A Grécia Antiga foi marcada por diversos períodos históricos, com destaque para o período clássico entre os séculos V e IV a.C., quando cidades como Atenas e Esparta atingiram seu apogeu político e cultural. Nesse período, Atenas liderou as cidades gregas em duas guerras contra o Império Persa, estabelecendo sua hegemonia. No entanto, disputas internas levaram à Guerra do Peloponeso e ao enfraquecimento das cidades-estado, permitindo a
1. GRÉCIA ANTIGA
Prof. Elvis John O. Ribeiro
1. LOCALIZAÇÃO:
- Península balcânica (Hélade).
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Ausência de unidade territorial e política.
- Forma-se da fusão dos povos helenos (micênicos)
e a cretense (minóica).
3. PERÍODOS:
- Pré-homérico (Séc. XX a.C – XII a.C).
- Homérico (Séc. XII a.C – VIII a.C).
- Arcaico (Séc. VIII a.C – VI a.C).
- Clássico (Séc. V a.C – IV a.C).
- Helenístico (Séc. IV a.C).
3.1. Pré - homérico: civilizações Cretense e Micênica.
- Os cretenses:
* Também conhecidos como egeus, pelágios ou minóicos.
* Primeiros a povoar a região balcânica.
* Eram grandes navegadores, cultura de caráter matriarcal (deusa mãe) e sua capital era
Cnossos.
- Os helenos ou micênicos:
* Aqueus – 2.000 a.C
* Jônios – 1.700 a.C
* Eólios – 1.700 a.C
* Dórios – 1.200 a.C
Muitos elementos sugerem que a religião
cretense tinha como base o culto à Grande-
Mãe, deusa da fertilidade, mãe de todos os
seres vivos. Segundos alguns especialistas, a
preponderância feminina na religião estaria
associada a uma organização social matriarcal.
Outros, porém, afirmam que os dados
iconográficos são insuficientes para sustentar
essa afirmação.
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-
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2. - Início do povoamento dos helenos (indo-europeus: aqueus, jônios, eólios e dórios): formação
dos GENOS.
- 1.500 a.C – Os aqueus conquistaram os cretenses - origina acultura CRETOMICÊNICA.
- 1.200 a.C – conquista de Tróia pelos aqueus.
- 1.200 a.C – Os dórios ocuparam os Peloponeso – Leva à 1ª DIÁSPORA GREGA (fim do pré-
homérico).
3.2. Período Homérico.
- Retorno do modo de vida gentílico.
- surgimento das CIDADES-ESTADO após a desagregação dos genos.
Genos fátrias tribos polis (cidades).
Fonte: Cláudio Vicentino: História geral e do Brasil, 2014.
c
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_b8lKBo8aG6s/Sw79URV10DI/AAAAAAAAAMQ/o
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3. 3.3. Período Arcáico.
- Ocorreu a consolidação da vida urbana com o fortalecimento das polis gregas.
3.3.1. Evolução política de Atenas
- Povo jônio.
- MONARQUIA – OLIGARQUIA – TIRANIA – DEMOCRACIA.
a) OLIGARQUIA:
Arcontado - total de 9 membros (executivo).
- Organização política
Areópago – conselho de anciãos (assessorar e fiscalizar o arcontado).
- Economia – mercantil, monitorizada, escravista, agrícola (vinha e oliveira).
- Disputas políticas entre DEMOS (demiurgos, georgóis, thetas) X EUPÁTRIDAS.
- Dois legisladores tentam atenuar a crise social e enfraquecer a luta dos DEMOS:
Drácon (621 a.C) – Código de Leis Escritas (Código de Drácon).
- Igualdade Jurídica.
- Manteve os privilégios dos EUPÁTRIDAS.
Sólon (594 a.C) – reforma política.
- Critério censitário para a participação política – ASCENSÃO DOS DEMIURGOS.
- Criou o Bulé - Conselho dos 400.
- Criou a Eclésia – assembleia popular.
- Aboliu a escravidão por dívida.
b) TIRANIA (561 a.C).
- Governo acima das leis. Na Grécia antiga poderia ser popular.
* Detalhe: A falta de terras devido ao crescimento populacional provocou tensões sociais e a fuga das
camadas mais baixas para outras áreas do mediterrâneo. Assim, surgiram várias colônias e o comércio
ampliou-se prejudicando os pequenos proprietários, georgóis, que não suportaram os baixos preços das
colônias e dando origem a uma classe de comerciantes ricos, os DEMIURGOS.
4. - Em Atenas foi fruto das disputas entre os DEMOS e a NOBREZA EUPÁTRIDA.
- Pisístrato (561 – 527 a.C).
Chegou ao poder por golpe popular.
Fez várias obras públicas para empregar as camadas populares.
Dinamizou o comércio
- Iságoras (510 a.C).
Reação aristocrática.
- Clístenes (508 a.C).
Reação popular.
Pai da democracia.
c) DEMOCRACIA (507 a.C).
- Reformas de Clístenes:
Divide a Ática em três regiões (cidade, litoral e interior).
Classificou a população em 10 tribos (DEMOS) compostas por membros de todas as classes
sociais.
Ampliou o BULÉ (Conselho dos 500).
Ampliou a Eclésia.
Criou a lei do OSTRACISMO.
Grupos sociais: Características gerais:
Eupátridas - nobres Voltada para a filosofia e artes.
Demiurgos – comerciantes, artesão. Elitista.
Georgóis – camponeses. Talassocrática.
Detalhe: Segundo a historiadora Patrícia Ramos Braick, durante o governo de Péricles (461
a 429 a.C.), a democracia consolidou-se e atingiu se apogeu por meio dos princípios da
ISONOMIA, igualdade de todos perante a lei; ISEGORIA, igualdade de direito ao acesso à
palavra na assembleia; e da ISOCRACIA, igualdade de participação no poder.
Detalhe: Contudo devemos lembrar dos limites da democracia em Atenas. Somente os
cidadãos poderiam gozar plenamente de tais princípios, mas estes totalizavam somente 10%
da sociedade, filhos de pais e mães descendentes de jônios.
Outra peculiaridade da democracia ateniense era a manutenção da ESCRAVIDÃO.
5. Thetas - sem posses. Mercantil.
Metecos – estrangeiros. Escravista.
Escravos – propriedade privada. Imperialista.
RESUMO DOS ÓRGÃOS E CARGOS PÚBLICOS NA DEMOCRACIA:
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-
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3.3.2. Evolução política de ESPARTA.
- Localização.
Planície da Lacônia na península do Peloponeso.
Povo dório
Grupos sociais: Características gerais:
Espartanos, espartíatas ou esparciatas –
nobres (guerreiros/cidadãos).
Militarista
Periecos – livre sem cidadania. Elitista.
Hilotas – escravos (servos do Estado) Agrária
Escravista.
- Órgãos públicos:
Gerúsia – 28 membros (conselho dos anciãos).
6. Éforato – 5 membros (executivo).
Apela – Assembleia de cidadãos (função consultiva).
Diarquia – dois reis (religião e exército).
Fonte: http://images.slideplayer.com.br/3/1226802/slides/slide_36.jpg
DETALHE: Crypteia ou krypteia ou Krupteia.
Era parte do agogê (agoge), isto é, “adestramento”, “treinamento”. Assim, o
agogê era visto como um recurso para a domesticação dos seus jovens. O objetivo maior
desse treinamento era formar soldados educados no rigor para defender a colectividade.
Acredita-se que a Crypteia tinha a intenção de eliminar as helots
(escravos),considerado uma fonte de problemas, e de preparar os jovens com um teste de
masculinidade, deixá-los ter a experiência do primeiro assassinato. A opressão brutal das
helots permitiu aos espartanos controlar a população camponesa, dedicando-se inteiramente
às práticas militares.
IMPORTANTE:
Cada família recebia do Estado um lote de terra e de seis a oito escravos para
trabalharem em seu cultivo. Os meninos saldáveis eram entregues ao Estado aos 7 anos de
idade para serem treinados na arte da guerra. Aos 18 entravam para o exército, aos 30
recebiam um lote de terra e passavam a ser cidadãos e serviam ao exército até os 60 anos.
7. Fonte: Cláudio Vicentino: História geral e do Brasil, 2014.
3.4. PERÍODO CLÁSSICO (séc. VIII a.C – VI a.C)
- Apogeu da cultura grega.
- Antagonismo entre as cidades - disputa pela hegemonia política.
- Invasões externas.
3.4.1. As Guerras Médicas.
- Foi o resultado do choque do imperialismo persa com as cidades gregas.
8. - Antecedentes:
Revolta das colônias gregas da Ásia Menor entre 500 a.C e 494 a.C.
Mileto é destruída em 494 a.C.
Conquista da Trácia e da Macedônia em 492 a.C.
- As batalhas:
a) Maratona.
Persas X Atenas – vitória ateniense (general Temístocles).
Atenas organiza sua marinha de guerra e passa a liderar as demais cidades gregas.
b) Termópilas.
Persas X Esparta – vitória persa.
Atenas é incendiada.
c) Salamina.
Persas X Atenas – vitória de ateniense.
Batalha naval.
Os persas perdem seus suprimentos que vinham da Ásia Menor.
d) Platéia e Micale.
Persas X Cidades grega – vitória grega.
- Confederação de Delos (476 a.C).
Aliança das cidades gregas sob a liderança de Atenas.
- Paz de Címon ou Paz de Cálias (448 a.C).
Fim da guerra com o reconhecimento persa da hegemonia grega no mar Egeu.
3.4.2. O século de Péricles (séc. V a.C).
- Foi marcado pela hegemonia de Atenas (444-429 a.C)
-Período de apogeu econômico, militar e político de Atenas na Grécia.
- Em 450 a.C Atenas utiliza a riqueza da Delos no seu poderio militar e embelezamento.
- Péricles amplia a democracia criando salários para os cargos públicos.
- Foi a época dos grandes filósofos, artistas e do historiador Heródoto.
9. 3.4.3. A Guerra do Peloponeso (431 – 404 a.C).
a) Causas da guerra:
- Os espartanos viam com desconfiança e ameaça o desenvolvimento econômico e aumento da
influência política de Atenas na região da península do Peloponeso (IMPERIALISMO
ATENIENSE).
- Relações tensas entre as duas cidades-estado e disputa pela hegemonia política e econômica na
região.
b) Paz de Nícias (413 a.C)
- Trégua de 50 anos- quebrada por Atenas.
c) Fim da guerra.
- Batalha de Egos-Potamos (404 a.C) - após a rendição de Atenas e a conquista espartana em
Helesponto. Os espartanos deram suporte a um golpe oligárquico em Atenas, derrubando o
sistema democrático e implantando um sistema de governo autoritário conhecido como Tirania
dos Trinta.
d) Consequências da guerra.
- O fim da guerra derrubou o poder de Atenas na península e resultou na hegemonia política e
economia de Esparta na região por 30 anos, com seu sistema voltado para o fortalecimento militar.
- Decadência das cidades gregas.
- Conquista macedônica sobre a Grécia.
3.5. PERÍODO HELENÍSTICO (SÉC. IV a.C).
- Felipe II da Macedônia:
338 a.C – Na batalha de Quironéia obteve vitória sobre Tebas e Atenas passando a
controlar a Grécia.
LIGA DE CORINTO – cidades gregas controladas por Felipe da Macedônia que passa a
investir contra o império persa de Dario II.
* Outras batalhas:
- Leutras (371 a.C) - Esparta é derrotada por Tebas.
- Mantinéia (362 a.C) – Atenas +Esparta derrotam Tebas.
10. - Alexandre Magno (336 a.C)
Assume o trono após a morte de seu pai e expande o império até a índia.
Promove a fusão da cultura helênica com as culturas orientais, principalmente a persa,
dando origem à cultura HELENÍSTICA.
Com sua morte o império foi dividido em:
- Reino da Síria.
- Reino do Egito.
- Reino da Macedônia.
REVISANDO OS PERÍODOS
11. Fonte: Cláudio Vicentino: História geral e do Brasil, 2014.
REFERÊNCIAS
VICENTINO, Cláudio. História geral e do Brasil – 1 e.d – São Paulo: Scipione, 20014.
MOTA, Myrian Becho e BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio.
4.ed. – São Paulo: Moderna, 2014.