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Cecília Meireles
Nome:
Cecília Meireles
Nascimento:
07/11/1901
Natural:
Rio de Janeiro - RJ
Morte:
09/11/1964
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do
Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora
municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de
novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única
sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses
antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três
anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia
Benevides.
Escreveria mais tarde...
Vida e história de Cecília Meireles...
“Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de
meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes
ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas,
ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com
a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o
Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei
por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o
fundamento mesmo da minha personalidade.
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que
parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e
solidão.(...)”
Em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro".
Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e
"Baladas para El-Rei, em 1925.
Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia
Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e
Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe
dão cinco netos.
Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso",
uma apologia do Simbolismo.
Obs: O casamento com Fernando Correia, por
ele ser português lhe ofereceu oportunidades de
mostrar seu trabalho no país de seu marido.
Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em
1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da
Silveira Grilo.
Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de
Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro
anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.
A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia
Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de
animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua
poesia.
Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na
Universidade do Texas (USA).
Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua
a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais,
na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile,
honraria concedida pelo país vizinho.
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à
Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre
Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.
Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe
prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no
Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio
Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara
Brasileira do Livro.
Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em
Valparaiso, Chile.
Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de
Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus,
em São Paulo (SP).
Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília
Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro
(RJ), em 1989.
Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-
Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).
O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como
"O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao
sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao
centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José
Lins do Rego.
Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês,
alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis
Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri,
Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer,
Ernest Widma e Fagner.
Foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:
“Considero o lirismo de Cecília Meireles
o mais elevado da moderna poesia de
língua portuguesa. Nenhum outro poeta
iguala o seu desprendimento, a sua
fluidez, o seu poder transfigurador, a sua
simplicidade e seu preciosismo, porque
Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia
primitiva e do nosso lirismo
espontâneo...A poesia de Cecília Meireles
é uma das mais puras, belas e válidas
manifestações da literatura
contemporânea.”
Características das obras de Cecília Meireles
Suas principais características são sensibilidade forte,
intimisno, introspecção, viagem para dentro de si mesma e consciência
da transitoriedade das coisas (tempo = personagem principal). Para ela
as realidades não são para se filosofar, são inexplicáveis, basta vivê-
las.
Sua obra reflete uma atmosfera de sonho, de fantasia e, ao
mesmo tempo, de solidão e padecimento. Intimismo, lirismo,
misticismo e universalidade são as principais características da obra de
Cecília .
Ela nunca esteve filiada a nenhum movimento literário, porém
algumas publicações iniciais (“Espectros”, “Baladas para El-Rei”)
revelam alguma ligação com o Simbolismo.
Sua poesia é intimista e reflexiva (com um tom filosófico), de
profunda sensibilidade feminina. Em suas obras ela aborda temas
como vida, amor e tempo. A musicalidade (uma das características do
Simbolismo) também está presente em seus escritos.
Cecília Meireles, através de suas próprias experiências de vida,
procurou questionar e compreender o mundo em que vivia.
Todas essas indagações, tristezas e desencantos, marcaram sua poesia,
enchendo sua obra de lirismo.
Alguns Poemas de Cecília...
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
Inscrição na Areia
O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma
Canção
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio…
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
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  • 3. Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde... Vida e história de Cecília Meireles...
  • 4. “Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. (...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade. (...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.(...)”
  • 5. Em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925. Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos. Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo. Obs: O casamento com Fernando Correia, por ele ser português lhe ofereceu oportunidades de mostrar seu trabalho no país de seu marido. Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
  • 6. Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo. A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia. Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA). Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).
  • 7. Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou. Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.
  • 8. Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP). Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.
  • 9. Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto- Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP). O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego. Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner.
  • 10. Foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai: “Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.”
  • 11. Características das obras de Cecília Meireles Suas principais características são sensibilidade forte, intimisno, introspecção, viagem para dentro de si mesma e consciência da transitoriedade das coisas (tempo = personagem principal). Para ela as realidades não são para se filosofar, são inexplicáveis, basta vivê- las. Sua obra reflete uma atmosfera de sonho, de fantasia e, ao mesmo tempo, de solidão e padecimento. Intimismo, lirismo, misticismo e universalidade são as principais características da obra de Cecília . Ela nunca esteve filiada a nenhum movimento literário, porém algumas publicações iniciais (“Espectros”, “Baladas para El-Rei”) revelam alguma ligação com o Simbolismo.
  • 12. Sua poesia é intimista e reflexiva (com um tom filosófico), de profunda sensibilidade feminina. Em suas obras ela aborda temas como vida, amor e tempo. A musicalidade (uma das características do Simbolismo) também está presente em seus escritos. Cecília Meireles, através de suas próprias experiências de vida, procurou questionar e compreender o mundo em que vivia. Todas essas indagações, tristezas e desencantos, marcaram sua poesia, enchendo sua obra de lirismo.
  • 13. Alguns Poemas de Cecília... Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada. Leveza Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve. E a cascata aérea de sua garganta, mais leve. E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve. E o desejo rápido desse mais antigo instante, mais leve. E a fuga invisível do amargo passante, mais leve.
  • 14. Inscrição na Areia O meu amor não tem importância nenhuma. Não tem o peso nem de uma rosa de espuma! Desfolha-se por quem? Para quem se perfuma? O meu amor não tem importância nenhuma Canção Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; - depois, abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas, e a cor que escorre de meus dedos colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio… Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça. Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas.