hirotsu (2011), Apesar de emergir do
    formalismo há uma diferenciação para o estruturalismo
    e gerativismo: no funcionalismo a língua é analisada no
    uso, nas situações comunicativas considerando função
    desempenhada na frase, e não como estrutura estável e
    pressuposta, muito menos como aquisição inata.
   Aprendemos o sistema lingüístico subjacente ao uso. E
    pelo dinamismo da língua, a analise está sujeita à
    mudança, opondo noções de desempenho e competência.
PRESENÇA DA VISÃO FUNCIONALISTA
                           (PEZATTI, 2007)

   Na Escola Linguística de Praga (Jakobson e as funções da
    linguagem);
   Na tradição antropológica de Sapir (1921, 1949) e seguidores;
   Na teoria tagmêmica de Pike (1967);
   No trabalho etnograficamente orientado de Hymes(1972) –
    competência comunicativa;
   Na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday(1970, 1973,
    1985);
   Na tradição filosófica que, a partir de Austin (1962) e por meio
    de Searle (1969), conduziu à teoria dos Atos de Fala;
   No trabalho de um grupo de pesquisadores que inclui Givón, Li,
    Thompson, Chafe, Hopper, DeLancey, Dubois entre outros;
   Na Gramática de Papel e de Referência;
   Em Lakoff e Langacker (tendência funcional-cognitiva).
CORRENTES TEÓRICAS
   O FUNCIONALISMO EUROPEU (1926) – surge como um
    movimento            particular       dentro         do
    estruturalismo, enfatizando a função das unidades
    linguísticas: na fonologia, o papel dos fonemas na
    distinção e demarcação das palavras; na sintaxe, o papel
    da estrutura da sentença no contexto. Atribui-se aos
    membros da Escola de Praga , sobretudo na
    representação de Mathesius os primórdios da linha
    funcionalista.
   Os funcionalistas de Praga enfatizaram o caráter
    multifuncional da linguagem. Sua influencia foi
    duradoura e profunda. As ideias originadas nesse
    período são a fonte para diversos trabalhos
    posteriores, princiaplemente de Jakobson e Martinet.
    (CUNHA, 2008, p. 161)
CORRENTES TEÓRICAS
   A escola francesa tem como principal nome André
    Martinet que desenvolveu a chamada Perspectiva
    Funcional da Sentença. Ele propõe que a língua
    funciona por meio de duas articulações (palavra vs.
    fonemas). Defende ainda a relação entre mudança
    social e linguística, que possibilita o surgimento de
    novas funções para velhas formas; e o princípio da
    economia linguística que restringe a quantidade de
    elementos que se pode usar na comunicação.
CORRENTES TEÓRICAS
   FUNCIONALISMO NORTE-AMERICANO ( a linguistica
    centrada no uso ou cognitivo-funcional - 1970 ): considera
    como objeto de análise o texto a partir dos fenômenos
    linguísticos efetivados pelos falantes na interação e
    também a questão cognitva na construção dos significados.
   Segundo Neves (2010) citada pela Profª Silvana Militão – UFC
    VIRTUAL: “A vertente funcionalista norte-americana vai
    considerar a relação sistema linguístico e estrutura
    cognitiva do usuário, sem conceber um modelo cognitivista de
    gramática”.
   Principais representantes: Talmy Givón, Paul Hopper, Sandra
    Thompson, Wallace Chafe, Joan Bybee, Elizabeth Traugott,
    George Lakoff, Ronald Langacker, Gilles Fauconnier, Adele
    Goldberg, John Taylor etc.
CORRENTES TEÓRICAS
   A      Linguística      Cognitivo-Funcional         procura
    essencialmente trabalhar com dados reais de fala ou
    escrita, retirados de contextos efetivos de
    comunicação, evitando lidar com frases inventadas,
    dissociadas de sua função no ato da comunicação
    (CUNHA, 2012, p.31). “A ideia central é que a língua é
    usada, sobretudo, para satisfazer necessidades
    comunicativas” [...] e sua “forma deve refletir, em alguma
    medida, a função que exerce” (CUNHA, 2007, p. 17)
   Defende-se, portanto, uma forte vinculação entre
    gramática e discurso, numa tentativa de explicar a
    forma da língua a partir das funções que ela
    desempenha na comunicação. (CUNHA, 2007, p.18)
CORRENTES TEÓRICAS
   LINGUÍSTICA        SISTÊMICO-FUNCIONAL          (Teoria
    Sociossemiótica da linguagem - 1985) – desenvolveu-se
    a partir de estudos de Firth e vem sendo desenvolvida
    por Halliday e seguidores; é utilizado hoje não apenas
    para descrições funcionais da língua, tem
    influenciado outras teorias, com destaque para o
    letramento visual de Kress & Van Leewen).
   Espelha-se numa perspectiva de língua enquanto
    escolha. É um modo de compreender a gramática em
    termos do uso dessa gramática, o qual se opõe aos
    estudos formalistas, pois tem como foco usos da língua
    que realizam interação entre usuários; sua orientação
    é social. (SOUZA, 2012, p.152)
CORRENTES TEÓRICAS
   Para Halliday, a língua se organiza em torno de duas
    possibilidades alternativas: a cadeia (o sintagma), e a
    escolha (o paradigma); uma gramática sistêmica
    é, sobretudo, paradigmática, pois coloca as unidades
    sintagmáticas como realização e as relações paradigmáticas
    como nível profundo e abstrato.)
   Conforme Paveau (2006, p.141) a escolha, consciente ou
    não, produto da vontade ou determinada pelo contexto e
    a cultura, implica o sentido.
   Uma gramática funcional é, por isso, não um conjunto de
    regras,     mas    uma      série  de     recursos     para
    descrever,      interpretar     e   fazer     significados.
    (CUNHA, 2007, p.20)
   No Brasil: Grupo de Pesquisa Discurso & Gramática –
    sediado em várias universidades; estudiosos como
O CONCEITO DE “FUNÇÃO”
   Termo função podem ter vários significados.
   Função como propósito - caracteriza a relação entre as
    formas linguísticas e a comunicação. Jakobson preconizava os
    objetivos da comunicação humana em função informativa,
    fática, poética etc.
    Ex.: Fique antenado com seu tempo. (função apelativa).
   Função como significado – para os estudos das formas
    linguísticas a pragmática torna-se aliada da semântica e
    também do contexto comunicativo.
    Ex.: Ricardo fez um discurso.
    Análise sintática: Ricardo (sujeito)/ fez o discurso (predicado).
    Análise semântica: Ricardo (agente) / fez (verbo de ação-processo) /um
    discurso (resultativo).
    Análise pragmática: Ricardo (tema - informação dada) / fez uma
    discurso (rema - informação nova).
ANÁLISE LINGUÍSTICA
              FUNCIONALISTA
   O funcionalismo se caracteriza pelo objetivo de
    investigar a relação entre forma e função no uso da
    língua. A partir disso, há a integração da sintaxe, da
    semântica e da pragmática, sendo que o componente
    pragmática comanda os estudos sobre os aspectos dos
    componentes sintáticos e semânticos.
   Na análise lingüística considera-se toda a situação
    comunicativa: o propósito do evento da fala, seus
    participantes e o contexto discursivo, a influencia
    extralinguística do ato da fala.
    Funcionalismo estuda as capacidades linguísticas e
    comunicativas (competência de adequar a língua –
    formulação de textos) aos contextos de produção.
REFLEXÃO!
   Pense em quantas formas de
    saudações podemos usar para
    cumprimentar uma pessoa:

    Oi!; olá!; e aí?; bom dia!; boa
    tarde!; boa noite!; dia!; tarde!; e
    aí, sô!; e aí, mano!; e aí, velho!;
    tudo na paz?; tudo beleza! Etc

    Observou    quantas      formas
    usamos    para    a     função
    “saudação” em português?
    Temos uma função e várias
    formas para expressá-la.
ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS
    Iconicidade - relação entre expressão e conteúdo -
     conhecimento adquirido pelo uso dos sentidos influencia
     na configuração do sistema linguístico;
    Marcação - distingue por oposição binária um termo
     marcado de outro não marcado conforme a força
     expressiva do mesmo;
    Transitividade e plano discursivo - não se manifesta
     apenas no verbo, mas no todo da oração, que emerge
     das relações estabelecidas entre os elementos que a
     compõem       (participantes,  cinese,  aspecto     do
     verbo, pontualidade do verbo, intencionalidade do
     sujeito, polaridade do sujeito, modalidade da
     oração, agentividade do sujeito, afetamento do objeto
     , individuação do objeto )
ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS
    Informatividade       -   consiste    em    estudar    o
     compartilhamento de informações pelos interlocutores
     nos processos de interação verbal (status informacional
     dos referentes nominais: dado novo, velho).
    Gramaticalização – Segundo a profª Célia Lopes, ocorre
     quando um item lexical/construção passa a assumir,
     em certas circunstâncias, um novo status como item
     gramatical ou quando itens gramaticais se tornam ainda
     mais gramaticais, podendo mudar de categoria
     sintática(=recategorização),     receber    propriedades
     funcionais na sentença, sofrer alterações semânticas e
     fonológicas, deixar de ser uma forma livre e até
     desaparecer como conseqüência de uma cristalização
     extrema.
EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL
                  NÍVEL TEXTUAL (relação texto com
                   seu processo histórico): A charge é
                   um     gênero      textual    que    se
                   caracteriza por uma leitura rápida,
                   estrutura linguística simples, tamanho
                   reduzido, reunião de elementos
                   verbais       e       não       verbais
                   principalmente icônicos; de teor
                   crítico, pendendo quase sempre ao
                   jocoso. Sabemos que nem sempre
                   para esse tipo de texto era possível
                   sua vinculação pública. Ainda hoje,
                   em países de regime político
                   fechado, sua publicação é proibida.
                   Mesmo no Brasil, alguns políticos
                   conseguiram judicialmente que não
                   se relacione sua imagem ou nome à
                   charge, dado que sempre são
                   ironizados, criticados.
EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL
            NÍVEL SISTÊMICO E FUNCIONAL (estrutura
             linguística em articulação):
             A partícula ONDE, que na gramática é preestabelecido como
             advérbio ou pronome relativo, ganha funções e é classificado
             de acordo com seu uso, sua posição (o chamado
             aspecto tático). É o primeiro elemento apresentado no
             texto, direcionando-nos a dizer Brasil, cuja resposta não
             aparece em nenhum momento no texto. Inclusive o próprio
             nome “país” está antecedido por “um” (artigo
             indefinido), ratificando a ideia de indefinição, de não
             apontando a algo específico no mundo. Mas nosso
             conhecimento de mundo e inferências de leitura fazem-nos
             deduzir qual o lugar a que a charge faz referência. Não é à toa
             que é o primeiro termo a ser empregado no texto e que
             encabeça      a    oração    retirada    de    sua    estrutura
             canônica, fazendo surgir em sua posição o “assim” – que
             retoma a tudo o que foi dito anteriormente, até aquilo que
             as reticências indicam que foi suspenso da fala do locutor.
             Note que o próprio vocativo “Kadafi”, que, comumente vem
             no início de oração, é o último elemento a ser utilizado. Isso
             por que: o autor quis focar as características do dito país.
             O tema de sua fala é o dito país em que tudo é possível, não
             o ditador, que é apenas uma informação compartilhada
AINDA SOBRE A EXEMPLIFICAÇÃO...

   Uma análise funcional da língua entende que cada escolha do
    usuário (onde, assim, Kadafi) estabelece uma função para a
    constituição textual – eis o exemplo da eleição do nome de kadafi, e
    não outro político ( poderíamos usar um substantivo que mais
    convém a nossa visão de mundo).
   Essa é uma das diferenças entre o Funcionalismo e o
    Estruturalismo: para este, a noção de função linguística surge pela
    oposição de elementos linguísticos, para aquele, surge da
    articulação.
   Então,perguntamos: é o advérbio um termo acessório
    como afirma a Gramática Tradicional? Está ele ligado
    apenas ao verbo? Neste caso, não. Seu campo de abrangência
    é todo o texto – considerando que, no Funcionalismo, as análises
    são colocadas em um continuum entre mais ou menos –
    podendo, em outros casos, o advérbio está ligado mais ao verbo.
NOVAS TENDÊNCIAS
   GRAMÁTICA EMERGENTE: ligada a Hopper –
    surge da ideia de língua como objeto social
    que se renova pelo uso através da sua
    dinamicidade e sensibilidade ao uso. A gramática
    emergente expressa “a incompletude essencial
    de uma língua”; diz-se assim que se trata de
    uma “estrutura (...) que não está nunca fixa,
    nunca determinada, mas está constantemente
    aberta em fluxo” (HOPPER, 1998 citado por
    VIDAL, 2009, p.35) – gramática que resulta do
    discurso e é constituída por ele.
NOVAS TENDÊNCIAS
   GRAMÁTICA DISCURSIVO-FUNCIONAL – “o
    sistema da língua não é completo, nem
    homogêneo, ao contrario... Tem como
    propriedade fundamental a capacidade de
    adaptar-se ao novos usos presentes no
    discurso, e é o discurso que vai produzir a
    gramática”. Assim sendo, a estrutura é
    entendida como provisória e negociável, em
    movimento contínuo.” (VIDAL, 2009, p. 36)
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
   Será que você conhece a palavra “aí”?
   O que “aí” quer dizer?
   Nas gramáticas normativas, “aí” é
    classificado como advérbio de lugar.
   Será que “aí” é sempre advérbio de
    lugar?
   Sempre expressa lugar?
   Sempre modifica um verbo?
   Sempre aponta para algo que
    podemos ver na situação de
    comunicação?
    Vamos ver...
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
  Para a GT, “aí” é advérbio de lugar.
 Para a Linguística, aí pode ter as seguintes funções:
1. ADVÉRBIO DE LUGAR DÊITICO: Eu cheguei em casa, eles
   estavam sentados no muro, né? Num muro alto. Eu disse: “meu
   filho, [não]-não senta aí que tu não estás com equilíbrio bom”.
* “aí” expressa lugar? SIM
* Modifica um verbo? SIM, o verbo “sentar” (acrescenta a
   informação de lugar)
Portanto, é advérbio de lugar no enunciado acima.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
  GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
2. FUNÇÃO DE ADJETIVO NO
  SN: Era coisa gostosa. Hoje, se
  você vai numa festinha aí, numa
  festinha de rua aí, a gente vê é
  safadeza, é avacalhação.
* “aí” expressa lugar? NÃO!
  Expressa      indefinição:   uma
  festinha “qualquer”.
* Modifica o verbo? NÃO! Modifica
  o substantivo “festinha”.
Então... Não é advérbio de lugar no
  enunciado acima! Tem valor de
  adjetivo no SN.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
3. FUNÇÕES DE ANAFÓRICO DE TEMPO E ANAFÓRICO DE LUGAR
   : Onze e pouco da noite. Não tinha um hotel, não tinha nada pra
   dormir, que o único hotel da cidade estava fechado. Aí
   procuramos, procuramos, batemos nesse hospital, que é um hospital e
   maternidade, aí que ele estava.
* O primeiro “aí” expressa lugar? NÃO: tempo.
*O segundo “aí” expressa lugar? SIM, MAS aponta
para algo mencionado antes (anáfora), não para
um fator da situação de comunicação (dêixis).
 Os dois aís do enunciado acima perdem suas características dêiticas.
   Depois que ele morreu, né? Que aí elas já eram mais ou menos
   moças, né? Tinham os seus quinze, dezesseis anos, aí que
   começaram a namorar.
* Expressa lugar? NÃO! Expressa tempo e também aponta para algo
   mencionado antes. Portanto, não é advérbio de lugar! É advérbio
   temporal com função de anáfora.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
      GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
4. ANAFÓRICO DISCURSIVO : E a
   carne, tu compras um quilo e tu comes
   duas vezes, né? E o peixe não. O
   peixe é aquilo ali, num instantinho vai
   e pronto. É isso aí.
* Expressa lugar? Não! Aponta para algo
   mencionado antes, resumindo todo
   do texto dito antes! Faz referência ao
   discurso!
5. FUNÇÃO DE SEQUENCIADOR
   TEMPORAL: “Ela está lá na casa da
   Maria dos Anjos”, disse uma outra
   amiga minha. Aí ela foi lá na casa da
   Maria dos Anjos, ver se eu estava...
QUADRO SÍNTESE DO
     FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO




http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
   A abordagem funcionalista considera como
    questão básica o exame das condições de
    produção da diversidade de usos que faz da
    linguagem um fenômeno heterogêneo. Em
    outras palavras, o quadro funcionalista
    apresenta como traço forte a compreensão da
    língua dotada de equilíbrio instável.
    (VIDAL, 2009, p.33)
RESUMINDO: premissas fundamentais
(GIVÓN, 1995 apud MARTELOTTA & ÁREAS, 2003, p. 28; ARAÚJO, 2012, p.20).


    a linguagem é uma atividade sociocultural;
    a estrutura serve a funções cognitivas e
     comunicativas;
    a estrutura é não-arbitrária, motivada, icônica;
    mudança e variação estão sempre presentes;
    o sentido é contextualmente dependente e não-
     atômico;
    as categorias não são discretas;
    a estrutura é maleável e não rígida;
    as gramáticas são emergentes;
    as regras de gramática permitem algumas exceções
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   ARAÚJO, Ana Alice de F. N. Os usos dos verbos vender e alugar em
    anúncios classificados de jornal impresso. UERN, Pau dos Ferros-RN, 2012.
   CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Funcionalismo e gramáticas do português
    brasileiro. In: SOUZA, Edson Rosa de. & et. Al. Funcionalismo linguístico:
    novas tendências teóricas. São Paulo: Contexto, 2012, p.17-42.
   CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. In: MARTELOTTA, Mário
    Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
   CUNHA, Maria Angélica Furtado da. Situando o funcionalismo. In:
    CUNHA, M.A.F. & SOUZA, M. Transitividade e seus contextos de uso. Rio de
    Janeiro: Lucerna, 2007, p. 17-26.
   CUNHA, Maria Angélica Furtado da. A linguística centrada no uso (ou
    linguistica cognitivo-funcional). In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco (e-book).
    Recife, PPGL/UFPE, 2012.
   HIROTSU, Priscila. Breve introdução ao funcionalismo linguistico. João
    Pessoa, PB. Publicado 12/06/2011 em: http://www.gerandoletras.blogspot.com
    acesso: 06/02/13
   LOPES, Célia. Gramaticalização: definição, principios e analises de casos.
    UFRJ http://www.ufmg.br/online/arquivos/anexos/Gramaticalizao_ufrj.pdf acesso
    em 06/02/13
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   MARTELLOTA, M. E. & AREAS, E. K. A visão funcionalista da linguagem no
    século XX. In: CUNHA, M.A.F.; OLIVEIRA, M. R. & MARTELOTTA, M. E.
    (orgs.). Linguística funcional:teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
   MILITÃO, MARIA SILVANA. Introdução à linguística: Funcionalismo
    linguístico (aula3). Licenciatura em Letras Português. Universidade Federal do
    Ceará            -          UFC             VIRTUAL.                    Disponível:
    http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
    Acesso em 06/02/13.
   PAVEAU, Marie-Anne. As grandes teorias da linguística: da gramática
    comprativa à pragmática. São Carlos: Clara Luz, 2006.
   PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: Anna Cristina Bentes;
    Fernanda Mussalim. (org.). Introdução à Linguística: fundamentos
    epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, vol. 3, p. 165-128
   SOUZA, M. Definição, classificação, categorização no gênero editorial:
    transitividade e processos relacionais. In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco.
    Recife, PPGL/UFPE, 2012.
   VIDAL, Rosângela M. B. As construções com adverbiais em – mente:
    análise funcionalista e implicações para o ensino de língua materna. (Tese
    de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem).
    UFRN, 2009.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Linguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeLinguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeKaren Olivan
 
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04Lygia Souza
 
Aula 04 variacao linguistica
Aula 04   variacao linguisticaAula 04   variacao linguistica
Aula 04 variacao linguisticaMarcia Simone
 
Formação das palavras
Formação das palavrasFormação das palavras
Formação das palavrascolveromachado
 
Dicotomias de saussure gabarito comentado
Dicotomias de saussure   gabarito comentadoDicotomias de saussure   gabarito comentado
Dicotomias de saussure gabarito comentadoVilmar Vilaça
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem   slideFiguras de linguagem   slide
Figuras de linguagem slideJaciara Mota
 
Lingüística aplicada
Lingüística aplicadaLingüística aplicada
Lingüística aplicadaADRIANA BECKER
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literaturafabrinnem
 

Mais procurados (20)

LÍNGUA & LINGUAGEM
LÍNGUA & LINGUAGEMLÍNGUA & LINGUAGEM
LÍNGUA & LINGUAGEM
 
Gramática
GramáticaGramática
Gramática
 
Análise de (do) discurso
Análise de (do) discursoAnálise de (do) discurso
Análise de (do) discurso
 
Semântica pragmática
Semântica pragmáticaSemântica pragmática
Semântica pragmática
 
Variedades linguísticas
Variedades linguísticasVariedades linguísticas
Variedades linguísticas
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Linguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeLinguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidade
 
Variedades linguísticas
Variedades linguísticasVariedades linguísticas
Variedades linguísticas
 
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
 
Aula 04 variacao linguistica
Aula 04   variacao linguisticaAula 04   variacao linguistica
Aula 04 variacao linguistica
 
Formação das palavras
Formação das palavrasFormação das palavras
Formação das palavras
 
Estruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à LinguísticaEstruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à Linguística
 
Gerativismo
GerativismoGerativismo
Gerativismo
 
Dicotomias de saussure gabarito comentado
Dicotomias de saussure   gabarito comentadoDicotomias de saussure   gabarito comentado
Dicotomias de saussure gabarito comentado
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem   slideFiguras de linguagem   slide
Figuras de linguagem slide
 
Lingüística aplicada
Lingüística aplicadaLingüística aplicada
Lingüística aplicada
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literatura
 
Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2
 
Aula sobre a história da língua portuguesa
Aula sobre a história da língua portuguesaAula sobre a história da língua portuguesa
Aula sobre a história da língua portuguesa
 
1.3 ortografia
1.3   ortografia1.3   ortografia
1.3 ortografia
 

Semelhante a O funcionalismo linguístico: do geral ao particular

1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdfLuciane Lucyk
 
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdfPedroRocha944191
 
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.pptDiinhaCavalcanteDiin
 
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4Fernanda Câmara
 
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaResumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaEspaço da Criatividade Encantado
 
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEsquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEveline Sol
 
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaIntrodução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaMaria Glalcy Fequetia Dalcim
 
Estudos da linguagem
Estudos da linguagemEstudos da linguagem
Estudos da linguagemDllubia
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagemKelly Moraes
 
A construção com verbos de cognição
A construção com verbos de cogniçãoA construção com verbos de cognição
A construção com verbos de cogniçãoclayse anne medeiros
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAmábile Piacentine
 
Apresentacao Conhecimentos Lgsti Jacqueline
Apresentacao Conhecimentos Lgsti JacquelineApresentacao Conhecimentos Lgsti Jacqueline
Apresentacao Conhecimentos Lgsti Jacquelinetelasnorte1
 
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...UENP
 
Ensino da lingua portuguesa
Ensino da  lingua portuguesaEnsino da  lingua portuguesa
Ensino da lingua portuguesaGerdian Teixeira
 

Semelhante a O funcionalismo linguístico: do geral ao particular (20)

1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
 
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf
3.2 Funcionalismo (Martelotta).pdf
 
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt
04.PALESTRA_I_SIC_URCA________UNILAB.ppt
 
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4
Descrição da visão funcionalista da linguagem no século xx txt.4
 
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaResumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
 
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEsquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
 
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaIntrodução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
 
Aula AD.pptx
Aula AD.pptxAula AD.pptx
Aula AD.pptx
 
Introdução à Linguística
Introdução à LinguísticaIntrodução à Linguística
Introdução à Linguística
 
B praticas deleitura
B praticas deleituraB praticas deleitura
B praticas deleitura
 
Estudos da linguagem
Estudos da linguagemEstudos da linguagem
Estudos da linguagem
 
Redação
 Redação Redação
Redação
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagem
 
A construção com verbos de cognição
A construção com verbos de cogniçãoA construção com verbos de cognição
A construção com verbos de cognição
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
 
Apresentacao Conhecimentos Lgsti Jacqueline
Apresentacao Conhecimentos Lgsti JacquelineApresentacao Conhecimentos Lgsti Jacqueline
Apresentacao Conhecimentos Lgsti Jacqueline
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...
O caráter multifuncional dos marcadores conversacionais de opinião “Eu acho q...
 
Ensino da lingua portuguesa
Ensino da  lingua portuguesaEnsino da  lingua portuguesa
Ensino da lingua portuguesa
 

Mais de Francione Brito

o-sertao-vai-virar-mar.pdf
o-sertao-vai-virar-mar.pdfo-sertao-vai-virar-mar.pdf
o-sertao-vai-virar-mar.pdfFrancione Brito
 
La organización textual
La organización textualLa organización textual
La organización textualFrancione Brito
 
ESCREVER É PRECISO livro Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro Osório MarquesESCREVER É PRECISO livro Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro Osório MarquesFrancione Brito
 
ESCREVER É PRECISO livro de Osório Marques
ESCREVER É PRECISO   livro de Osório MarquesESCREVER É PRECISO   livro de Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro de Osório MarquesFrancione Brito
 
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)O conhecimento do conhecimento científico(Morin)
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)Francione Brito
 
Intertextualidade interdiscursividade
Intertextualidade interdiscursividadeIntertextualidade interdiscursividade
Intertextualidade interdiscursividadeFrancione Brito
 
Seminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobsonSeminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobsonFrancione Brito
 

Mais de Francione Brito (7)

o-sertao-vai-virar-mar.pdf
o-sertao-vai-virar-mar.pdfo-sertao-vai-virar-mar.pdf
o-sertao-vai-virar-mar.pdf
 
La organización textual
La organización textualLa organización textual
La organización textual
 
ESCREVER É PRECISO livro Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro Osório MarquesESCREVER É PRECISO livro Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro Osório Marques
 
ESCREVER É PRECISO livro de Osório Marques
ESCREVER É PRECISO   livro de Osório MarquesESCREVER É PRECISO   livro de Osório Marques
ESCREVER É PRECISO livro de Osório Marques
 
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)O conhecimento do conhecimento científico(Morin)
O conhecimento do conhecimento científico(Morin)
 
Intertextualidade interdiscursividade
Intertextualidade interdiscursividadeIntertextualidade interdiscursividade
Intertextualidade interdiscursividade
 
Seminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobsonSeminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobson
 

Último

Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 

Último (20)

Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 

O funcionalismo linguístico: do geral ao particular

  • 1. O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO: do geral ao particular Disciplina: Teorias Linguísticas Professor: Dr. Ivanaldo Santos Filho Mestranda: Francisca Francione Vieira de Brito
  • 2. VISÃO GERAL DO MODELO FUNCIONALISTA  “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em oposição ao estruturalismo e gerativismo, se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas.” (CUNHA, 2008, p.157).  O funcionalismo não é uma abordagem monolítica; ao contrário, ele reúne um conjunto de subteorias que coincidem na postulação de que a língua tem funções cognitivas e sociais que desempenham um papel central na determinação das estruturas e dos sistemas que organizam a gramática de uma língua. ( CASTILHO, 2012, p.21)
  • 3. RAÍZES  primeira metade do séc. XX (1916)  Ciclo Lingüístico de Praga, com os primeiros estudos no campo da fonologia e principalmente com as teorias Roman Jakobson  De acordo com Hirotsu (2011), Apesar de emergir do formalismo há uma diferenciação para o estruturalismo e gerativismo: no funcionalismo a língua é analisada no uso, nas situações comunicativas considerando função desempenhada na frase, e não como estrutura estável e pressuposta, muito menos como aquisição inata.  Aprendemos o sistema lingüístico subjacente ao uso. E pelo dinamismo da língua, a analise está sujeita à mudança, opondo noções de desempenho e competência.
  • 4. PRESENÇA DA VISÃO FUNCIONALISTA (PEZATTI, 2007)  Na Escola Linguística de Praga (Jakobson e as funções da linguagem);  Na tradição antropológica de Sapir (1921, 1949) e seguidores;  Na teoria tagmêmica de Pike (1967);  No trabalho etnograficamente orientado de Hymes(1972) – competência comunicativa;  Na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday(1970, 1973, 1985);  Na tradição filosófica que, a partir de Austin (1962) e por meio de Searle (1969), conduziu à teoria dos Atos de Fala;  No trabalho de um grupo de pesquisadores que inclui Givón, Li, Thompson, Chafe, Hopper, DeLancey, Dubois entre outros;  Na Gramática de Papel e de Referência;  Em Lakoff e Langacker (tendência funcional-cognitiva).
  • 5. CORRENTES TEÓRICAS  O FUNCIONALISMO EUROPEU (1926) – surge como um movimento particular dentro do estruturalismo, enfatizando a função das unidades linguísticas: na fonologia, o papel dos fonemas na distinção e demarcação das palavras; na sintaxe, o papel da estrutura da sentença no contexto. Atribui-se aos membros da Escola de Praga , sobretudo na representação de Mathesius os primórdios da linha funcionalista.  Os funcionalistas de Praga enfatizaram o caráter multifuncional da linguagem. Sua influencia foi duradoura e profunda. As ideias originadas nesse período são a fonte para diversos trabalhos posteriores, princiaplemente de Jakobson e Martinet. (CUNHA, 2008, p. 161)
  • 6. CORRENTES TEÓRICAS  A escola francesa tem como principal nome André Martinet que desenvolveu a chamada Perspectiva Funcional da Sentença. Ele propõe que a língua funciona por meio de duas articulações (palavra vs. fonemas). Defende ainda a relação entre mudança social e linguística, que possibilita o surgimento de novas funções para velhas formas; e o princípio da economia linguística que restringe a quantidade de elementos que se pode usar na comunicação.
  • 7. CORRENTES TEÓRICAS  FUNCIONALISMO NORTE-AMERICANO ( a linguistica centrada no uso ou cognitivo-funcional - 1970 ): considera como objeto de análise o texto a partir dos fenômenos linguísticos efetivados pelos falantes na interação e também a questão cognitva na construção dos significados.  Segundo Neves (2010) citada pela Profª Silvana Militão – UFC VIRTUAL: “A vertente funcionalista norte-americana vai considerar a relação sistema linguístico e estrutura cognitiva do usuário, sem conceber um modelo cognitivista de gramática”.  Principais representantes: Talmy Givón, Paul Hopper, Sandra Thompson, Wallace Chafe, Joan Bybee, Elizabeth Traugott, George Lakoff, Ronald Langacker, Gilles Fauconnier, Adele Goldberg, John Taylor etc.
  • 8. CORRENTES TEÓRICAS  A Linguística Cognitivo-Funcional procura essencialmente trabalhar com dados reais de fala ou escrita, retirados de contextos efetivos de comunicação, evitando lidar com frases inventadas, dissociadas de sua função no ato da comunicação (CUNHA, 2012, p.31). “A ideia central é que a língua é usada, sobretudo, para satisfazer necessidades comunicativas” [...] e sua “forma deve refletir, em alguma medida, a função que exerce” (CUNHA, 2007, p. 17)  Defende-se, portanto, uma forte vinculação entre gramática e discurso, numa tentativa de explicar a forma da língua a partir das funções que ela desempenha na comunicação. (CUNHA, 2007, p.18)
  • 9. CORRENTES TEÓRICAS  LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL (Teoria Sociossemiótica da linguagem - 1985) – desenvolveu-se a partir de estudos de Firth e vem sendo desenvolvida por Halliday e seguidores; é utilizado hoje não apenas para descrições funcionais da língua, tem influenciado outras teorias, com destaque para o letramento visual de Kress & Van Leewen).  Espelha-se numa perspectiva de língua enquanto escolha. É um modo de compreender a gramática em termos do uso dessa gramática, o qual se opõe aos estudos formalistas, pois tem como foco usos da língua que realizam interação entre usuários; sua orientação é social. (SOUZA, 2012, p.152)
  • 10. CORRENTES TEÓRICAS  Para Halliday, a língua se organiza em torno de duas possibilidades alternativas: a cadeia (o sintagma), e a escolha (o paradigma); uma gramática sistêmica é, sobretudo, paradigmática, pois coloca as unidades sintagmáticas como realização e as relações paradigmáticas como nível profundo e abstrato.)  Conforme Paveau (2006, p.141) a escolha, consciente ou não, produto da vontade ou determinada pelo contexto e a cultura, implica o sentido.  Uma gramática funcional é, por isso, não um conjunto de regras, mas uma série de recursos para descrever, interpretar e fazer significados. (CUNHA, 2007, p.20)  No Brasil: Grupo de Pesquisa Discurso & Gramática – sediado em várias universidades; estudiosos como
  • 11. O CONCEITO DE “FUNÇÃO”  Termo função podem ter vários significados.  Função como propósito - caracteriza a relação entre as formas linguísticas e a comunicação. Jakobson preconizava os objetivos da comunicação humana em função informativa, fática, poética etc. Ex.: Fique antenado com seu tempo. (função apelativa).  Função como significado – para os estudos das formas linguísticas a pragmática torna-se aliada da semântica e também do contexto comunicativo. Ex.: Ricardo fez um discurso. Análise sintática: Ricardo (sujeito)/ fez o discurso (predicado). Análise semântica: Ricardo (agente) / fez (verbo de ação-processo) /um discurso (resultativo). Análise pragmática: Ricardo (tema - informação dada) / fez uma discurso (rema - informação nova).
  • 12. ANÁLISE LINGUÍSTICA FUNCIONALISTA  O funcionalismo se caracteriza pelo objetivo de investigar a relação entre forma e função no uso da língua. A partir disso, há a integração da sintaxe, da semântica e da pragmática, sendo que o componente pragmática comanda os estudos sobre os aspectos dos componentes sintáticos e semânticos.  Na análise lingüística considera-se toda a situação comunicativa: o propósito do evento da fala, seus participantes e o contexto discursivo, a influencia extralinguística do ato da fala.  Funcionalismo estuda as capacidades linguísticas e comunicativas (competência de adequar a língua – formulação de textos) aos contextos de produção.
  • 13. REFLEXÃO!  Pense em quantas formas de saudações podemos usar para cumprimentar uma pessoa: Oi!; olá!; e aí?; bom dia!; boa tarde!; boa noite!; dia!; tarde!; e aí, sô!; e aí, mano!; e aí, velho!; tudo na paz?; tudo beleza! Etc Observou quantas formas usamos para a função “saudação” em português? Temos uma função e várias formas para expressá-la.
  • 14. ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS  Iconicidade - relação entre expressão e conteúdo - conhecimento adquirido pelo uso dos sentidos influencia na configuração do sistema linguístico;  Marcação - distingue por oposição binária um termo marcado de outro não marcado conforme a força expressiva do mesmo;  Transitividade e plano discursivo - não se manifesta apenas no verbo, mas no todo da oração, que emerge das relações estabelecidas entre os elementos que a compõem (participantes, cinese, aspecto do verbo, pontualidade do verbo, intencionalidade do sujeito, polaridade do sujeito, modalidade da oração, agentividade do sujeito, afetamento do objeto , individuação do objeto )
  • 15. ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS  Informatividade - consiste em estudar o compartilhamento de informações pelos interlocutores nos processos de interação verbal (status informacional dos referentes nominais: dado novo, velho).  Gramaticalização – Segundo a profª Célia Lopes, ocorre quando um item lexical/construção passa a assumir, em certas circunstâncias, um novo status como item gramatical ou quando itens gramaticais se tornam ainda mais gramaticais, podendo mudar de categoria sintática(=recategorização), receber propriedades funcionais na sentença, sofrer alterações semânticas e fonológicas, deixar de ser uma forma livre e até desaparecer como conseqüência de uma cristalização extrema.
  • 16. EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL  NÍVEL TEXTUAL (relação texto com seu processo histórico): A charge é um gênero textual que se caracteriza por uma leitura rápida, estrutura linguística simples, tamanho reduzido, reunião de elementos verbais e não verbais principalmente icônicos; de teor crítico, pendendo quase sempre ao jocoso. Sabemos que nem sempre para esse tipo de texto era possível sua vinculação pública. Ainda hoje, em países de regime político fechado, sua publicação é proibida. Mesmo no Brasil, alguns políticos conseguiram judicialmente que não se relacione sua imagem ou nome à charge, dado que sempre são ironizados, criticados.
  • 17. EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL  NÍVEL SISTÊMICO E FUNCIONAL (estrutura linguística em articulação): A partícula ONDE, que na gramática é preestabelecido como advérbio ou pronome relativo, ganha funções e é classificado de acordo com seu uso, sua posição (o chamado aspecto tático). É o primeiro elemento apresentado no texto, direcionando-nos a dizer Brasil, cuja resposta não aparece em nenhum momento no texto. Inclusive o próprio nome “país” está antecedido por “um” (artigo indefinido), ratificando a ideia de indefinição, de não apontando a algo específico no mundo. Mas nosso conhecimento de mundo e inferências de leitura fazem-nos deduzir qual o lugar a que a charge faz referência. Não é à toa que é o primeiro termo a ser empregado no texto e que encabeça a oração retirada de sua estrutura canônica, fazendo surgir em sua posição o “assim” – que retoma a tudo o que foi dito anteriormente, até aquilo que as reticências indicam que foi suspenso da fala do locutor. Note que o próprio vocativo “Kadafi”, que, comumente vem no início de oração, é o último elemento a ser utilizado. Isso por que: o autor quis focar as características do dito país. O tema de sua fala é o dito país em que tudo é possível, não o ditador, que é apenas uma informação compartilhada
  • 18. AINDA SOBRE A EXEMPLIFICAÇÃO...  Uma análise funcional da língua entende que cada escolha do usuário (onde, assim, Kadafi) estabelece uma função para a constituição textual – eis o exemplo da eleição do nome de kadafi, e não outro político ( poderíamos usar um substantivo que mais convém a nossa visão de mundo).  Essa é uma das diferenças entre o Funcionalismo e o Estruturalismo: para este, a noção de função linguística surge pela oposição de elementos linguísticos, para aquele, surge da articulação.  Então,perguntamos: é o advérbio um termo acessório como afirma a Gramática Tradicional? Está ele ligado apenas ao verbo? Neste caso, não. Seu campo de abrangência é todo o texto – considerando que, no Funcionalismo, as análises são colocadas em um continuum entre mais ou menos – podendo, em outros casos, o advérbio está ligado mais ao verbo.
  • 19. NOVAS TENDÊNCIAS  GRAMÁTICA EMERGENTE: ligada a Hopper – surge da ideia de língua como objeto social que se renova pelo uso através da sua dinamicidade e sensibilidade ao uso. A gramática emergente expressa “a incompletude essencial de uma língua”; diz-se assim que se trata de uma “estrutura (...) que não está nunca fixa, nunca determinada, mas está constantemente aberta em fluxo” (HOPPER, 1998 citado por VIDAL, 2009, p.35) – gramática que resulta do discurso e é constituída por ele.
  • 20. NOVAS TENDÊNCIAS  GRAMÁTICA DISCURSIVO-FUNCIONAL – “o sistema da língua não é completo, nem homogêneo, ao contrario... Tem como propriedade fundamental a capacidade de adaptar-se ao novos usos presentes no discurso, e é o discurso que vai produzir a gramática”. Assim sendo, a estrutura é entendida como provisória e negociável, em movimento contínuo.” (VIDAL, 2009, p. 36)
  • 21. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”  Será que você conhece a palavra “aí”?  O que “aí” quer dizer?  Nas gramáticas normativas, “aí” é classificado como advérbio de lugar.  Será que “aí” é sempre advérbio de lugar?  Sempre expressa lugar?  Sempre modifica um verbo?  Sempre aponta para algo que podemos ver na situação de comunicação? Vamos ver...
  • 22. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”  Para a GT, “aí” é advérbio de lugar.  Para a Linguística, aí pode ter as seguintes funções: 1. ADVÉRBIO DE LUGAR DÊITICO: Eu cheguei em casa, eles estavam sentados no muro, né? Num muro alto. Eu disse: “meu filho, [não]-não senta aí que tu não estás com equilíbrio bom”. * “aí” expressa lugar? SIM * Modifica um verbo? SIM, o verbo “sentar” (acrescenta a informação de lugar) Portanto, é advérbio de lugar no enunciado acima.
  • 23. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 2. FUNÇÃO DE ADJETIVO NO SN: Era coisa gostosa. Hoje, se você vai numa festinha aí, numa festinha de rua aí, a gente vê é safadeza, é avacalhação. * “aí” expressa lugar? NÃO! Expressa indefinição: uma festinha “qualquer”. * Modifica o verbo? NÃO! Modifica o substantivo “festinha”. Então... Não é advérbio de lugar no enunciado acima! Tem valor de adjetivo no SN.
  • 24. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 3. FUNÇÕES DE ANAFÓRICO DE TEMPO E ANAFÓRICO DE LUGAR : Onze e pouco da noite. Não tinha um hotel, não tinha nada pra dormir, que o único hotel da cidade estava fechado. Aí procuramos, procuramos, batemos nesse hospital, que é um hospital e maternidade, aí que ele estava. * O primeiro “aí” expressa lugar? NÃO: tempo. *O segundo “aí” expressa lugar? SIM, MAS aponta para algo mencionado antes (anáfora), não para um fator da situação de comunicação (dêixis).  Os dois aís do enunciado acima perdem suas características dêiticas. Depois que ele morreu, né? Que aí elas já eram mais ou menos moças, né? Tinham os seus quinze, dezesseis anos, aí que começaram a namorar. * Expressa lugar? NÃO! Expressa tempo e também aponta para algo mencionado antes. Portanto, não é advérbio de lugar! É advérbio temporal com função de anáfora.
  • 25. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 4. ANAFÓRICO DISCURSIVO : E a carne, tu compras um quilo e tu comes duas vezes, né? E o peixe não. O peixe é aquilo ali, num instantinho vai e pronto. É isso aí. * Expressa lugar? Não! Aponta para algo mencionado antes, resumindo todo do texto dito antes! Faz referência ao discurso! 5. FUNÇÃO DE SEQUENCIADOR TEMPORAL: “Ela está lá na casa da Maria dos Anjos”, disse uma outra amiga minha. Aí ela foi lá na casa da Maria dos Anjos, ver se eu estava...
  • 26. QUADRO SÍNTESE DO FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
  • 27. A abordagem funcionalista considera como questão básica o exame das condições de produção da diversidade de usos que faz da linguagem um fenômeno heterogêneo. Em outras palavras, o quadro funcionalista apresenta como traço forte a compreensão da língua dotada de equilíbrio instável. (VIDAL, 2009, p.33)
  • 28. RESUMINDO: premissas fundamentais (GIVÓN, 1995 apud MARTELOTTA & ÁREAS, 2003, p. 28; ARAÚJO, 2012, p.20).  a linguagem é uma atividade sociocultural;  a estrutura serve a funções cognitivas e comunicativas;  a estrutura é não-arbitrária, motivada, icônica;  mudança e variação estão sempre presentes;  o sentido é contextualmente dependente e não- atômico;  as categorias não são discretas;  a estrutura é maleável e não rígida;  as gramáticas são emergentes;  as regras de gramática permitem algumas exceções
  • 29. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  ARAÚJO, Ana Alice de F. N. Os usos dos verbos vender e alugar em anúncios classificados de jornal impresso. UERN, Pau dos Ferros-RN, 2012.  CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Funcionalismo e gramáticas do português brasileiro. In: SOUZA, Edson Rosa de. & et. Al. Funcionalismo linguístico: novas tendências teóricas. São Paulo: Contexto, 2012, p.17-42.  CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.  CUNHA, Maria Angélica Furtado da. Situando o funcionalismo. In: CUNHA, M.A.F. & SOUZA, M. Transitividade e seus contextos de uso. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007, p. 17-26.  CUNHA, Maria Angélica Furtado da. A linguística centrada no uso (ou linguistica cognitivo-funcional). In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco (e-book). Recife, PPGL/UFPE, 2012.  HIROTSU, Priscila. Breve introdução ao funcionalismo linguistico. João Pessoa, PB. Publicado 12/06/2011 em: http://www.gerandoletras.blogspot.com acesso: 06/02/13  LOPES, Célia. Gramaticalização: definição, principios e analises de casos. UFRJ http://www.ufmg.br/online/arquivos/anexos/Gramaticalizao_ufrj.pdf acesso em 06/02/13
  • 30. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  MARTELLOTA, M. E. & AREAS, E. K. A visão funcionalista da linguagem no século XX. In: CUNHA, M.A.F.; OLIVEIRA, M. R. & MARTELOTTA, M. E. (orgs.). Linguística funcional:teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.  MILITÃO, MARIA SILVANA. Introdução à linguística: Funcionalismo linguístico (aula3). Licenciatura em Letras Português. Universidade Federal do Ceará - UFC VIRTUAL. Disponível: http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html Acesso em 06/02/13.  PAVEAU, Marie-Anne. As grandes teorias da linguística: da gramática comprativa à pragmática. São Carlos: Clara Luz, 2006.  PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: Anna Cristina Bentes; Fernanda Mussalim. (org.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, vol. 3, p. 165-128  SOUZA, M. Definição, classificação, categorização no gênero editorial: transitividade e processos relacionais. In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco. Recife, PPGL/UFPE, 2012.  VIDAL, Rosângela M. B. As construções com adverbiais em – mente: análise funcionalista e implicações para o ensino de língua materna. (Tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem). UFRN, 2009.