O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) reconhece a oportunidade de diálogo sobre o projeto Novo Recife, mas ressalta que a legislação urbanística é defasada e não respeita padrões contemporâneos. O CAU/PE também defende que o Cais José Estelita requer um projeto urbano abrangente que integre melhor a região à cidade.
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POSICIONAMENTO DO CAU/PE SOBRE O CAIS JOSÉ ESTELITA
Tendo em vista os recentes acontecimentos envolvendo o projeto Novo Recife, o Conselho
de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PE), em reunião ordinária realizada no dia 02 de junho
de 2014, e considerando os impactos para a cidade do referido projeto, avaliou que:
1. O CAU/PE reconhece a oportunidade e a pertinência desta abertura de diálogo
promovida pela Prefeitura do Recife com a sociedade organizada, particularmente
com os setores técnico e acadêmico da área de Arquitetura e Urbanismo.
2. O Conselho destaca a idoneidade, a competência e a ética dos arquitetos envolvidos
no projeto Novo Recife, feito de acordo com os parâmetros urbanos vigentes e
autorizado pelo poder público.
3. No entanto, há de se ressaltar que se trata de uma legislação vencida, não voltada
para o respeito aos padrões urbanísticos de uma cidade contemporânea.
4. O Conselho tem reiteradamente se manifestado sobre a urgência de um planejamento
urbanístico e expressado esse posicionamento nas reuniões da Comissão de Controle
Urbano (CCU) e do Conselho de desenvolvimento Urbano (CDU).
5. O CAU/PE entende como legítima a manifestação da sociedade em torno do Cais José
Estelita e acredita que sua existência é uma prova da preocupação oportuna,
amplamente mobilizada pelas redes sociais, com o futuro de toda a cidade. De fato,
trata-se, em última instância, de uma manifestação contra um modelo de urbanização
exaurido que não mais atende as necessidades e os anseios contemporâneos.
6. O CAU/PE entende que este é um momento histórico com uma enorme oportunidade
para o estabelecimento de um debate mais amplo, fértil e construtivo sobre o futuro
não apenas do bairro, mas de todo o Recife numa perspectiva de longo prazo, como
expressa o projeto Recife 500 anos da PCR.
7. O Cais José Estelita pela sua localização estratégica e extensão é uma área chave para
a cidade: (1) está no limite dos Bairros de Santo Antônio e São José (núcleo central)
com a Zona Sul e a frente de água da Bacia do Pina, em toda a extensão do Cais José
Estelita; (2) constitui-se na última oportunidade de fazer a ligação entre a Zona Central
e a Zona Sul de forma contínua e integradora. Por isso, o CAU/PE defende a
necessidade de um projeto urbano para a área além dos limites do lote, envolvendo as
ligações entre as zonas norte, sul e central da cidade que funcione como vetor de
revitalização do centro do Recife que está por trás do Cais.
8. O CAU/PE reconhece que o problema da cidade não irá se resolver apenas com um
novo projeto para o Cais José Estelita uma vez que necessário se faz um novo modelo
de cidade para o Recife. Nos últimos anos, temos assistido debates bastante acirrados
sobre empreendimentos na cidade e o CAU/PE entende que eles irão continuar
existindo, de forma cada vez mais intensa, caso não tenhamos um novo modelo de
cidade. O CAU/PE acredita ainda que se faz urgente encontrar soluções para que
atendam os anseios da sociedade em consonância com um modelo de urbanismo
integrado e integrador.
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9. O CAU/PE entende, por fim, que o resultado desta reunião deve ser um passo pacífico
e de entendimento na direção da melhoria da qualidade de vida no Recife e está
disposto a colaborar no que for possível para que isso aconteça.
Recife, 03 de junho de 2014