Este documento discute a hidroterapia e sua aplicação em várias patologias. Apresenta os princípios físicos da água, efeitos fisiológicos e terapêuticos da imersão, técnicas como o método Halliwick e Watsu, e evidências do uso da hidroterapia no tratamento de condições como AVC, fibromialgia e hérnia de disco.
1. I Semana da Saúde
Reguengos de Monsaraz
15 de Fevereiro de 2013
Reabilitação Aquática
Débora Marques
Psicomotricista
2. Hidroterapia
Modalidade que consiste em exercícios e manipulações
ao utilizar técnicas baseadas em conceitos de Fisiologia
do Exercício e Biomecânica
Princípios Físicos da Água
Pressão
hidrostática Empuxo
Turbulência Viscosidade Densidade
3. Contra-indicações
• Infecções de pele
• Condições cardio-respiratórias aguda
• Doenças vasculares
• Radioterapia e Quimioterapia
• Doenças renais
• Otites
• Feridas abertas ou ulceras
5. Efeitos Fisiológicos
• Aumento do fluxo sanguíneo dos músculos
• Temperatura muscular eleva
• Aumento da exigência de oxigénio
• Aumento da produção de dióxido de carbono
6. Efeitos Terapêuticos
•Alívio de dor e espasmos musculares;
•Manutenção ou aumento da amplitude articular;
•Fortalecimento muscular e treino de resistência (endurance);
•Reeducação dos músculos paralisados (espásticos);
•Melhoria da circulação;
•Encorajamento das atividades funcionais;
•Manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação e postura.
9. Hidroterapia & Disfunções Endócrinas
O treino provoca a redução das resposta de adrenalina, da noradrenalina e da
insulina ao exercício.
A realização de exercício aeróbios na melhoria do controlo diabético é bastante
conhecida, tanto ao passo que se obtém uma diminuição dos níveis sanguíneos
de glicose bem como, diminui a necessidade de insulina nos insulino-
dependentes.
A Hidroterapia aumenta da capacidade de trabalho e resistência, aumenta a
capacidade respiratória resultante de uma elevação no débito cardíaco pela
pressão hidrostática e pelo calor da água.
10. Hidroterapia & Neurologia
• Diminuição da descarga de peso;
• Estabilização de articulações;
• Propicia e ortostatismo e marcha;
• Estimula equilíbrio e coordenação;
• Previne contraturas musculares e deformidades;
• Favorece o aumento das amplitudes de movimento direta e indiretamente;
• Promove relaxamento muscular
• Diminui edemas e favorece o retorno venoso;
• Aumenta a força muscular;
• Propicia trabalho respiratório, aumentando a expansibilidade, favorece a expiração
e aumenta a capacidade vital;
• Restabelece e estimula as reações de endireitamento;
• Reeduca os padrões centralizados dos movimentos, que são rotacionais;
• Aumenta o condicionamento cardiovascular;
11. Hidroterapia & Disfunções
Cardiopulmonares
• Aumento do retorno venoso e do débito cardíaco;
• Diminuição da dor;
• Melhora da flexibilidade;
• Melhora a capacidade respiratória;
• Trabalho de força dos músculos respiratórios;
• Melhora da resistência cardiovascular, melhora da oxigenação sanguínea e da
circulação como um todo
• Melhora da capacidade aeróbia;
• Relaxamento muscular;
• Diminuição da ansiedade (fator desencadeante da asma);
• Promove aumento da autoconfiança, prevenindo ausência do trabalho e
depressão pela inatividade;
• Melhora a sociabilidade.
12. Hidroterapia & Reumatologia
• Promove relaxamento muscular;
• Diminui dor;
• Permite a execução dos movimentos sem dor
• Diminui as forças compressivas intra-articulares;
• Diminui inflamações crónicas;
• Mantém força e resistência muscular;
• Mantém a capacidade funcional do sistema locomotor;
• Melhora a capacidade respiratória;
• Diminui edemas;
• Permite melhora do equilíbrio e coordenação;
• Promove socialização do paciente;
• Melhora a auto-estima do paciente, melhorando a atitude frente a doença;
• Melhora as AVD’s
13. Hidroterapia & Geriatria
• Facilita a execução de exercícios de intensidade moderada;
• Facilita a execução de atividades e movimentos que são difíceis ou
impossíveis de serem realizadas fora da água;
• Melhora a força e resistência muscular;
• Facilita o trabalho de pacientes com problemas degenerativos nos
ossos, articulações e tendões;
• Diminui a susceptibilidade destes pacientes à dor e novas lesões;
• Melhora o equilíbrio coordenação neuromuscular comprometidos;
• Mantém e melhora a flexibilidade, coordenação e equilíbrio;
• Aumenta o controlo de peso e da nutrição;
• Promove o relaxamento;
14. Técnicas na Hidroterapia
Método Halliwick
McMillian, o criador da técnica, desenvolveu inicialmente uma
atividade recreativa que visava dar independência individual na
água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar.
4 princípios:
· Ajustamento mental
· Restauração do equilíbrio
· Inibição
· Facilitação
18. Bad Ragaz
Atualmente, o método Bad Raggaz é constituído de técnicas de movimentos com
padrões em planos anatómicos e diagonais, com resistência e estabilização
fornecidos pelo terapeuta.
A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente em pacientes ortopédicos,
reumáticos ou neurológicos.
Os objetivos terapêuticos incluem redução de tónus muscular, pré-treino da marcha,
estabilização de tronco, fortalecimento muscular e melhora da amplitude articular.
19.
20. Watsu
O Watsu, também conhecido como "Water Shiatsu", aquashiatsu ou
hidroshiatsu, foi criado por Harold Dull em 1980.
Tal técnica aplica os alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água,
incluindo alongamentos passivos, mobilização de articulações e
"hara-trabalho", bem como pressão sobre "tsubos" (acupontos) para
equilibrar fluxos de energia através dos meridianos (caminhos de energia).
21. Alterações fisiológicas
• Diminuição da frequência cardíaca
• Diminuição do ritmo respiratório
• Aumento da vasodilatação periférica
• Diminuição da espasticidade
• Diminuição do espasmo muscular
• Aumento da amplitude de movimento
• Reforço do sistema imunitário
22. Hidrocinesioterapia
A hidrocinesioterapia constitui um conjunto de técnicas
terapêuticas fundamentadas no movimento humano. É a
fisioterapia na água ou a prática de exercícios terapêuticos
em piscinas, associada ou não aos manuseios,
manipulações, hidromassagem e massoterapia, configurada
em programas de tratamento específicos para cada
paciente.
23. Evidências
Benedetto, L., Vinhas, R. & Magalhães, L. (1998). “Avaliação da qualidade de vida
de pacientes com fibromialgia após dois meses de Hidroterapia”
Em conclusão, a piscina terapêutica é indicada para o tratamento de fibromialgia
no que diz respeito a elevação da qualidade de vida
A evolução das pacientes quanto à melhora da qualidade de vida , pode ser
atribuído à melhora do quadro de dor e estado depressivo, possivelmente
influenciados pela melhora na realizações de suas atividades de vida diária, bem
como melhoria da mobilidade e qualidade de movimento corporal e da
capacidade física.
24. Evidências
Dentre as principais metas fisioterápicas, a hidrocinesioterapia com o uso dos
princípios físicos da água, traz diversos benefícios como: Aumento da
Pereira, E. C.de movimento,J. M. (2005). “Efeitos da Cinesioterapia em pacientes
amplitude & Candeloro, aumento de força muscular no membro inferior
com uso do fixador externo.” membro são, treino de equilíbrio, marcha e
acometido e manutenção do
propriocepção, realização de exercícios de agilidade, velocidade e mudança
de direção, exercícios de consolidação óssea com diminuição de dor, ausência
de risco de quedas e lesões decorrentes desta, antecipação de exercícios que
em solo seriam difíceis ou contra indicados, e ainda realizados em um meio
agradável e de liberdade de movimento.
Todos esses benefícios em conjunto aceleram o tratamento, são eficazes
melhorando a qualidade de vida destes pacientes durante a utilização do FE,
o que reflete ainda em benefícios psicológicos para os mesmos.
Conclui-se que a hidrocinesioterapia é um bom meio para o tratamento de
pacientes com o fixador externo.
25. Evidências
Sntos, G., Pegoraro, A. S., Abrantes, C., Jakaitis, F., Guamsn,S. & Bifulco, S.
C. (2011). “Avaliação da mobilidade funcional do paciente com sequela de
AVC após tratamento na piscina terapêutica, utilizando o teste Timed Up
and Go.
Os resultados obtidos neste estudo mostraram que todos pacientes com
sequela de AVC tiveram melhora na performance da mobilidade
funcional no decorrer de 12 sessões com a hidroterapia, comparando o
primeiro dia de avaliação com o final da 12ª sessão.
26. Evidências
Viana, F. P., Resende, S. M. & Rassi, C. M. (2008). “Efeitos da Hidroterapia na
recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas.
Segundo os resultados obtidos, o programa de hidroterapia promoveu um
aumento significativo do equilíbrio das idosas, verificado por meio da Escala
de Equilíbrio de Berg. Igualmente, foi observado que no Teste Timed Up & Go
ocorreu diminuição significativa dos tempos de execução do teste das idosas.
Os resultados demonstraram que o programa de hidroterapia promoveu
redução significativa do risco de quedas das idosas
27. Evidências
Berger, S. Aplicação da Hidroterapia em crianças portadoras de Sindrome de
Down
GIMENES et al (2004) ressalta ainda que o ganho de força muscular em
crianças que apresentam SD pode ser simplesmente conseguido através da
resistência da água ao movimento podendo ser incrementado com o
aumento da velocidade durante a execução deste
28. Evidências
Coelho, S., Cordeiro, D. O., Hauplti, L. H. & Vidotto, J. J. “Tratamento
hidroterapêutico em paciente com hérnia de disco lombar”
Pode-se afirmar que o tratamento fisioterapêutico minimizou os sintomas
e proporcionou melhora ao paciente. Ressaltando ainda que a fisioterapia
desempenha um importante papel na qualidade de vida das pessoas
30. Planeamento da Reabilitação
Aquática
Toda e qualquer aula deve ser planeada antecipadamente.
O professor precisa de estar ciente dos exercícios que irá prescrever,
se eles irão ser eficazes e farão os alunos atingirem os seus
objetivos, se o grau de dificuldade não vai atrapalhar o
desenvolvimento do aluno, etc.
Por isso é muito importante que o professor faça o planeamento
das aulas e entre na água para fazer os exercícios, comprovando
assim a eficácia da mesma.
Editor's Notes
A pessoa pode nadar ou participar de outra atividade aquática possui uma vantagem social, que a coloca em igual posição em relação a outros membros da família ou sociedade, seja ela deficiente ou não. A habilidade de ser independente na água, de ter habilidades que são impossíveis ou difíceis no solo só pode ter efeitos psicológicos favoráveis e duradouros, que elevam a confiança e a moral, podendo isto ser transferido para a vida em terra.
Adaptação ambiental: envolve o reconhecimento de duas forças, gravidade e empuxo que, combinados, levam ao movimento rotacional· Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento, principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao mesmo tempo manter o equilíbrio· Inibição: é a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada, através da inibição de padrões posturais patológicos · Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e controlá-lo fisicamente, por outros meios, sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado é graduado através de um "programa de dez pontos", que utiliza a seqüência do desenvolvimento do movimento físico pelo córtex cerebral.
O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou "anéis" no pescoço, pelve e tornozelos, por isso que a técnica também é designada de "método dos anéis". Em 1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva ao "método dos anéis".
Há dois tipos de posições no watsu: as posições simples e as complexas. As simples incluem os movimentos básicos e de livre flutuação. As posições complexas são chamadas berços. O fluxo de transição do watsu consiste em: uma abertura, os movimentos básicos e três sessões: 1ª) berço de cabeça 2ª) embaixo da perna distante, ombro e quadril 3ª) berço da perna próxima e uma conclusão.