O documento descreve os principais biomas brasileiros, incluindo a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Cada bioma é caracterizado pela vegetação, fauna, clima, solo e ameaças atuais como desmatamento.
2. Introdução
Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas
que funcionam de forma estável. Um bioma é caracterizado por
um tipo principal de vegetação e de clima .A fauna e flora de um
bioma vivem de forma adaptada as condições da natureza
(vegetação, chuva, umidade, calor,solo, etc) existentes. Os
biomas brasileiros caracterizam-se, no geral, por uma grande
biodiversidade, com diversas espécies endemicas
O Brasil apresenta diversos biomas. O fator
preponderante para isso é a grande extensão territorial do
país, principalmente a latitudinal.
4. Floresta Amazônica
É considerada a maior floresta tropical do mundo com uma rica biodiversidade. O bioma Amazônia ocupa
cerca de 40% do território nacional. Nele estão localizados os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre,
Rondônia e Roraima e algumas partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Também inclui terras de países
próximos ao Brasil, como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia. É o habitat de milhares de
espécies vegetais e animais, algumas endêmicas. Caracteriza-se pela presença de árvores de grande porte,
situadas bem próximas umas das outras (floresta fechada).
A vegetação divide-se em três categorias: matas de terra firme, árvores mais altas, em regiões que não
sofrem inundação; matas de várzea, um meio entre as matas de terra firme e matas de igapó, diferenciado pelo
fator da altitude e inundação do terreno; e matas de igapó,matas quase sempre inundadas, com exemplos como
arbustos, cipós e a vitória-régia.
Pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais, isso porque nem
todas as espécies foram encontradas e estudadas pelos cientistas. Entre as espécies que se destacam nesse bioma,
os macacos são os maiores representantes da Floresta Amazônica, com coatás, cuxiús, barrigudos, bugios, por
exemplo. Além deles existem outros mamíferos destacados, como a onças, tamanduás, esquilos, peixes-boi, anta
e botos.
Os répteis também têm território garantido, lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes. Entre os anfíbios,
existem variados tipos de rãs, sapos e pererecas. Uma grande coleção de peixes é outro fato digno de nota: nas
águas amazônicas estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul, alguns exemplos são a pirarara, o
tambaqui e o pirarucu.
Outros seres ainda menores têm grande importância no equilíbrio deste ecossistema: os insetos. Eles são
numerosos. Besouros, formigas, mariposas e vespas fazem parte do grupo que é maioria na fauna amazônica. Há
grande variedade também de aves na floresta. Araras, papagaios, periquitos e tucanos colorem as copas das
árvores. Mais de mil espécies de aves já foram catalogadas. Todos os animais citados se relacionam formando
uma complexa teia alimentar, com produtores, consumidores e decompositores.
5. O solo da floresta amazônica é em geral bastante arenoso. Possui
uma fina camada de nutrientes que se forma a partir da decomposição
de folhas, frutos e animais mortos, mas é em geral pobre em nutrientes.
O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial
úmido, pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de
clima, as temperaturas são elevados e o índice pluviométrico também.
A região Amazônica apresenta precipitação média de 2300 mm
anuais. Uma relação que se estabelece com sua ampla hidrografia, que
conta com rios como o Rio Negro, Rio Solimões e Rio Amazonas.
Mesmo com toda essa diversidade e extensão a Floresta Amazônica
está em perigo devido à ação humana, que realiza queimadas, tráfico de
animais silvestres, e o desmatamento pela madeira.
Compõem o bioma Amazônia planícies , depressões e planaltos.As
planícies são constantemente inundadas pela água dos rios. Na região
de planaltos existem algumas serras, como as de Taperapecó, Imeri e
Parima. Ficam na Amazônia as formações de relevo mais baixa planície Amazônica - e mais alta - planalto das Guianas - do país. É
nesse planalto que se encontra o Pico da Neblina, ponto mais alto do
Brasil, com cerca de 3.015 metros, mais precisamente na Serra do
Imeri.
6. Mata Atlântica
• A Mata Atlântica é uma formação vegetal que está presente em grande
parte da região litorânea brasileira. Ocupa, atualmente, uma extensão de
aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. É uma das mais importantes
florestas tropicais do mundo, apresentando uma rica biodiversidade. A Mata
Atlântica encontra-se, infelizmente, em processo de extinção. Isto ocorre desde
a chegada dos portugueses ao Brasil (1500), quando se iniciou a extração
do pau-brasil, importante árvore da Mata Atlântica. Atualmente, a especulação
imobiliária, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os principais
fatores responsáveis pela extinção desta mata.
• Seu clima predominante é o tropical úmido, no entanto, existem outros
microclimas ao longo da mata. Apresenta temperaturas médias elevadas
durante o ano todo e a média de umidade relativa do ar também é elevada. As
precipitações pluviométricas são regulares e bem distribuídas nesse bioma.
Quanto ao relevo, é caracterizado por planaltos e serras.
• A importância hidrográfica da Mata Atlântica é grande, pois essa região
abriga sete das nove maiores bacias hidrográficas do país, entre elas estão:
Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
7. Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies
da flora e da fauna. Sua vegetação é bem diversificada e é
representada pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jambo,
jatobá, imbaúba, jequitibá-rosa, jacarandá, pau-brasil,
entre outras. Esses dois últimos (jacarandá e pau-brasil)
são o principal alvo da atividade madeireira, fato que
ocasionou sua redução e quase extinção.
A fauna possui várias espécies distintas, sendo várias
delas endêmicas, ou seja, são encontradas apenas na Mata
Atlântica. Entre os animais desse bioma estão: tamanduá,
tatu-canastra, onça-pintada, lontra, mico-leão, macacomuriqui, anta, veado, quati, cutia, bicho-preguiça, gambá,
mono-carvoeiro, araponga, jacutinga, jacu, macuco, entre
tantos outros.
8. Cerrado
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2
milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total que situa-se em
Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Maranhão, Piauí e
Bahia. Essa expressiva diminuição se deve à intervenção humana no ecossistema. Estima-se que 10 mil espécies de
vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça
e pelo comércio ilegal. Devido à ação do homem, o Cerrado passou por grandes modificações, alterando os
diversos habitats e, conseqüentemente, apresentando espécies ameaçadas de extinção.
O cerrado é a savana brasileira. Possui solo pobre em nutrientes e vegetação normalmente baixa, com plantas
esparsas de aparência seca. Duas estações bem marcadas caracterizam o cerrado: inverno seco e verão chuvoso.
Neste ambiente vivem muitas espécies da fauna, inclusive bichos ameaçados de extinção. E o bioma ainda guarda
outras surpresas: bacias hidrográficas e chapadões, relevo característico da região central do Brasil.
Devido à sua situação geográfica, o Cerrado funciona como elo com outros biomas como a Amazônia, a Mata
Atlântica, o Pantanal e a Caatinga. Isso faz com que o Cerrado compartilhe espécies com os demais biomas,
tornando-se um local de alta diversidade, a ponto de ser considerado a savana mais rica em biodiversidade do
planeta.
No ambiente do Cerrado, podem ser encontradas cerca de 1600 espécies, sendo 500 de mamíferos, 830 de
aves, 150 de anfíbios e 120 de répteis, aproximadamente. Isso sem contar os insetos, que têm papel fundamental
na ecologia, mas que ainda são pouco conhecidos pela ciência. Devido a essa grande biodiversidade o Cerrado é
considerado uma das 25 áreas do mundo prioritárias para a conservação.
Embora possua grande diversidade animal, a flora do cerrado é muito mais rica que a fauna, possuindo cerca
de 10mil espécies, entre elas as palmeiras, e arvores frutíferas como o pequi. Basicamente a vegetação é
caracterizada por pequenas árvores retorcidas, dispersas em meio a um tapete de gramíneas. Entretanto, também
é bastante diversificada, apresentando desde formas campestres bem abertas, como os campos limpos de cerrado,
até formas relativamente densas, florestais, como os cerradões.
9. O solo do cerrado apresenta baixa concentração
de nutrientes, além de áreas devastadas, com solo
impróprio, devido às queimadas.
No Cerrado são comuns duas formações de
relevo: os terrenos planos e as chapadas, planaltos
que se caracterizam pela presença de esplanadas nos
seus topos, como a Como a Chapada dos Veadeiros.
O clima predominante no cerrado é o tropical,
que apresenta duas estações bem definidas: uma
chuvosa, entre outubro e abril; e outra seca, entre
maio e setembro.
A atmosfera é calma e quase não ocorrem ventos
fortes e constantes
10. Pantanal
Chamado de Paraíso das Águas, o Pantanal mato-grossense é a maior planície de
inundação contínua do mundo, apresentando uma das maiores concentrações de vida
silvestre da Terra. Nesse bioma o clima predominante é o tropical continental, e existem
épocas de cheias dos rios (de novembro à abril), devido às chuvas, bem definidas.
Localizado na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, em uma área de transição entre a floresta
amazônica,o cerrado e o chaco boliviano, o pantanal possui diversos ecossistemas aquáticos,
semi aquáticos e terrestres.
Devido à proximidade dos biomas, o pantanal possui diversas espécies da floresta
amazônica e do cerrado. Exemplos de espécies animais são o lobo-guará, o jacaré do papo
amarelo e o tuiuiú. Já a vegetação varia entre gramíneas, nas planícies que são inundas, e, até
árvores de grande porte, como o ipê.
O relevo do pantanal é caracterizado pelo predomínio de planícies e depressões rasas, e
seu solo é considerado pobre em profundidade, e rico na superfície devido à deposição de
matéria orgânica.
O bioma sofre com a degradação ambiental, contando ainda com cerca de 80% das áreas
de planícies e 55% das áreas altas ainda preservadas. O pantanal sofre com o desmatamento
para a agropecuária, com a construção de usinas hidrelétricas e recentemente com A
exploração da terceira maior jazida de minério de ferro do País, localizada na Morraria do
Urucum, em Corumbá – MS.
11. Caatinga
A caatinga é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui
extensão territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do
território nacional. Ela está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas
Gerais.
O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários
tipos diferentes de rochas.
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que
atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de
conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais.
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida
de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é
muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas.
12. Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento
econômico na caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da
terra e da instabilidade das precipitações pluviométricas. A principal atividade
econômica desenvolvida na caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se
na região através da irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais
e açudes. Alguns projetos de irrigação para a agricultura comercial são
desenvolvidos no médio vale do São Francisco, o principal rio da região,
juntamente ao Parnaíba.
As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à
pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes
superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com
recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A
vegetação é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros
de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de
2 metros. Entre as espécies mais comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o
mandacaru. Algumas dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e,
principalmente, frutas.
A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis
(principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-domato, arara-azul (ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa-branca, cutia,
gambá, preá, veado-catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros
animais.
13. Pampas
Os campos, pampas, ou pradaria gaúchos são um bioma bastante diferente
dos demais biomas brasileiros. Reconhecido como bioma apenas em 2004, os
pampas se estendem pelo Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina
Com clima predominantemente subtropical e solo fértil, as paisagens
naturais do Pampa são diversificadas, de serras a planícies, e até coxilhas e
possuem uma vegetação predominante de gramíneas, arbustos e árvores de
pequeno porte (também existem outras formações como matas ciliares e
afloramentos rochosos). Nas regiões mais altas, também existem as matas de
araucárias.
A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves, dentre elas a ema
(Rhea americana) e o perdigão (Rynchotus rufescens). Também ocorrem mais
de 100 espécies de mamíferos terrestres, como o zorrilho (Conepatus chinga)
e o furão (Galictis cuja).
14. Devido à vegetação rasteira, esse bioma sempre foi considerado mais
apropriado para o cultivo do gado, o que fez com que os pampas sofressem
com a degradação. Estima-se que em 2008 restavam apenas 36% da cobertura
natural do bioma,com apenas 0,4% de áreas protegidas. Agora o Pampa sofre
uma ameaça muito mais grave: a introdução do monocultivo e Pinus e
Eucaliptos.
15. Desmatamento
A ação antrópica no ambiente tem causado
problemas, afetando o equilíbrio dos biomas
preexistentes. Atos como queimadas, tráfico de
animais e a expansão das cidades causou a
diminuição da cobertura vegetal no país,
podendo causar maiores prejuízos futuros,
como a savanização da Floresta Amazônica, a
desertificação do pantanal, a extinção de
espécies, ou a alteração de climas devido à
devastação dos biomas.