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OPORTUNIDADES PARA QUALIFICAR E INOVAR O TRANSPORTE POR 
ÔNIBUS NAS CIDADES BRASILEIRAS 
Luis Antonio Lindau 
Cristina Albuquerque Moreira da Silva 
Diego Mateus da Silva 
Leonardo de Moura Nitzke 
Luís Wanderley de Souza 
Patrícia Canabarro da Silva 
Rodrigo Javier Tapia 
LASTRAN – Laboratório de Sistemas de Transportes 
PPGEP – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção 
EE – Escola de Engenharia 
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
RESUMO 
Os ônibus nas cidades brasileiras estão cada vez mais reféns do congestionamento, afetando a eficiência e a 
confiabilidade de um serviço vital para a população. O recente clamor popular por um transporte coletivo com 
maior qualidade, associado a uma crescente motorização privada nas áreas urbanas, demanda oportunidades para 
inovações em ônibus que vão além dos BRT (Bus Rapid Transit) de alto desempenho. Assim, apresenta-se o 
estado da prática europeia em sistemas de transporte coletivo por BHLS (Bus with High Level of Service), 
posicionando-os frente aos BRT. A partir da caracterização de 26 atributos de 26 sistemas, identificam-se pontos 
em comum e aspectos que diferenciam BHLS dos BRT. Os resultados revelam o foco do BHLS em oferecer 
confiabilidade e conforto aos passageiros, em contraponto ao atendimento de demandas elevadas pelo BRT. O 
estudo apresenta tendências e inovações relevantes para subsidiar técnicos e gestores públicos brasileiros no 
desafio de conceber e implantar sistemas de transporte coletivo sobre pneus com maior qualidade. 
ABSTRACT 
Buses in Brazilian cities are trapped in congestion that disrupts both the efficiency and the reliability of a service 
that is vital for the population. The recent people´s outcry for a higher quality transit system, associated to an 
increasing private motorization in urban areas, demands opportunities for bus innovations that go beyond high-performance 
BRT (Bus Rapid Transit). Thus we present the state-of-the-practice of BHLS (Bus with High Level 
of Service) systems in Europe and compare them to BRT systems. Based on the characteristics of 26 attributes 
from 26 systems, we identify commonalities and aspects that differentiate BHLS from BRT. The results reveal 
the BHLS focus on providing reliability and comfort for passengers, as opposed to BRT that aims to high 
demands. The study presents trends and innovations that are relevant to subsidize the challenges imposed to 
technicians and public managers in Brazil on designing and deploying better quality bus systems. 
1. INTRODUÇÃO 
Em meados de junho de 2013 a população das grandes cidades brasileiras foi às ruas. O que 
iniciou como um movimento para reduzir o valor das tarifas do transporte coletivo evoluiu 
para uma demanda por serviços públicos de maior qualidade, particularmente nas áreas de 
saúde, educação e transporte urbano. 
No Brasil, durante as últimas três décadas, os investimentos em infraestrutura de transportes 
estiveram voltados a atender o crescimento da motorização. Até passeios para pedestres e 
praças públicas foram entregues no afã de aumentar o espaço viário dedicado aos automóveis 
nas grandes e médias cidades. Como o crescimento da frota urbana e da mobilidade resultou 
maior que a possibilidade de aumentar a oferta de capacidade viária, o congestionamento 
acabou se alastrando no espaço e no tempo. 
O desempenho do transporte coletivo por ônibus, abalado pela queda na velocidade 
operacional e confiabilidade nos tempos de viagem, incentivou a migração de passageiros
para automóveis e motocicletas. De 1994 a 2011 houve uma redução de 24% na quantidade 
de passageiros transportados nas principais capitais brasileiras (NTU, 2012). E o incentivo à 
compra de automóveis resultante das políticas do governo federal tende a aumentar os atuais 
28% de participação dos veículos particulares na divisão modal das viagens urbanas (ANTP, 
2012). 
Com o ônibus cada vez mais refém do congestionamento e com a população demandando por 
maior atenção das autoridades para a mobilidade, chegou o momento de rever a nossa 
circulação urbana. O Brasil tem larga tradição no transporte coletivo, a qual foi construída ao 
longo de mais de século, período em que o país deixou de ser rural para ser 
predominantemente urbano. Iniciou com a importação das melhores práticas e passou por um 
processo de tropicalização até atingir a inovação, particularmente no que tange ao transporte 
coletivo por ônibus. 
O bonde a tração animal já circulava no Rio de Janeiro seis anos depois de sua introdução em 
Paris (1853). O bonde elétrico implantado em Berlim (1879) chegou ao Rio em 1892 (NTU, 
2013). Em 1911, quando Londres substituiu todos os ônibus de tração animal por motorizados 
(Vuchic, 1981), em São Paulo era encarroçado o que é considerado o primeiro ônibus 
brasileiro, um Ford Modelo T (ANFAVEA, 2006). Entre as décadas de 80 e 90, os fabricantes 
de chassis e carrocerias de ônibus brasileiros, ao aliarem avanços nos processos produtivos à 
variedade de modelos (Calandro e Campos, 2003), garantiram ao Brasil um papel de liderança 
na América Latina, bem como participação nos mercados europeu e asiático. 
Quanto a inovações, a mais marcante teve origem em Curitiba, que é reconhecida como o 
berço mundial do BRT (Bus Rapid Transit) e que se beneficiou do sistema para adensar a 
ocupação ao longo de corredores radiais estruturantes (Lindau et al., 2010). Comboios 
ordenados de ônibus possibilitaram ganhos operacionais importantes em avenidas de São 
Paulo e Porto Alegre (Szasz et al., 1978, 1979). Os corredores de ônibus implantados no 
Brasil na década de 80 foram classificados como os mais imaginativos e radicais sistemas 
prioritários implantados no mundo (World Bank, 1987). Foram consultores brasileiros os que 
conceberam uma parcela significativa dos vários sistemas BRT inaugurados em cidades de 
vários continentes. O vale transporte, que ano passado completou 30 anos, alcançou o 
objetivo de reduzir o impacto dos gastos com transporte coletivo no orçamento das famílias 
com rendimentos médios mensais de até oito salários mínimos (Cadaval, 1980). 
O Brasil enfrentou, na última década, um aumento de 45% na taxa de motorização 
(DENATRAN, 2000, 2010). O momento é propício para repensar o transporte coletivo urbano 
no Brasil. Com a necessidade de fidelizar passageiros e captar novos usuários do transporte 
privado, é preciso romper com a cultura de priorização ao veículo privado e dar início a uma 
nova era no transporte coletivo. Assim como no passado, é importante avaliar atuais 
tendências internacionais particularmente em países da Europa Ocidental onde as taxas de 
motorização duplicaram entre as décadas de 70 e 90 (EU, 2012). É justamente nesse contexto 
que se insere esse trabalho. 
A partir dos anos 90, várias cidades de países desenvolvidos incorporaram os ônibus como 
parte da melhoria dos sistemas de transporte. Uma série de medidas foi implantada para 
renovar a imagem e o desempenho dos ônibus e torná-los mais atraentes. Esse trabalho aborda 
os sistemas BHLS (Bus with High Level of Service) concebidos na Europa. Há casos onde os
BHLS aumentaram, de forma significativa, a demanda de passageiros transportados nos 
corredores onde foram implantados, provando ser uma alternativa capaz de atrair, inclusive, 
usuários do automóvel. 
2. OBJETIVO E METODOLOGIA 
Esse trabalho objetiva posicionar o sistema europeu BHLS frente ao sistema BRT concebido e 
desenvolvido no contexto latino-americano. A partir da identificação dos principais enfoques 
e atributos de cada sistema, parte-se para uma caracterização dos seus pontos comuns e 
aspectos que os diferenciam. 
2.1. BHLS: enfoque e atributos 
O BHLS surgiu como um sistema sobre pneus que oferece um nível de serviço superior ao de 
linhas de ônibus convencionais - em termos de frequência, tempo de viagem, confiabilidade, 
conforto e acessibilidade - através da adoção de uma infraestrutura segregada com condições 
operacionais adequadas (CERTU, 2010). O BHLS visa prover um maior nível de conforto ao 
usuário (COST, 2011). 
A Tabela 1 possibilita identificar os atributos comuns dos principais sistemas BHLS europeus. 
Ela sintetiza informações levantadas de fichas técnicas (COST, 2011), páginas eletrônicas, 
mapas virtuais e artigos. Nas linhas encontram-se as cidades onde foram implantados esses 
BHLS. As colunas apresentam 26 atributos agrupados por categorias físicas e de desempenho. 
Alguns atributos foram divididos em faixas de acordo com a dispersão da incidência 
observada. Originalmente buscou-se incluir acidentes como um dos atributos, mas na prática 
isso se revelou impraticável tendo vista a falta de padronização na forma como essas 
informações são reportadas. 
Importante destacar que o não preenchimento de campos da Tabela 1 pode significar tanto a 
inexistência de um atributo como a ausência de informações consolidadas a respeito dele. Os 
atributos considerados não autoexplicativos, devido à limitação de espaço nas tabelas, são: 
 Identificação (Via): existência de algum tipo de demarcação da faixa utilizada pelo BHLS 
seja por cor do pavimento (indicada na tabela) ou sinalização horizontal. 
 P+R carros (Integração): estacionamentos para automóveis (park and ride) localizados 
próximos a pontos de parada do BHLS. 
 P+R bicicletas (Integração): estacionamentos para bicicletas (park and ride) localizados 
próximos a pontos de parada do BHLS. 
 Regularidade (Desempenho): grau de aderência ao horário programado ao longo da linha 
com limites variáveis entre os BHLS. 
 Informação nas estações (ITS): contempla tanto informações estáticas quanto em tempo 
real. 
 Informação prévia ao ingresso (ITS): inclui informações em tempo real para tomada de 
decisão quanto à utilização do BHLS. 
 Informação interna ao ônibus (ITS): trata de informações estáticas e em tempo real para os 
passageiros. 
 Informação em tempo real para os motoristas (ITS): tecnologias a bordo que fornecem 
informações que possibilitam mudanças na condução do ônibus para corrigir desvios na 
programação.
2.2. BRT: enfoque e atributos 
O termo BRT foi originalmente cunhado nos EUA para denominar sistemas sobre pneus que 
apresentassem a qualidade do transporte ferroviário e a flexibilidade do sistema ônibus e 
propiciassem velocidades operacionais superiores a sistemas convencionais circulando em 
tráfego misto (Levinson et al., 2003). Hoje mais de 25 milhões de passageiros são 
transportados diariamente ao longo de 4000 km de vias com faixas segregadas implantadas ao 
longo de 278 corredores para ônibus, que apresentam os mais variados padrões de qualidade e 
desempenho, em 156 cidades de 38 países (BRT Centre of Excellence et al., 2013). BRT 
incluem sistemas que carregam desde 2000 passageiros por hora no período de pico até 45000 
passageiros/hora/sentido (Pereira et al., 2013). 
Na falta de um consenso internacional quanto ao que seja um BRT, utiliza-se, nesse trabalho, 
a classificação proposta pelo ITDP quando da formulação do Padrão de Qualidade BRT 
(ITDP, 2013). Embora mais focado em atributos físicos do que em atributos de desempenho, 
o Padrão de Qualidade, segundo seus proponentes, almeja criar uma definição comum dos 
sistemas de operação exclusiva em corredores de ônibus tipo BRT. Confere padrões (no caso, 
ouro, prata ou bronze) a corredores BRT definidos como: “[...] uma seção de uma via ou vias 
contíguas servidas por uma ou múltiplas linhas de ônibus, que tenha faixas segregadas de 
ônibus numa extensão mínima de 4 km.” (ITDP, 2013). 
O Padrão de Qualidade é um índice ponderado aditivo e semi-compensatório na medida em 
que, respectivamente, inclui atributos positivos e negativos, e exige uma pontuação mínima 
em atributos considerados essenciais para que um corredor se qualifique como BRT. A Tabela 
2, elaborada pelos autores a partir da descrição dos procedimentos (ITDP, 2013), sintetiza o 
Padrão de Qualidade. As linhas da Tabela 2 apresentam os atributos. O primeiro bloco, 
denominado BRT Básico, contém os 5 atributos ditos essenciais. Seguem vários blocos com 
os demais atributos. Já o último bloco, denominado Deduções, apresenta os atributos 
negativos resultantes do dimensionamento incorreto da infraestrutura e das operações ou de 
uma administração deficiente. 
As colunas da Tabela 2 indicam: (i) os pesos de cada atributo no índice; (ii) uma descrição 
sumarizada da pontuação máxima e mínima de cada atributo; (iii) uma escala cromática 
variando do cinza ao preto, respectivamente do valor mínimo ao valor máximo de cada 
atributo. Naturalmente, os melhores sistemas resultam como aqueles que atingem valores 
máximos para atributos positivos e valores mínimos para atributos negativos. Como o índice é 
ponderado, o peso relativo de cada atributo positivo é caracterizado pelo tamanho do “”. O 
tamanho do  indica o peso relativo de cada atributo negativo; quanto mais elevado, maior 
será o impacto da dedução no índice. 
2.3.BHLS e BRT: comparação 
Comparar os sistemas BHLS aos BRT impõe um grande desafio. Ambos os conceitos 
resultam intrinsicamente flexíveis frente à vasta gama de combinações dos vários elementos 
de projeto envolvidos na concepção de um corredor de ônibus. Como decorrência, resultam 
interseções conceituais importantes, onde fica difícil discernir um BHLS de um BRT. 
Com o propósito de estabelecer uma comparação entre sistemas BHLS e BRT, as informações 
apresentadas na Tabela 1 foram consolidadas e inseridas na Tabela 2. Os “X” inseridos na
Tabela 1- Caracterização dos sistemas BHLS europeus 
Segregação para ônibus 
(0%-40%) 
Segregação para ônibus 
(40%-80%) 
Segregação para ônibus 
(80%-100%) 
Guia 
Identificação 
P+R carro 
P+R bicicletas 
Transporte coletivo 
de 200 a 600 m 
>600m 
Não há interseções 
Prioridade semafórica 
para ônibus 
Túneis e viadutos 
Capacidade (pass) 
Sistema de propulsão 
Combustível 
Almere (NL) x x x x x x Combustão Diesel 
Amsterdã (NL) x x x x x Combustão Diesel 
Brescia (IT) x x x Combustão Diesel 
Cambridge (UK) x Física x x x Urbanos Guiado Biocombustível 
Castellon (ES) x Vermelho x x x 74-78 Hibrido Diesel e eletricidade 
Dublin (IE) x x x x 91 Combustão Diesel 
Essen (DE) x Física x x x x x 110 (4 pass/m²) Combustão Diesel 
Gothenburg (SE) x x x Combustão Diesel 
Hamburg (DE) x x x x x x x 160 (4 pass/m²) Combustão Diesel 
Jonkoping (SE) x x x x x Combustão Bio-gás 
Kent (UK) x x x x 
Leeds (UK) x Física x x x 95 (4pass/m²) Combustão Diesel 
Lisboa (PT) x x x (6 pass/m²) Combustão Diesel 
Lorient (FR) x x x x Biocombustivel 
Madrid (ES) x x x x Sem estações x 84 Combustão Diesel 
Nantes (FR) x x x x x 110 (4 pass/m²) GNV 
Oberhausen (DE) x x x x x x 70 - 110 (4 pass/m²) Combustão Diesel 
Paris (FR) x Vermelho x x x 101 (4 pass/m²) 
Praga (CZ) x x x Combustão Diesel 
Prato (IT) x x x x Combustão Diesel 
Rouen (FR) x Óptica Vermelho x x x 115-125 (4 pass/m²) Biocombustivel 
Stockholm (SE) x Vermelho x x x 120 (4 pass/m²) Combustão Diesel 
Toulouse (FR) x Vermelho x x x GNV 
Twente (NL) x x x x x Combustão Diesel 
Utrecht (NL) x x x x x Combustão Diesel 
Zurich (CH) x x x x x x 202 (4 pass/m²) Hibrido Diesel e eletricidade 
Via 
Integração 
intermodal 
Espaç. entre estações Interseções Ônibus
Tabela 1- Caracterização dos sistemas BHLS europeus (continuação) 
Informação nas estações 
Informação prévia ao 
ingressao no sistema 
Informação interna no 
ônibus 
Informação em tempo 
real aos motoristas 
Controle da operação 
Sistema 
Veículos 
Estações 
Atração de novos 
usuários 
Atração usuários de 
automóvel privado 
Headway pico: 
0min - 5min 
Headway pico: 
6min - 10 min 
Headway pico >10 min 
Headways fora do pico 
0min - 15 min 
Headway fora do pico 
>15 min 
Horas de funcionamento 
Regularidade acima de 
85% 
Regularidade 75 a 85% 
Velocidade comercial 
(km/h) 
Almere (NL) x x x x x 5% x 21 x 25 
Amsterdã (NL) x x x x x 47% 17% x 24 x 35 
Brescia (IT) x x x x x x x 19 x 15-16 
Cambridge (UK) x x x x x x x x 21 60 (guiado) 
Castellon (ES) x x x 15 18 
Dublin (IE) x x x x 125% 17% x x 16 16-18 
Essen (DE) x x x x x 19,5 17-30 
Gothenburg (SE) x x x x x 73% x 20 x 21 
Hamburg (DE) x x x x x x 20% x x 20 16-22 
Jonkoping (SE) x x x x x x 21 22 
Kent (UK) x x x x 60% 19% x x 17,5 x 18 
Leeds (UK) x x x x x x 19 12 
Lisboa (PT) x x x x x x 24 14-16 
Lorient (FR) x x x x x 14 17-22 
Madrid (ES) x x x x x 70% 15% x x 24 28-33 
Nantes (FR) x x x x x 55% 30% x x 19,5 x 20-23 
Oberhausen (DE) x x x x x x x 18,5 34 
Paris (FR) x x x x x x 134% 8,5% 21 x 23 
Praga (CZ) x x x x x x x 19,5 x 21 
Prato (IT) x x x 57% x 16 x 16-19 
Rouen (FR) x x x x x x 70% x 17 x 18 
Stockholm (SE) x x x x x 27% x 19 15 - 18 
Toulouse (FR) x x x x 15 25 
Twente (NL) x x x x x 27% 5% x 18,25 x 21-27 
Utrecht (NL) x x x x 19 20 
Zurich (CH) x x x x x x x x 19 19 
Agència Valenciana de Mobilitat 
(2012); 
Brescia Mobilitá (2013); 
Breuer (2012); 
Cambridgeshire County (2012) 
CERTU (2010); 
CityMobil (2012); 
ChinaBRT (2010); 
COST (2008, 2011); 
Council (2012); 
Essen (2013); 
EVAG (2013); 
Finn (2012); 
Garrigue (2007); 
Hamburger Verkehrsverbund(2013); 
Heddebaut et al (2010); 
Laroussinie (2008); 
Le Triskell (2013); 
Pinto(2008); 
STOAG (2013). 
Marca Desempenho 
Intelligent Transport 
System (ITS) 
Tabela baseada em
Tabela 2- Padrão BRT e o BHLS 
Atributos 
Peso 
BRT 
Descrição da ponderação 
máxima 
Descrição da ponderação 
mínima 
Alinhamento do 
corredor 
 
Corredor nos dois sent idos e 
localizado no cent ro de via com 
circulação em ambos os sent idos x x Corredor junto ao meio fio 
BRT 
Máx Mín 
BRT básico 
Infraest rutura 
segregada com 
prioridade de 
circulação 
 
Faixas dedicadas com fiscalização 
ou segregação física instaladas em 
mais de 90% da extensão do 
corredor 
x x x 
Apenas com sinalização 
indicat iva de fiscalização 
com câmeras 
Cobrança tarifária 
fora do ônibus 
 100% das estações com 
pagamento fora do veículo 
x x Menos de 15% com 
pagamento fora do veículo 
Tratamentos das 
interseções 
 
Em todas as interseções são 
proibidas conversões de out ros 
veículos ut ilizando as faixas 
segregadas do corredor 
x x Sem t ratamento nas 
interseções 
Nivelamento 
ent re plataformas 
 
100% dos veículos tem 
plataformas em nível com as das 
estações; há medidas em todo o 
sistema para minimizar o vão x Não há plataforma em nível 
para o embarque/desembarque 
Planejamento dos serviços 
Múlt iplas rotas  
Existência de duas ou mais rotas 
no corredor, atendendo no mínimo 
duas estações cada x x Corredor tem uma única rota 
Frequência no 
pico 
 
100% das rotas tem pelo menos 8 
ônibus por hora x x 
Menos de 25% das rotas tem 
pelo menos 8 ônibus por 
hora 
Frequência fora do 
pico 
 
100% das rotas tem pelo menos 4 
ônibus por hora x x 
Menos de 35% das rotas tem 
pelo menos 4 ônibus por 
Expressos, semi- hora 
expressos e 
paradores 
 
Tem serviços locais e vários 
serviços expressos e/ou semi-expressos 
x x Apenas serviços paradores 
CCO  CCO completo x Não tem CCO 
Corredor de alta 
demanda 
 
Corredor é um dos 10 maiores 
corredores de demanda x x 
Corredor não é um dos 10 
maiores corredores de 
demanda 
Horário de 
operação 
 Opera à noite e final de semana x x Nao opera à noite ou nos 
finais de semana 
Rede de múlt iplos 
corredores 
 
Parte de uma rede de BRT atual ou 
planejada x Nao existe uma rede atual ou 
planejada de BRT 
Perfil de demanda  Corredor inclui os segmentos de 
maior demanda da cidade x x Corredor nao inclui o 
segmento de maior demanda 
Infraestrutura 
Ult rapassagem nas 
estações 
 
Faixas fisicas ou dedicadas que 
possibilitam a ult rapassagem x x Sem faixas de ult rapassagem 
Emissões de 
ônibus 
 
Padrões de emissão Euro VI ou 
U.S. 2010 x Padrões de emissão inferiores 
a Euro IV ou V 
Estações afastadas 
das interseções 
 
100% das estações t roncais com 
pelo menos uma das seguintes 
condições: Afastamento de pelo 
menos 40 met ros da interseção; 
Estações separadas por nível; 
Estações localizadas próximo às 
interseções devido ao 
comprimento reduzido da quadra; 
Vias totalmente exclusivas de 
ônibus, sem interseções 
x Menos do 35% das estações 
t roncais atendem as 
condições máximas 
Estações cent rais  
80% ou mais das estações t roncais 
possuem plataforma cent ral 
servindo ambos sent idos x Menos de 20% das estacões 
t roncais possuem plataforma 
cent ral servindo ambos 
sent idos 
Qualidade do 
pavimento 
 
Projetado para vida út il de 15 anos 
ou mais em todo corredor x Duração projetada inferior a 
15 anos
Tabela 2- Padrão BRT e o BHLS (continuação) 
Atributos 
Peso 
BRT 
Descrição da ponderação 
máxima 
Descrição da ponderação 
mínima 
Estações seguras e 
confortáveis 
 
Todas estações t roncais são 
amplas, at rat ivas e protegidas de 
intempéries x As estações t roncais não são 
amplas, at rat ivas e 
protegidas de intempéries 
Projeto da estações e interface entre 
a estação e os ônibus 
BRT 
Máx Mín 
Número de portas 
nos ônibus  100% dos ônibus tem mais de 3 
portas ou tem 2 portas largas x x 
Menos de 35% dos ônibus 
tem mais de 3 portas ou tem 
2 portas largas 
Baias nas estações  
As estações de maior demanda tem 
ao menos dois conjuntos de baias x As estações de maior 
demanda tem menos de dois 
conjuntos de baias 
Portas deslizantes 
 
Todas estações com portas 
deslizantes x Estações não tem portas 
deslizantes 
Distanciamento 
ent re estações 
 
As estações são espaçadas, em 
média, ent re 0,3 km e 0,8 km x x Não há mínimo 
Serviços e 
sistemas de 
informações 
Existência de uma 
marca 
 
Todos os veículos, rotas, estações 
e corredores seguem uma marca 
unificada do sistema BRT x x Sem marca no corredor 
Informação aos 
passageiros 
 
Informação em tempo real e 
informações estát icas nas estações 
e veículos x Sem ou muito pouca 
informação para os 
passageiros 
Acesso universal  
Acessibilidade universal em todas 
as estações e veículos x Corredor não tem acesso 
universal 
Integração com 
out ros meios de 
t ransporte 
colet ivo 
 Integração física, tarifária e no 
sistema de informação x Sem integração 
Acesso de 
pedest res 
 
Acesso seguro aos pedest re em 
todas as estações e numa área de 
entorno de 500m x Nem todas as estações tem 
um acesso bom e seguro 
Estacionamento 
de bicicletas 
 
Estacionamento seguro de 
bicicletas pelo menos nos 
terminais e paraciclos em out ros 
locais 
x Pouco ou sem 
estacionamento de bicicletas 
Ciclovias  
Ciclovias ao longo do corredor ou 
paralelo a ele x Sem infraest rutura para 
bicicletas 
Integração com 
sistemas públicos 
de bicicletas 
 
Disponibilidade de sistemas 
compart ilhado de bicicletas em 
pelo menos 50% das estações 
t roncais 
x x 
Disponibilidade de sistemas 
compart ilhado de bicicletas 
em menos de 50% das 
estações t roncais 
Integração e acesso 
Deduções 
Velocidades 
comerciais  Velocidade comercial média abaixo 
de 14 km/h x Velocidade comercial mínima 
de 20 km/h 
Demanda mínima  
Menos de 1.000 passageiros por 
hora e por sent ido no pico x x 
Mais de 1.000 passageiros 
por hora e por sent ido no 
Direito de uso da pico 
via 
 Bloqueio frequente do corredor por 
out ros veículos x Invasão ocacional ao 
corredor 
Afastamento 
ent re estação e 
veículo 
 
Vão muito pronunciado ent re a 
plataforma do veículo e a 
plataforma da estação x Sem vão em todas as 
estações 
Superlotação  
Densidade média no pico > 5 
pass/m2 no ônibus ou > 3 pass/m2 
na estação ou superlotação nas 
estações que impeça embarque x 
Conservação do 
sistema 
 
Vias com ondulações e buracos; 
ônibus pichados, sujos e assentos 
quebrados; estações pichadas, sujas, 
com vendedores ambulantes, 
pessoas morando ou com dano 
est rutural; equipamentos 
tecnológicos inoperantes 
(incluindo pagamento) 
x
Tabela 2 dizem respeito à classificação do conjunto dos BHLS na dimensão do “Padrão de 
Qualidade” dos BRT. O maior “X” indica que um determinado nível de atributo está presente 
em mais de 19 cidades; o “X” médio representa que ele foi observado entre 8 e 18 cidades; o 
menor significa presença em até 7 sistemas. 
A variabilidade observada nos BHLS é ilustrada pela presença de vários “X” em uma linha da 
Tabela 2. Por exemplo, os três “X” inseridos na escala cromática da linha do atributo referente 
à infraestrutura segregada com prioridade de circulação indicam que, embora exista uma 
predominância de sistemas BHLS com faixas segregadas em 90% da extensão do corredor, há 
uma quantidade significativa de BHLS com pouca extensão de faixas segregadas e, ainda, 
igual quantidade que sequer conta com faixas segregadas. 
3. ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Uma observação geral da Tabela 2 indica que os BHLS estudados, quando analisados sob a 
métrica do Padrão BRT, possuem muitos de seus atributos enquadrados em níveis máximos 
de pontuação, sobretudo os referentes à infraestrutura, qualidade dos serviços, sistemas de 
informação aos passageiros, integração e acesso. Por outro lado, atributos relacionados à 
demanda e ao incremento da velocidade operacional, como faixas de ultrapassagem e 
cobrança tarifária externa ao ônibus, apresentam maiores incidências no nível mais baixo. 
Importante destacar que nos atributos relativos ao BRT básico, justamente aqueles com maior 
peso na construção do índice BRT, o BHLS atinge nível máximo apenas no nivelamento entre 
as plataformas dos veículos e das estações, o que garante a acessibilidade universal. Enquanto 
o Padrão BRT indica o nível máximo para a prática de cobrança tarifária nas estações, no 
BHLS predomina a cobrança ou validação dos bilhetes de pagamento dentro dos ônibus. 
Ainda, poucos dos BHLS investigados possuem corredor fisicamente localizado no centro das 
vias. De uma forma geral, os corredores BHLS operam junto ao meio fio. 
Os BHLS se destacam por possuir Centros de Controle Operacional (CCO), o que aumenta a 
confiabilidade da operação e, assim, garante a previsibilidade dos tempos de viagem dos 
usuários. Também se caracterizam por contar com ônibus de baixas emissões, por dispor de 
pavimentos com longa vida útil, estações atrativas e protegidas de intempéries. Por outro lado, 
não têm portas deslizantes nas estações nem baias múltiplas que permitam a docagem 
simultânea de mais de dois ônibus quando da parada para o embarque e desembarque de 
passageiros, atributos tipicamente encontrados em sistemas BRT projetados, respectivamente, 
em contextos onde pode ocorrer evasão tarifária significativa ou onde é preciso atender 
demandas elevadas de passageiros. 
O BHLS também prioriza a provisão de informações, tanto dentro como fora do sistema, para 
potenciais usuários e passageiros. A integração com outros meios de transporte coletivo é 
mais um atributo importante a destacar nos sistemas BHLS, assim como a qualidade do 
acesso de pedestres em áreas lindeiras às estações. 
Quanto às deduções definidas no Padrão BRT, afora a demanda mínima, praticamente todos 
os sistemas de BHLS apresentaram valores mínimos em atributos considerados como 
deduções ao índice. Entre eles, velocidades comerciais acima dos 20 km/h, inexistência de 
superlotação, e, boa conservação do sistema.
No que se refere à demanda, observa-se que, em alguns casos, os sistemas BHLS operam com 
baixas demandas na hora pico, inferiores a 1.000 passageiros por hora por sentido. Baixas 
demandas na hora pico implicam deduções no Padrão BRT. Entre os sistemas BHLS 
estudados, encontrou-se uma variação na ordem de 300 passageiros por hora por sentido 
(Castellón, Espanha) até 8.000 passageiros por hora por sentido (Madrid, Espanha). Já os 
sistemas BRT de alto desempenho carregam demandas elevadas. Em Bogotá, por exemplo, 
são transportados 48.000 passageiros por hora por sentido no Transmilenio do corredor da 
Avenida Caracas e em Istambul, no corredor do Metrobus, são carregados 30.000 passageiros 
por hora por sentido (BRT Centre of Excellence et al., 2013). 
O BHLS tem bom potencial na captação de demanda adicional. Em alguns sistemas verifica-se 
a duplicação do total de passageiros atendidos por transporte coletivo no corredor após a 
implantação do BHLS. Já a atração de usuários do automóvel privado pelo BHLS chega a 
30%, dependendo do corredor. 
O BHLS difere do BRT ao priorizar a oferta de confiabilidade e conforto em detrimento ao 
atendimento de grandes demandas. A satisfação do usuário também é contemplada por 
sistemas que adotam lotações máximas de 4 passageiros por metro quadrado. O BHLS é 
projetado para alcançar bom desempenho em termos de velocidade operacional, mesmo sem 
necessariamente contar com corredores centrais ou faixas dedicadas. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Frente à necessidade premente de qualificar o transporte coletivo brasileiro, apresentam-se as 
inovações europeias em sistemas urbanos de ônibus proporcionadas pelo BHLS. Os principais 
atributos do BHLS são comparados com os dos sistemas BRT existentes e em construção na 
América Latina. No conceito BRT, destaca-se, como função primordial, o atendimento de 
grandes demandas com o menor custo possível. No BHLS identifica-se um sistema concebido 
como alternativa qualificada ao uso do automóvel. Seja como opção ante a dificuldade 
financeira de implantar sistemas VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) ou convicção de que um 
sistema sobre pneus pode ter aceitação equivalente a um sistema sobre trilhos, cresce o 
interesse europeu pela introdução de sistemas BHLS. 
No típico BRT latino-americano, o conforto é subordinado à capacidade de carregamento. O 
alto desempenho, conferido em grande parte por faixas dedicadas junto ao canteiro central, é 
prerrogativa fundamental de projeto. O BRT aparece como um elemento destacado no 
ambiente urbano em função das intervenções de grande impacto em avenidas importantes das 
cidades: corredores, terminais, áreas de estocagem. Via de regra, o BRT resulta como o 
sistema estruturador de uma rede de transporte urbano multimodal. 
No BHLS, percebe-se uma operação menos intensiva, um sistema que se molda à cidade a 
partir de intervenções menores e menos impactantes no ambiente urbano. O conforto é um 
atributo de destaque assim como a confiabilidade. O BHLS se vale de recursos de tecnologia 
da informação como elemento para conferir tanto atratividade, em termos de opção de escolha 
de modal por parte do usuário potencial, como regularidade ao serviço ofertado. 
Ambos, BRT e BHLS, apresentam-se como solução em mobilidade para centros urbanos que 
sofrem com a saturação de seus espaços de circulação. O que os difere é o papel que podem 
representar no contexto de uma rede única integrada e multimodal de transportes necessária
para estruturar o desenvolvimento urbano. Sistemas estruturantes requerem maior 
desempenho em termos de capacidade de transporte e é nesse contexto, onde despontam até 
como alternativa a sistemas pesados sobre trilhos, que proliferam os sistemas BRT latino-americanos. 
No esforço de completar a rede única integrada e atender outras importantes 
dimensões do desafio da mobilidade urbana tanto em áreas mais centrais como periféricas, é 
preciso contar com alternativas de transporte coletivo, tais como o BHLS europeu, desde que 
devidamente transposto a nossa realidade. 
AGRADECIMENTOS 
Os autores agradecem o apoio do CNPq, da CAPES, do LASTRAN e do ALC, o Centro de Excelência em BRT. 
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Oportunidades para qualificar e inovar o transporte por ônibus nas cidades brasileiras

  • 1. OPORTUNIDADES PARA QUALIFICAR E INOVAR O TRANSPORTE POR ÔNIBUS NAS CIDADES BRASILEIRAS Luis Antonio Lindau Cristina Albuquerque Moreira da Silva Diego Mateus da Silva Leonardo de Moura Nitzke Luís Wanderley de Souza Patrícia Canabarro da Silva Rodrigo Javier Tapia LASTRAN – Laboratório de Sistemas de Transportes PPGEP – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção EE – Escola de Engenharia UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul RESUMO Os ônibus nas cidades brasileiras estão cada vez mais reféns do congestionamento, afetando a eficiência e a confiabilidade de um serviço vital para a população. O recente clamor popular por um transporte coletivo com maior qualidade, associado a uma crescente motorização privada nas áreas urbanas, demanda oportunidades para inovações em ônibus que vão além dos BRT (Bus Rapid Transit) de alto desempenho. Assim, apresenta-se o estado da prática europeia em sistemas de transporte coletivo por BHLS (Bus with High Level of Service), posicionando-os frente aos BRT. A partir da caracterização de 26 atributos de 26 sistemas, identificam-se pontos em comum e aspectos que diferenciam BHLS dos BRT. Os resultados revelam o foco do BHLS em oferecer confiabilidade e conforto aos passageiros, em contraponto ao atendimento de demandas elevadas pelo BRT. O estudo apresenta tendências e inovações relevantes para subsidiar técnicos e gestores públicos brasileiros no desafio de conceber e implantar sistemas de transporte coletivo sobre pneus com maior qualidade. ABSTRACT Buses in Brazilian cities are trapped in congestion that disrupts both the efficiency and the reliability of a service that is vital for the population. The recent people´s outcry for a higher quality transit system, associated to an increasing private motorization in urban areas, demands opportunities for bus innovations that go beyond high-performance BRT (Bus Rapid Transit). Thus we present the state-of-the-practice of BHLS (Bus with High Level of Service) systems in Europe and compare them to BRT systems. Based on the characteristics of 26 attributes from 26 systems, we identify commonalities and aspects that differentiate BHLS from BRT. The results reveal the BHLS focus on providing reliability and comfort for passengers, as opposed to BRT that aims to high demands. The study presents trends and innovations that are relevant to subsidize the challenges imposed to technicians and public managers in Brazil on designing and deploying better quality bus systems. 1. INTRODUÇÃO Em meados de junho de 2013 a população das grandes cidades brasileiras foi às ruas. O que iniciou como um movimento para reduzir o valor das tarifas do transporte coletivo evoluiu para uma demanda por serviços públicos de maior qualidade, particularmente nas áreas de saúde, educação e transporte urbano. No Brasil, durante as últimas três décadas, os investimentos em infraestrutura de transportes estiveram voltados a atender o crescimento da motorização. Até passeios para pedestres e praças públicas foram entregues no afã de aumentar o espaço viário dedicado aos automóveis nas grandes e médias cidades. Como o crescimento da frota urbana e da mobilidade resultou maior que a possibilidade de aumentar a oferta de capacidade viária, o congestionamento acabou se alastrando no espaço e no tempo. O desempenho do transporte coletivo por ônibus, abalado pela queda na velocidade operacional e confiabilidade nos tempos de viagem, incentivou a migração de passageiros
  • 2. para automóveis e motocicletas. De 1994 a 2011 houve uma redução de 24% na quantidade de passageiros transportados nas principais capitais brasileiras (NTU, 2012). E o incentivo à compra de automóveis resultante das políticas do governo federal tende a aumentar os atuais 28% de participação dos veículos particulares na divisão modal das viagens urbanas (ANTP, 2012). Com o ônibus cada vez mais refém do congestionamento e com a população demandando por maior atenção das autoridades para a mobilidade, chegou o momento de rever a nossa circulação urbana. O Brasil tem larga tradição no transporte coletivo, a qual foi construída ao longo de mais de século, período em que o país deixou de ser rural para ser predominantemente urbano. Iniciou com a importação das melhores práticas e passou por um processo de tropicalização até atingir a inovação, particularmente no que tange ao transporte coletivo por ônibus. O bonde a tração animal já circulava no Rio de Janeiro seis anos depois de sua introdução em Paris (1853). O bonde elétrico implantado em Berlim (1879) chegou ao Rio em 1892 (NTU, 2013). Em 1911, quando Londres substituiu todos os ônibus de tração animal por motorizados (Vuchic, 1981), em São Paulo era encarroçado o que é considerado o primeiro ônibus brasileiro, um Ford Modelo T (ANFAVEA, 2006). Entre as décadas de 80 e 90, os fabricantes de chassis e carrocerias de ônibus brasileiros, ao aliarem avanços nos processos produtivos à variedade de modelos (Calandro e Campos, 2003), garantiram ao Brasil um papel de liderança na América Latina, bem como participação nos mercados europeu e asiático. Quanto a inovações, a mais marcante teve origem em Curitiba, que é reconhecida como o berço mundial do BRT (Bus Rapid Transit) e que se beneficiou do sistema para adensar a ocupação ao longo de corredores radiais estruturantes (Lindau et al., 2010). Comboios ordenados de ônibus possibilitaram ganhos operacionais importantes em avenidas de São Paulo e Porto Alegre (Szasz et al., 1978, 1979). Os corredores de ônibus implantados no Brasil na década de 80 foram classificados como os mais imaginativos e radicais sistemas prioritários implantados no mundo (World Bank, 1987). Foram consultores brasileiros os que conceberam uma parcela significativa dos vários sistemas BRT inaugurados em cidades de vários continentes. O vale transporte, que ano passado completou 30 anos, alcançou o objetivo de reduzir o impacto dos gastos com transporte coletivo no orçamento das famílias com rendimentos médios mensais de até oito salários mínimos (Cadaval, 1980). O Brasil enfrentou, na última década, um aumento de 45% na taxa de motorização (DENATRAN, 2000, 2010). O momento é propício para repensar o transporte coletivo urbano no Brasil. Com a necessidade de fidelizar passageiros e captar novos usuários do transporte privado, é preciso romper com a cultura de priorização ao veículo privado e dar início a uma nova era no transporte coletivo. Assim como no passado, é importante avaliar atuais tendências internacionais particularmente em países da Europa Ocidental onde as taxas de motorização duplicaram entre as décadas de 70 e 90 (EU, 2012). É justamente nesse contexto que se insere esse trabalho. A partir dos anos 90, várias cidades de países desenvolvidos incorporaram os ônibus como parte da melhoria dos sistemas de transporte. Uma série de medidas foi implantada para renovar a imagem e o desempenho dos ônibus e torná-los mais atraentes. Esse trabalho aborda os sistemas BHLS (Bus with High Level of Service) concebidos na Europa. Há casos onde os
  • 3. BHLS aumentaram, de forma significativa, a demanda de passageiros transportados nos corredores onde foram implantados, provando ser uma alternativa capaz de atrair, inclusive, usuários do automóvel. 2. OBJETIVO E METODOLOGIA Esse trabalho objetiva posicionar o sistema europeu BHLS frente ao sistema BRT concebido e desenvolvido no contexto latino-americano. A partir da identificação dos principais enfoques e atributos de cada sistema, parte-se para uma caracterização dos seus pontos comuns e aspectos que os diferenciam. 2.1. BHLS: enfoque e atributos O BHLS surgiu como um sistema sobre pneus que oferece um nível de serviço superior ao de linhas de ônibus convencionais - em termos de frequência, tempo de viagem, confiabilidade, conforto e acessibilidade - através da adoção de uma infraestrutura segregada com condições operacionais adequadas (CERTU, 2010). O BHLS visa prover um maior nível de conforto ao usuário (COST, 2011). A Tabela 1 possibilita identificar os atributos comuns dos principais sistemas BHLS europeus. Ela sintetiza informações levantadas de fichas técnicas (COST, 2011), páginas eletrônicas, mapas virtuais e artigos. Nas linhas encontram-se as cidades onde foram implantados esses BHLS. As colunas apresentam 26 atributos agrupados por categorias físicas e de desempenho. Alguns atributos foram divididos em faixas de acordo com a dispersão da incidência observada. Originalmente buscou-se incluir acidentes como um dos atributos, mas na prática isso se revelou impraticável tendo vista a falta de padronização na forma como essas informações são reportadas. Importante destacar que o não preenchimento de campos da Tabela 1 pode significar tanto a inexistência de um atributo como a ausência de informações consolidadas a respeito dele. Os atributos considerados não autoexplicativos, devido à limitação de espaço nas tabelas, são:  Identificação (Via): existência de algum tipo de demarcação da faixa utilizada pelo BHLS seja por cor do pavimento (indicada na tabela) ou sinalização horizontal.  P+R carros (Integração): estacionamentos para automóveis (park and ride) localizados próximos a pontos de parada do BHLS.  P+R bicicletas (Integração): estacionamentos para bicicletas (park and ride) localizados próximos a pontos de parada do BHLS.  Regularidade (Desempenho): grau de aderência ao horário programado ao longo da linha com limites variáveis entre os BHLS.  Informação nas estações (ITS): contempla tanto informações estáticas quanto em tempo real.  Informação prévia ao ingresso (ITS): inclui informações em tempo real para tomada de decisão quanto à utilização do BHLS.  Informação interna ao ônibus (ITS): trata de informações estáticas e em tempo real para os passageiros.  Informação em tempo real para os motoristas (ITS): tecnologias a bordo que fornecem informações que possibilitam mudanças na condução do ônibus para corrigir desvios na programação.
  • 4. 2.2. BRT: enfoque e atributos O termo BRT foi originalmente cunhado nos EUA para denominar sistemas sobre pneus que apresentassem a qualidade do transporte ferroviário e a flexibilidade do sistema ônibus e propiciassem velocidades operacionais superiores a sistemas convencionais circulando em tráfego misto (Levinson et al., 2003). Hoje mais de 25 milhões de passageiros são transportados diariamente ao longo de 4000 km de vias com faixas segregadas implantadas ao longo de 278 corredores para ônibus, que apresentam os mais variados padrões de qualidade e desempenho, em 156 cidades de 38 países (BRT Centre of Excellence et al., 2013). BRT incluem sistemas que carregam desde 2000 passageiros por hora no período de pico até 45000 passageiros/hora/sentido (Pereira et al., 2013). Na falta de um consenso internacional quanto ao que seja um BRT, utiliza-se, nesse trabalho, a classificação proposta pelo ITDP quando da formulação do Padrão de Qualidade BRT (ITDP, 2013). Embora mais focado em atributos físicos do que em atributos de desempenho, o Padrão de Qualidade, segundo seus proponentes, almeja criar uma definição comum dos sistemas de operação exclusiva em corredores de ônibus tipo BRT. Confere padrões (no caso, ouro, prata ou bronze) a corredores BRT definidos como: “[...] uma seção de uma via ou vias contíguas servidas por uma ou múltiplas linhas de ônibus, que tenha faixas segregadas de ônibus numa extensão mínima de 4 km.” (ITDP, 2013). O Padrão de Qualidade é um índice ponderado aditivo e semi-compensatório na medida em que, respectivamente, inclui atributos positivos e negativos, e exige uma pontuação mínima em atributos considerados essenciais para que um corredor se qualifique como BRT. A Tabela 2, elaborada pelos autores a partir da descrição dos procedimentos (ITDP, 2013), sintetiza o Padrão de Qualidade. As linhas da Tabela 2 apresentam os atributos. O primeiro bloco, denominado BRT Básico, contém os 5 atributos ditos essenciais. Seguem vários blocos com os demais atributos. Já o último bloco, denominado Deduções, apresenta os atributos negativos resultantes do dimensionamento incorreto da infraestrutura e das operações ou de uma administração deficiente. As colunas da Tabela 2 indicam: (i) os pesos de cada atributo no índice; (ii) uma descrição sumarizada da pontuação máxima e mínima de cada atributo; (iii) uma escala cromática variando do cinza ao preto, respectivamente do valor mínimo ao valor máximo de cada atributo. Naturalmente, os melhores sistemas resultam como aqueles que atingem valores máximos para atributos positivos e valores mínimos para atributos negativos. Como o índice é ponderado, o peso relativo de cada atributo positivo é caracterizado pelo tamanho do “”. O tamanho do  indica o peso relativo de cada atributo negativo; quanto mais elevado, maior será o impacto da dedução no índice. 2.3.BHLS e BRT: comparação Comparar os sistemas BHLS aos BRT impõe um grande desafio. Ambos os conceitos resultam intrinsicamente flexíveis frente à vasta gama de combinações dos vários elementos de projeto envolvidos na concepção de um corredor de ônibus. Como decorrência, resultam interseções conceituais importantes, onde fica difícil discernir um BHLS de um BRT. Com o propósito de estabelecer uma comparação entre sistemas BHLS e BRT, as informações apresentadas na Tabela 1 foram consolidadas e inseridas na Tabela 2. Os “X” inseridos na
  • 5. Tabela 1- Caracterização dos sistemas BHLS europeus Segregação para ônibus (0%-40%) Segregação para ônibus (40%-80%) Segregação para ônibus (80%-100%) Guia Identificação P+R carro P+R bicicletas Transporte coletivo de 200 a 600 m >600m Não há interseções Prioridade semafórica para ônibus Túneis e viadutos Capacidade (pass) Sistema de propulsão Combustível Almere (NL) x x x x x x Combustão Diesel Amsterdã (NL) x x x x x Combustão Diesel Brescia (IT) x x x Combustão Diesel Cambridge (UK) x Física x x x Urbanos Guiado Biocombustível Castellon (ES) x Vermelho x x x 74-78 Hibrido Diesel e eletricidade Dublin (IE) x x x x 91 Combustão Diesel Essen (DE) x Física x x x x x 110 (4 pass/m²) Combustão Diesel Gothenburg (SE) x x x Combustão Diesel Hamburg (DE) x x x x x x x 160 (4 pass/m²) Combustão Diesel Jonkoping (SE) x x x x x Combustão Bio-gás Kent (UK) x x x x Leeds (UK) x Física x x x 95 (4pass/m²) Combustão Diesel Lisboa (PT) x x x (6 pass/m²) Combustão Diesel Lorient (FR) x x x x Biocombustivel Madrid (ES) x x x x Sem estações x 84 Combustão Diesel Nantes (FR) x x x x x 110 (4 pass/m²) GNV Oberhausen (DE) x x x x x x 70 - 110 (4 pass/m²) Combustão Diesel Paris (FR) x Vermelho x x x 101 (4 pass/m²) Praga (CZ) x x x Combustão Diesel Prato (IT) x x x x Combustão Diesel Rouen (FR) x Óptica Vermelho x x x 115-125 (4 pass/m²) Biocombustivel Stockholm (SE) x Vermelho x x x 120 (4 pass/m²) Combustão Diesel Toulouse (FR) x Vermelho x x x GNV Twente (NL) x x x x x Combustão Diesel Utrecht (NL) x x x x x Combustão Diesel Zurich (CH) x x x x x x 202 (4 pass/m²) Hibrido Diesel e eletricidade Via Integração intermodal Espaç. entre estações Interseções Ônibus
  • 6. Tabela 1- Caracterização dos sistemas BHLS europeus (continuação) Informação nas estações Informação prévia ao ingressao no sistema Informação interna no ônibus Informação em tempo real aos motoristas Controle da operação Sistema Veículos Estações Atração de novos usuários Atração usuários de automóvel privado Headway pico: 0min - 5min Headway pico: 6min - 10 min Headway pico >10 min Headways fora do pico 0min - 15 min Headway fora do pico >15 min Horas de funcionamento Regularidade acima de 85% Regularidade 75 a 85% Velocidade comercial (km/h) Almere (NL) x x x x x 5% x 21 x 25 Amsterdã (NL) x x x x x 47% 17% x 24 x 35 Brescia (IT) x x x x x x x 19 x 15-16 Cambridge (UK) x x x x x x x x 21 60 (guiado) Castellon (ES) x x x 15 18 Dublin (IE) x x x x 125% 17% x x 16 16-18 Essen (DE) x x x x x 19,5 17-30 Gothenburg (SE) x x x x x 73% x 20 x 21 Hamburg (DE) x x x x x x 20% x x 20 16-22 Jonkoping (SE) x x x x x x 21 22 Kent (UK) x x x x 60% 19% x x 17,5 x 18 Leeds (UK) x x x x x x 19 12 Lisboa (PT) x x x x x x 24 14-16 Lorient (FR) x x x x x 14 17-22 Madrid (ES) x x x x x 70% 15% x x 24 28-33 Nantes (FR) x x x x x 55% 30% x x 19,5 x 20-23 Oberhausen (DE) x x x x x x x 18,5 34 Paris (FR) x x x x x x 134% 8,5% 21 x 23 Praga (CZ) x x x x x x x 19,5 x 21 Prato (IT) x x x 57% x 16 x 16-19 Rouen (FR) x x x x x x 70% x 17 x 18 Stockholm (SE) x x x x x 27% x 19 15 - 18 Toulouse (FR) x x x x 15 25 Twente (NL) x x x x x 27% 5% x 18,25 x 21-27 Utrecht (NL) x x x x 19 20 Zurich (CH) x x x x x x x x 19 19 Agència Valenciana de Mobilitat (2012); Brescia Mobilitá (2013); Breuer (2012); Cambridgeshire County (2012) CERTU (2010); CityMobil (2012); ChinaBRT (2010); COST (2008, 2011); Council (2012); Essen (2013); EVAG (2013); Finn (2012); Garrigue (2007); Hamburger Verkehrsverbund(2013); Heddebaut et al (2010); Laroussinie (2008); Le Triskell (2013); Pinto(2008); STOAG (2013). Marca Desempenho Intelligent Transport System (ITS) Tabela baseada em
  • 7. Tabela 2- Padrão BRT e o BHLS Atributos Peso BRT Descrição da ponderação máxima Descrição da ponderação mínima Alinhamento do corredor  Corredor nos dois sent idos e localizado no cent ro de via com circulação em ambos os sent idos x x Corredor junto ao meio fio BRT Máx Mín BRT básico Infraest rutura segregada com prioridade de circulação  Faixas dedicadas com fiscalização ou segregação física instaladas em mais de 90% da extensão do corredor x x x Apenas com sinalização indicat iva de fiscalização com câmeras Cobrança tarifária fora do ônibus  100% das estações com pagamento fora do veículo x x Menos de 15% com pagamento fora do veículo Tratamentos das interseções  Em todas as interseções são proibidas conversões de out ros veículos ut ilizando as faixas segregadas do corredor x x Sem t ratamento nas interseções Nivelamento ent re plataformas  100% dos veículos tem plataformas em nível com as das estações; há medidas em todo o sistema para minimizar o vão x Não há plataforma em nível para o embarque/desembarque Planejamento dos serviços Múlt iplas rotas  Existência de duas ou mais rotas no corredor, atendendo no mínimo duas estações cada x x Corredor tem uma única rota Frequência no pico  100% das rotas tem pelo menos 8 ônibus por hora x x Menos de 25% das rotas tem pelo menos 8 ônibus por hora Frequência fora do pico  100% das rotas tem pelo menos 4 ônibus por hora x x Menos de 35% das rotas tem pelo menos 4 ônibus por Expressos, semi- hora expressos e paradores  Tem serviços locais e vários serviços expressos e/ou semi-expressos x x Apenas serviços paradores CCO  CCO completo x Não tem CCO Corredor de alta demanda  Corredor é um dos 10 maiores corredores de demanda x x Corredor não é um dos 10 maiores corredores de demanda Horário de operação  Opera à noite e final de semana x x Nao opera à noite ou nos finais de semana Rede de múlt iplos corredores  Parte de uma rede de BRT atual ou planejada x Nao existe uma rede atual ou planejada de BRT Perfil de demanda  Corredor inclui os segmentos de maior demanda da cidade x x Corredor nao inclui o segmento de maior demanda Infraestrutura Ult rapassagem nas estações  Faixas fisicas ou dedicadas que possibilitam a ult rapassagem x x Sem faixas de ult rapassagem Emissões de ônibus  Padrões de emissão Euro VI ou U.S. 2010 x Padrões de emissão inferiores a Euro IV ou V Estações afastadas das interseções  100% das estações t roncais com pelo menos uma das seguintes condições: Afastamento de pelo menos 40 met ros da interseção; Estações separadas por nível; Estações localizadas próximo às interseções devido ao comprimento reduzido da quadra; Vias totalmente exclusivas de ônibus, sem interseções x Menos do 35% das estações t roncais atendem as condições máximas Estações cent rais  80% ou mais das estações t roncais possuem plataforma cent ral servindo ambos sent idos x Menos de 20% das estacões t roncais possuem plataforma cent ral servindo ambos sent idos Qualidade do pavimento  Projetado para vida út il de 15 anos ou mais em todo corredor x Duração projetada inferior a 15 anos
  • 8. Tabela 2- Padrão BRT e o BHLS (continuação) Atributos Peso BRT Descrição da ponderação máxima Descrição da ponderação mínima Estações seguras e confortáveis  Todas estações t roncais são amplas, at rat ivas e protegidas de intempéries x As estações t roncais não são amplas, at rat ivas e protegidas de intempéries Projeto da estações e interface entre a estação e os ônibus BRT Máx Mín Número de portas nos ônibus  100% dos ônibus tem mais de 3 portas ou tem 2 portas largas x x Menos de 35% dos ônibus tem mais de 3 portas ou tem 2 portas largas Baias nas estações  As estações de maior demanda tem ao menos dois conjuntos de baias x As estações de maior demanda tem menos de dois conjuntos de baias Portas deslizantes  Todas estações com portas deslizantes x Estações não tem portas deslizantes Distanciamento ent re estações  As estações são espaçadas, em média, ent re 0,3 km e 0,8 km x x Não há mínimo Serviços e sistemas de informações Existência de uma marca  Todos os veículos, rotas, estações e corredores seguem uma marca unificada do sistema BRT x x Sem marca no corredor Informação aos passageiros  Informação em tempo real e informações estát icas nas estações e veículos x Sem ou muito pouca informação para os passageiros Acesso universal  Acessibilidade universal em todas as estações e veículos x Corredor não tem acesso universal Integração com out ros meios de t ransporte colet ivo  Integração física, tarifária e no sistema de informação x Sem integração Acesso de pedest res  Acesso seguro aos pedest re em todas as estações e numa área de entorno de 500m x Nem todas as estações tem um acesso bom e seguro Estacionamento de bicicletas  Estacionamento seguro de bicicletas pelo menos nos terminais e paraciclos em out ros locais x Pouco ou sem estacionamento de bicicletas Ciclovias  Ciclovias ao longo do corredor ou paralelo a ele x Sem infraest rutura para bicicletas Integração com sistemas públicos de bicicletas  Disponibilidade de sistemas compart ilhado de bicicletas em pelo menos 50% das estações t roncais x x Disponibilidade de sistemas compart ilhado de bicicletas em menos de 50% das estações t roncais Integração e acesso Deduções Velocidades comerciais  Velocidade comercial média abaixo de 14 km/h x Velocidade comercial mínima de 20 km/h Demanda mínima  Menos de 1.000 passageiros por hora e por sent ido no pico x x Mais de 1.000 passageiros por hora e por sent ido no Direito de uso da pico via  Bloqueio frequente do corredor por out ros veículos x Invasão ocacional ao corredor Afastamento ent re estação e veículo  Vão muito pronunciado ent re a plataforma do veículo e a plataforma da estação x Sem vão em todas as estações Superlotação  Densidade média no pico > 5 pass/m2 no ônibus ou > 3 pass/m2 na estação ou superlotação nas estações que impeça embarque x Conservação do sistema  Vias com ondulações e buracos; ônibus pichados, sujos e assentos quebrados; estações pichadas, sujas, com vendedores ambulantes, pessoas morando ou com dano est rutural; equipamentos tecnológicos inoperantes (incluindo pagamento) x
  • 9. Tabela 2 dizem respeito à classificação do conjunto dos BHLS na dimensão do “Padrão de Qualidade” dos BRT. O maior “X” indica que um determinado nível de atributo está presente em mais de 19 cidades; o “X” médio representa que ele foi observado entre 8 e 18 cidades; o menor significa presença em até 7 sistemas. A variabilidade observada nos BHLS é ilustrada pela presença de vários “X” em uma linha da Tabela 2. Por exemplo, os três “X” inseridos na escala cromática da linha do atributo referente à infraestrutura segregada com prioridade de circulação indicam que, embora exista uma predominância de sistemas BHLS com faixas segregadas em 90% da extensão do corredor, há uma quantidade significativa de BHLS com pouca extensão de faixas segregadas e, ainda, igual quantidade que sequer conta com faixas segregadas. 3. ANÁLISE DOS RESULTADOS Uma observação geral da Tabela 2 indica que os BHLS estudados, quando analisados sob a métrica do Padrão BRT, possuem muitos de seus atributos enquadrados em níveis máximos de pontuação, sobretudo os referentes à infraestrutura, qualidade dos serviços, sistemas de informação aos passageiros, integração e acesso. Por outro lado, atributos relacionados à demanda e ao incremento da velocidade operacional, como faixas de ultrapassagem e cobrança tarifária externa ao ônibus, apresentam maiores incidências no nível mais baixo. Importante destacar que nos atributos relativos ao BRT básico, justamente aqueles com maior peso na construção do índice BRT, o BHLS atinge nível máximo apenas no nivelamento entre as plataformas dos veículos e das estações, o que garante a acessibilidade universal. Enquanto o Padrão BRT indica o nível máximo para a prática de cobrança tarifária nas estações, no BHLS predomina a cobrança ou validação dos bilhetes de pagamento dentro dos ônibus. Ainda, poucos dos BHLS investigados possuem corredor fisicamente localizado no centro das vias. De uma forma geral, os corredores BHLS operam junto ao meio fio. Os BHLS se destacam por possuir Centros de Controle Operacional (CCO), o que aumenta a confiabilidade da operação e, assim, garante a previsibilidade dos tempos de viagem dos usuários. Também se caracterizam por contar com ônibus de baixas emissões, por dispor de pavimentos com longa vida útil, estações atrativas e protegidas de intempéries. Por outro lado, não têm portas deslizantes nas estações nem baias múltiplas que permitam a docagem simultânea de mais de dois ônibus quando da parada para o embarque e desembarque de passageiros, atributos tipicamente encontrados em sistemas BRT projetados, respectivamente, em contextos onde pode ocorrer evasão tarifária significativa ou onde é preciso atender demandas elevadas de passageiros. O BHLS também prioriza a provisão de informações, tanto dentro como fora do sistema, para potenciais usuários e passageiros. A integração com outros meios de transporte coletivo é mais um atributo importante a destacar nos sistemas BHLS, assim como a qualidade do acesso de pedestres em áreas lindeiras às estações. Quanto às deduções definidas no Padrão BRT, afora a demanda mínima, praticamente todos os sistemas de BHLS apresentaram valores mínimos em atributos considerados como deduções ao índice. Entre eles, velocidades comerciais acima dos 20 km/h, inexistência de superlotação, e, boa conservação do sistema.
  • 10. No que se refere à demanda, observa-se que, em alguns casos, os sistemas BHLS operam com baixas demandas na hora pico, inferiores a 1.000 passageiros por hora por sentido. Baixas demandas na hora pico implicam deduções no Padrão BRT. Entre os sistemas BHLS estudados, encontrou-se uma variação na ordem de 300 passageiros por hora por sentido (Castellón, Espanha) até 8.000 passageiros por hora por sentido (Madrid, Espanha). Já os sistemas BRT de alto desempenho carregam demandas elevadas. Em Bogotá, por exemplo, são transportados 48.000 passageiros por hora por sentido no Transmilenio do corredor da Avenida Caracas e em Istambul, no corredor do Metrobus, são carregados 30.000 passageiros por hora por sentido (BRT Centre of Excellence et al., 2013). O BHLS tem bom potencial na captação de demanda adicional. Em alguns sistemas verifica-se a duplicação do total de passageiros atendidos por transporte coletivo no corredor após a implantação do BHLS. Já a atração de usuários do automóvel privado pelo BHLS chega a 30%, dependendo do corredor. O BHLS difere do BRT ao priorizar a oferta de confiabilidade e conforto em detrimento ao atendimento de grandes demandas. A satisfação do usuário também é contemplada por sistemas que adotam lotações máximas de 4 passageiros por metro quadrado. O BHLS é projetado para alcançar bom desempenho em termos de velocidade operacional, mesmo sem necessariamente contar com corredores centrais ou faixas dedicadas. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Frente à necessidade premente de qualificar o transporte coletivo brasileiro, apresentam-se as inovações europeias em sistemas urbanos de ônibus proporcionadas pelo BHLS. Os principais atributos do BHLS são comparados com os dos sistemas BRT existentes e em construção na América Latina. No conceito BRT, destaca-se, como função primordial, o atendimento de grandes demandas com o menor custo possível. No BHLS identifica-se um sistema concebido como alternativa qualificada ao uso do automóvel. Seja como opção ante a dificuldade financeira de implantar sistemas VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) ou convicção de que um sistema sobre pneus pode ter aceitação equivalente a um sistema sobre trilhos, cresce o interesse europeu pela introdução de sistemas BHLS. No típico BRT latino-americano, o conforto é subordinado à capacidade de carregamento. O alto desempenho, conferido em grande parte por faixas dedicadas junto ao canteiro central, é prerrogativa fundamental de projeto. O BRT aparece como um elemento destacado no ambiente urbano em função das intervenções de grande impacto em avenidas importantes das cidades: corredores, terminais, áreas de estocagem. Via de regra, o BRT resulta como o sistema estruturador de uma rede de transporte urbano multimodal. No BHLS, percebe-se uma operação menos intensiva, um sistema que se molda à cidade a partir de intervenções menores e menos impactantes no ambiente urbano. O conforto é um atributo de destaque assim como a confiabilidade. O BHLS se vale de recursos de tecnologia da informação como elemento para conferir tanto atratividade, em termos de opção de escolha de modal por parte do usuário potencial, como regularidade ao serviço ofertado. Ambos, BRT e BHLS, apresentam-se como solução em mobilidade para centros urbanos que sofrem com a saturação de seus espaços de circulação. O que os difere é o papel que podem representar no contexto de uma rede única integrada e multimodal de transportes necessária
  • 11. para estruturar o desenvolvimento urbano. Sistemas estruturantes requerem maior desempenho em termos de capacidade de transporte e é nesse contexto, onde despontam até como alternativa a sistemas pesados sobre trilhos, que proliferam os sistemas BRT latino-americanos. No esforço de completar a rede única integrada e atender outras importantes dimensões do desafio da mobilidade urbana tanto em áreas mais centrais como periféricas, é preciso contar com alternativas de transporte coletivo, tais como o BHLS europeu, desde que devidamente transposto a nossa realidade. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio do CNPq, da CAPES, do LASTRAN e do ALC, o Centro de Excelência em BRT. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agència Valenciana de Mobilitat (2012) El TRAM de la Plana trasladó el pasado mes de abril un total de 61.597 viajeros. Castellon, ES. Disponível em: <http://www.avmm.es/web/area-metropolitana-de-castellon/ noticias> Acesso em: 20 maio 2013. ANFAVEA (2006) Indústria Automobilística Brasileira - 50 anos. Disponível em: <http://www.anfavea.com.br/50anos/144.pdf> Acesso em: 03 maio 2013. ANTP (2012) Sistema de Informação da Mobilidade Urbana Relatório Geral 2011. Associação Nacional dos Transportes Públicos, São Paulo, SP. Brescia Mobilitá (2012) Autobus. Brescia, Itália. Disponível em: <http://www.bresciamobilita.it/category/website-area/percorso-utenti/autobus/> Acesso em: 21 jun. 2013. Breuer, H. (2012) Busse In Essen. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=WxLnWX-Azvk> Acesso em: 06 jun. 2013. BRT Centre of Excellence; EMBARQ; IEA e SIBRT (2013) Global BRTdata: version 1.22, last modified on June 27, 2013. Disponível em: <http://www.brtdata.org>. Acesso em: 09 jul. 2013. Cadaval, M. (1980) Vale-transporte: um instrumento da política tarifária. Revista dos Transportes Públicos, Ano III nº 9, ANTP, São Paulo. Calandro, M. L. e Campos, S. H. (2003) Ônibus: um segmento industrial em expansão. Indicadores Econômicos FEE, v. 31, n. 3, Porto Alegre, RS. Cambridgeshire County Council (2012) Cambridgeshire Guided Busway – Statement of Case. Cambridge, UK. Disponível em: <http://www.cambridgeshire.gov.uk/NR/rdonlyres/76D68D25-DD2B-44C2-8419- 7630D7BD38BE/0/StatementofCase.pdf> Acesso em: 20 jun. 2013. CAP Autolinee (2013) Cooperativa Autotrasporti Pratese. Disponível em: <http://www.capautolinee.it/Default.asp> Acesso em: 26 jun. 2013. CERTU (2010) Buses with a High Level of Services. Centre for the Study of Urban Planning, Transport and Public Facilities, France. ChinaBRT (2010) Institute for Transportation & Development Policy – China. Utrecht. Disponível em: <http://www.chinabrt.org/en/cities/utrecht.aspx>. Acesso em: 17 jul. 2013. CityMobil (2012) Castellón (Hybrid transport system) - Guided bus/tramway system. Disponível em: <http://www.citymobil-project.eu/site/en/SP1%20Castellon.php> Acesso em: 20 jun. 2013. COST (2008) Buses with High Level of Service. BHLS description – Leeds. European Cooperation in Science and Technology, Paris, France. COST (2011) Buses with High Level of Service. European Cooperation in Science and Technology, Paris, France. DENATRAN (2000) Frota por município ao ano. Departamento Nacional de Trânsito, Brasília. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/frota.htm> Acesso em: 30 abr. 2013. DENATRAN (2010) Frota por município ao ano. Departamento Nacional de Trânsito, Brasília. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/frota.htm> Acesso em: 30 abr. 2013. Essen (2013) Stadt Essen - Traffic. Disponível em: <http://www.essen.de/en/Leben/verkehr_e/verkehr_e_1.html> Acesso em: 30 abr. 2013. EU (2012) Mobility Management Monitor. European Comission, Luxemburgo. Disponível em: <http://www.epomm.eu/tems/> Acesso em: 28 abr. 2013. EVAG (2013) Essener Verkehrs-AG. Disponível em: < http://www.evag.de/sonstige-seiten/english-version. html> Acesso em: 28 maio. 2013. Finn, B. (2012) BHLS – Bus with High Level of Service. ETTS Ltd, Ireland. Disponível em: <http://www.ntu.org.br/novosite/arquivos/Brendan_Finn.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2013.
  • 12. Garrigue, D. (2007) Ligne 4 – BusWay. Disponível em: <http://www.bhns.fr/IMG/pdf/BHNS_Nantes.pdf> Acesso em: 21 maio 2012. Heddebaut O.; B. Finn; e S. Rabuel (2010) Bus with a high level of service (BHLS): the European BRT concept. Built Environment, v. 36, n. 3, p. 307-316. Laroussinie, V. (2008) TVM – Trans Val-de-Marne. Disponível em: <http://www.uitp-bhls.eu/IMG/pdf/2-1- Victor-Laroussinie-Paris.pdf> Acesso em: 5 jun 2013. Levinson, H.; S. Zimmerman; J. Clinger; S. Rutherord; R.L. Smith; J. Cracknell e R. Soberman (2003) Bus rapid transit. Case Studies in Bus Rapid Transit. Transit Cooperative Research Program: Report 90, v.1, Washington, DC, USA. Lindau, L. A.; D. Hidalgo e D. Facchini (2010) Curitiba, the Cradle of Bus Rapid Transit. Built Environment, v. 36, n. 3, p. 269-277 Hamburger Verkehrsverbund (2013) Disponível em:<http://www.hvv.de/> Acesso em: 30 abr. 2013. ITDP (2013) The BRT Standard. Institute for Transportation and Development Policy. New York, NY. Le Triskell (2013) Le projet Triskell. Disponível em: <http://triskell.lorient-agglo.fr/Le-trace.10798.0.html> Acesso em: 15 maio 2013. NTU (2012) Anuário 2011-2012. Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. NTU (2013) Museu Virtual do Transporte Urbano. Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Disponível em: <http://www.museudantu.org.br/brasil3.htm >. Acesso em: 03 maio 2013. Pereira, B. M.; L. A. Lindau; M. C. D. Chagas e R. A. Castilho (2013) Avaliação do desempenho limite de corredores Bus Rapid Transit (BRT) sem ultrapassagem. Transportes, v. 21, p. 5-13. Pinto, C. C (2008) BHLS situation and projects in Spain. Disponível em: < http://www.uitp-bhls. eu/IMG/pdf/Spain_-_Nantes_Cost_action_meeting.pdfhttp://www.stoag.de/>. Acesso em: 03 maio 2013 STOAG (2013) Stadtwerke Oberhausen GmbH. Disponível em: <http://www.stoag.de/>. Acesso em: 08 maio 2013 Szasz, P. A.; L. C. Montans e E. O. Ferreira (1978) Comonor: comboios de ônibus ordenados. Boletim Técnico da CET, n. 09, São Paulo, SP. Szasz, P. A.; L. C. Montans e A. R. Godoy (1979) Comonor: comboios de ônibus ordenados nas Avenidas Rangel Pestana e Celso Gracia. Boletim Técnico da CET, n. 22, São Paulo, SP. World Bank. (1987). Staff appraisal report: 4th Urban transport project – Brazil. Report no. 6426a-BR. Washington, D.C., USA: The World Bank. Vuchic, V R. (1981) Urban Public Transportation: systems and technology. Prentice Hall, New Jersey, USA.