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Corticóides
              Denise Medeiros Selegato
Glândulas Supre-Renais ou Adrenais:
                     São glândulas localizadas acima dos rins
                    e que exercem, através da secreção de
                    hormônios, diferentes       funções no
                    organismo.

                     Medula da Adrenal: quando estimulada
                    pelo sistema nervoso simpático, secreta
                    adrenalina (maioria) e noradrenalina;
                     Córtex da Adrenal: camada externa da
                    glândula, composta por três zonas
                    concêntricas de células:

                         o Z. Glomerulosa: camada externa,
                         abaixo da cápsula produtora e secretora
                         de aldosterona.
                         o Z.    Fasciculada     e     Reticulada:
                         produtoras       e     secretoras     de
                         glicocorticóides e hormônios sexuais.
Glândulas Supre-Renais ou Adrenais:

Portando, os principais hormônios são:

   Cortisol ou hormônio do estresse (estresse físico, que ocorre em
    cirurgias, infecções, traumas etc): garante glicose para as células, seja antagonizando a
    insulina ou estimulando a transformação de gorduras e proteínas em glicose. Também
    age modulando nosso sistema imune.
   Adrogênios e estrogênios: são, respectivamente, os hormônios masculinos e femininos.
   Aldosterona: age no rim, controlando os níveis de sódio e potássio na urina e no
    sangue. É um dos principais hormônios no controle da pressão arterial.
   Adrenalina ou hormônio de fuga ou luta: quando liberado, promove aumento da
    frequência cardíaca, da pressão arterial, do aporte de sangue para os
    músculos, aumenta a glicose disponível para as células e dilata as pupilas.
   Noradrenalina.
Doença de Addison – Definição:
 Doença caracterizada pela produção insuficiente
  dos hormônios da glândula supra-renal que
  apresenta um quadro clínico bastante
  característico.


 Pode ser provocada por várias causas, sendo as
  principais:
   Doença auto-imune (adrenalite auto-imune);
   Doenças infecciosas granulomatosas como a
     tuberculose e a blastomicose;
   Doenças neoplásicas.


   Em pacientes imunodeprimidos, como os
     portadores de AIDS, pode ser devida a
     infecções por citomegalovírus e fungos.
Doença de Addison – Causas:
   Doença auto-imune: nesta situação, ocorrem freqüentemente diversas outras
    doenças auto-imunes associadas, caracterizadas como Insuficiência Poliglandular
    Tipo 1 e Tipo 2:
       Tipo 1: ocorre predominantemente na infância e pode estar associada a
        hipoparatireoidismo, hipogonadismo hipergonadotrófico (caracterizado por falência
        ovariana ou testicular), anemia perniciosa (megaloblástica) conseqüente à gastrite
        atrófica auto-imune, infecção crônica por cândida, hepatite auto-imune e, mais
        raramente, calvície.
       Tipo 2: inclui a tireoidite de Hashimoto (leva ao hipotireoidismo primário), diabete
        mellitus do tipo 1, o vitiligo e o hipogonadismo hipergonadotrófico.

   Doenças infecciosas granulomatosas: o paciente pode apresentar manifestações
    clínicas características destas doenças, tais como a tuberculose, a blastomicose sul-
    americana, a histoplasmose, a ciromegalovirose, entre outras.

   Metástases bilaterais nas adrenais: em especial de tumores de mama, pulmão e
    cólon, e do envolvimento por linfomas. Esta alteração só ocorre quando houver a
    destruição de mais de 90% do tecido adrenal funcionante.
Doença de Addison – Sintomas:
O quadro clínico se desenvolve lentamente, sendo caracterizado por:


   Perda de peso e anorexia;
   Fraqueza muscular e fadiga;
   Pressão arterial baixa e tonturas;
   Fome pelo sal;
   Náuseas, vômitos e diarréia;
   Escurecimento da pele em áreas expostas ou não ao sol, principalmente em
    dobras de pele, cicatrizes, áreas de pressão e mucosas;
   Sintomas emocionais, como irritabilidade e depressão.


Muitas vezes, os pacientes só se apresentam em casos de graves manifestações
agudas desencadeadas por acidentes, infecção ou doenças associadas. Este quadro
agudo é denominado de "insuficiência adrenal aguda" ou "crise addissoniana".
Doença de Addison – Diagnóstico:

São realizados, principalmente:


   Exame clínico;
   Dosagens bioquímicas
    de     sódio,     potássio,
    creatinina e glicose;
   Atividade de Renina
    Plasmática;

    Dosagens de hormônios como o cortisol, aldosterona e ACTH
   (hormônio adrenocorticotrófico);
    Teste de ACTH: teste de estímulo do cortisol após a administração de
   ACTH sintético por via endovenosa;
    Exames de imagem do tórax, supra-renal e hipófise.
Doença de Addison – Diagnóstico:

Dependendo da suspeita clínica, são
necessários também exames para
determinar a causa da doença, incluindo:


   Pesquisa de anticorpos antiadrenal;
   Pesquisa de bacilos da tuberculose, de
    fungos ou reações imunológicas para as
    diversas infecções associadas.


Na situação em que a tomografia
computadorizada das adrenais demonstra
aumento de volume, poderá ser
necessário uma punção aspirativa para
exame citopatológico, bacterioscópico e
bacteriológico.
Doença de Addison – Tratamento:


 O tratamento consiste na reposição de doses fisiológicas dos hormônios
 deficientes, que são os glicocorticóides e os mineralocorticóides.

    Glicocorticóides: podem ser repostos através da administração VO de
     derivados sintéticos, preferencialmente a prednisona e a cortisona.

    Mineralocorticóides: podem ser repostos pela administração VO de
     fluorhidrocortisona, além de ser orientada uma ingesta adequada de
     sódio.
Excesso de Funcionamento da Adrenal:

Normalmente está associado a tumores na mesma. Dependendo de que
  hormônio o tumor produza, teremos diferentes sintomas:

   Excesso de cortisol: causa a síndrome de Cushing;

   Excesso de aldosterona: causa baixa de potássio, aumento do sódio no
    sangue e hipertensão.

   Excesso de adrenalina: é normalmente causado por um tumor chamado
    feocromocitoma, que provoca hipertensão, suores, palpitações, ataques de
    pânico, dores de cabeça.
Síndrome de Cushing – Definição e Causa:

   Conjunto de sinais e sintomas do excesso da cortisona no organismo.

    Pode ser ocasionado por:

   Administração de hormônios sintéticos (exógenos);
   Doenças da glândula supra-renal e da hipófise decorrentes de tumores
    benignos (adenomas). Na supra-renal podem ocorrer também tumores
    malignos;
   Produção de substâncias estimuladoras da supra-renal por tumores
    malignos ou abdominais.
Sindrome de Cushing – Sintomas:
o   Aumento de peso;
o   Depósito de gordura no tronco e no pescoço: “buffalo hump”;
o   Depósito de gordura no rosto, na região malar, com vermelhidão na pele: face de "lua-
    cheia“;
o   Afilamento dos braços e das pernas, com diminuição da musculatura;
o   Pele fina e frágil, com facilidade para surgir hematomas;
o   Fraqueza e cansaço;
o   Sintomas emocionais: nervosismo, insônia e labilidade emocional;
o   Em mulheres: alterações menstruais e o surgimento de pêlos corporais na face, no tórax,
    abdômen, braços e pernas;
o   Hipertensão arterial e diabetes, podendo ocasionar: dor de cabeça, sede exagerada,
    aumento do volume urinário, aumento do apetite e visão borrada.
o   Sintomas associados com tumores de supra-renal: mudança na voz, queda do cabelo
    semelhante a calvície masculina e diminuição das mamas;
o   Estrias de cor avermelhada e violeta no tórax e abdomen;
o   Pedras nos rins e cólica renal;
o   Osteoporose com consequente dor na coluna e fraturas nos braços, pernas e na coluna.
Síndrome de Cushing – Diagnóstico:

 Análise Clínica;
 Teste de triagem: dosagem de cortisol às 8 horas da manhã, após a
  administração de dexametasona 1mg às 23 horas da noite anterior. Se esse
  exame se mostrar alterado, deve ser realizada uma investigação mais
  detalhada;
 Exames de imagem das supra-renais e da hipófise (tomografia
  computadorizada e/ou ressonância magnética).
 Dosagens hormonais;
 Exames bioquímicos gerais;
 Raio-x de tórax;
 Eletrocardiograma;
 Densitometria óssea.
Cortisol e seus Análogos
Sintéticos
Cortisol:
   Tem ação no metabolismo da glicose,
    nas    funções    metabólicas     do
    organismo, na cicatrização, no
    sistema imune, na função cardíaca,
    no controle do crescimento e em
    muitas outras ações básicas do nosso
    corpo.

   É um hormônio de estresse, ou seja,
    sua produção é aumentada toda vez
    que nosso organismo encontra-se sob
    estresse físico, como em casos de
    traumatismos, infecções e cirurgias.

   O cortisol aumenta a disponibilidade
    de glicose e energia, eleva a pressão
    arterial e prepara o organismo para
    sofrer e combater insultos.
Principais Efeitos do Corticóide:

   Metabolismo dos Carboidratos: produzem uma tendência à
    hiperglicernia, principalmente devido ao aumento da gliconeogênese hepática
    e antagonismo periférico à ação da insulina, resultando em diminuição da
    captação de glicose no músculo e tecido gorduroso.Podem induzir o
    aparecimento de diabetes, que é considerado ser
    moderado, estável, usualmente sem cetose, relacionado com a dose e a
    duração da administração. O diabetes na maioria das vezes é reversível com a
    parada da administração do corticóide, embora os indivíduos com
    predisposição genética possam permanecer diabéticos.

   Metabolismo Protéico: produz redução da massa muscular por inibição da
    síntese protéica e aumento do catabolismo protéico com balanço nitrogenado
    negativo.

   Metabolismo Lipidico: terapêutica com altas doses de corticóide podem
    provocar aumento do VLDL e LDL.
Principais Efeitos do Corticóide:

   Efeitos no Crescimento: crianças que recebem excesso de corticosteróide
    exibem atraso no crescimento. Isto ocorre por efeito direto no esqueleto,
    diminuição da absorção de cálcio no intestino e efeito antianabólico e
    catabólico nas proteínas dos tecidos periféricos. Além disso, os corticóides
    interferem com a secreção de GH e podem antagonizar diretamente
    algumas de suas ações periféricas.

   Efeito no Na, K e Metabolismo da Água: os corticóides promovem
    aumento da reabsorção de Na+ e excreção de K+ pelo rim. Altas doses por
    tempo prolongado podem produzir alcalose metabólica hipocalêmica. Os
    glicocorticóides aumentam o "clearance" de água livre devido a um efeito
    direto no túbulo renal e a um aumento na taxa de filtração glomerular. Os
    corticóides podem também inibir a secreção de hormônio antidiurético
    (ADH), mas não se sabe se diretamente ou por algum mecanismo indireto.
Principais Efeitos do Corticóide:

   Efeito no Metabolismo do Cálcio: diminuem a absorção intestinal e aumentam
    a excreção fecal de cálcio, devido ao efeito antivitamina D a nível intestinal. No
    rim aumentam o "clearance" urinário de cálcio devido à combinação de
    aumento da filtração glomerular e diminuída reabsorção tubular.

   Conicâide e Resposta Inflamatória: são potentes agentes antiinflamatórios e
    isto se deve principalmente:
     Ao efeito de estabilização na membrana do lisossomo.
     Inibição da formação de cininas que causam vasodilatação, aumento da
       permeabilidade capilar e dor. As cininas têm origem a partir do cininogênio
       por ação da enzirna calicreína. Os corticóides parecem atuar inibindo a
       ativação da calicreína.
     Inibem a proliferação de fibroblastos e reduzem a produção de colágeno.
Principais Efeitos do Corticóide:
   Efeito do Corticóide no Eixo Hipotâlamo - Pituitária -Adrenal (HPA):

       A duração da inibição do eixo HPA depende da preparação do esteróide
        usado, da dose administrada, do tempo de ingestão e se o corticóide é dado
        em uma ou duas doses diárias.

       A administração de doses terapêuticas de glicocorticóides leva à atrofia
        adrenocortical dentro de uma semana. A dose supressora do ACTH é
        qualquer dose maior do que a quantidade de secreção diária normal de
        cortisol (30 mg por dia) que é o equivalente a 7,5 mg de prednisona. Se esta
        dose de corticóide é dada VO ou EV, a supressão do ACTH dura somente
        algumas horas, porque o cortisol é rapidamente metabolizado. Se no entanto
        esta mesma dose é feita intra-articular e ocorre liberação lenta do
        hormônio, a supressão pode durar muitos dias.
Principais Efeitos do Corticóide:

   A supressão do eixo HPA é maior quando além da dose da manhã o
    paciente fez uso de uma dose à noite, que exerce grande ação supressora
    do ACTH. Com doses menores do que 7,5 mg de prednisona/dia a grande
    maioria dos pacientes mantém o eixo HPA responsivo.

   A maioria dos casos na prática médica recuperam o eixo em poucos dias
    seguindo a retirada corticóide ou mesmo durante o curso da retirada se ela
    é gradual. Ocasionalmente se há supressão completa por longo período a
    recuperação pode ser retardada por semanas ou mesmo meses.


   Há uma correlação direta entre a potência antiinflamatória e o grau de
    inibição produzido pelo esteróide. Neste sentido, o poder de inibição do
    eixo HPA segue a seqüência: dexametasona > prednisona > hidrocortisona.
Corticóide Sintéticos:
Existem várias formulações sintéticas de corticóides sendo prednisona, prednisolona,
hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona (via inalatória) as mais
usadas na prática médica.

   Hidrocortisona = Potência semelhante ao cortisol;
   Deflazacort = 3x mais potente que o cortisol;
   Prednisolona = 4-5x mais potente que o cortisol;
   Prednisona = 4-5x mais potente que o cortisol;
   Triamcinolona = 5x mais potente que o cortisol;
   Metilprednisolona = 5-7.5x mais potente que o cortisol;
   Betametasona = 25-30x mais potente que o cortisol;
   Dexametasona = 25-30x mais potente que o cortisol;
   Beclometasona = 8 pufs 4x por dia equivale a 14 mg de prednisona oral diária.


Portanto, 60 mg de prednisona apresenta o mesmo efeito que 300mg do cortisol natural.
Devido a essa potência maior dos corticoides sintéticos, conseguimos administrar doses
supra fisiológicas dos mesmos, essenciais no tratamento de algumas doenças.
Indicações:
 Os corticóides em geral modulam processos inflamatórios e imunes do
 nosso organismo, tornando-se extremamente úteis em uma infinidade de
 doenças. A maioria das doenças de origem alérgica, inflamatória ou
 autoimune podem ser tratada com algum desses corticóides.

  Gota;                              Asma;
  Sarcoidose;                        Esclerose múltipla;
  Rinite alérgica;                   DPOC;
  Vitiligo;                          Alergias, principalmente anafilaxias;
  Psoríase;                          Hepatite autoimune;
 Granulomatose de Wegener;           Herpes Zoster;
  Doença inflamatória intestinal;    Lúpus;
  Miastenia Gravis;                  Artrite reumatoide;
  Vasculites;                        Leucemias e linfomas;
 Doença de Addison;                  Púrpura trombocitopênica idiopática
  Glomerulonefrites;                 (PTI);
  Doenças de pele de origem          Mieloma múltiplo;
 inflamatória ou autoimune;           Edema cerebral;
  Transplante de órgãos.             Paralisia facial de Bell.
Dose:


   Dose fisiológica: equivalente a 5-10mg de prednisona por serem
    compatíveis com a produção diária natural de cortisol. Nestas doses, os
    corticoides sintéticos apresentam apenas efeito anti-inflamatório.



   Dose supra-fisiológica: apresenta efeitos imunossupressores, o que
    justifica seu uso em doenças auto-imunes e no transplante de órgãos. Pode
    chegar a 80mg, para doenças auto-imunes e glomerulonefrites.
Pulsoterapia:

   Consiste na administração venosa de 1g EV por dia de metilprednisolona
    diluído com 100mL de soro glicosado por um período de 1 a 5 dias.

   É usada em:
     Casos graves que não respondem a doses clássicas de imunssupressores
       e que estão evoluindo com perda de função renal;
     Casos de anemia hemolítica auto-imune que está evoluindo para uma
       anemia grave;
     Casos de doenças auto-imunes descompensadas, como o Lúpus
       Eritromatoso Sistêmico;
     Casos de vasculite grave;
     Casos        de      rejeição     de       órgãos     transplantados.
Ciclo Circadiano:
   Em situações normais a secreção de cortisol pela supra renal apresenta um
    ciclo circadiano, ou seja, sofre alterações de acordo com o período do dia.

   Durante as primeiras horas da manhã a sua secreção está muito elevada,
    reduzindo-se ao máximo por volta das 23h. Por isso, recomenda-se a
    administração      de       corticóides    durante      a      manhã.
Formas Farmacêuticas:

Os corticóides podem ser administrados por várias vias:

   Corticóides orais ou intravenosos: são administrados para tratamento
    sistêmico.
   Corticóides inalatórios: são pouco absorvidos e muito utilizados para
    tratamento de asma.
   Corticóide intranasal: usado para tratamento de rinite e sinusite.
   Corticóide tópico: usado para doenças de pele, em cremes ou pomadas.
   Corticóides em colírio e soluções para administração nos ouvidos: nas
    artrites, a via pode ser diretamente intra-articular (infiltração).
Efeitos Adversos:
    Os efeitos colaterais estão intimamente relacionados a dose e ao tempo de uso.

1.        Efeitos dérmicos: efeitos estéticos são os que mais incomodam os pacientes,
          principalmente as mulheres.


     a)     Equimose e a púrpura associadas ao corticoide: são pequenas hemorragias que
            ocorrem em baixo da pele, normalmente em áreas expostas ao sol, como mãos e
            antebraços.
     b)     Estrias de cor arroxeada localizadas na região abdominal;
     c)     Calvície;
     d)     Crescimento de pêlos e aparecimento de acne.
     e)     Face arredondada;
     f)     Acúmulo de gordura na região posterior do pescoço e das costas (chamado de
            corcova ou giba de búfalo);
     g)     Distribuição irregular da gordura corporal, com predomínio na região abdominal
            e tronco.
Efeitos Adversos:
2. Efeitos nos olhos:

   O uso contínuo de corticóides sistêmicos, normalmente por mais de 1 ano,
    com doses maiores que o equivalente a 10mg de prednisona pode levar a
    alterações oftalmológicas como a catarata e glaucoma.
   Tanto os corticóides usados por via oral e nasal (spray nasal para asma ou
    bronquite) como os colírios podem causar ambas doenças.



3. Efeitos no metabolismo:
 Ganho de gordura;
 Alterações do metabolismo da glicose, podendo inclusive induzir ao
   Diabetes Mellitus.
Efeitos Adversos:
  4. Efeitos cardiovasculares:           5. Outros:

                                          Retenção de líquidos;
  Aumento da ocorrência de:
                                          Alterações menstruais;
     Hipertensão;                        Gastrite e úlcera péptica;
     Infartos do miocárdio;              Esteatose hepática;
     Insuficiência cardíaca;             Pancreatite;
     AVC.                                Infertilidade.

                 6. Efeitos nos músculo esqueléticos:
                 Aumento da incidência de:
                       Osteoporose;
                      Necrose óssea;
                      Lesões musculares (miopatia);
                      Fraturas ósseas;
                      Distúrbios do crescimento quando usado
                      em crianças.
Efeitos Adversos:

7. Efeitos dos corticóides inalatórios:

  Os efeitos adversos mais comuns são locais e devido a precipitação do
  corticoide na cavidade oral. Entre eles podemos citar a rouquidão e a
  candidíase oral.

8. Efeitos no SNC:

  O uso de corticoides em um primeiro momento pode causar uma sensação
  de bem-estar e euforia. Porém, a longo prazo está associado a uma maior
  incidência de quadros psiquiátricos como psicose e depressão, além de
  insônia e alterações da memória.
Efeitos Adversos:
9. Efeitos imunológicos:

   A imunossupressão causada pela corticoterapia é um efeito desejável nos casos das
   doenças auto-imunes, mas pode também ser um grande problema por facilitar a
   ocorrência de infecções

   O risco de infecção ocorre naqueles que tomam o equivalente a 10mg/dia ou mais de
   prednisona por vários dias, sendo muito elevado em doses acima de 40mg por dia. O
   risco de infecção torna-se significativo a partir de uma dose acumulada de 700mg de
   prednisona ou equivalente.

   Além de facilitar infecções, os corticóides também inibem o surgimento da febre,
   dificultando o reconhecimento de um processo infeccioso em curso.

   Doentes submetidos a altas doses de corticóides devem evitar tomar vacinas compostas
   por vírus vivos sob o risco de desenvolver infecções vacinais. Vacinas com vírus mortos
   podem ser administradas, porém, a corticoterapia também pode impedir a formação de
   anticorpos fazendo com que a vacina apresente pouca eficácia. Muitas vezes são
   necessárias doses maiores para um eficaz imunização.
Suspensão de Uso:
   O uso de prednisona ou similares por muito tempo, inibe a produção natural de
    cortisol pela supra renal. Como os corticóides sintéticos têm uma meia-vida de
    algumas horas apenas, a suspensão abrupta faz com que, após 2 ou 3 dias, os níveis
    de cortisol fiquem próximo de zero.

   Quando a supra renal fica muito tempo inibida pelo administração de corticoides
    exógenos, esta demora até voltar a produzir o cortisol natural. Em geral,
    tratamentos que duram menos de 3 semanas, não costumam causar grandes
    efeitos colaterais, nem causam inibição prolongada das supra renais.

   Como o cortisol é um hormônio essencial para a vida, o paciente que suspende o
    corticóide abruptamente entra em um estado chamado de insuficiência supra
    renal, podendo evoluir para choque circulatório, coma e óbito se não for
    rapidamente atendido.

   Por isso, a retirada dos corticóides após uso prolongado deve ser sempre feita de
    modo lento e gradual. Nunca se deve suspender o tratamento sem conhecimento
                                          médico.
Efeitos da Retirada de Corticóides:
   Perda de peso: devido a diminuição do apetite e do tecido gorduroso. Com isto
    freqüentemente o paciente fica com a aparência envelhecida e/ou preocupado de estar
    sofrendo de outra doença.


   Paniculite: dor e nódulos pruriginosos têm sido descritos após retirada corticóide,
    usualmente em pacientes tomando altas doses e por longo tempo de administração. Os nódu
    los desaparecem espontaneamente em poucos dias.


   Conjuntivite: Alguns pacientes sem evidência prévia de doença ocular pode desenvolver uma
    conjuntivite transitória bilateral com a retirada corticóide, principalmente quando ela é
    rápida. Este quadro evoluiu para a cura sem tratamento.


   Pseudo-reumatisrno esteróide: A síndrome consiste de anorexia, náuseas, letargia, dor
    articular e dor e fraqueza muscular. O cortisol plasmático é usualmente normal. A causa desta
    síndrome é provavelmente relacionada à dependência dos tecidos a altas doses de corticóide.
    Os sintomas desaparecem em poucos dias, mas, se persistirem, podem ser aliviados por
    aumento da dose do corticóide e posteriormente retirada mais gradual.
Referências Bibliográficas:

   MD,     Saúde   –    Prednisona  e     Corticóides.    Disponível   em:
    http://www.mdsaude.com/2009/10/prednisona-corticoides.html.    Acessado
    em: 17.04.2012.

   ABD     da   Saúde   –   Síndrome      de    Cushing.   Disponível    em:
    http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?392. Acessado em: 17.04.2012.

   ABC     da   Saúde    -   Doença      de   Addison.    Disponível   em:
    http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?149. Acessado em: 17.04.2012.

   Efeitos Metabólicos e Manuseio Clínico dos Corticoesteróides. Disponível em:
    http://www.centrocochranedobrasil.org.br/apl/artigos/artigo_464.pdf.
    Acessado em: 18.04.2012

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Corticóides e suas funções no organismo

  • 1. Corticóides Denise Medeiros Selegato
  • 2. Glândulas Supre-Renais ou Adrenais:  São glândulas localizadas acima dos rins e que exercem, através da secreção de hormônios, diferentes funções no organismo.  Medula da Adrenal: quando estimulada pelo sistema nervoso simpático, secreta adrenalina (maioria) e noradrenalina;  Córtex da Adrenal: camada externa da glândula, composta por três zonas concêntricas de células: o Z. Glomerulosa: camada externa, abaixo da cápsula produtora e secretora de aldosterona. o Z. Fasciculada e Reticulada: produtoras e secretoras de glicocorticóides e hormônios sexuais.
  • 3.
  • 4.
  • 5. Glândulas Supre-Renais ou Adrenais: Portando, os principais hormônios são:  Cortisol ou hormônio do estresse (estresse físico, que ocorre em cirurgias, infecções, traumas etc): garante glicose para as células, seja antagonizando a insulina ou estimulando a transformação de gorduras e proteínas em glicose. Também age modulando nosso sistema imune.  Adrogênios e estrogênios: são, respectivamente, os hormônios masculinos e femininos.  Aldosterona: age no rim, controlando os níveis de sódio e potássio na urina e no sangue. É um dos principais hormônios no controle da pressão arterial.  Adrenalina ou hormônio de fuga ou luta: quando liberado, promove aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, do aporte de sangue para os músculos, aumenta a glicose disponível para as células e dilata as pupilas.  Noradrenalina.
  • 6. Doença de Addison – Definição:  Doença caracterizada pela produção insuficiente dos hormônios da glândula supra-renal que apresenta um quadro clínico bastante característico.  Pode ser provocada por várias causas, sendo as principais:  Doença auto-imune (adrenalite auto-imune);  Doenças infecciosas granulomatosas como a tuberculose e a blastomicose;  Doenças neoplásicas.  Em pacientes imunodeprimidos, como os portadores de AIDS, pode ser devida a infecções por citomegalovírus e fungos.
  • 7. Doença de Addison – Causas:  Doença auto-imune: nesta situação, ocorrem freqüentemente diversas outras doenças auto-imunes associadas, caracterizadas como Insuficiência Poliglandular Tipo 1 e Tipo 2:  Tipo 1: ocorre predominantemente na infância e pode estar associada a hipoparatireoidismo, hipogonadismo hipergonadotrófico (caracterizado por falência ovariana ou testicular), anemia perniciosa (megaloblástica) conseqüente à gastrite atrófica auto-imune, infecção crônica por cândida, hepatite auto-imune e, mais raramente, calvície.  Tipo 2: inclui a tireoidite de Hashimoto (leva ao hipotireoidismo primário), diabete mellitus do tipo 1, o vitiligo e o hipogonadismo hipergonadotrófico.  Doenças infecciosas granulomatosas: o paciente pode apresentar manifestações clínicas características destas doenças, tais como a tuberculose, a blastomicose sul- americana, a histoplasmose, a ciromegalovirose, entre outras.  Metástases bilaterais nas adrenais: em especial de tumores de mama, pulmão e cólon, e do envolvimento por linfomas. Esta alteração só ocorre quando houver a destruição de mais de 90% do tecido adrenal funcionante.
  • 8. Doença de Addison – Sintomas: O quadro clínico se desenvolve lentamente, sendo caracterizado por:  Perda de peso e anorexia;  Fraqueza muscular e fadiga;  Pressão arterial baixa e tonturas;  Fome pelo sal;  Náuseas, vômitos e diarréia;  Escurecimento da pele em áreas expostas ou não ao sol, principalmente em dobras de pele, cicatrizes, áreas de pressão e mucosas;  Sintomas emocionais, como irritabilidade e depressão. Muitas vezes, os pacientes só se apresentam em casos de graves manifestações agudas desencadeadas por acidentes, infecção ou doenças associadas. Este quadro agudo é denominado de "insuficiência adrenal aguda" ou "crise addissoniana".
  • 9. Doença de Addison – Diagnóstico: São realizados, principalmente:  Exame clínico;  Dosagens bioquímicas de sódio, potássio, creatinina e glicose;  Atividade de Renina Plasmática;  Dosagens de hormônios como o cortisol, aldosterona e ACTH (hormônio adrenocorticotrófico);  Teste de ACTH: teste de estímulo do cortisol após a administração de ACTH sintético por via endovenosa;  Exames de imagem do tórax, supra-renal e hipófise.
  • 10. Doença de Addison – Diagnóstico: Dependendo da suspeita clínica, são necessários também exames para determinar a causa da doença, incluindo:  Pesquisa de anticorpos antiadrenal;  Pesquisa de bacilos da tuberculose, de fungos ou reações imunológicas para as diversas infecções associadas. Na situação em que a tomografia computadorizada das adrenais demonstra aumento de volume, poderá ser necessário uma punção aspirativa para exame citopatológico, bacterioscópico e bacteriológico.
  • 11. Doença de Addison – Tratamento: O tratamento consiste na reposição de doses fisiológicas dos hormônios deficientes, que são os glicocorticóides e os mineralocorticóides.  Glicocorticóides: podem ser repostos através da administração VO de derivados sintéticos, preferencialmente a prednisona e a cortisona.  Mineralocorticóides: podem ser repostos pela administração VO de fluorhidrocortisona, além de ser orientada uma ingesta adequada de sódio.
  • 12. Excesso de Funcionamento da Adrenal: Normalmente está associado a tumores na mesma. Dependendo de que hormônio o tumor produza, teremos diferentes sintomas:  Excesso de cortisol: causa a síndrome de Cushing;  Excesso de aldosterona: causa baixa de potássio, aumento do sódio no sangue e hipertensão.  Excesso de adrenalina: é normalmente causado por um tumor chamado feocromocitoma, que provoca hipertensão, suores, palpitações, ataques de pânico, dores de cabeça.
  • 13. Síndrome de Cushing – Definição e Causa:  Conjunto de sinais e sintomas do excesso da cortisona no organismo. Pode ser ocasionado por:  Administração de hormônios sintéticos (exógenos);  Doenças da glândula supra-renal e da hipófise decorrentes de tumores benignos (adenomas). Na supra-renal podem ocorrer também tumores malignos;  Produção de substâncias estimuladoras da supra-renal por tumores malignos ou abdominais.
  • 14. Sindrome de Cushing – Sintomas: o Aumento de peso; o Depósito de gordura no tronco e no pescoço: “buffalo hump”; o Depósito de gordura no rosto, na região malar, com vermelhidão na pele: face de "lua- cheia“; o Afilamento dos braços e das pernas, com diminuição da musculatura; o Pele fina e frágil, com facilidade para surgir hematomas; o Fraqueza e cansaço; o Sintomas emocionais: nervosismo, insônia e labilidade emocional; o Em mulheres: alterações menstruais e o surgimento de pêlos corporais na face, no tórax, abdômen, braços e pernas; o Hipertensão arterial e diabetes, podendo ocasionar: dor de cabeça, sede exagerada, aumento do volume urinário, aumento do apetite e visão borrada. o Sintomas associados com tumores de supra-renal: mudança na voz, queda do cabelo semelhante a calvície masculina e diminuição das mamas; o Estrias de cor avermelhada e violeta no tórax e abdomen; o Pedras nos rins e cólica renal; o Osteoporose com consequente dor na coluna e fraturas nos braços, pernas e na coluna.
  • 15. Síndrome de Cushing – Diagnóstico:  Análise Clínica;  Teste de triagem: dosagem de cortisol às 8 horas da manhã, após a administração de dexametasona 1mg às 23 horas da noite anterior. Se esse exame se mostrar alterado, deve ser realizada uma investigação mais detalhada;  Exames de imagem das supra-renais e da hipófise (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética).  Dosagens hormonais;  Exames bioquímicos gerais;  Raio-x de tórax;  Eletrocardiograma;  Densitometria óssea.
  • 16. Cortisol e seus Análogos Sintéticos
  • 17. Cortisol:  Tem ação no metabolismo da glicose, nas funções metabólicas do organismo, na cicatrização, no sistema imune, na função cardíaca, no controle do crescimento e em muitas outras ações básicas do nosso corpo.  É um hormônio de estresse, ou seja, sua produção é aumentada toda vez que nosso organismo encontra-se sob estresse físico, como em casos de traumatismos, infecções e cirurgias.  O cortisol aumenta a disponibilidade de glicose e energia, eleva a pressão arterial e prepara o organismo para sofrer e combater insultos.
  • 18. Principais Efeitos do Corticóide:  Metabolismo dos Carboidratos: produzem uma tendência à hiperglicernia, principalmente devido ao aumento da gliconeogênese hepática e antagonismo periférico à ação da insulina, resultando em diminuição da captação de glicose no músculo e tecido gorduroso.Podem induzir o aparecimento de diabetes, que é considerado ser moderado, estável, usualmente sem cetose, relacionado com a dose e a duração da administração. O diabetes na maioria das vezes é reversível com a parada da administração do corticóide, embora os indivíduos com predisposição genética possam permanecer diabéticos.  Metabolismo Protéico: produz redução da massa muscular por inibição da síntese protéica e aumento do catabolismo protéico com balanço nitrogenado negativo.  Metabolismo Lipidico: terapêutica com altas doses de corticóide podem provocar aumento do VLDL e LDL.
  • 19. Principais Efeitos do Corticóide:  Efeitos no Crescimento: crianças que recebem excesso de corticosteróide exibem atraso no crescimento. Isto ocorre por efeito direto no esqueleto, diminuição da absorção de cálcio no intestino e efeito antianabólico e catabólico nas proteínas dos tecidos periféricos. Além disso, os corticóides interferem com a secreção de GH e podem antagonizar diretamente algumas de suas ações periféricas.  Efeito no Na, K e Metabolismo da Água: os corticóides promovem aumento da reabsorção de Na+ e excreção de K+ pelo rim. Altas doses por tempo prolongado podem produzir alcalose metabólica hipocalêmica. Os glicocorticóides aumentam o "clearance" de água livre devido a um efeito direto no túbulo renal e a um aumento na taxa de filtração glomerular. Os corticóides podem também inibir a secreção de hormônio antidiurético (ADH), mas não se sabe se diretamente ou por algum mecanismo indireto.
  • 20. Principais Efeitos do Corticóide:  Efeito no Metabolismo do Cálcio: diminuem a absorção intestinal e aumentam a excreção fecal de cálcio, devido ao efeito antivitamina D a nível intestinal. No rim aumentam o "clearance" urinário de cálcio devido à combinação de aumento da filtração glomerular e diminuída reabsorção tubular.  Conicâide e Resposta Inflamatória: são potentes agentes antiinflamatórios e isto se deve principalmente:  Ao efeito de estabilização na membrana do lisossomo.  Inibição da formação de cininas que causam vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar e dor. As cininas têm origem a partir do cininogênio por ação da enzirna calicreína. Os corticóides parecem atuar inibindo a ativação da calicreína.  Inibem a proliferação de fibroblastos e reduzem a produção de colágeno.
  • 21. Principais Efeitos do Corticóide:  Efeito do Corticóide no Eixo Hipotâlamo - Pituitária -Adrenal (HPA):  A duração da inibição do eixo HPA depende da preparação do esteróide usado, da dose administrada, do tempo de ingestão e se o corticóide é dado em uma ou duas doses diárias.  A administração de doses terapêuticas de glicocorticóides leva à atrofia adrenocortical dentro de uma semana. A dose supressora do ACTH é qualquer dose maior do que a quantidade de secreção diária normal de cortisol (30 mg por dia) que é o equivalente a 7,5 mg de prednisona. Se esta dose de corticóide é dada VO ou EV, a supressão do ACTH dura somente algumas horas, porque o cortisol é rapidamente metabolizado. Se no entanto esta mesma dose é feita intra-articular e ocorre liberação lenta do hormônio, a supressão pode durar muitos dias.
  • 22. Principais Efeitos do Corticóide:  A supressão do eixo HPA é maior quando além da dose da manhã o paciente fez uso de uma dose à noite, que exerce grande ação supressora do ACTH. Com doses menores do que 7,5 mg de prednisona/dia a grande maioria dos pacientes mantém o eixo HPA responsivo.  A maioria dos casos na prática médica recuperam o eixo em poucos dias seguindo a retirada corticóide ou mesmo durante o curso da retirada se ela é gradual. Ocasionalmente se há supressão completa por longo período a recuperação pode ser retardada por semanas ou mesmo meses.  Há uma correlação direta entre a potência antiinflamatória e o grau de inibição produzido pelo esteróide. Neste sentido, o poder de inibição do eixo HPA segue a seqüência: dexametasona > prednisona > hidrocortisona.
  • 23. Corticóide Sintéticos: Existem várias formulações sintéticas de corticóides sendo prednisona, prednisolona, hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona (via inalatória) as mais usadas na prática médica.  Hidrocortisona = Potência semelhante ao cortisol;  Deflazacort = 3x mais potente que o cortisol;  Prednisolona = 4-5x mais potente que o cortisol;  Prednisona = 4-5x mais potente que o cortisol;  Triamcinolona = 5x mais potente que o cortisol;  Metilprednisolona = 5-7.5x mais potente que o cortisol;  Betametasona = 25-30x mais potente que o cortisol;  Dexametasona = 25-30x mais potente que o cortisol;  Beclometasona = 8 pufs 4x por dia equivale a 14 mg de prednisona oral diária. Portanto, 60 mg de prednisona apresenta o mesmo efeito que 300mg do cortisol natural. Devido a essa potência maior dos corticoides sintéticos, conseguimos administrar doses supra fisiológicas dos mesmos, essenciais no tratamento de algumas doenças.
  • 24. Indicações: Os corticóides em geral modulam processos inflamatórios e imunes do nosso organismo, tornando-se extremamente úteis em uma infinidade de doenças. A maioria das doenças de origem alérgica, inflamatória ou autoimune podem ser tratada com algum desses corticóides.  Gota;  Asma;  Sarcoidose;  Esclerose múltipla;  Rinite alérgica;  DPOC;  Vitiligo;  Alergias, principalmente anafilaxias;  Psoríase;  Hepatite autoimune; Granulomatose de Wegener;  Herpes Zoster;  Doença inflamatória intestinal;  Lúpus;  Miastenia Gravis;  Artrite reumatoide;  Vasculites;  Leucemias e linfomas; Doença de Addison;  Púrpura trombocitopênica idiopática  Glomerulonefrites;  (PTI);  Doenças de pele de origem  Mieloma múltiplo; inflamatória ou autoimune;  Edema cerebral;  Transplante de órgãos.  Paralisia facial de Bell.
  • 25. Dose:  Dose fisiológica: equivalente a 5-10mg de prednisona por serem compatíveis com a produção diária natural de cortisol. Nestas doses, os corticoides sintéticos apresentam apenas efeito anti-inflamatório.  Dose supra-fisiológica: apresenta efeitos imunossupressores, o que justifica seu uso em doenças auto-imunes e no transplante de órgãos. Pode chegar a 80mg, para doenças auto-imunes e glomerulonefrites.
  • 26. Pulsoterapia:  Consiste na administração venosa de 1g EV por dia de metilprednisolona diluído com 100mL de soro glicosado por um período de 1 a 5 dias.  É usada em:  Casos graves que não respondem a doses clássicas de imunssupressores e que estão evoluindo com perda de função renal;  Casos de anemia hemolítica auto-imune que está evoluindo para uma anemia grave;  Casos de doenças auto-imunes descompensadas, como o Lúpus Eritromatoso Sistêmico;  Casos de vasculite grave;  Casos de rejeição de órgãos transplantados.
  • 27. Ciclo Circadiano:  Em situações normais a secreção de cortisol pela supra renal apresenta um ciclo circadiano, ou seja, sofre alterações de acordo com o período do dia.  Durante as primeiras horas da manhã a sua secreção está muito elevada, reduzindo-se ao máximo por volta das 23h. Por isso, recomenda-se a administração de corticóides durante a manhã.
  • 28. Formas Farmacêuticas: Os corticóides podem ser administrados por várias vias:  Corticóides orais ou intravenosos: são administrados para tratamento sistêmico.  Corticóides inalatórios: são pouco absorvidos e muito utilizados para tratamento de asma.  Corticóide intranasal: usado para tratamento de rinite e sinusite.  Corticóide tópico: usado para doenças de pele, em cremes ou pomadas.  Corticóides em colírio e soluções para administração nos ouvidos: nas artrites, a via pode ser diretamente intra-articular (infiltração).
  • 29. Efeitos Adversos:  Os efeitos colaterais estão intimamente relacionados a dose e ao tempo de uso. 1. Efeitos dérmicos: efeitos estéticos são os que mais incomodam os pacientes, principalmente as mulheres. a) Equimose e a púrpura associadas ao corticoide: são pequenas hemorragias que ocorrem em baixo da pele, normalmente em áreas expostas ao sol, como mãos e antebraços. b) Estrias de cor arroxeada localizadas na região abdominal; c) Calvície; d) Crescimento de pêlos e aparecimento de acne. e) Face arredondada; f) Acúmulo de gordura na região posterior do pescoço e das costas (chamado de corcova ou giba de búfalo); g) Distribuição irregular da gordura corporal, com predomínio na região abdominal e tronco.
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  • 31. Efeitos Adversos: 2. Efeitos nos olhos:  O uso contínuo de corticóides sistêmicos, normalmente por mais de 1 ano, com doses maiores que o equivalente a 10mg de prednisona pode levar a alterações oftalmológicas como a catarata e glaucoma.  Tanto os corticóides usados por via oral e nasal (spray nasal para asma ou bronquite) como os colírios podem causar ambas doenças. 3. Efeitos no metabolismo:  Ganho de gordura;  Alterações do metabolismo da glicose, podendo inclusive induzir ao Diabetes Mellitus.
  • 32. Efeitos Adversos: 4. Efeitos cardiovasculares: 5. Outros:  Retenção de líquidos; Aumento da ocorrência de:  Alterações menstruais;  Hipertensão;  Gastrite e úlcera péptica;  Infartos do miocárdio;  Esteatose hepática;  Insuficiência cardíaca;  Pancreatite;  AVC.  Infertilidade. 6. Efeitos nos músculo esqueléticos: Aumento da incidência de:  Osteoporose; Necrose óssea; Lesões musculares (miopatia); Fraturas ósseas; Distúrbios do crescimento quando usado em crianças.
  • 33. Efeitos Adversos: 7. Efeitos dos corticóides inalatórios: Os efeitos adversos mais comuns são locais e devido a precipitação do corticoide na cavidade oral. Entre eles podemos citar a rouquidão e a candidíase oral. 8. Efeitos no SNC: O uso de corticoides em um primeiro momento pode causar uma sensação de bem-estar e euforia. Porém, a longo prazo está associado a uma maior incidência de quadros psiquiátricos como psicose e depressão, além de insônia e alterações da memória.
  • 34. Efeitos Adversos: 9. Efeitos imunológicos: A imunossupressão causada pela corticoterapia é um efeito desejável nos casos das doenças auto-imunes, mas pode também ser um grande problema por facilitar a ocorrência de infecções O risco de infecção ocorre naqueles que tomam o equivalente a 10mg/dia ou mais de prednisona por vários dias, sendo muito elevado em doses acima de 40mg por dia. O risco de infecção torna-se significativo a partir de uma dose acumulada de 700mg de prednisona ou equivalente. Além de facilitar infecções, os corticóides também inibem o surgimento da febre, dificultando o reconhecimento de um processo infeccioso em curso. Doentes submetidos a altas doses de corticóides devem evitar tomar vacinas compostas por vírus vivos sob o risco de desenvolver infecções vacinais. Vacinas com vírus mortos podem ser administradas, porém, a corticoterapia também pode impedir a formação de anticorpos fazendo com que a vacina apresente pouca eficácia. Muitas vezes são necessárias doses maiores para um eficaz imunização.
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  • 36. Suspensão de Uso:  O uso de prednisona ou similares por muito tempo, inibe a produção natural de cortisol pela supra renal. Como os corticóides sintéticos têm uma meia-vida de algumas horas apenas, a suspensão abrupta faz com que, após 2 ou 3 dias, os níveis de cortisol fiquem próximo de zero.  Quando a supra renal fica muito tempo inibida pelo administração de corticoides exógenos, esta demora até voltar a produzir o cortisol natural. Em geral, tratamentos que duram menos de 3 semanas, não costumam causar grandes efeitos colaterais, nem causam inibição prolongada das supra renais.  Como o cortisol é um hormônio essencial para a vida, o paciente que suspende o corticóide abruptamente entra em um estado chamado de insuficiência supra renal, podendo evoluir para choque circulatório, coma e óbito se não for rapidamente atendido.  Por isso, a retirada dos corticóides após uso prolongado deve ser sempre feita de modo lento e gradual. Nunca se deve suspender o tratamento sem conhecimento médico.
  • 37. Efeitos da Retirada de Corticóides:  Perda de peso: devido a diminuição do apetite e do tecido gorduroso. Com isto freqüentemente o paciente fica com a aparência envelhecida e/ou preocupado de estar sofrendo de outra doença.  Paniculite: dor e nódulos pruriginosos têm sido descritos após retirada corticóide, usualmente em pacientes tomando altas doses e por longo tempo de administração. Os nódu los desaparecem espontaneamente em poucos dias.  Conjuntivite: Alguns pacientes sem evidência prévia de doença ocular pode desenvolver uma conjuntivite transitória bilateral com a retirada corticóide, principalmente quando ela é rápida. Este quadro evoluiu para a cura sem tratamento.  Pseudo-reumatisrno esteróide: A síndrome consiste de anorexia, náuseas, letargia, dor articular e dor e fraqueza muscular. O cortisol plasmático é usualmente normal. A causa desta síndrome é provavelmente relacionada à dependência dos tecidos a altas doses de corticóide. Os sintomas desaparecem em poucos dias, mas, se persistirem, podem ser aliviados por aumento da dose do corticóide e posteriormente retirada mais gradual.
  • 38. Referências Bibliográficas:  MD, Saúde – Prednisona e Corticóides. Disponível em: http://www.mdsaude.com/2009/10/prednisona-corticoides.html. Acessado em: 17.04.2012.  ABD da Saúde – Síndrome de Cushing. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?392. Acessado em: 17.04.2012.  ABC da Saúde - Doença de Addison. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?149. Acessado em: 17.04.2012.  Efeitos Metabólicos e Manuseio Clínico dos Corticoesteróides. Disponível em: http://www.centrocochranedobrasil.org.br/apl/artigos/artigo_464.pdf. Acessado em: 18.04.2012